POLÍTICAS PÚBLICAS APLICADAS A SISTEMAS DE GESTÃO 21047312 Bianka Rezende Vicente MOTIVAÇÃO Um sistema de gestão nada mais é do que uma estrutura para continuamente melhorar as políticas, os procedimentos e processos organizacionais. Tal sistema pode ser aplicado à, por exemplo, uma empresa. Basicamente, os sistemas de gestão são diferentes entre si, porém visam os mesmos resultados. São eles: o lucratividade, a competitividade, a tecnologia do produto, a globalização e, inclusive, o crescimento. Alguns desses itens serão discutidos posteriormente. A implementação de um sistema de gestão, quando não extremo, pode ajudar uma empresa a gerenciar riscos (sociais, ambientais, financeiros etc), melhorar a eficácia de operação das máquinas, promover a inovação e melhorar a reputação perante os clientes. Muitas empresas, entretanto, quando adotam um sistema de gestão, visam exclusivamente o lucro, aumentando os riscos sociais entre os funcionários e clientes. E é aí que as políticas públicas atuam. Confesso que coloquei um pouco de minhas frustrações aqui... Portanto, não estranhe se, no meio do texto, houver algum desabafo. Não é nada fácil ser uma futura engenheira, que é apaixonada pelo que faz, porém discorda de muitos problemas sociais acordados em uma empresa. 1 POLÍTICA PÚBLICA APLICADA AO AMBIENTE LABORAL INTERNO Em um ambiente de trabalho, geralmente, cada profissional atua em sua própria área, separadamente. A sugestão de política pública (começando por isso) seria um lugar amplo, sem divisórias e/ou espaços reservados: profissionais trabalhando juntos facilita a comunicação entre áreas, melhora a vivência e ajuda no processo criativo. Dessa maneira, o espaço interno da empresa poderia assemelhar-se a uma grande sala, com diversas (ou apenas uma) mesas redondas, como mostra a figura abaixo:
A engenharia de gestão diz que devemos otimizar o tempo dos funcionários. Quer coisa melhor de economizar o tempo do que isso? O funcionário não precisa ir no outro andar (ou pior, ligar) para conversar: eles estarão sempre pertos, trocando ideias! 2 POLÍTICA PÚBLICA APLICADA AO AMBIENTE EMPRESARIAL EXTERNO O ambiente externo à empresa pode conter um espaço de vivência que propicie o convívio pós-trabalho; mesa de sinuca, sofás, televisão, quadras e, até mesmo, um espaço para exercícios físicos, são exemplos úteis. Ter um ambiente agradável faz com que o funcionário queira permanecer por mais tempo na empresa e se sinta à vontade para compartilhar pensamentos, melhorando a tecnologia e, sobretudo, à pluralização. Pode-se implantar, também, uma sala para discussões de políticas públicas, com um mediador que, em diferentes dias, proponham temas para os funcionários refletirem, relaxarem e pensarem em como agir. A comunicação entre os funcionários e, consequentemente, a proximidade, auxilia na redução do etnocentrismo. Para a empresa, isso é uma consequência também positiva, pois o relacionamento do funcionário para com o cliente também será melhorada.
Empresas, em sua maioria, veem a mesma como um ambiente como um local onde os trabalhadores devem cumprir seu dever a partir das metas. Os empregados se não conseguem cumpri-las, por suas vezes, sentem-se desmotivados, estressados e prejudicam a corporação e todos que estão envolvidos com ela. A urgência de tais políticas públicas é enorme, visto que cada dia mais os funcionários sentem-se coibidos diante de uma corporação. O Google, por exemplo, é uma empresa que já adota tais políticas, como mostram as figuras abaixo:
3 POLÍTICA PÚBLICA RELACIONADA À CONTRATAÇÃO O preconceito na hora da contratação de novos funcionários, na maioria das vezes, é enorme: não pode ter piercing, tatuagem exposta, não pode se vestir fora do jeito padrão (roupa social), não pode ser homossexual, não pode ser transexual, negro e, em certas ocasiões, só pode ser homem. É um erro que, embora grotesco, é comum. E só é comum porque os próprios funcionários seguem tais regras, por medo de perderem o emprego. A contratação, portanto, deve ser feita a partir do indivíduo, da personalidade dele, e não a partir de aparências: afinal, um profissional tatuado pode ser menos preconceituoso e pode conviver melhor com outras pessoas do que um, sem tatuagens. O profissional responsável à contratação deve ser treinado para não cometer erros cometidos pela maioria das corporações. Roupas, tatuagens, orientação sexual são escolhas pessoais, que não interferem no profissionalismo. 4 POLÍTICA PÚBLICA APLICADA À FAMÍLIA É incomum uma mãe poder levar o seu filho à empresa, pois deve amamentar ou porque não quer deixar a família de lado por tanto tempo. É mais comum o filho aprender na escola, habituar-se cada vez menos com os pais, e muito mais com a babá. Por que um pai ou uma mãe não podem levar o filho à empresa? Atrapalha? Atrapalha pois não há um espaço kids, não há interação dos pais com os filhos durante o horário de trabalho. Por que não trazer familiares inclusive idosos à empresa? A empresa, geralmente, é a segunda casa do empregado, mas este não pode se sentir à vontade, não pode ficar perto dos familiares, não pode ficar perto do animal de estimação. Dessa maneira, a proposta seria trazer os filhos à corporação, e estes terem interação com o ambiente interno e externo. Os pais poderiam mostrar aos filhos como é o trabalho, poderiam jogar videogame com o filho no ambiente externo e, por que não, pedir ajuda aos filhos no processo criativo? Já os idosos podem ter um espaço dedicado à culinária e às atividades relacionadas aos diferentes tipos de danças. A cozinha da empresa, desse modo, pode ser composta pelos próprios avós ou pais dos funcionários. Os idosos, assim
como os filhos, também podem participar na empresa ou podem ajudar os netos a desenvolverem atividades. É uma forma de integração que aproxima netos, filhos e a empresa, tornando o ambiente agradável e o convívio também. 5 COMPETITIVIDADE? PRA QUE? Vivemos em um mundo onde a competitividade é muito presente. Pra que fazer distinções de funcionários? Por que aquele funcionário é melhor? Só porque cumpriu a meta? Como ele pode ser tão bom assim se, em um restaurante, ele destrata o garçom? Será que os lucros realmente são importantes, a ponto de descaracterizar o próprio indivíduo? Se é necessário haver um gestor, que este, então, não promova a aceitação da diversidade, que não distingue o funcionário como melhor ou pior, que não promova a divisão. Se a empresa quer que seus funcionários sejam bons, que a empresa seja boa o suficiente, então, para mudar tais conceitos antiquados! 6 UM DIA NA NOVA EMPRESA Imagine, agora, que você é um funcionário desta nova empresa e que, hoje, é um dia útil. Então você acorda naturalmente (sem o seu despertador tocar), toma seu café da manhã com seus filhos, se arruma e vai à empresa. A sua roupa não precisa ser social: ela apenas precisa ser confortável. Chegando lá, você pode explicar seu projeto e pedir para que seu filho imagine e/ou desenhe algo para ajudar na criação, ou você pode sentar no sofá e bater um papo relativo ao projeto com seus colegas de trabalho, a fim de melhorar o processo criativo. Tendo uma ideia, vai até à mesa redonda e trabalha na ideia, até o horário que quiser. Nisso, você ficou com fome. Você se direciona ao refeitório localizado fora do ambiente laboral e lá encontrará diversos pais e avós dos funcionários, que fizeram aquela comida que somente eles sabem fazer. Você, se quiser, pode ajudar a preparar a refeição também, por que não?
Após o almoço é natural que o sono venha. Por isso, você vai redirecionar-se ao dormitório e dormir um pouco (a própria Google, como citada anteriormente, também tem um espaço para cochilos): Você, depois de um tempo, acorda e percebe que seu filho não está mais perto de você. Você se sente desconfortável e vai procurá-lo e percebe que ele, na verdade, está com os outros filhos de funcionários, desenvolvendo atividades físicas onde um professor os acompanha. Você volta ao trabalho e fica até a hora que achar que deve: não tem horário de saída. Ao sair, chama seu filho que, sonolento, dirige-se ao seu colo. Em casa, apenas descansa, para acordar amanhã e ter um novo dia de trabalho que você mesmo vai criar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esperamos, sempre, que a mudança seja nacional. Que, do nada, a partir de amanhã TODAS as escolas sejam diferentes, todas as pessoas mudem, todo o racismo acabe, toda a homofobia acabe. Mas, me pergunto: por que não começamos em pequenas atitudes do dia a dia? Por que tudo deve ser tão padronizado? Por que o único método de avaliar o aluno é a nota que ele tira na prova? Por que o funcionário do mês é melhor que eu?
A minha proposta não é mudar o mundo. Não é minha pretensão. A minha proposta é mudar o que eu vivo, e conseguir plantar em todas as empresas que um dia frequentarei um pouco de política pública. Pode ser que as minhas propostas não sejam assim tão boas, porém é o meu ideal, o que eu gostaria de viver... o que eu acho que é viver. Afinal, muitas pessoas vivem 50 anos da vida dela trabalhando para ganhar dinheiro, comprando coisas que não precisam, com o dinheiro que não têm, para impressionar pessoas que elas não gostam. Para que? Para morrerem e deixarem de lado a única coisa que eles não conseguem substituir: a vida.