TÍTULO: APLICAÇÃO DA ESTIMULAÇÃO SENSORIAL EM PACIENTES COMATOSOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA



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Transcrição:

TÍTULO: APLICAÇÃO DA ESTIMULAÇÃO SENSORIAL EM PACIENTES COMATOSOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA AUTOR(ES): ANA CAROLINA GOMES DE ANDRADE ORIENTADOR(ES): IVAN DOS SANTOS VIVAS COLABORADOR(ES): MARIA CLÁUDIA NEHME PASSOS

1.RESUMO O presente estudo visa verificar a influência da estimulação sensorial em pacientes com alteração do nível de consciência, buscando possíveis alterações e estímulos. Foi realizado um estudo série de caso, com um total de seis pacientes, que receberam estímulos auditivos por meio da música de Mozart, dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral adulto do hospital Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos, sendo avaliados em quatro períodos distintos, os seguintes aspectos: nível de consciência, frequência respiratória, frequência cardíaca e pressão arterial. O intuito é avaliar as possíveis alterações em relação aos sinais vitais. Metade dos participantes são homens, sendo que a idade média dos participantes foi de 72 anos (8,6), com idade mínima de 61 anos e máxima de 85 anos de idade. Em relação aos dias de coma, a média foi de 10,5 dias (8,2). Não foi encontrada diferença significativa nos quatro momentos de medição em relação ao Glasgow (p= 0,28), frequência cardíaca (p= 0,99), frequência respiratória (pacientes em modo controlado, não atingindo o drive respiratório) e pressão arterial sistólica (p = 0,84) e diastólica (p = 0,92). Os indivíduos comatosos, com Glasgow abaixo de 5, não sofreram alterações significativas diante do estímulo musical, pois as medidas clinicas não foram sensíveis na detecção de mudanças. Palavras-chave: Coma; multimodal; música; audição; estímulo. 2. INTRODUÇÃO A consciência representa a capacidade que o indivíduo tem de estar ciente de si mesmo e do que está à sua volta 1. Ela pode ser definida pelo conjunto das atividades cognitivas, as quais nos permitem atribuir um significado e responder, de modo apropriado, aos estímulos sensitivos, sensoriais e os estímulos verbais 2, e a perda dessa capacidade é geralmente considerada uma alteração de consciência 3. O coma representa um dos estados de alteração de nível de consciência mais grave, caracterizado como estado em que o individuo não demonstra conhecimento de si próprio e do ambiente, com ausência ou extrema diminuição do nível de consciência, permanecendo não responsivo aos estímulos internos e externos, com olhos fechados 4.

Uma das possíveis abordagens é tentar acelerar o processo da recuperação de pacientes em coma, através de um programa estruturado de estimulação sensorial multimodal 5. A estimulação multimodal busca aumentar o nível de alerta do paciente através de estímulos auditivos, gustativos, olfativos, somestésicos e visuais 6. Sendo os estímulos auditivos utilizados na técnica multimodal para tentar promover a ativação do sistema reticular ascendente, fazendo com que ocorra aumento do nível de consciência 7. Tendo em vista os fatos anteriores, fica clara a importância de atualização de novas técnicas e início precoce no atendimento, buscando a estimulação dos sentidos (audição, tato, paladar, olfato e gustação) e auxiliando no aumento do nível de consciência do comatoso. Há poucos estudos de intervenção que analisam as influências por meio de medidas clínicas. Assim, justifica-se a importância de um estudo série de caso para melhor entender sobre o assunto, visto que existem áreas e aspectos a serem aprofundados e melhor abordados. 3. OBJETIVO Verificar a influência da estimulação sensorial (estimulo auditivo - música) em pacientes em estado de coma. 4. METODOLOGIA 4.1 Tipo do Estudo Este estudo tratou-se de um estudo série de casos, onde foram observados os efeitos da estimulação sensorial (audição através de música), para observar a resposta obtida após a intervenção. 4.2 Coleta de Dados A coleta de dados foi realizada durante os meses de Março e Maio de 2014 no hospital Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos, na cidade de Santos/SP.

Os dados relacionados ao paciente e informações clínicas foram coletados por meio do prontuário médico eletrônico. Foram coletados os seguintes dados: nome, gênero, idade, tempo de internação, tempo de coma e diagnóstico clinico. Foram avaliados em quatro momentos o Glasgow, Pressão Arterial, Frequência Cardíaca e Frequência Respiratória, para avaliar os efeitos da estimulação musical. Os momentos foram: 1 - Pré antes de iniciar técnica (M1); 2 - Durante a técnica (M2); 3 - Pós final da técnica (M3) e 4 - Pós 15 minutos de terminada a técnica (M4). 4.3 Casuística O estudo contou com a participação de seis pacientes, que se encontravam em estado de coma, independente do sexo ou tipo de lesão, com idade entre 60 a 85 anos. 4.4 Critérios de Inclusão - Pacientes que estavam em estado de coma fisiológico; - Pontuação menor ou igual a cinco na escala de coma de Glasgow; - Período de internação superior a 48 horas; - Vinte quatro horas após a retirada da sedação; - Após 60 minutos de intervenção da enfermagem; 4.5 Critérios de Exclusão - Pacientes em coma induzido; - Pacientes clinicamente instáveis; - Antecedentes de déficit auditivo; - Pacientes com otites; - Pacientes com febre; - Pacientes com infecções de vias aéreas superiores; - Parentes que visitem menos de três vezes por semana; 4.6 Instrumentos de Pesquisa Foi utilizada como estímulo a música clássica do compositor Mozart Sonata para dois pianos em Ré Maior, K448 8. A intervenção ocorreu uma única vez, em um único dia, para cada sujeito pesquisado, com duração de 15 minutos, sendo

que estes dados foram anotados na ficha de avaliação do paciente, que contém dados relacionados ao nível de consciência, frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial. A aplicação da técnica foi dada estando na posição de decúbito dorsal com elevação do leito a 30 graus. A aplicação só seria interrompida antes do tempo estipulado se o paciente apresentasse instabilidade hemodinâmica e/ou respiratória. A música teve uma duração de 15 minutos. Para a aplicação, foram colocados fones de ouvidos nos pacientes e as músicas foram reproduzidas através de um aparelho celular Sony Xperia J. O volume foi mantido na capacidade média do aparelho. Após a intervenção, os equipamentos usados foram higienizados com álcool a 70%, antes de serem usados em outros pacientes, sendo respeitado um período de 60 minutos após qualquer tipo de procedimento (higiene, medicação e/ou controle), para iniciar avaliação do Glasgow e dar início à aplicação da técnica. Da mesma forma, durante a aplicação o participante não poderia receber nenhum procedimento de intervenção. 4.6.1. Escala de coma de Glasglow Na avaliação da abertura ocular, a pontuação vai de um a quatro pontos distribuídos em quatro itens: abertura espontânea (quatro), abertura com estímulos verbais (três), abertura com estímulos dolorosos (dois) e sem resposta (um). Na avaliação da resposta verbal, a pontuação varia de um a cinco pontos distribuídos em cinco itens: orientado (cinco), confuso (quatro), palavras desconexas (três), sons inteligíveis (dois) e sem reposta (um). Na avaliação da resposta motora, a pontuação vai de um a seis pontos distribuídos em seis itens: obedece a comandos verbais (seis), localiza estímulos (cinco), retirada inespecífica (quatro), resposta em descorticação (três), resposta em descerebração (dois) e sem preposta (um) 9. 4.7 Análise Estatística Os dados coletados foram armazenados na planilha do Microsoft Excel 2010. Para analise estatística foi usado o programa SPSS Statistics 19.0. Os dados contínuos (Idade, tempo em coma, pressão arterial, frequência cardíaca e frequência

respiratória) foram expressos em média e desvio padrão. Dados nominais (tipo de lesão) em frequência absoluta e relativa. Para os dados ordinais (Nível de consciência Glasgow) em média, mínima e máxima. A diferença foi considerada como significativa com o p-valor <0,05 (5%). O teste usado foi ANOVA para medidas repetidas. 4.8 Aspectos Éticos Em todas as etapas do estudo, foram adotados os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, de acordo com a Resolução nº466/12 do Conselho Nacional de Saúde CNS. A pesquisa só teve inicio após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do hospital Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos parecer do projeto nº 29/2013, da Universidade Santa Cecília CAAE: 17196213.9.0000.5513. 5. DESENVOLVIMENTO As irregularidades do nível de consciência são caracterizadas por um comprometimento do estado de alerta ou vigília e resultam de lesões agudas do sistema reticular ativador ascendente ou de ambos os hemisférios cerebrais 10. A consciência pode ser avaliada clinicamente como a capacidade do indivíduo em responder apropriadamente aos estímulos ambientais. A perda dessa capacidade é geralmente considerada uma alteração de consciência 3. Existem alguns estados de alteração da consciência como: delírio em que ocorre redução da atenção, orientação e percepção, associada à confusão de ideias e agitação. Uma breve perda de consciência devido a uma queda na pressão arterial pode ser considerado uma síncope (desmaio). Quando a consciência é gravemente alterada, com pelo menos um sinal comportamental de consciência, este pode ser classificado como um estado minimamente consciente 1. Já no estado vegetativo ocorre completa perda de consciência sem alteração das funções vitais abertura espontânea dos olhos, ciclos de sono - vigília e padrões respiratórios. Paciente que dorme mais do que está acordado, sonolento e confuso quando acorda são os obnubilados. No estado de estupor o paciente é despertável somente através de fortes estímulos 1. E um indivíduo que não apresenta resposta voluntária a nenhum tipo de estímulo forte e não é despertável é considerado comatoso 3.

A incidência de pacientes em estado de coma nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) depende de inúmeros fatores, tanto em relação à complexidade de assistência que o hospital oferece, quanto em relação ao tipo de população atendida. Porém, estima-se que mais de 80% dos pacientes encontram-se nesse estado por coma farmacológico, fisiológico, metabólico entre outros 9. De acordo com o presente estudo, não houve mudança significativa em relação à variação dos dados verificados. 6. RESULTADOS A idade média dos participantes foi de 72 anos (8,6), com idade mínima de 61 anos e máxima de 85 anos de idade. Em relação aos dias de coma, a média foi de 10,5 dias (8,2), sendo que metade da amostra era composta por homens. Sobre as afecções primárias encontradas foram; dois pacientes com sepse abdominal (33,3%), dois com acidente vascular encefálico isquêmico (33,3%), um paciente com insuficiência respiratória (16,6%) e um com adenocarcinoma de próstata (16,6%). Não houve diferença significativa em relação aos quatro momentos da avaliação em relação ao Glasgow, FC, PA sistólica (PA-S) e PA diastólica (PA-D). Em termos de FR, não houve alteração tendo em vista que os pacientes estavam em modo controlado e não apresentando estímulo de drive respiratório durante a intervenção, ou seja, nenhum aumentou a FR acima do esperado. Tabela 1 Caracterização dos resultados obtidos em quatro momentos do estudo em relação ao Glasgow, FC, PA-S e PA-D. M1 M2 M3 M4 p-valor* Glasgow M Min/Máx FC M (DP) 3,7 3/5 99,3 (16,9) 4,5 3/8 99,3 (17,9) 4,8 3/9 99,1 (15,5) 4,8 3/8 98,8 (16,8) 0,28 0,99 PA-S M (DP) 116,5(12,4) 116,5(12,4) 116,0(12,7) 114,0(11,5) 0,84 PA-D M (DP) 62,8 (7,4) 62,8 (7,4) 62,0 (6,1) 62,5 (9,2) 0,92 NOTA: p-valor: Anova para medidas repetidas. Legenda: M1-2-3 e 4: Momento 1-2-3 e 4, M: Média, Min: Mínima, Máx: Máxima, DP: Desvio Padrão, FC: Frequência Cardíaca, PA-S: Pressão Arterial Sistólica, PA-D: Pressão Arterial Diastólica.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os indivíduos comatosos, com Glasgow abaixo de 5, não sofreram alterações significativas diante do estímulo musical, pois as medidas clinicas não foram sensíveis na detecção de mudanças. 8. FONTES CONSULTADAS 1. Lundy-Ekman L. Neurociência Fundamentos para a reabilitação. 3º. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2008: P312. 2. Cambier J. Masson M. Dehen H. Manual de neurologia. 9º. Ed. Rio de Janeiro: MEDSI. 1999: P123. 3. Kandel ER. Schwartz JH. Jessell TM. Principio da neurociência. 4ª. Ed. São Paulo: Manole. 2003: P900. 4. Fontes SV. Fukujima MM. Cardeal JO. Fisioterapia neurofuncional fundamentos para a prática. 1º. Ed. São Paulo: Atheneu. 2007: P106-7. 5. Haase VG. Cruz MF. Ciniz LFM. Reabilitação neuropsicológica precoce: Uma proposta de atendimento para pacientes em coma e seus familiares. Psiquiart. Biol. 1999; 7: 163-67. 6. Sosnowski C. Ustik M. Early Intervention: Coma stimulation in the Intensive care Unit. Jour. of Neur. Nur. 1994; 26 (6): 336-41. 7. Santos CC. Silva MB. Proposta de um programa fisioterapêutico de estimulação sensorial bimodal para pacientes comatosos [Trabalho de conclusão de curso] São Paulo: São Bernado do Campo: Universidade Metodista de São Paulo; 2008. 8. Muskat M. Correia CMF. Campos SM. A música e a neurociência. Rev. Neur. 2000; 8 (2): 70-75. 9. Puggina ACG. A percepção auditiva nos pacientes em estado de coma [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2006. 10. Greenberg DA. Aminoff MJ. Simon Rp. Neurologia clinica. 5ª. Ed. Porto Alegre: Artmed. 2005: P12.