Coordenação-Geral de Tributação

Documentos relacionados
Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Coordenação-Geral de Tributação

Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 6ª RF

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

IV - elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos;

Coordenação-Geral de Tributação

Desoneração da Folha de Pagamento / INSS sobre Receita Bruta (CPRB) Anexos

Coordenação-Geral de Tributação

PLANO BRASIL MAIOR. MP nº 563,

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO Nº, DE 2017 (Proveniente da Medida Provisória nº 774, de 2017)

KATIA WATERKEMPER MACHADO 20 de junho de 2012.

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 6ª RF

Desoneração da Folha de Pagamento / INSS sobre Receita Bruta (CPRB) Anexos

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

Tabela de alíquotas por códigos FPAS

Coordenação-Geral de Tributação

Relatório. Data 18 de dezembro de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

1) Sobre o Regime de Desoneração da Folha Lei nº /2011

LEI Nº DE 30/05/2018

Coordenação-Geral de Tributação

PLANO BRASIL MAIOR E AS RECENTES ALTERAÇÕES PELA. Lei /12

Coordenação-Geral de Tributação

Contribuição Substitutiva sobre a Receita Bruta: desoneração?

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Empresas enquadradas na desoneração da folha de Pagamento com alíquotas distintas entre as atividades

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

SUMÁRIO 1. Introdução 2. Empresas com Atividades Exclusivas 3. Empresas com Atividades Concomitantes 4. Empresas com Atividades Mistas

Coordenação Geral de Tributação

ANO XXIX ª SEMANA DE MAIO DE 2018 BOLETIM INFORMARE Nº 22/2018

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

PR CURITIBA SRRF09. Coordenação-Geral de Tributação. 2 Em síntese, a descrição dos fatos narrados pela consulente:

Coordenação-Geral de Tributação

Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 9ª RF

Coordenação-Geral de Tributação

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ORIENTAÇÕES PREVIDÊNCIA SOCIAL

ANO XXV ª SEMANA DE JULHO DE 2014 BOLETIM INFORMARE Nº 30/2014

[(Receita Bruta Não Beneficiada x 100) / Receita Bruta Total) = Fator de aplicação

Coordenação-Geral de Tributação

PREVIDÊNCIA SOCIAL E DESONERAÇÃO DA FP. José de Carvalho filho

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

ASSUNTOS DIVERSOS PIS/PASEP/COFINS TRIBUTOS FEDERAIS ANO XIX ª SEMANA DE OUTUBRO DE 2008 BOLETIM INFORMARE Nº 40/2008

Coordenação-Geral de Tributação

Palestra. Desoneração da Folha de Pagamento Atualização. Março Elaborado por:

Coordenação-Geral de Tributação

Ilma. Sra. Dra. Sinara Inácio Meireles Chenna Presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais COPASA/MG Nesta

Coordenação-Geral de Tributação

LEI Nº /2018 ALTERAÇÕES NO RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A RECEITA BRUTA- CPRB. MAPA ETÉCNICO FISCAL

Sistema de Informações Jurídico-Tributárias - SIJUT

GUIA DIÁRIO DE ALTERAÇÕES ICMS Santa Catarina Não foi publicada nenhuma alteração até o fechamento dessa edição do Guia.

Coordenação-Geral de Tributação

MEDIDA PROVISÓRIA Nº. 669, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2015

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

Orientações Consultoria de Segmentos CPRB Desconto Incondicional

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

SUMÁRIO. JB Software Ltda Av. Belém, 2084 Cx Postal 42 CEP Pinhalzinho-SC Fone: Fax:

PIS/ COFINS EM NOTÍCIAS

Coordenação-Geral de Tributação

º/01/2013 a 31/12/2014

Relatório. Data 15 de agosto de 2017 Processo Interessado CNPJ/CPF

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

ANO XXVIII ª SEMANA DE ABRIL DE 2017 BOLETIM INFORMARE Nº 16/2017

Coordenação-Geral de Tributação

Relatório. Data 17 de junho de 2015 Processo Interessado CNPJ/CPF

Coordenação-Geral de Tributação

COORDENAÇÃO-GERAL DE TRIBUTAÇÃO

MINISTÉRIO DA FAZENDA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL 5ª REGIÃO FISCAL

Orientações Consultoria De Segmentos Estorno de crédito PIS/COFINS na suspensão da exigibilidade da contribuição

Coordenação-Geral de Tributação

Ao SINDUSCON/CE Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará Rua Tomás Acioly, nº 840, 8º andar Fortaleza Ceará

Coordenação-Geral de Tributação

Substituição Tributária, Tributação Monofásica

Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 5ª RF

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO. Medidas Provisórias 601/12 e 612/13.

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

C I R C U L A R C Ó D I G O N Ú M E R O D A T A 083/2012 MFZ /11/2012 SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL A S S U N T O

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

Reoneração da Folha: Aspectos Polêmicos da Opção em 2015

Transcrição:

Cosi Fls. 2 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 70 - Data 10 de março de 2015 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SUBSTITUTIVA. INDUSTRIALIZAÇÃO. CONCEITO. ENQUADRAMENTO. PRODUTOS DO CAPÍTULO 19 DA TIPI. Para fins de aplicação do artigo 8º da Lei nº 12.546, de 2011, deverá ser considerado o conceito de industrialização trazido pela legislação do IPI. 2. Os produtos classificados no Capítulo 19 da Tipi, a partir de 01/01/2013, ficam sujeitos à contribuição previdenciária substitutiva prevista no art. 8º da Lei nº 12.546, 2011, observada a definição de industrialização trazida pelas normas do IPI, excetuados, a partir de 01/03/2015, os produtos classificados nos códigos 1901.20.00 e 1901.90.90 da Tipi, que, a partir dessa data, não se submetem à sistemática de recolhimento substitutivo. 3. Na hipótese de a empresa se dedicar a outras atividades além daquelas previstas nos artigos 7º ou 8º da Lei nº 12.546, de 2011, e não estando seu enquadramento no regime de tributação substitutivo vinculado ao código CNAE de sua atividade econômica principal, o recolhimento da contribuição previdenciária substitutiva deverá ser efetuado nos moldes do art. 9º, 1º, da Lei nº 12.546, de 2011, desde que a receita bruta decorrente das outras atividades não contempladas nos artigos 7º ou 8º da Lei nº 12.546, de 2011, seja superior a 5% (cinco por cento) da receita bruta total e inferior a 95% (noventa e cinco por cento) da receita bruta total. Dispositivos Legais: Constituição Federal de 1988, art. 195, 13; Lei nº 8.212, de 1991, art. 22, incisos I, e III; Lei nº 12.546, de 2011, art. 8º, 1º e 2º, e art. 9º, 1º, 5º, 6º e 9º; Lei nº 12.715, de 2012, art. 55; Lei nº 13.043, de 2014, arts. 51 e 113, IV, a ; Medida Provisória nº 540, de 2011, art. 8º; Decreto nº 7.212, de 2010, arts. 4º e 5º; Instrução Normativa RFB nº 1.436, de 2013, art. 8º. Relatório 1

Fls. 3 Trata-se de consulta sobre interpretação da legislação tributária federal relativa à contribuição previdenciária substitutiva prevista no art. 8º, da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011. 2. A Consulente, segundo informa, tem como objeto social o comércio e confecção artesanal e especializada de doces e seus afins, bolos em geral, em especial a doçaria tradicional e conventual portuguesa, e estaria equiparada à indústria de panificação e confeitaria. Também informa que 90% dos produtos comercializados no estabelecimento são de fabricação própria, exceto água, refrigerantes e café. 3. Afirma, ainda, que não se encontra sujeita à contribuição previdenciária substitutiva prevista no art. 8º da Lei nº 12.546, de 2011, caso seja considerado, para fins de enquadramento, o código CNAE de sua atividade econômica principal (1091-1/02). Contudo, se esse enquadramento for efetuado com base no código NCM dos produtos que fabrica (Capítulo 19 da Tipi), estará incluída no regime de tributação substitutivo. 4. Diante disso indaga se seria obrigatória a opção pela desoneração, já que a maioria dos produtos comercializados são de fabricação própria? Fundamentos 5. A presente consulta preenche os requisitos para ser considerada eficaz nos termos do art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Passase, a seguir, a apreciá-la. 6. A Constituição Federal de 1988, no 13 de seu artigo 195, acrescentado pela Emenda Constitucional nº 42, de 19 de dezembro de 2003, prevê, para fins de financiamento da Seguridade Social, a desoneração gradual da folha de pagamento por uma contribuição incidente sobre a receita ou o faturamento. 7. Dando cumprimento a esse comando constitucional, a Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de 2011, alterou a matriz previdenciária de diversos setores da economia, com substituição gradual da contribuição sobre a folha de pagamento por uma contribuição incidente sobre a receita bruta, como forma de estimular a empregabilidade, a competitividade, a formalização de mão de obra e a redução dos custos de produção e exportação. 8. Mencionada Medida Provisória foi convertida na Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, a qual foi objeto de várias alterações, inclusive para inserção de novos segmentos econômicos e para redução da alíquota. 9. A Consulente, segundo informa, fabrica produtos classificados no Capítulo 19 da Tipi, aprovada pelo Decreto no 7.660, de 23 de dezembro de 2011, e estaria sujeita à contribuição previdenciária substitutiva na hipótese de o seu enquadramento na Lei nº 12.546, de 2011, ocorrer em função da referida classificação. 10. O art. 8º da Lei nº 12.546, de 2011, dispõe sobre a contribuição previdenciária substitutiva relativa à fabricação de diversos produtos, conforme códigos relacionados em seu Anexo I. Confira-se (redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014): 2

Fls. 4 Art. 8º Contribuirão sobre o valor da receita bruta, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos, à alíquota de 1% (um por cento), em substituição às contribuições previstas nos incisos I e III do caput do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, as empresas que fabricam os produtos classificados na Tipi, aprovada pelo Decreto no 7.660, de 23 de dezembro de 2011, nos códigos referidos no Anexo I. (os destaques não são do original) 11. De acordo com esse dispositivo, para as empresas que fabricam os produtos cujos códigos encontram-se relacionados no Anexo I da Lei nº 12.546, de 2011, as contribuições incidentes sobre a folha de pagamento de que tratam os incisos I e III do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, foram substituídas por uma contribuição sobre a receita bruta. 12. A Lei nº 12.546, de 2011, cuidou de explicitar o que deve ser entendido como industrialização para os efeitos do artigo 8º acima transcrito. Confira-se: Art. 8º 1 o O disposto no caput: I - aplica-se apenas em relação aos produtos industrializados pela empresa; 2 o Para efeito do inciso I do 1 o, devem ser considerados os conceitos de industrialização e de industrialização por encomenda previstos na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI. (destacou-se) 13. Reportando-se ao Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010, que disciplina a cobrança, fiscalização, arrecadação e administração do IPI, tem-se: Art. 4 o Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como: Exclusões Art. 5 o Não se considera industrialização: I - o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem de apresentação: a) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias, padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda direta a consumidor; ou b) em cozinhas industriais, quando destinados a venda direta a pessoas jurídicas e a outras entidades, para consumo de seus funcionários, empregados ou dirigentes; (original sem destaque) 14. Percebe-se, pela leitura dos dispositivos acima transcritos, que, para fins de incidência da contribuição previdenciária substitutiva de que trata o seu artigo 8º, deverá ser utilizado o conceito de industrialização previsto na legislação do IPI. Assim, não estarão 3

Fls. 5 sujeitos à contribuição previdenciária substitutiva os seguintes produtos alimentares, não acondicionados em embalagens de apresentação: destinados à venda direta a consumidor e preparados na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias, padarias, quitandas e semelhantes; destinados à venda direta a pessoas jurídicas e a outras entidades, para consumo de seus funcionários, empregados ou dirigente, quando preparados em cozinhas industriais. 15. Atendo-se aos produtos fabricados pela Consulente os descritos no Capítulo 19 da Tipi, verifica-se que tais produtos foram contemplados no Anexo I da Lei nº 12.546, de 2011, por força da Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012. Porém, a recente Lei nº 13.043, de 13 de novembro de 2014, alterou o referido Anexo, tendo excluído do rol dos produtos ali relacionados aqueles classificados nos seguintes códigos da Tipi: 1901.20.00 - Misturas e pastas para preparação de produtos de padaria, pastelaria e da indústria de bolachas e biscoitos da posição 19.05 e 1901.90.90 Outros, como se pode conferir a seguir. Art. 51. Ficam excluídos do Anexo I da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, os produtos classificados nos seguintes códigos da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011: I - 1901.20.00; II - 1901.90.90; Art. 113. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, exceto: IV - os seguintes dispositivos, que entram em vigor a partir do primeiro dia do quarto mês subsequente ao da publicação desta Lei: a) os incisos XII e XIII do caput do art. 7 o da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, com redação dada pelo art. 50, e os arts. 51 a 53; e (destacou-se) 16. Observa-se, assim, que, no período compreendido entre 01/01/2013 a 28/02/2015, os produtos classificados no Capítulo 19 da Tipi integram o regime de tributação substitutivo, desde que se subsumam ao conceito de industrialização trazido pela legislação do IPI. Igual regra aplica-se a partir de 01/03/2015, para os produtos do referido Capítulo, excetuados, tão somente, aqueles identificados nos códigos 1901.20.00 e 1901.90.90 da Tipi, que, a partir dessa data, não integrarão o campo de incidência da contribuição previdenciária substitutiva. 17. Aspecto importante e que deve ser considerado para fins de aplicação da contribuição previdenciária substitutiva é o fato de a Lei nº 12.546, de 2011, ter fixado dois critérios (art. 9º, 1º e 9º) para apuração da base de cálculo dessa contribuição na hipótese de a empresa se dedicar a outras atividades além daquelas previstas em seus artigos 7º e 8º, estando a adoção de um ou outro critério vinculada à atividade econômica principal da 4

Fls. 6 empresa, assim entendida aquela de maior receita auferida ou esperada nos termos dos 1º a 3º do art. 17 da Instrução Normativa RFB nº 1.436, de 30 de dezembro de 2013. 28. Na hipótese de a atividade econômica principal da empresa ser alguma atividade/serviço cujo enquadramento no artigo 7º ou 8º da Lei nº 12.546, de 2011, se faça em função do código CNAE, o recolhimento da contribuição previdenciária prevista nos incisos I e III do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, deverá ser efetuado com base, exclusivamente, na receita bruta nos termos do 9º do artigo 9º da Lei nº 12.546, de 2011. 19. Porém, se a empresa estiver sujeita à contribuição previdenciária substitutiva com base em qualquer outro critério que não seja o código CNAE de sua atividade econômica principal e se dedicar, também, a outras atividades, sujeitas ou não ao regime de tributação substitutivo, o recolhimento da contribuição prevista nos incisos I e III do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, deverá ser feito na forma do 1º do art. 9º da Lei nº 12.546, de 2011, em que são devidas contribuições sobre a receita bruta e sobre a folha de pagamento (regime misto). Confira-se: Art. 9º Para fins do disposto nos arts. 7º e 8º desta Lei: 1º No caso de empresas que se dedicam a outras atividades além das previstas nos arts. 7º e 8º, o cálculo da contribuição obedecerá: I - ao disposto no caput desses artigos quanto à parcela da receita bruta correspondente às atividades neles referidas; e II - ao disposto no art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, reduzindose o valor da contribuição dos incisos I e III do caput do referido artigo ao percentual resultante da razão entre a receita bruta de atividades não relacionadas aos serviços de que tratam o caput do art. 7º e o 3º do art. 8º ou à fabricação dos produtos de que trata o caput do art. 8º e a receita bruta total. (os destaques não são do original) 20. Nesse regime misto de contribuição, as empresas recolherão a contribuição previdenciária sobre a receita bruta para os produtos/atividades sujeitos aos artigos 7º ou 8º da Lei nº 12.546, de 2011, e sobre a folha de pagamento (art. 22, incisos I e III, da Lei nº 8.212/1991) para os produtos/atividades não incluídos no referido artigo. No caso de a empresa fabricar produtos sujeitos à contribuição previdenciária substitutiva prevista no art. 8º da Lei nº 12.546, de 2011, o recolhimento da contribuição previdenciária, no regime misto, observará o seguinte critério: contribuição incidente sobre a receita bruta decorrente da fabricação dos produtos contemplados no art. 8º: apurada pela incidência do percentual de 1,5% sobre a receita bruta, para os fatos geradores ocorridos até julho de 2012, e com a alíquota de 1,0% para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de agosto de 2012; contribuição previdenciária patronal prevista no art. 22, I e III, da Lei n o 8.212, de 1991: calculada mediante a aplicação do percentual de 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais, multiplicando-se o valor apurado por um redutor resultante da razão 5

Fls. 7 existente entre a receita bruta decorrente dos produtos/atividades não sujeitos à substituição e a receita bruta total. 21. É importante observar que, nos termos do art. 8º da Instrução Normativa RFB nº 1.436, de 30 de dezembro de 2013, nos meses em que as empresas sujeitas ao regime misto auferirem apenas receitas relativas às atividades ou à produção de itens listados nos Anexos I e II daquele ato, o recolhimento da contribuição previdenciária substitutiva incidirá sobre a receita bruta total, não sendo aplicada a proporcionalização de que trata o inciso II do caput daquele artigo. Por outro lado, nos meses em que as empresas obtiverem apenas receitas de atividades/produtos não relacionados nos referidos Anexos, elas deverão recolher as contribuições previstas nos incisos I e III do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, sobre a totalidade da folha de pagamento. 22. Convém destacar, ainda, que a Lei nº 12.715, de 2012, impôs limites à aplicação do regime misto de que trata o 1º do art. 9º da Lei nº 12.546, de 2011, como se pode verificar pela leitura dos seguintes dispositivos desta Lei: Art. 8º 1 o O disposto no caput: II - não se aplica: a) a empresas que se dediquem a outras atividades, além das previstas no caput, cuja receita bruta decorrente dessas outras atividades seja igual ou superior a 95% (noventa e cinco por cento) da receita bruta total; e Art. 9º 1 o No caso de empresas que se dedicam a outras atividades além das previstas nos arts. 7 o e 8 o, o cálculo da contribuição obedecerá: 5 o O disposto no 1 o aplica-se às empresas que se dediquem a outras atividades, além das previstas nos arts. 7 o e 8 o, somente se a receita bruta decorrente de outras atividades for superior a 5% (cinco por cento) da receita bruta total. 6 o Não ultrapassado o limite previsto no 5 o, a contribuição a que se refere o caput dos arts. 7 o e 8 o será calculada sobre a receita bruta total auferida no mês. (destacou-se) 23. Acerca desses limites, a Instrução Normativa RFB nº 1.436, de 2013, assim estabelece: Art. 8º Observado o disposto no 4º deste artigo e no caput do art. 6º, no caso de empresas que se dedicam a outras atividades, além das relacionadas no Anexo I ou que produzam outros itens além dos listados no Anexo II, o cálculo da CPRB será realizado observando-se: 6

Fls. 8 I - em relação às receitas decorrentes das atividades relacionadas no Anexo I e da produção dos itens listados no Anexo II, ao previsto no art. 1º; e II - quanto à parcela da receita bruta relativa a atividades não sujeitas à CPRB, ao prescrito no art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, reduzindo-se o valor das contribuições referidas nos incisos I e III do caput do mencionado art. 22 ao percentual resultante da razão entre a receita bruta de atividades não relacionadas no Anexo I, ou da produção de itens não listados no Anexo II e a receita bruta total. 3º A partir de 1º de agosto de 2012, a regra de proporcionalização de que trata este artigo aplica-se somente às empresas que se dediquem às atividades relacionadas no Anexo I, ou produzam os itens listados no Anexo II, se a receita bruta decorrente dessas atividades ou produção de itens for inferior a 95% (noventa e cinco por cento) da receita bruta total. 4º Caso ultrapassado o limite previsto no 3º, a CPRB será calculada sobre a receita bruta total auferida no mês. 5º As empresas que se dedicam exclusivamente às atividades relacionadas no Anexo I ou à produção de itens listados no Anexo II não estão obrigadas a recolher as contribuições previstas nos incisos I e III do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, nos meses em que não auferirem receita. (destacou-se) 24. Cingindo-se a esses dispositivos, constata-se que a aplicação do regime misto para os produtos contemplados no art. 8º da Lei nº 12.546, de 2011, foi afastada, quando: a receita bruta decorrente das outras atividades desenvolvidas pela empresa for igual ou inferior a 5% (cinco por cento) da receita bruta total, devendo o recolhimento da contribuição, nesta hipótese, ser feito sobre a receita bruta total auferida no mês (art. 9º, 5º e 6º, da Lei nº 12.546/2011, com a redação dada pela Lei nº 12.715/2012); a receita bruta decorrente das outras atividades for igual ou superior a 95% (noventa e cinco por cento) da receita bruta total, hipótese em que não será aplicado o regime misto e tampouco o regime substitutivo, devendo as contribuições ser recolhidas integralmente nos termos do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991 (art. 8º, 1º, II, a, da Lei nº 12.546/2011, com a redação dada pela Lei nº 12.715/2012, e art. 8º, 3º, da Instrução Normativa RFB nº 1.436, de 2013). 25. Nota-se, assim, que o regime misto de contribuição aplica-se apenas quando a receita bruta decorrente de outras atividades não contempladas no art. 8º da Lei nº 12.546, de 2011, for superior a 5% (cinco por cento) da receita bruta total e inferior a 95% (noventa e cinco por cento) da receita bruta total. Conclusão 26. Diante do exposto, conclui-se: 7

Fls. 9 para fins de aplicação do artigo 8º da Lei nº 12.546, de 2011, deverá ser considerado o conceito de industrialização trazido pela legislação do IPI; os produtos classificados no Capítulo 19 da Tipi, a partir de 01/01/2013, ficam sujeitos à contribuição previdenciária substitutiva prevista no art. 8º da Lei nº 12.546, 2011, observada a definição de industrialização trazida pelas normas do IPI, excetuados, a partir de 01/03/2015, os produtos classificados nos códigos 1901.20.00 e 1901.90.90 da Tipi, que, a partir dessa data, não se submetem à sistemática de recolhimento substitutivo; na hipótese de a empresa se dedicar a outras atividades além daquelas previstas nos artigos 7º ou 8º da Lei nº 12.546, de 2011, e não estando seu enquadramento no regime de tributação substitutivo vinculado ao código CNAE de sua atividade econômica principal, o recolhimento da contribuição previdenciária substitutiva deverá ser efetuado nos moldes do art. 9º, 1º, da Lei nº 12.546, de 2011, desde que a receita bruta decorrente das outras atividades não contempladas nos artigos 7º ou 8º da Lei nº 12.546, de 2011, seja superior a 5% (cinco por cento) da receita bruta total e inferior a 95% (noventa e cinco por cento) da receita bruta total. À consideração superior. Assinado digitalmente VANILDE GOULART SILVA Auditora-Fiscal da RFB De acordo. Encaminhe-se à Coordenadora da Copen. Assinado digitalmente MÁRIO HERMES SOARES CAMPOS Auditor-Fiscal da RFB Chefe da Divisão de Tributação/SRRF06 Ordem de Intimação De acordo. Ao Coordenador-Geral da, para aprovação. Assinado digitalmente MIRZA MENDES REIS Auditora-Fiscal da RFB Coordenadora da Copen Aprovo a Solução de Consulta. Publique-se e divulgue-se nos termos do art. 27 da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dê-se ciência ao consulente. Assinado digitalmente FERNANDO MOMBELLI Auditor-Fiscal da RFB Coordenador-Geral da 8