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Transcrição:

Faculdade de Enfermagem - Departamento de Enfermagem Básica Disciplina: Administração em Enfermagem II Docente: Bernadete Marinho Bara De Martin Gama admiisem1/2016 Assunto: Legislação e Administração em Enfermagem Objetivos: identificar na legislação vigente elementos que subsidiam o gerenciamento em enfermagem. Cultura do Silêncio O risco de uma Enfermagem sem Ética Um passeio com Maiakovski Na primeira noite eles se aproximam, E colhem uma flor de nosso jardim, E não dizemos nada. Na segunda noite já não se escondem, Pisam nas flores, matam nosso cão, E não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, Entra sozinho em nossa casa, Rouba-nos a lua e conhecendo nosso medo, Arranca-nos a voz da garganta, E porque não dissemos nada, Já não podemos dizer mais nada. I. Introdução A qualidade dos serviços de saúde apresenta-se como fator fundamental na determinação da qualidade de assistência que o paciente/pessoa humana deve receber. Desta maneira, esses mesmo serviços devem possibilitar educação e desenvolvimento permanente de seu pessoal, para aprimoramento e formação de equipe para o atendimento das necessidades básicas de uma clientela. Os níveis de atendimento se distribuem numa amplitude que vai da atenção primária a graus de maior complexidade de assistência, onde as equipes multiprofissionais contemplam como maior força de trabalho, o pessoal de enfermagem. Para o desempenho do pessoal de enfermagem é imprescindível o conhecimento de toda uma formação técnica e humana, aí se soma ainda o conhecimento especifico da legislação em enfermagem, tanto Lei 7.498/86 que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, como do próprio Código de Ética de Enfermagem e de tantas outras resoluções e portarias, como também da Legislação trabalhista, para análise e aplicação em relação a direitos e deveres de todos da equipe de enfermagem. Isto para que o enfermeiro se oriente e à equipe quanto às questões relativas a seu trabalho. A Consolidação das Leis do Trabalho CLT, é a legislação que rege a relação de emprego, e nasceu em 1º de maio de 1943, da união de leis e decretos criados de 1930 a 1941, destinados a regular as relações de trabalho entre patrões e empregados, contendo os direitos e os deveres das partes envolvidas. A CLT preencheu páginas em branco da história de nosso país, mas já é considerada ultrapassada faz anos, necessitando de revisão, sendo que o próprio Tribunal Superior do trabalho acredita que a modernização nas relações trabalhistas dependa de alterações da mesma. Assim, nos propomos a estar discutindo com vocês algumas normas trabalhistas, com o intuito de que com este conhecimento possamos estar subsidiando e analisando com maior segurança aspectos relativos ao exercício profissional, para desta forma assumir nosso espaço numa área que também é nossa a gestão de pessoas. II. Algumas Normas Trabalhistas a) Carteira de Trabalho e Previdência Social CTPS - É documento para o trabalhador com vínculo empregatício ou que exerce profissão remunerada; expedida pelo Ministério do Trabalho, deve conter os dados principais referentes ao trabalho, início do contrato, período de experiência, cargos e funções e suas alterações, 1

promoções, férias, afastamentos, acidente de trabalho, benefícios, gratificações, remuneração atualizada; o empregado deve apresentar a carteira à empresa que o admitir, mediante recibo, e o empregador tem o prazo de 48 horas para assiná-la e devolve-la ao empregado. - Empregado: é toda pessoa física que presta serviço de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste, mediante salário (serviço permanente, horário e salário). No serviço público é usada a denominação servidor/funcionário. - Empregador: é a empresa individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria, e dirige a prestação pessoal de serviços. - Serviço efetivo: é o período em que o empregado está a disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição expressa e consignável. b) Contrato de Trabalho - Devem ser amplos e bem detalhados, enumerando os direitos e os deveres dos empregados; os contratos de experiência não podem exceder 90 dias, e o desejável é que o trabalhador seja avaliado durante todo o período e não apenas no final deste prazo. - Aviso prévio AP: será facultado ao trabalhador despedido sem justa causa, a redução de 2 horas da jornada diária ou não trabalhar 7 dias corridos, sem prejuízo do salário, o AP será cumprido no período de 30 dias e o empregado que não cumpri-lo poderá ter seu salário descontado correspondente ao respectivo prazo. c) Remuneração - Constituição da República Federativa do Brasil (1988) - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:... IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;... V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; - Todo empregado terá que receber pelo menos o salário mínimo, podendo ser dado como parte do pagamento e descontado: roupas/uniforme, alimentação, habitação, transporte,... ; esse pagamento devera ser efetuado em dia útil e no horário de trabalho. - 13º salário gratificação de natal: corresponde a 1/12 da remuneração devida em dezembro ou no mês da rescisão, por mês de serviço; a 1ª parcela deve ser paga até 30/11, no valor de 50% do salário pago e a 2ª parcela até 20/12. d) Duração do Trabalho - Registra-se que na época do século XIX (1801) a jornada chegava a atingir períodos de 12 a 16 horas, mesmo entre os menores e as mulheres. No Brasil, a partir da Constituição Federal de 1988, a jornada de trabalho sofreu novas alterações. Art. 7º inciso XIII duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. A CF 1988 art. 7º inciso XIII e CLT art. 58, passaram a determinar que a jornada de trabalho não ultrapassasse as 8 h diárias e 44 h semanais. - Como Hora Diurna entende-se aquela praticada entre as 05:00 horas e 22:00 horas; a duração normal do trabalho não será superior a 8 horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite, com limite de 44 horas semanais (7h20 /dia); a jornada poderá ser prorrogada no máximo em 2 horas suplementares, respeitando o limite de 10h/dia, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre a hora normal; poderá ser dispensado o acréscimo no salário se, por força de acordo ou contrato coletivo, o excesso de horas de um dia for compensado em outro dia. - Para serviços de trabalho ininterrupto nas 24h do dia, a jornada será de 6h/dia (empregados trabalham em vários turnos alternadamente e isso tem que ser contínuo). 2

- As jornadas com carga diferenciada, como por exemplo de 12/36, 12/60 e outras, devem prever acordo coletivo entre a classe patronal e os empregados; é importante avaliar as vantagens e desvantagens para o empregado e para o serviço quanto as jornadas diferenciadas. e) Período de Descanso - Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso; descanso semanal de 24 horas consecutivas, devendo coincidir com o domingo no todo ou em parte, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço; nos serviços que exijam trabalho aos domingos será estabelecida uma escala de revezamento, mensalmente organizada com a previsão de dias trabalhados e folgas; dependendo da jornada semanal o empregado terá mais folgas e deve ser observado o máximo de 5/6 dias de intervalo entre uma folga e outra para descanso. - Assim, é possível utilizar uma tabela para esses intervalos, vejamos: PERÍODO DURAÇÃO DO INTERVALO Até 4 horas 0 De 4 a 6 horas 15 minutos Acima de 6 horas 1 a 2 h Entre um dia e o outro 11 horas Entre uma semana e a outra 24 horas ( DSR ) - O trabalho realizado em feriado é pago em dobro; - As jornadas de trabalho com intervalo obrigatório: de preferência após a 4ª hora trabalhada; - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. f)trabalho Noturno - A CLT preceitua no art. 73, 2º que o horário noturno é aquele praticado entre as 22:00 horas e 05:00 horas, caracterizando assim para o trabalhador urbano, já em outra relação de trabalho, exemplo rural ou advogado, este horário sofre alteração, porém a legislação, entendendo haver um desgaste maior do organismo humano, criou algumas variantes em relação à hora diurna; salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do trabalho diurno, tendo um acréscimo de pelo menos 20% sobre a hora diurna; a hora do trabalho noturno será computada com de 52 minutos e 30 segundos, e se constitui como vantagem suplementar, que não dispensa o salário adicional. Veja o quadro abaixo: PERÍODO TEMPO REDUÇÃO TEMPO EFETIVO Das 22:00 às 23:00 horas 1:00 h 7 minutos e 30 segundos 52,30 minutos e segundos Das 23:00 às 24:00 horas 1:00 h 7 minutos e 30 segundos 52,30 minutos e segundos Das 24:00 às 01:00 horas 1:00 h 7 minutos e 30 segundos 52,30 minutos e segundos Das 01:00 às 02:00 horas 1:00 h 7 minutos e 30 segundos 52,30 minutos e segundos Das 02:00 às 03:00 horas 1:00 h 7 minutos e 30 segundos 52,30 minutos e segundos Das 03:00 às 04:00 horas 1:00 h 7 minutos e 30 segundos 52,30 minutos e segundos Das 04:00 às 05:00 horas 1:00 h 7 minutos e 30 segundos 52,30 minutos e segundos Total 7:00 h 52,30 minutos e segundos - Dessa forma a legislação definiu que as 7 (sete) horas noturnas trabalhadas equivalem a 8 (horas). Nesse caso um trabalhador só pode ter mais 1 (uma) hora acrescida à sua jornada, visando o período para descanso ou refeição. O empregado trabalha 7 (sete) horas, mas recebe 8 (oito) horas para todos os fins legais. Foi uma forma encontrada pelo legislador para repor o desgaste biológico que enfrenta quem trabalha à noite, sendo considerado um período penoso de trabalho. 3

g) Férias - Após 12 meses trabalhados numa mesma empresa, o empregado adquire o direito a um período de férias na seguinte proporção: 30 dias corridos, quando não faltar ao serviço mais de 5 vezes; 24 dias corridos, quando não faltar ao serviço de 6 a 14 vezes; 18 dias corridos, quando não faltar ao serviço de 15 a 23 vezes; 12 dias corridos, quando não faltar ao serviço de 24 a 32 vezes. as férias poderão ser tiradas em um único período (30 dias), em dois períodos de 15 dias e em um de 20 dias e outro de 10 dias; poderá ser revertido em Abono Pecuniário 1/3 das férias; as férias serão acrescidas de 1/3 do salário e o pagamento deverá ser efetuado 2 dias antes do seu início h) Licenças - Para tratamento de saúde (todo empregado tem direito quando tiver uma doença que o incapacite para o trabalho os 15 primeiros dias são pagos normalmente pela empresa e a partir do 16º dia recebe Auxílio-Doença); paternidade (por motivo de nascimento de um filho 1 a 5 dias/ ou 20 dias quando a empresa fizer parte do Programa Empresa Cidadã.); maternidade (por motivo de nascimento de um filho 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário); gala (por motivo de casamento 3 dias a partir da data da certidão de casamento civil); nojo (por motivo de morte de parente de 1º grau 2 dias a partir da data do atestado de óbito). III. Os Acidentes de Trabalho - O Brasil durante muitos anos foi recordista mundial em acidentes de trabalho AT, e conforme consta na Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, no Capítulo II Dos Direitos Sociais, Art. 7º, é assegurado aos trabalhadores urbanos e rurais o seguro contra acidentes de trabalho, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo (má fé) ou culpa (sem intenção). - Para a prevenção e proteção de Acidentes de Trabalho, constitui direito do empregado a redução de riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, conforme consta no Capítulo V da CLT, que trata da Segurança e Medicina do Trabalho e que abrange: direitos e deveres dos empregadores e dos empregados; inspeção prévia e do embargo ou interdição, órgãos de Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas; equipamentos de proteção individual; medidas preventivas de medicina do trabalho; edificações; iluminação; conforto térmico; instalações elétricas; movimentação; armazenagem e manuseio de materiais; maquinas e equipamentos; caldeiras, fornos e recipientes sob pressão; atividades insalubres ou perigosas; prevenção de fadiga; outras medidas (por exemplo medidas complementares para a higiene nos locais de trabalho). Em relação aos órgãos de segurança, toda empresa, e inclusive hospitais, são obrigados a manter os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA). Existe uma legislação específica quanto ao quantitativo (dimensionamento de pessoal) e distribuição de representantes do empregador e dos empregados para a composição da CIPA e do SESMT. Deve ser levado em conta também o grau de risco do local de trabalho e no caso do hospital é grau de risco 3 (NR 4 Por. 3214/78). - A CIPA e a SESMT tem como responsabilidades: zelar pela saúde e integridade física do trabalhador; revisar todos os acidentes envolvendo visitantes, pacientes e funcionários, mantendo relatórios estatísticos de todos os danos; investigar e analisar acidentes, recomendando medidas preventivas e corretivas para evitalos; apoiar a área gerencial como consultor na área de segurança do trabalho e atividades afins; 4

coordenar e treinar a equipe de Brigada Contra Incêndio, bem como a população envolvida em situações de incêndio (BRASIL, 1995). - Segundo a legislação da Previdência Social, acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício de trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. - São também considerados como AT, as seguintes entidades mórbidas: doença profissional, assim entendida aquela que é produzida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado, peculiar à determinada atividade; doença do trabalho, entendida como aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado, e com ele se relaciona diretamente. - Não é considerado como doença do trabalho: a doença degenerativa; a doença inerente a grupo etário; a doença que não produz incapacidade laborativa; a doença endêmica, salvo comprovação de que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. - Equiparam-se ao AT: a) o acidente ligado ao trabalho que, não tendo sido a única causa, contribui diretamente para a morte do empregado, para a perda ou redução de sua capacidade para o trabalho, ou produzindo lesão, que exija atenção médica para sua recuperação; b) o acidente sofrido pelo empregado no local e no horário de trabalho, em conseqüência de: *ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; *ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; *ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de trabalho; *ato de pessoa privada do uso da razão, e *desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior. c) a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; d) o acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho: *na execução de ordem ou na realização de serviços sob autoridade da empresa; *na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;*em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação de mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veiculo de propriedade do empregado; *no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veiculo de propriedade do empregado. Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. Não é considerada agravação ou complicação de AT a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior. É considerado com dia do AT, no caso de Doença Profissional ou do Trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. Fazem jus aos benefícios relativos aos AT: o empregado, exceto o doméstico; o trabalhador avulso (aquele que presta serviço a diversas empresas com a intermediação obrigatória do sindicato da categoria, mesmo não tendo vínculo empregatício); o presidiário que exerce atividade remunerada; o emprego especial (o produtor, o parceiro, o meeiro e outros); o médico residente; dependem de 12 contribuições mensais: auxílio-doença e aposentadoria por invalidez; independem das contribuições mensais: auxílio-acidente; auxílio-doença por AT; aposentadoria por invalidez provocada por AT; pensão por morte. 5

- O AT deve ser comunicado imediatamente ao representante da empresa, e este vai comunicar ao INSS dentro de 24h, sob pena de multa, salvo em caso de impossibilidade absoluta. Para isto existe a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) que é um instrumento da Previdência Social e deve ser emitido em todos os casos de AT, de Doença Profissional ou do Trabalho, haja ou não afastamento do trabalho. A emissão da CAT é de responsabilidade da empresa onde trabalha o acidentado e seu preenchimento deve ser feito pela empresa ou pelo serviço de saúde que prestou o atendimento. - Como proceder diante de um trabalhador acidentado: prestar os primeiros socorros no local do acidente (importância do treinamento em serviço); chamar o serviço de atendimento de urgência; encaminhar o acidentado a um dos hospitais conveniados do SUS munido da CAT, em 6 vias (1 para o empregado; 1 para o empregador; 1 para o SUS; 2 para o INSS e 1 para o Sindicato); solicitar ao médico assistente o preenchimento do Atestado Médico da CAT; levar a CAT para registro em posto de benefícios do INSS ou registrar pela internet (www.mpas.gov.br); levar a CTPS; com a CAT registrada procurar o Instituto de Saúde do Trabalhador (ISAT); não é necessário a presença do acidentado. - Fluxo do Acidente de Trabalho ( Anexo 1 ) - Vantagens para o trabalhador que se acidenta com a emissão da CAT: não é exigido carência de contribuição para o INSS; auxílio doença acidentário quando considerado incapaz para o trabalho pela perícia do INSS; reabilitação profissional; auxílio-acidente após a avaliação da Perícia Médica do INSS; estabilidade de um ano após o retorno ao trabalho quando o afastamento for superior a 15 dias, desde que tenha gerado auxílio doença acidentário do INSS; depósito FGTS e não perde férias, desde que o benefício anterior seja inferior a 6 meses; reajuste no salário a partir do retorno ao trabalho com todos os direitos e vantagens obtidas por sua categoria profissional durante o tempo em que esteve afastado. - Quando um dos profissionais da equipe de enfermagem é acidentado, a notificação é feita pelo enfermeiro e inclusive algumas situações também o preenchimento da CAT. - É muito importante ao lidarmos com AT a questão da prevenção e esta não pode ser baseada apenas em regras e normas, mas levar em conta a complexidade do fator humano. A prevenção pode ser passiva, quando estiver ligada ao AT, procurando-se através da punição e da coersão, eliminar os AT e não em eliminar os riscos. Já a prevenção ativa procura valorizar o trabalhador, conhecer seus aspectos individuais e suas limitações, o ambiente de trabalho e as condições de trabalho. A eliminação do AT é feita com a constatação do risco e a busca por sua eliminação. Pode ser considerada uma prevenção próxima da ergonomia (relacionamento do homem com o mundo do trabalho) e ao despertar a consciência do risco, mostra ao trabalhador porque ele necessita usar as medidas de prevenção e proteção (inclusiva EPI). - No campo da prevenção ativa há muito o que se fazer e o enfermeiro, por sua formação profissional e como educador, poderá contribuir para agilizar e encaminhar recursos para tornar o ambiente de trabalho humanizado, criando condições favoráveis ao desenvolvimento de comportamentos positivos dos trabalhadores. III. Referências BRASIL, Consolidação das Leis do Trabalho. Saraiva: São Paulo, 2015. GAMA, B.M.B.D.M. Relações Trabalhistas e o Pessoal de Enfermagem. Material Instrucional Disciplina Administração em Enfermagem I. Curso de Graduação em Enfermagem. Faculdade de Enfermagem/UFJF, 2015. LOPES, M.M. Curso de Legislação Trabalhista. SENAC. Juiz de Fora, 2015. OLIVEIRA, A. Manual de Prática Trabalhista. 33ª edição. Ed. Atlas: São Paulo, 2014. ATLAS, Manuais de Legislação. Segurança e Medicina da Trabalho. 46 edição. São Paulo, Atlas, 2012. BRASIL, M.S. (Org.). Segurança ao Ambiente Hospitalar. Secretaria de Assistência à Saúde. Brasília, 2014. ISAT. Instituto de Saúde do Trabalhador. Orientações para o Trabalhador. Departamento de Saúde, Saneamento e Desenvolvimento Ambiental. PMJF: Juiz de Fora, 2014. OLIVEIRA, J. Constituição da República Federativa do Brasil. Saraiva: São Paulo, 1989. 6

ANEXO 1 Fluxo do AT em função da prevenção passiva ou ativa ACIDENTE COMUNICAÇÃO INVESTIGAÇÃO PASSIVA ANÁLISE DAS CAUSA E CONSEQUÊNCIAS ANÁLISE ESTATÍSTICA PREVENÇÃO ATIVA INSPEÇÃO DE SEGURANÇA ELIMINAÇÃO DO RISCO Fluxo de Acidente de Trabalho Empresa Acidente Emissão de CAT Unidade de Saúde Atendimento médico Preenchimento do Atestado médico da CAT INSS Departamento de ST Acompanhamento multiprofissional Encaminhamento à Perícia médica do INSS (afastamento superior a 15 dias) INSS Solicitação de Benefício Perícia Médica 7