Alterações transversais produzidas pela expansão rápida maxilar com diferentes parafusos expansores em pacientes com fissura de lábio e palato

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artigo inédito ) e imediatamente após a remoção dos aparelhos, depois de um tempo médio de 11 meses de tratamento (T 2

Transcrição:

270 Orthod. Sci. Pract. 2013; 6(23):270-277. Alterações transversais produzidas pela expansão rápida maxilar com diferentes parafusos expansores em pacientes com fissura de lábio e palato Transverse changes produced by rapid maxillary expansion with different expander screws in cleft lip and palate patients Giovanna Fuchs Lanes 1 Gabriela Cenci Schmitz 2 Márcia Rejane Brücker 3 Susana Maria Deon Rizzatto 4 Luciane Macedo de Menezes 5 Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar e comparar os efeitos da expansão rápida maxilar em pacientes portadores de fissura de lábio e palato, utilizando aparelhos expansores com dois diferentes tipos de parafusos. A amostra foi constituída por 32 indivíduos com fissura transforame incisivo, com média de idade de 10,6 anos ± 1,73, os quais apresentavam atresia maxilar. Destes, 16 pacientes foram submetidos à expansão com parafuso limitador posterior (Grupo LP) e 16 com parafuso convencional (Grupo C), sendo avaliados em telerradiografias póstero-anteriores em dois momentos: inicial e imediatamente após a expansão. Na comparação entre os grupos (LP e C), foi utilizado o teste de comparações de médias t-student para amostras independentes, com nível de significância de 5%. Verificou-se que houve um aumento das dimensões transversas maxilares em ambos os grupos, porém maior no Grupo C, além disso, observou-se quantidade semelhante de expansão da cavidade nasal em ambos os grupos. Descritores: Técnica de expansão palatina, fenda labial, fissura palatina, cefalometria. Abstract The aim of this study was to evaluate and compare the effects of rapid maxillary expansion (RME) in patients with cleft lip and palate, using palatal expanders with two different jackscrews. The sample consisted of 32 patients, with maxillary constriction and mean age of 10.6 years ± 1.73. Sixteen of them were submitted to RME with fan type screw (Group FT) and 16 with conventional screw (Group C). Both groups were evaluated through postero-anterior cephalograms in two phases: initial and immediately after expansions. To compare LP and C groups Student s t test was used with a 5% significance level. There was an increase in transverse dimensions for both groups, but it was higher in Group C. Similar expansion was observed in the nasal cavity of both groups. Descriptors: Palatal expansion technique, cleft lip, cleft palate, cephalometry. Artigo original / Original article 1 Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial - PUCRS. 2 Aluna do Curso de Mestrado em Ortodontia e Ortopedia Facial - PUCRS. 3 Doutora em Odontologia Diagnóstico Bucal - USP, Professora de Radiologia - PUCRS. 4 Especialista em Ortodontia - UFRGS, Mestre em Ortodontia e Professora de Ortodontia - PUCRS. 5 Doutora e Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial - UFRJ, Professora de Ortodontia - PUCRS. E-mail do autor: ortodontia@lucianemenezes.com.br Recebido para publicação: 04/07/2013 Aprovado para publicação: 19/07/2013

Orthod. Sci. Pract. 2013; 6(23):270-277. 271 Introdução No Brasil, as fissuras de lábio e palato apresentam uma incidência de 1:650 nascimentos 14. Esta má formação resulta da falta de fusão dos processos nasais mediais entre si e destes com os processos palatinos ainda no primeiro trimestre de vida intrauterina. O grau de complexidade das fissuras varia de acordo com a época e duração em que ocorre a ação dos fatores etiológicos sobre o desenvolvimento embrionário 15. A maioria dos casos de fissuras labiais e palatinas tem herança multifatorial, ou seja, são determinados por vários fatores, como genético (gênero, raça, hereditariedade) e/ ou ambiental (drogas, radioterapia, hormônios, deficiências nutricionais, infecções). O indivíduo portador de fissura lábio-palatal apresenta, devido às alterações anatômicas e faciais, diversos distúrbios relacionados, principalmente, às áreas médica, odontológica e fonoaudiológica. Assim, acredita-se que o sucesso do tratamento de pacientes com fissura de lábio e palato esteja na dependência do trabalho de uma equipe multidisciplinar especializada e integrada, incluindo um ortodontista, o qual tratará de desvios do crescimento facial e dos distúrbios oclusais 12. Uma das primeiras condutas consiste na reconstituição cirúrgica das estruturas afetadas pela fissura, através da queiloplastia e palatoplastia. Estas cirurgias exercem um efeito estético e funcional positivo, representando um alívio para os pais e pacientes. Porém, o lábio operado cria uma pressão anormal que determina a aproximação dos segmentos alveolares, resultando em uma discrepância basal com predomínio da atresia maxilar na região anterior, apresentando, muitas vezes, uma relação transversal de molares correta 17,18. Desta maneira, as mordidas cruzadas são as más oclusões mais relevantes nos indivíduos com fissura lábio-palatina, já que existe uma tendência dos segmentos palatinos se aproximarem causando um arco maxilar atrésico. A expansão rápida maxilar tem sido indicada como meio auxiliar terapêutico para anomalias ortodônticas graves, obtendo-se resultados excelentes 10. Dentre os aparelhos de expansão utilizados, os melhores resultados são aqueles obtidos com o aparelho disjuntor tipo Haas. Em alguns casos, para corrigir a deficiência transversal anterior haveria necessidade de uma sobrecorreção exagerada da região de molares para se conseguir a relação transversal correta na região de caninos, sendo uma limitação no tratamento desses pacientes 19. Parafusos expansores alternativos foram desenvolvidos com a proposta de permitir ao paciente fissurado um tratamento mais eficiente. Teoricamente, o parafuso expansor com limitador posterior permite a abertura de maneira gradativa, sendo esta praticamente nula na região posterior e máxima na região anterior 3. Para um correto diagnóstico da necessidade de expansão rápida maxilar, a avaliação radiográfica é de fundamental importância. As radiografias póstero-anteriores representam um importante padrão de avaliação da discrepância transversal esquelética 2,16. Haas 7 (1961) citou que as radiografias póstero-anteriores demonstraram os achados mais importantes em seu estudo, podendo ser observadas alterações marcantes na maxila e cavidade nasal após 21 dias de expansão. Em 1970, este autor 8 ressaltou que a partir dessas radiografias, medidas no plano horizontal, próximas à linha média, poderiam ser feitas e comparadas com certa precisão. Portanto, o presente estudo teve por objetivo determinar as alterações transversais esqueléticas e dentárias observadas na maxila, proporcionadas pela expansão rápida maxilar com dois tipos de parafusos expansores, um com limitador posterior e outro convencional, através de radiografias póstero-anteriores, em indivíduos com fissura transforame incisivo. Material e métodos A amostra foi constituída por 32 indivíduos brasileiros com fissura de lábio e palato transforame incisivo que procuraram tratamento ortodôntico no ambulatório do Centro de Reabilitação de Fissura Lábio Palatal (CERLAP), na Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. A seleção da amostra foi baseada numa escolha aleatória de indivíduos quanto ao gênero, sendo 18 do sexo feminino e 14 do sexo masculino (Tabela 1), e quanto ao tipo de fissura transforame incisivo, bilateral ou unilateral, direita ou esquerda (Tabela 2). A média de idade foi de 10,6 anos ± 1,73. Os pacientes selecionados apresentavam mordida cruzada posterior. Nenhum tipo de tratamento ortodôntico/ortopédico prévio foi realizado. Todos os responsáveis pelos pacientes que concordaram em participar da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aprovado pela Comissão Científica e de Ética da Faculdade de Odontologia da PUCRS e pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital São Lucas da PUCRS. A amostra foi dividida aleatoriamente em dois grupos de 16 indivíduos, sendo um grupo (LP) submetido à expansão rápida maxilar com aparelho disjuntor confeccionado com parafuso expansor do tipo limitador posterior em peça única (Simetric Fan Type Screw) da marca Leone, referência A0515-14, com dimensões de 16 mm x 15 mm e capacidade de expansão de 9 mm. O grupo C foi submetido à expansão rápida maxilar com o mesmo tipo de disjuntor, porém confeccionado com parafuso convencional (Standard Screw) da marca Leone, referência A0805-14, com dimensões de 14 mm x 9,85 mm e capacidade de expansão de 9 mm. O aparelho disjuntor foi composto por quatro anéis (nos primeiros molares decíduos ou primeiros pré-molares e primeiros molares permanentes) e com uma extensão de fio de aço de 1,2 mm adaptado na face palatina dos Lanes GF, Schmitz GC, Brücker MR, Rizzatto SMD, Menezes LM.

272 Orthod. Sci. Pract. 2013; 6(23):270-277. caninos aos primeiros molares permanentes de ambos os lados. Todos os aparelhos foram confeccionados de forma padronizada pelo mesmo operador. O parafuso com limitador posterior em peça única teve a parte referente ao parafuso propriamente dita posicionada na região de segundos pré-molares ou segundos molares decíduos, de forma que o limitador posterior estivesse localizado tangente à face distal dos primeiros molares permanentes. Já o parafuso convencional foi posicionado na região de segundos pré-molares ou segundos molares decíduos (Figura 1). Após 7 dias da cimentação do aparelho foi iniciada a ativação com 2/4 de volta realizadas pelo profissional e orientada a realização de 2/4 de volta diários pelos responsáveis, sendo ¼ de volta a cada 12 horas. A expansão foi interrompida no momento em que se obtinha uma sobrecorreção de 2 a 3 mm de relação transversa, observada quando a vertente vestibular da cúspide palatina do dente superior contatasse com a vertente lingual da cúspide vestibular inferior dos dois lados, em relação cêntrica 13. Esta sobrecorreção no grupo LP foi considerada na região de primeiros molares decíduos ou primeiros pré-molares, verificada na cúspide palatina superior em relação à cúspide vestibular dos primeiros molares decíduos inferiores ou primeiros pré-molares. Já no grupo C, considerou-se a região de primeiros molares permanentes, tendo como referência a vertente vestibular da cúspide palatina superior e vertente lingual da cúspide vestibular do inferior. Com as ativações concluídas, o parafuso foi estabilizado adicionando-se acrílico autopolimerizável ao mesmo, unindo as duas metades do acrílico que foram afastadas durante a expansão. As radiografias póstero-anteriores foram realizadas em dois momentos para ambos os grupos: imediatamente após a cimentação do aparelho expansor (T1) e logo após a fase de ativação da expansão maxilar, quando o parafuso foi estabilizado (T2). Todas as telerradiografias foram realizadas no Serviço de Radiologia da Faculdade de Odontologia da PUCRS, no mesmo aparelho de raios-x, Ortophos Siemens CD (série nº 08194). A partir de cada telerradiografia, foram delineadas as estruturas anatômicas de referência e, após, foram digitalizadas no programa Dentofacial Planner Plus 2.02. Para tanto, foi elaborada uma análise personalizada no programa com pontos pré-determinados, obtendo-se automaticamente linhas, planos e medidas lineares. Foram selecionadas 10 telerradiografias póstero-anteriores, as quais foram retraçadas e redigitalizadas num intervalo de 15 dias após a obtenção dos primeiros registros. Para avaliar a concordância entre a primeira e a segunda medidas, foi utilizado o teste t-student para amostras pareadas em nível de significância 5%, assim como para a comparação entre as duas medições realizadas nos períodos pré-expansão (T1) e logo após a expansão (T2). Os pontos cefalométricos e as medidas utilizadas no estudo estão descritos nas Tabelas 3 e 4 e representados nas Figuras 2 e 3. Na verificação da normalidade dos dados foi utilizado o teste não-paramétrico Kolmogorov-Smirnov. Na comparação entre os grupos LP e C e tipos de fissura (unilateral e bilateral), foi utilizado o teste de comparações de médias t-student para amostras independentes, com nível de significância de 5% 1. No processamento e análise dos dados foi utilizado o software SPSS versão 10.0. Tabela 1 - Caracterização da amostra quanto ao sexo correlacionando com a média de idade, tipo do parafuso utilizado e tipo de fissura transforame incisivo. Sexo N Idade Parafuso convencional Parafuso limitador posterior Fissura unilateral direita Fissura unilateral esquerda Fissura bilateral Feminino 18 10,7a 9 9 2 10 6 Masculino 14 10,6a 7 7 2 9 3 Total 32 10,6a +1,73 16 16 4 19 9 Tabela 2 - Caracterização da amostra quanto ao tipo de fissura transforame incisivo correlacionando com o tipo de parafuso utilizado. Fissura unilateral Fissura unilateral direita esquerda Fissura bilateral Total Grupo LP 3 6 7 16 Grupo C 1 13 2 16 Total 4 19 9 32 Artigo original / Original article Tabela 3 - Descrição dos pontos cefalométricos utilizados nas telerradiografias póstero-anteriores, os quais são localizados dos lados direito e esquerdo. Ponto Localização Z Margem medial da sutura zigomática em sua intersecção com a órbita CN Ponto mais externo da cavidade nasal J Intersecção entre o contorno da tuberosidade e o contorno do processo zigomático do osso maxilar MS Ponto mais proeminente da face vestibular da coroa do primeiro molar superior MI Ponto mais proeminente da face vestibular da coroa do primeiro molar inferior Ag Ponto localizado na porção mais profunda da concavidade formada pela incisura antigonial da mandíbula

Orthod. Sci. Pract. 2013; 6(23):270-277. 273 Tabela 4 - Descrição das medidas cefalométricas utilizadas no estudo. Sigla Descrição IMS Distância intermolar superior THMd Trespasse horizontal vestibular de molares do lado direito THMe Trespasse horizontal vestibular de molares do lado esquerdo CN-CN Largura da cavidade nasal J-J Distância interjugal MXMDd Relação maxilomandibular direita MXMDe Relação maxilomandibular esquerda Zd-Agd Linha facial frontal direita Zd-Age Linha facial frontal esquerda DEF-MSd Deficiência molar superior direita - distância entre os pontos MSd à linha Zd-Agd DEF-MSe Deficiência molar superior esquerda - distância entre os pontos MSe à linha Zd-Age DEF-MId Deficiência molar inferior direita - distância entre os pontos MId à linha Zd-Agd DEF-MIe Deficiência molar inferior esquerda - distância entre os pontos MIe à linha Ze-Age A Figura 1 (A-B) - A) Aparelho expansor com parafuso limitador posterior em peça única (Grupo LP). B) Aparelho expansor com parafuso convencional (Grupo C). B Figura 2 - Pontos cefalométricos utilizados nas telerradiografias póstero-ânteriores. Figura 3 - Medidas cefalométricas utilizadas nas telerradiografias póstero-ânteriores. Lanes GF, Schmitz GC, Brücker MR, Rizzatto SMD, Menezes LM.

274 Orthod. Sci. Pract. 2013; 6(23):270-277. Resultados Os dados coletados da amostra foram avaliados comparando as alterações entre T1 e T2 para cada grupo, entre os grupos e ainda entre os tipos de fissura transforame incisivo (unilateral e bilateral). Ao verificar os tipos de fissura transforame incisivo avaliados, observou-se, no Gráfico 1, que não houve diferença significativa entre os tipos de fissura, na telerradiografia póstero-anteriores, exceto na medida J-J, com p=0,05. As alterações dentárias foram avaliadas nas telerradiografias póstero-anteriores entre T1 (pré-expansão) e T2 (logo após a expansão), podendo ser observadas para o grupo LP e C na Tabela 5. Através dos resultados do teste t-student para amostras pareadas, verifica-se que houve diferença significativa entre os tempos T1 e T2 em todas as comparações realizadas com exceção da medida THMe no grupo LP. Para as medidas que apresentaram diferença significativa, sempre houve um valor superior no período T2. Na Tabela 6, tem-se a comparação das diferenças T1 e T2 das medidas dentárias entre os grupos LP e C. Verifica-se, através dos resultados do teste t-student para amostras independentes, a existência de diferença significativa entre os grupos em todas as medidas avaliadas, com p= 0,01, sendo uma diferença média superior para o grupo C. As alterações esqueléticas avaliadas nas telerradiografias póstero-anteriores entre T1 e T2 podem ser observadas na Tabela 7 para ambos os grupos. Os resultados do teste t-student para amostras pareadas indica que houve diferença significativa entre os tempos T1 e T2 em todas as comparações realizadas, com exceção das medidas MX-MDd, MX-Mde para ambos os grupos (LP e C). Para as medidas que apresentaram diferença significativa, sempre houve um valor superior no período T2. A Tabela 8 compara as diferenças de T1 e T2 das medidas esqueléticas entre os grupos LP e C. Verificou-se a existência de diferença significativa entre os grupos na variável J-J, sendo a média do grupo C superior. Já nas medidas CN-CN, MX-MDd e MX-Mde não houve diferença significativa entre os grupos. Gráfico 1 - Comparação das diferenças T1 e T2 entre os tipos de fissuras: resultado do teste t-student das medidas lineares (mm). Tabela 5 - Comparação entre as medidas dentárias em T1 e T2 no Grupo LP e C. Comparação N Média (mm) Desvio-padrão Diferença Média P Artigo original / Original article GRUPO LP IMS T1 16 57,84 2,90 2,41 0,01* IMS T2 16 60,25 2,73 THMd T1 16 1,09 1,09 0,84 0,01* THMd T2 16 1,93 0,83 THMe T1 16 1,35 1,29 0,46 0,12 THMe T2 16 1,81 1,69 GRUPO C IMS T1 16 57,67 3,55 IMS T2 16 62,11 3,76 6,44 0,01* THMd T1 16 0,69 1,14 THMd T2 16 2,78 1,01 2,09 0,01* THMe T1 16 0,67 1,32 THMe T2 16 3,72 1,33 3,04 0,01*

Orthod. Sci. Pract. 2013; 6(23):270-277. 275 Tabela 6 - Comparação das diferenças entre T1 e T2 das medidas dentárias entre os grupos LP e C. Diferença (T1-T2) Variável N Média LP/C Desvio-padrão Diferença P Diferença (IMS) Grupo LP 16 2,41 1,59 4,93 0,01* Grupo C 16 6,44 1,84 Diferença (THMd) Grupo LP 16 0,84 0,81 1,25 0,01* Grupo C 16 2,09 1,22 Diferença (THMe) Grupo LP 16 0,46 1,12 2,58 0,01* Grupo C 16 3,04 0,85 Tabela 7 - Comparação entre as medidas esqueléticas em T1 e T2 no Grupo LP e C. Comparação N Média (mm) Desvio-padrão Diferença Média P GRUPO LP CN-CN T1 16 31,95 3,91 1,66 0,01* CN-CN T2 16 33,61 3,56 J-J T1 16 63,05 3,16 1,01 0,01* J-J T2 16 64,06 3,19 MX-MDd T1 16 11,91 2,07-0,17 0,46 MX-MDd T2 16 11,74 2,30 MX-Mde T1 16 12,09 2,42-0,18 0,24 MX-Mde T2 16 11,91 2.62 GRUPO C CN-CN T1 16 30,48 2,62 1,79 0,01* CN-CN T2 16 32,28 2,96 J-J T1 16 61,13 2,01 1,79 0,01* J-J T2 16 62,91 2,39 MX-MDd T1 16 11,65 1,96-0,47 0,08 MX-MDd T2 16 11,18 1,62 MX-Mde T1 16 11,42 1,83-0,43 0,08 MX-Mde T2 16 10,99 2.07 Tabela 8 - Comparação das diferenças entre T1 e T2 das medidas esqueléticas entre os grupos LP e C. Diferença (T1-T2) Variável N Média LP/C Desvio-padrão Diferença P Diferença (CN-CN) Grupo LP 16 1,66 0,89 Grupo C 16 1,79 1,00 0,13 0,70 Diferença (J-J) Grupo LP 16 1,01 0,94 Grupo C 16 1,79 1,04 0,78 0,03* Diferença (MX-MDd) Grupo LP 16-0,17 0,90 Grupo C 16-0,47 1,00-0,3 0,38 Diferença (MX-Mde) Grupo LP 16-0,18 0,59 Grupo C 16-0,43 0,91-0,25 0,36 Lanes GF, Schmitz GC, Brücker MR, Rizzatto SMD, Menezes LM.

276 Orthod. Sci. Pract. 2013; 6(23):270-277. Artigo original / Original article Discussão Frente à ação do efeito restritivo das cirurgias reparadoras nos pacientes com fissura de lábio e palato, que resulta em uma discrepância basal com mordida cruzada, propôs-se, neste estudo, avaliar a resposta da expansão maxilar em 32 pacientes portadores de fissura transforame incisivo. Dos 32 pacientes, 23 eram portadores de fissura transforame incisivo unilateral e 9 de fissura transforame incisivo bilateral. Esses pacientes foram igualmente considerados, visto que não houve diferença significativa entre os tipos de fissura (Gráfico 1). A expansão foi obtida, em média, com 17,8 dias para o grupo LP e 18,9 dias para o grupo C, variando entre 14 e 21 dias. Assim como observado por Capelozza Filho et. al. 4 (1995) que pacientes com fissura transforame incisivo unilateral e bilateral apresentam as mesmas características, visto que em ambos os casos há igualmente uma falta de continuidade do lábio, de toda a extensão do palato e do assoalho nasal, verificou-se que não houve diferença significativa na resposta apresentada entre os pacientes portadores de fissura unilateral e bilateral, para todas as medidas avaliadas (Gráfico 1), exceto para a medida J-J, sem relevância clínica. Quanto às alterações dentárias, a medida intermolares avaliada nas telerradiografias póstero-anteriores mostrou uma diferença significativa entre os grupos, coincidindo com os achados de Doruk et al. 6 (2004), o qual realizou expansão rápida maxilar com dois tipos de parafuso (limitador posterior e convencional) em pacientes sem fissura, observando, na mesma região, uma expansão significativamente menor nos pacientes submetidos à expansão com limitador posterior. No estudo de Meneguzzi et al. 9 (2011), realizado em typodont, com diferentes tipos de parafusos com limitador posterior, pôde ser notada a maior expansão na região entre segundos pré-molares e entre primeiros molares com o parafuso da marca Leone, o qual também foi utilizado na presente pesquisa. Ensaios laboratoriais são relevantes, pois a deficiência maxilar pode ser reproduzida no typodont e aparelhos disjuntores podem ser fixados simulando a expansão que acontece nas arcadas dentárias. Para Rickets 11 (1991), o valor do trespasse horizontal na região de molares (equivalentes às medidas THMd e THMe) deve ser 1 mm ± 1 mm, onde o molar superior está mais vestibular que o molar inferior. Segundo este, valores inferiores representariam mordida cruzada lingual e acima de 3 mm, mordida cruzada vestibular. Nesta amostra, o trespasse horizontal dos pacientes se apresentava adequado (medidas THMd e THMe nas tabelas 5 e 6). Após a ERM, os pacientes do grupo LP mantiveram a quantidade de trespasse horizontal dentro da média (Tabela 5). Já no grupo C, os valores ficaram acima da média preconizada por Rickets 11 (1991), indicando que a expansão resultou em um aumento além do desejado na região de molares. Este fato foi comentado por Timms 19 (1981) como uma desvantagem da expansão realizada com este tipo de parafuso em pacientes com atresia anterior e relação transversal correta nos molares, devido à sobrecorreção desnecessária na região posterior. O ideal seria expandir de maneira diferenciada na região anterior e posterior de modo que não necessitasse a sobre-expansão da região posterior para a correção da região anterior. Quanto às alterações esqueléticas, considerando-se as medidas transversais nas telerradiografias póstero- -anteriores, observou-se que, em ambos os grupos, as variáveis avaliadas apresentaram um aumento significativo em T2, exceto a medida da relação maxilomandibular do lado direito e esquerdo (MX-MDd e MX-MDe), conforme pode-se observar nas Tabelas 7 e 8. Com relação à modificação transversal da cavidade nasal (CN-CN), de T1 para T2, verificou-se que houve um aumento significativo desta medida em ambos os grupos (Tabela 7), fato também semelhante à expansão, observado por Chung 5 (2004) em pacientes com fissura. Entretanto, quando comparado entre os grupos, não houve diferença estatisticamente significativa nesta medida (Tabela 8), demonstrando uma semelhança na quantidade de expansão na cavidade nasal com ambos os parafusos. A medida realizada no ponto jugal (J-J) referente à quantidade de expansão obtida na base óssea da maxila revelou que a quantidade de expansão foi significativamente maior no grupo C (Tabela 7), evidenciando a capacidade de limitação da expansão posterior no grupo LP. Quanto à relação maxilomandibular (MX-MDd e MX-MDe) em T1, a média desta dimensão apresentou-se dentro da norma clínica preconizada por Rickets 11 (1981), entre 10 ± 1,5 mm, confirmando o diagnóstico clínico da amostra com relação à característica apresentada pelos pacientes na região posterior. Em T2 esta variável não se alterou significativamente, entretanto, observou-se uma maior redução, apesar de não significativa, no grupo C, indicando maior expansão maxilar. Conclusão Pode-se concluir que as alterações transversais da maxila, em pacientes com fissura de lábio e palato, decorrentes da expansão com parafuso limitador posterior (Grupo LP) e com parafuso convencional (Grupo C): Promoveram um aumento das dimensões transversas maxilares em ambos os grupos, porém maior no grupo com parafuso convencional; Resultaram em quantidade semelhante de expansão na cavidade nasal em ambos os grupos.

Orthod. Sci. Pract. 2013; 6(23):270-277. 277 Referências bibliográficas 1. Arango H. Bioestatística teórica e computacional. Rio de Janeiro: Guanabara, 2001. 2. Betts N.J., Vanarsdall R.L., Barber H.D., Higgins-Barber K., Fonseca R.J. Diagnosis and treatment of transverse maxillary deficiency. Int J Adult Orthodon Orthognath Surg. 1995 Feb;10(2):75-96. 3. Capelozza Filho L., Mazzottini R., Abdo R.C. Expansão rápida da maxila em fissurados adultos. Ars Curandi Odontol. 1980 Aug;7(5)209-224. 4. Capelozza Filho L., Freitas J.A.S., Freitas P.Z., Capelozza J.A.Z. Ortodontia na dentadura mista em pacientes com fissura: avaliação da efetividade pelo exame da oclusão na dentadura permanente. Ortodontia. 1995 Mai/Ago; 28(2):71-8. 5. Chung C., Font B. Skeletal and dental changes in the sagital, vertical, and transverse dimensions after rapid palatal expansion. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Nov;126(5):569-575. 6. Doruk C., Bicakci A.A., Basciftci F.A., Agar U., Babacan H. Comparison of the effects of rapid maxillary expansion and fun-type rapid maxillary expansion on dentofacial structures. Angle Orthod. 2004 Apr;74(2):184-194. 7. Haas A. Rapid expansion of the maxillary dental arch and nasal cavity by opening the midpalatal suture. Angle Orthod. 1961 Apr;31(2):73-79. 8. Haas A. Palatal expansion: just the beginning of dentofacial orthodontics. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1970 Mar;57(3):219-255. 9. Meneguzzi R.D., Menezes L.M., Rizzatto S.M.D. Comparative analysis of rapid maxillary expansion using three brands of fan-type expander screw: Laboratory trial using typodont. Dental Press J Orthod. 2011 Sept/Oct;16(5):119-26. 10. Petrelli E. Ortodontia contemporânea. 2 ed. São Paulo: Sarvier, 1993. 11. Rickets R.M. Perspectives in the clinical application of cephalometrics: the first fifthy years. Angle Orthod. 1981 Apr;51(2):115-150. 12. Rocha R., Telles C.S. O problema das fissuras lábio-palatais: diagnóstico e aspectos clínicos. Rev Soc Bras Ortodontia. 1990 Jul/Set;1(6):178-192. 13. Silva Filho O.G., Capelozza Filho L. Expansão rápida da maxila: preceitos clínicos. Ortodontia. 1988 Jan/Jun;21(1)4-69. 14. Silva Filho O.G., Almeida R.R. Fissuras lábiopalatinas - o que o cirurgião dentista precisa saber. Rev Faculdade Odontol Lins. 1992 Jul/Dez;5(5):7-18. 15. Silva Filho O.G., Capelozza Filho L., Werneck V.A., Freitas J.A.S. Abordagem ortodôntica ao paciente com fissura unilateral completa de lábio e palato. Ortodontia. 1998 Set/ Dez;31(3):32-34. 16. Snodell S.F., Nanda R.S., Currier G.F. A longitudinal cephalometric study of transverse and vertical craniofacial growth. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993 Nov;104(5):471-483. 17. Subtelny J.D. Orthodontic treatment of cleft lip and palate, birth adulthood. Angle Orthod. 1996 Oct;36(4):273-292. 18. Suzuki A., Takahama Y. A jointed fan-type expander: a newly designed expansion appliance for the upper dental arch of patients with cleft lip and/or palate. Cleft Palate J. 1989 Jul;26(3):239-41. 19. Timms D.J. Rapid maxillary expansion in cleft palates. In Rapid maxillary expansion. Chicago: Quintessence; 1981. p. 93-102. Lanes GF, Schmitz GC, Brücker MR, Rizzatto SMD, Menezes LM.