2º Relatório de Progresso do Projecto PTDC/AGR- AAM/098100/2008 EUTROPHOS

Documentos relacionados
3º Relatório de Progresso do Projeto PTDC/AGR- AAM/098100/2008 EUTROPHOS

Gestão integrada do fósforo para controlo da eutrofização em bacias hidrográficas - EUTROPHOS. O caso da bacia hidrográfica do Enxoé

Avaliação do risco de degradação da qualidade da água em bacias hidrográficas agrícolas em situação de cheia

Ponto 8 do Relatório Final do Projecto PTDC/AGR- AAM/098100/2008 EUTROPHOS

Modelação Hidrológica e de Qualidade da Água no Enxoé.

Avaliação do risco de degradação da qualidade da água em bacias hidrográficas agrícolas em situação de cheia

Tarefa 2 - Monitorização de nutrientes e atividade trófica na albufeira do Enxoé

Erosão Hídrica Potencial na área da Bacia da Ribeira do Enxoé

UTILIZAÇÃO DO MODELO HIDROLÓGICO DO NÚMERO DE ESCOAMENTO/CURVA PARA ESTIMAR O ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM PEQUENAS BACIAS

Quantidade e Qualidade da Água em Alqueva

CALAGEM COMPACTA O SOLO? FATOS E HIPÓTESES

METODOLOGIAS PARA UM MELHOR PLANEAMENTO E GESTÃO DO USO DO SOLO AGRÍCOLA ATENDENDO À VULNERABILIDADE DOS AQUÍFEROS À POLUIÇÃO DIFUSA

MÓDULO 3 MODELAÇÃO INTEGRADA DE ECOSSISTEMAS

Salinização do Solo: Causas e Prevenção

Salinização do Solo: Causas e Processos de Controle

Título do sub-projecto. Produção de suínos ao ar livre: avaliação de efeitos ambientais

CARTA AGRÍCOLA DO ANO DE 2007/200 /2008 OBRA DE REGA DA CAMPINA DE IDANHA. Albufeira Marechal Carmona ELEMENTOS ESTATÍSTICOS REFERENTES A 2008

A Gestão do solo: Base da Sustentabilidade da Agricultura

EcoVitis Maximização dos serviços do ecossistema vinha na Região Demarcada do Douro

Protocolo Gessagem. Doses de gesso agrícola e seu residual para o sistema de produção soja/milho safrinha

A importância da monitorização da água e do solo no Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva

REGIÃO HIDROGRÁFICA 6 Volume I Relatório

Um Laboratório de Ecologia Aquática: O caso da Albufeira do Azibo Ana M. Geraldes

Caracterização e Enquadramento da região ZV de Elvas

PROPOSTA DE TRABALHOS

DEFINIÇÃO DAS REDES DE MONITORIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

Pastagens de sequeiro: produtividade e efeito na fertilidade do solo

Calagem no Sistema Plantio Direto para Correção da Acidez e Suprimento de Ca e Mg como Nutrientes

Rede de Informação de Contabilidade Agrícola RICA / FADN

Protocolo. Enxofre. Resposta da cultura da sojaa fontes e doses deenxofre

O evento de 20/02/2010 na Ilha da Madeira: Caracterização dos deslizamentos e da sua contribuição para o transporte de sedimentos

Bases de dados das Propriedades dos Solos

AVALIAÇÃO METEOROLÓGICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA NUCLEO DE GEOLOGIA PROPRIEDADES DO SOLO. Profa. Marciléia Silva do Carmo

Efeitos da Ocupação e Uso do Solo na Ecohidrologia de Pequenas Bacias Hidrográficas

Salinização do Solo: Causas e Prevenção

ÁGUA SUBTERRÂNEA BAIXO MONDEGO

BPUFs para milho em Mato Grosso do Sul informações locais. Eng. Agr. M.Sc. Douglas de Castilho Gitti

Estado de fertilidade do solo em áreas de montado de sobro

Modelação do Ambiente Marinho

Situação de Seca Meteorológica 31 outubro 2015

Noções elementares de água no solo

8. Programas de Monitorização e Cronograma de Acções e Medidas

MONITORIZAMOS CONTRIBUÍMOS O TEMPO O CLIMA A ACTIVIDADE SÍSMICA. PARA UM MUNDO MAIS SEGURO e UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. à frente do nosso tempo

PHD-5004 Qualidade da Água

%

MONITORAMENTO EDÁFICO HÍDRICO

Experimento Correção de P (safra 2010/11 a 2015/16)

Situação de Seca Meteorológica 31 Outubro 2016

IMPORTÂNCIA DA MONITORIZAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS

APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

Nome do Sítio Experimental: Cruz Alta. Localização e Mapas do Sítio Experimental: Latitude: Longitude: Altitude: 432 m

SENSORES NA ANÁLISE DE SOLOS

Geotécnica Ambiental. Aula 2: Revisão sobre solos

Agricultura de Conservação e Eficiência do Uso de Factores no Ambiente Mediterrânico. Mário Carvalho

Protocolo. Boro. Cultivo de soja sobre doses de boro em solo de textura média

Caracterização de anos secos e chuvosos no Alto do Bacia Ipanema utilizando o método dos quantis.

Solo características gerais. Definição: solo = f(rocha+ clima + relevo+biota)

Alturas mensais de precipitação (mm)

Protocolo. Dinâmica do K. Dinâmica do potássio em solo de textura arenosa

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Infiltração e água no solo. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014

ANÁLISE DE LIMIARES E PROCESSOS DE GERAÇÃO DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM UMA ENCOSTA DA LAGOA DO PERI-SC

Protocolo. Parcelamento do K. Doses e parcelamento daadubação potássica para o cultivo da soja em solo arenoso

Amendoeira nas regiões de clima mediterrânico

Água no Solo. V. Infiltração e água no solo Susana Prada. Representação esquemática das diferentes fases de um solo

NUTRIÇÃO MINERAL GÊNESE DO SOLO. Rochas da Litosfera expostas ao calor, água e ar. Alterações físicas e químicas (intemperismo)

O SOLO COMO F0RNECEDOR DE NUTRIENTES

DENSIDADE DO SOLO E DENSIDADE DE PARTÍCULAS

A seção 4 está localizada a uma altitude de 560 metros. coordenadas 19º29'10'' de latitude sul e 49º12'48'' de longitude oeste, sendo representadas

As Forragens de Regadio como Estratégia de Sustentabilidade da Produção Pecuária (e do Território) Mário Carvalho

Resumo Não Técnico CAS Barrocas S.A. Licença Ambiental da suinicultura da Herdade da Figueirinha

MODELAÇÃO MATEMÁTICA DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS DA REGIÃO DE MOURA

Agricultura de Conservação na Perspectiva da Agricultura Familiar no Alentejo. Mário Carvalho

Monitorização da Qualidade das Águas e dos Sedimentos

O Papel da Agricultura Familiar na conservação dos Recursos Naturais. Conferência Internacional A Pequena Agricultura Familiar: Chayanov revisitado?

RISCO DE INTRUSÃO SALINA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - GESTÃO INTEGRADA DE ÁGUA SUBTERRÂNEAS

FORWARD Bacias hidrográficas. João Pedro NUNES 16-Abril-2010

USO DE POLÍMERO HIDRO RETENTOR PARA O PLANTIO DE CAFÉ ARÁBICA: DOSES E FORMAS DE APLICAÇÃO

EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A. Estudo de Impacte Ambiental da Rede Primária do Subsistema de Rega do Ardila

Figura 1 Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 30 de novembro e em 15 de dezembro de 2012.

Centro Experimental de Erosão de Vale Formoso: Passado, Presente e Futuro

Projeto: Modelagem de Coberturas Secas em Rejeitos de Carvão Grupo 25

ESTADO DE FERTILIDADE DOS SOLOS E DE NUTRIÇÃO DE OLIVAIS DA BEIRA INTERIOR E DO ALENTEJO

Reabilitação da célula de lamas não estabilizadas da ETAR de Alcanena Sessão Pública no Concelho de Alcanena

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E MINERALÓGICAS TÊM COMO OBJETIVO COMPLEMENTAR AS DESCRIÇÕES MORFOLÓGICAS

DENSIDADE DO SOLO 1. INTRODUÇÃO 2. CONCEITOS

Eco new farmers. Módulo 2 Solos e nutrientes vegetais. Sessão 2 O sistema planta/solo

Adubação com Dejetos Animais na Carolina do Norte

ADAPTACLIMA EPAL (FC-UL) Modelação hidrológica (UA), hidrodinâmica e de qualidade da água (FCT/UNL)

Capítulo 2 Métodos diretos. Capítulo 2

DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DE APOSENTADORIA - FORMAÇÃO DE CAPITAL E ESGOTAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES

DECLARAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL PROJECTO DE ALTERAÇÃO DA UNIDADE INDUSTRIAL DA COMPAL

MONITORAMENTO EDÁFICO HÍDRICO

ESTUDO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS NO ESTUÁRIO DO RIO GUADIANA E ZONAS ADJACENTES

Pós-Graduação e Mestrado em Viticultura Departamento de Agronomia. Monitorização da cultura da vinha UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

RECUPERAÇÃO DE SOLOS DEGRADADOS POR SAIS

REDUÇÃO DA SALINIDADE E DA SODICIDADE EM SOLOS IRRIGADOS: AÇÃO DA IRRIGAÇÃO, LAVAGEM, CORRETIVOS QUÍMICOS E INSUMOS ORGÂNICOS

8. Para o traçado do perfil longitudinal de determinado curso de água determinaram-se os seguintes pontos. x (km) z (m)

Fluxos de carbono e água num montado de sobreiro: clima e descortiçamento. A importância do solo e da água na conservação do montado de sobro

Transcrição:

2º Relatório de Progresso do Projecto PTDC/AGR- AAM/981/28 EUTROPHOS T1. Avaliação da erosão em função do uso do solo 1.1. Identificação das zonas com maior risco potencial de erosão Foi efectuada a carta do risco potencial de erosão do solo na bacia hidrográfica do Enxoé com recurso ao modelo PESERA (Fig. 1.1 no Anexo). 1.3. Propriedades do solo Conclui-se a caracterização físico-química (Quadro 1.1) e a determinação das propriedades hidráulicas dos solos dos dois talhões de erosão instalados, num olival intensivo e num montado, no 1º ano do projecto (Quadros 1.2 e 1.3 e Fig. 1.2): Olival - Pc (Foto 1.1). Montado - Pg (Foto 1.2). 1.4. Instrumentação dos locais de ensaio Instalou-se o 3º talhão de erosão em Novembro de 211, num Montado com pastoreio num solo derivado de xisto (Foto 1.3). 1.5. Séries temporais nos talhões de erosão Continuação da monitorização da quantidade de água de runoff e de sedimentos arrastados em cada um dos 2 talhões (os parâmetros monitorizados são os indicados no 1º relatório de progresso). Temos um total de 4 datas de monitorização dos ensaios, das quais 11 no olival e 13 no montado em que houve água e sedimentos para recolha. Verificou-se um total de erosão de 173 kg/ha no montado e de 42 kg/ha no olival intensivo, no período Jan. 21 a Nov. 211 (Fig. 1.3). 1.6. Instrumentação no rio 1

Os equipamentos (sonda ISI e colhedor automático) que tinham sido instalados em Out. 21 foram retirados em fins de Jun. 211. Foram calibrados no laboratório e de novo instalados em Out. 211 quando o rio voltou a ter água corrente. 1.7. Amostragens automáticas Continuou-se a monitorização automática e manual no rio Enxoé e apenas manual na Ribeira de Vale do Vargo. No período de Out. 21 a Jun. 211 acompanharam-se 4 eventos de cheias: (i) 1 cheia de Outono, (ii) 2 cheias de Inverno e (iii) 1 cheia de Primavera (Fig. 1.4). As determinações analíticas nas águas colhidas manualmente e pelo colhedor automático são as mesmas dos talhões de erosão. Encontram-se analisadas 14 amostras (até Jun. 211), em relação aos parâmetros indicados no 1º relatório de progresso. Exemplos das séries temporais obtidas encontram-se nas Fig. 1.5 a 1.9. T2. Monitorização dos nutrientes e actividade trófica no reservatório 2.1. Campanhas mensais Foram realizadas campanhas mensais de 21/9/1 a 1/3/12, com recolha de amostras junto ao muro do paredão, no centro da albufeira e próximo da principal entrada de água, a 2 profundidades (superfície e fundo). Os parâmetros físico-químicos determinados foram: NH 4, N total, N Kjeldahl, NO 3, NO 2, P total, fosfatos, P particulado, MO, SST. Exemplos dos resultados obtidos encontram-se nas Fig. 2.1 a 2.3. Para a análise do fitoplâncton fizeram-se amostras compostas da zona eufótica para determinação da clorofila (Fig. 2.4), identificação e quantificação de fitoplâncton e biovolume específico (Fig. 2.5). 2.2 Campanhas sazonais Realizaram-se 24 campanhas (nos 3 locais) para análise de perfis sazonais verticais e longitudinais no reservatório: profundidade, temperatura, turbidez, oxigénio dissolvido, ph, e potencial redox (Fig. 2.6 e 2.7). 2.3 Campanhas para recolha de sedimentos do fundo 2

Os sedimentos foram colhidos, moídos e estão a ser analisados em relação à MO, P total e N total. T3. Modelação da dinâmica do P e do N 3.1. Acoplamento do módulo de erosão ao MOHID-Land Estão em curso simulações do modelo com o módulo de erosão aplicado aos ensaios de erosão descritos no trabalho de campo. O trabalho iniciou-se com a comparação do volume gerado e prossegue com a validação do material sólido transportado. 3.3. Implementação do modelo ao nível da parcela Foi desenvolvido um módulo de mineralização da matéria orgânica, e está em fase de testes com o modelo de crescimento de vegetação. Esses testes são feitos à escala da parcela e inicialmente são utilizados os dados obtidos em projectos anteriores para validação dos processos. 3.9. Modelação da bacia hidrográfica com o SWAT Modelo implementado e simulações feitas para os últimos 4 anos. Os resultados obtidos são a referência para os desenvolvimentos a levar a cabo no projecto. Serão feitas novas simulações com os novos dados de solos para verificar a influência nos resultados (Fig. 4.1 a 4.6). 3.1. Modelação da bacia hidrográfica com o MOHID-Land Modelação hidrológica e comparação com resultados do SWAT já efectuados. Os modelos dão resultados semelhantes à escala do mês. O MOHID dá resultados também à escala das horas e permite mais detalhe na simulação da dinâmica dos sedimentos. Será efectuada a validação dos resultados com nutrientes comparando com dados de campo recolhidos, beneficiando das implementações ao nível do ensaio de erosão e do modelo de mineralização ao nível da parcela. 3.12. Modelação do reservatório com o CE-QUAL-2E O modelo de reservatório está implementado e as cargas descritas com o SWAT estão a ser consideradas. A validação será efectuada com base nos dados presentes no SNIRH e nos dados recolhidos no projecto. 3

T4. Impactos ambientais, económicos e sociais 4.1. Caracterização dos sistemas agrários 4.2. Recolha de informação Os sistemas de produção identificados com base no RICA, para o concelho de Serpa, correspondem a explorações especializadas em Olival, Ovinos, explorações mistas de Herbívoros (ovinos+bovinos) com área inferior e superior a 25 ha e de Policultura. Em média, as explorações mais especializadas como Olival e Ovinos têm áreas bastante inferiores às explorações de Herbívoros e Policultura (Quadro 4.2.). A distinção entre os sistemas de produção de herbívoros está na importância relativa que ovinos e os bovinos representam no produto sendo que os ovinos apresentam maior importância quando a área é menor e os bovinos na situação inversa, ou seja, quando a área é maior (Quadros 4.3 a 4.5). T5. Divulgação dos resultados e gestão 5.1. Disseminação Construção da página de internet http://eutrophosproject.wordpress.com/ 5.2. Gestão Reunião, com a equipa do projecto, no dia 28/6/11, na Universidade de Évora. 4

Anexo do 2º Relatório de Progresso do Projecto PTDC/AGR- AAM/981/28 EUTROPHOS Índice 1. Tarefa 1. Avaliação da erosão em função do uso do solo...6 1.1. Carta dos riscos potenciais de erosão do solo da bacia hidrográfica do Enxoé (1ª versão)... 6 1.2. Descrição dos perfis de solo representativos dos talhões de erosão... 6 1.3. Caracterização física e química das amostras de solo correspondentes aos perfis P155 e P156... 9 1.4. Caracterização hidrodinâmica das amostras no estado natural dos perfis de solo P155 e P156... 1 1.5. Parâmetros de ajustamento das curvas de retenção de água e da condutividade hidráulica... 1 1.6. Curvas de retenção de água no solo e da condutividade hidráulica... 11 1.7. Instalação do 3º talhão de erosão num montado pastoreado com solo derivado de xisto... 12 1.8. Séries temporais nos talhões de erosão... 12 1.9. Séries temporais no rio Enxoé... 13 2. Tarefa 2 Monitorização dos nutrientes e actividade trófica no reservatório do Enxoé...16 2.1. Exemplos de resultados obtidos nas campanhas mensais no reservatório... 16 3. Tarefa 3 Modelação da dinâmica do P e do N na bacia hidrográfica e no reservatório...2 3.1. Exemplos de resultados obtidos com o modelo SWAT... 2 4. Tarefa 4. Impactos ambientais, económicos e sociais resultantes das alterações das práticas culturais...26 4.1. Caracterização dos principais sistemas agrícolas do Concelho de Serpa (Bacia do Enxoé) com base nos dados da Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA).... 26 5. Tarefa 5 - Divulgação dos resultados e gestão...3 5

1. Tarefa 1. Avaliação da erosão em função do uso do solo 1.1. Carta dos riscos potenciais de erosão do solo da bacia hidrográfica do Enxoé (1ª versão) Figura 1.1. Carta dos riscos potenciais de erosão do solo determinada com o modelo PESERA, para a bacia hidrográfica do Enxoé. 1.2. Descrição dos perfis de solo representativos dos talhões de erosão Talhão de erosão com olival intensivo como uso do solo Perfil de solo P155 Classificação: Cardoso (1974): Solo Calcário Pardo Para-Barro de calcários não compactos associados a gabros (Pc ). Carta de Solos 43-D (533) Localização: freguesia de Salvador, Concelho de Serpa; Latitude (N):37º 57 41,6, Longitude (W): 7º 25 11,4 Topografia: zona de encosta, com declives suaves (3 a 5%) Drenagem superficial: boa Drenagem interna: boa Risco de erosão: ligeiro a moderado Uso da terra: olival intensivo (6 7m) sem revestimento na entrelinha 6

Data: 211, 3 de Fevereiro Descrição efectuada por: J. Casimiro Martins e F. Pereira Pires Horizonte /camada Prof. (cm) Descrição Ap -35 Pouco húmido; pardo oliváceo claro (2,5 Y 5/4, seco) e pardo oliváceo (2,5 Y 4/4, húmido), apresentando fendilhamento à superfície do solo; textura francoargilosa, com bastantes elementos grosseiros (saibro, cascalho e pedras miúdas de gabro e calcário); estrutura anisoforme subangulosa grosseira e média, forte, composta de granulosa média e fina; compacidade pequena; muito poroso com poros muito finos; extremamente rijo e friável; com bastantes raízes médias e finas; reacção viva a muito viva ao HCl a 1%; transição plana abrupta. C 35-7 (Fundo da cova) Material originário de gabro bastante meteorizado associado a depósitos calcários; cor acinzentada escura com manchas esbranquiçadas do calcário. Foto 1.1 Perfil P155 Solo Pc Talhão de erosão com montado pastoreado como uso do solo Perfil P156 Classificação: Cardoso (1974): Solo Litólico Não Húmico de granitos (Pg). Carta de Solos 43-D (523). Localização: freguesia de Salvador, Concelho de Serpa; Latitude (N):37º 57 41,6, Longitude (W): 7º 25 11,4 Topografia: zona ondulada, com declives suaves a moderados (3 a 8%) Drenagem superficial: boa 7

Drenagem interna: boa Risco de erosão: ligeiro Uso da terra: aveia Data: 211, 3 de Fevereiro Descrição efectuada por: J. Casimiro Martins e F. Pereira Pires Horizonte /camada Prof. (cm) Descrição Ap -2 Pouco húmido; pardo pálido (1 YR 6/3, seco) e pardo (1 YR 5/3, húmido); textura areno-franca, com bastantes elementos grosseiros (saibro, cascalho e pedras miúdas de quartzo e feldspato); estrutura granulosa fraca ou sem estrutura; compacidade mínima; muito poroso com poros médios, finos e muito finos; consistência solta (estados seco e húmido); com bastantes raízes finas e muito finas; sem efervescência ao HCl a 1%; transição plana abrupta. C 2-7 (Fundo da cova) Material originário de granitos, muito meteorizado (arenizado); pardo muito pálido a esbranquiçado; sem estrutura; friável; sem efervescência ao HCl a 1%. Foto 1.2. Perfil P156 Solo Pg 8

1.3. Caracterização física e química das amostras de solo correspondentes aos perfis P155 e P156 Quadro 1.1. Características físicas e químicas das amostras de terras crivadas correspondentes aos perfis de solo P155 e P156 Local P155 P156 Prof. (cm) -35-2 Amostra nº 55869 5587 Textura Francoargilosfranca Areno- Humidade (%) 5.16.71 Areia Grossa (g kg -1 ) 18.65 56.8 Areia Fina (g kg -1 ) 34.53 26.38 Limo (g kg -1 ) 18.22 11.62 Argila (g kg -1 ) 28.6 5.2 ph (H 2 O) 8.69 6.34 CE (ds m -1 ).252.354 SAR (meq L -1 ),5.244.483 Cl (mmol (c) L -1 ).253.795 Ca.81.38 Csolúveis Mg.4.13 (cmol (c) kg -1 ) Na.11.12 K.1.14 Σ Catiões solúveis (cmol (c) kg -1 ).97.78 Ca 39.341 2.45 Cextraíveis Mg.718.345 (cmol (c) kg -1 ) Na.58.35 K.97.33 Σ Catiões extraíveis (cmol (c) kg -1 ) 4.214 3.133 Ca 39.26 2.412 Ctroca Mg.714.332 (cmol (c) kg -1 ) Na.47.23 K.96.288 Σ Catiões de troca (cmol (c) kg -1 ) 4.117 3.55 CTC (cmol (c) kg -1 ) 4.117 7.557 ESP (%).117.3 V (%) 1 4.4 N inorgânico - N-NO 3 1.993 18.3 (mg kg -1 ) + N-NH 4.9.18 N total (g kg -1 ).52.59 M. O. (g kg -1 ) 8. 11.7 P 2 O 5 assimilável (mg kg -1 ) 115 26 K 2 O assimilável (mg kg -1 ) 38 18 9

1.4. Caracterização hidrodinâmica das amostras no estado natural dos perfis de solo P155 e P156 Os valores médios das características hidrodinâmicas (teores de água retida, em cm 3 cm - 3, entre tensões ou pressões de,25 kpa e 15 kpa (pf,4 e pf4,2) e da massa volúmica aparente das amostras no estado natural dos 2 perfis de solo estudados são apresentados no Quadro 2. Quadro 1.2. Características físicas (valores médios observados) das amostras no estado natural de 2 perfis de solo (P155 a P156). Teores de água retida a diferentes pf (sucções ou pressões) e massa volúmica aparente (Mva) Perfil P155 P156 Prof. (cm) -35-2 pf (cm 3 cm -3 ) (cm 3 cm -3 ).4.4859.379 1..4615.381 1.5.4293.238 1.8.481.24 2..3776.1926 2.5.383.125 3..2582.84 3.4.212.533 4.2.1642.243 Mva (g/cm 3 ) 1.362 1.549 1.5. Parâmetros de ajustamento das curvas de retenção de água e da condutividade hidráulica Os parâmetros de ajustamento das curvas de retenção de água e da condutividade hidráulica, segundo o modelo de Mualem-van Genuchten, correspondentes aos 2 perfis de solo são indicados nos Quadro 3. Quadro 1.3. Parâmetros obtidos no ajustamento do modelo Mualem-van Genuchten para a curva de retenção de água e para a curva de condutividade hidráulica dos Perfis P155 a P156 Perfil P155 P156 Prof. (cm) -35-2 θ r.393.96 θ s.5134.4112 α.1258.1395 η 1.168 1.3221-3.564-2.845 K s 232.1 362.5 1

Teor de água (cm 3 cm -3 ) K (cm d -1 ) Teor de água (cm3 cm-3) K (cm d -1 ) 1.6. Curvas de retenção de água no solo e da condutividade hidráulica Nas Figuras abaixo indicadas mostram-se, para os 2 perfis de solo, as curvas de retenção de água no solo e da condutividade hidráulica, com os valores experimentais obtidos por diversos métodos laboratoriais quer para a retenção de água no solo quer para condutividade hidráulica bem como os valores ajustados com o modelo de Mualem-van Genuchten..6.5.4 Curva de retenção da água no solo P155 (-35 cm) Lab. MvG 1E+3 1E+1 1E-1 Condutividade Hidráulica P155 K-obs Mvg.3 1E-3.2.1. 1 2 3 4 5 log h (cm) 1E-5 1E-7 1E-9 1 2 3 4 5 6 log h (cm).6 Curva de retenção da água no solo P156 (-2 cm) 1E+3 Condutividade Hidráulica P156.5 1E+1 K-obs Mvg.4 Lab. 1E-1.3 MvG 1E-3.2.1. 1 2 3 4 5 log h (cm) Figura 1.2. Curvas de retenção de água no solo e da condutividade hidráulica. Valores medidos e simulados com o modelo de Mualem-van Genuchten. 1E-5 1E-7 1E-9 1 2 3 4 5 6 log h (cm) 11

Precipitação (mm) 1.7. Instalação do 3º talhão de erosão num montado pastoreado com solo derivado de xisto Foto 1.3. Instalação do 3º talhão de erosão 1.8. Séries temporais nos talhões de erosão 8 7 6 5 4 3 2 Series1 Montado olival 8 7 1 1 3-12-9 21-6-1 7-1-11 26-7-11 11-2-12 6 5 4 3 2 Erosão (kg/ha) Figura 1.3. Avaliação da erosão em 2 locais (caixas de erosão) com usos do solo diferentes (montado e olival). De Janeiro de 21 a Novembro de 211 verificou-se uma perda por erosão de 173 kg/ha no montado e de 42 kg/ha no olival intensivo. 12

Discharge (m 3 s -1 ) SSC (mg L -1 ) Turbidity (NTU) Discharge (m 3 s -1 ) Precipitation (mm) 1.9. Séries temporais no rio Enxoé 3 25 2 15 1 Oct.. 1 Feb.. 11 Mar. 11 Apr.. 11 5 1 15 2 25 5 3 29-9-1 27-1-1 24-11-1 22-12-1 19-1-11 16-2-11 16-3-11 13-4-11 11-5-11 Time (d) Discharge Sampling Precipitation Figura 1.4. Precipitação (mm) e caudal de descarga (m 3 s -1 ) no local de monitorização no rio Enxoé entre Outubro de 21 e Junho de 211. Encontram-se indicados os 4 eventos de cheias acompanhados. 35 3 25 15 125 2 15 1 5 1 75 5 25 29-9-1 8-11-1 18-12-1 27-1-11 8-3-11 17-4-11 27-5-11 6-7-11 Time (d) Discharge SSC Turbidity Figura 1.5. Caudal de descarga, concentração de sólidos suspensos (SSC) e turbidez monitorizadas, no rio Enxoé, entre Outubro de 21 e Junho de 211. 13

Discharge (m 3 s -1 ) EC (µs/cm) Discharge (m 3 s -1 ) NO - 3 (mg L -1 ) TP, SRP, PP (mg L -1 ) 3 8 25 2 7 6 5 15 4 1 5 3 2 1 29-9-1 8-11-1 18-12-1 27-1-11 8-3-11 17-4-11 27-5-11 6-7-11 Time (d) Discharge NO3- TP SRP PP Figura 1.6. Caudal de descarga e concentações de nitratos (NO 3 - ), de fósforo total (TP), de fósforo particulado (PP) e de fósforo solúvel reactivo (SRP) monitorizadas, no rio Enxoé, entre Outubro de 21 e Junho de 211. 3 15 25 12 2 15 1 5 9 6 3 29-9-1 8-11-1 18-12-1 27-1-11 8-3-11 17-4-11 27-5-11 6-7-11 Time (d) Discharge EC Figura 1.7. Caudal de descarga e condutividade eléctrica (EC) monitorizadas, no rio Enxoé, entre Outubro de 21 e Junho de 211. 14

Discharge (m 3 s -1 ) POC, DOC (mg L -1 ) Discharge (m 3 s -1 ) Na+, Mg2+, Ca2+, K+ (mg L -1 ) 3 25 15 2 1 15 1 5 5 29-9-1 8-11-1 18-12-1 27-1-11 8-3-11 17-4-11 27-5-11 6-7-11 Time (d) Discharge Na+ Mg2+ Ca2+ K+ Figura 1.8. Caudal de descarga e concentrações de catiões solúveis: sódio (Na + ), magnésio (Mg 2+ ), cálcio (Ca 2+ ) e potássio (K + ), monitorizadas, no rio Enxoé, entre Outubro de 21 e Junho de 211. 3 1 25 8 2 15 1 6 4 5 2 29-9-1 8-11-1 18-12-1 27-1-11 8-3-11 17-4-11 27-5-11 6-7-11 Time (d) Discharge POC DOC Figura 1.9. Caudal de descarga e concentrações de carbono orgânico particulado (POC) e solúvel (DOC) monitorizadas, no Rio Enxoé, entre Outubro de 21 e Junho de 211. 15

2. Tarefa 2 Monitorização dos nutrientes e actividade trófica no reservatório do Enxoé 2.1. Exemplos de resultados obtidos nas campanhas mensais no reservatório Figura 2.1. Séries temporais da concentração do azoto amoniacal, dos nitratos, nitritos e azoto orgânico em 3 locais da albufeira do Enxoé (cabeceira, centro e parede) à superfície e no fundo. Figura 2.2. Séries temporais da concentração de fosfatos e de fósforo particulado em 3 locais da albufeira do Enxoé (cabeceira, centro e parede) à superfície e no fundo. 16

21-9-21 21-1-21 21-11-21 21-12-21 21-1-211 21-2-211 21-3-211 21-4-211 21-5-211 21-6-211 21-7-211 21-8-211 21-9-211 21-1-211 21-11-211 21-12-211 21-1-212 21-2-212 Clorofila a (µg/l) Figura 2.3. Séries temporais da concentração de matéria orgânica e de sólidos suspensos totais em 3 locais da albufeira do Enxoé (cabeceira, centro e parede) à superfície e no fundo. Evolução da clorofila a 16 14 12 1 8 6 4 2 Albufeira do Enxoé- Cabeceira Amostra Composta Albufeira do Enxoé- Centro Amostra Composta Albufeira do Enxoé- Parede Amostra Composta Figura 2.4. Série temporal da evolução da clorofila a na albufeira do Enxoé, nos 3 locais de estudo (cabeceira, centro e parede). 17

Secchi (m) Figura 2.5. Evolução do Fitoplâncton células / mm 3 /ml na albufeira do Enxoé, nos 3 locais de estudo (cabeceira, centro e parede). 3. 2.5 2. 1.5 1..5. Evolução das profundidades do disco de secchi Enxoé cabeceira Enxoé centro Enxoé parede Figura 2.6. Evolução das profundidades do disco secchi transparência, nos 3 locais estudados na albufeira do Enxoé. 18

Profundidade (m) Profundidade (m) Profundidade (m) -2-4 -6-8 -1 Ago9 Set9 Out9 Nov9 Dez9 Jan1 Fev1 Mar1 Abr1 Mai1 Jun1 Jul1 Ago1 Set1 Out1 Nov1 Dez1 Jan11 Fev11 Mar11 Abr11 Mai11 Jun11-2 -4-6 -8-1 Ago9 Set9 Out9 Nov9 Dez9 Jan1 Fev1 Mar1 Abr1 Mai1 Jun1 Jul1 Ago1 Set1 Out1 Nov1 Dez1 Jan11 Fev11 Mar11 Abr11 Mai11 Jun11-2 -4-6 -8-1 Ago9 Set9 Out9 Nov9 Dez9 Jan1 Fev1 Mar1 Abr1 Mai1 Jun1 Jul1 Ago1 Set1 Out1 Nov1 Dez1 Jan11 Fev11 Mar11 Abr11 Mai11 Jun11 Figura 2.7. Evolução da temperatura, percentagem de saturação do oxigénio dissolvido e potencial redox junto à parede do reservatório do Enxoé. T (ºC) 27 26 25 24 23 22 21 2 19 18 17 16 15 14 13 12 11 1 145 135 125 115 15 95 85 75 65 55 45 35 25 15 5.6.5.4.3.2.1 -.1 -.2 -.3 19

Simulated Monthly Flow (hm3.month-1) Jan-26 Fev-26 Mar-26 Abr-26 Mai-26 Jun-26 Jul-26 Ago-26 Set-26 Out-26 Nov-26 Dez-26 Jan-27 Fev-27 Mar-27 Abr-27 Mai-27 Jun-27 Jul-27 Ago-27 Set-27 Out-27 Nov-27 Dez-27 Jan-28 Fev-28 Mar-28 Abr-28 Mai-28 Jun-28 Jul-28 Ago-28 Set-28 Out-28 Nov-28 Dez-28 Jan-29 Fev-29 Mar-29 Abr-29 Mai-29 Jun-29 Jul-29 Ago-29 Set-29 Reservoir Inflow (hm3.month-1) Precipitation (mm.month-1) 3. Tarefa 3 Modelação da dinâmica do P e do N na bacia hidrográfica e no reservatório 3.1. Exemplos de resultados obtidos com o modelo SWAT 3.5 3. 5 2.5 1 2. 1.5 From Reservoir Balance SWAT model Precipitation 15 2 1. 25.5 3. 35 Month 2.5 2 Correlation :.88 NS Efficiency :.76 1.5 1.5.5 1 1.5 2 2.5 Observed Monthly Flow (hm3.month-1) Figura 4.1. Fluxo mensal de entrada no reservatório do Enxoé comparação entre os fluxos obtidos a partir do balanço no reservatório e os fluxos simulados com o modelo SWAT. Figura superior Comparação dos fluxos por mês; a precipitação mensal está representada no 2º eixo e invertida. Figura inferior Correlação entre o fluxo observado e estimado (o R 2 e o coeficiente de eficiência de Nash-Sutcliffe estão indicados). 2

Mai-21 Jun-21 Jul-21 Ago-21 Set-21 Out-21 Nov-21 Dez-21 Jan-211 Fev-211 Mar-211 Abr-211 Mai-211 Jun-211 Total Nitrogen (mgn.l-1) Mai-21 Jun-21 Jul-21 Ago-21 Set-21 Out-21 Nov-21 Dez-21 Jan-211 Fev-211 Mar-211 Abr-211 Mai-211 Jun-211 Nitrate (mgn.l-1) Precipitation (mm.day-1) 8 7 6 5 Data SWAT Model Daily Precipitation 1 2 3 4 3 4 2 5 1 6 7 Date 16 14 12 1 Data SWAT Model 8 6 4 2 Figura 1.2. Concentração de nitratos (fig. superior) e de azoto total (fig. inferior) no rio Enxoé comparação entre os valores medidos no local e os resultados da simulação com o modelo SWAT. A precipitação diária está representada no eixo secundário da série temporal dos nitratos, com a escala invertida. Date 21

Mai-21 Jun-21 Jul-21 Ago-21 Set-21 Out-21 Nov-21 Dez-21 Jan-211 Fev-211 Mar-211 Abr-211 Mai-211 Jun-211 Total Phosphorus (mgp.l-1) Mai-21 Jun-21 Jul-21 Ago-21 Set-21 Out-21 Nov-21 Dez-21 Jan-211 Fev-211 Mar-211 Abr-211 Mai-211 Jun-211 Soluble Phosphorus (mgp.l-1) Precipitation (mm.day-1).35.3.25 Data SWAT Model Daily Precipitation 1 2.2 3.15 4.1 5.5 6. 7 Date 1.6 1.4 1.2 Data SWAT Model 1..8.6.4.2. Figura 4.3. Concentração de fósforo solúvel (fig. superior) e de fósforo total (fig. inferior) no rio Enxoé comparação entre os valores medidos no local e os resultados da simulação com o modelo SWAT. A precipitação diária está representada no eixo secundário da série temporal do fósforo solúvel, com a escala invertida. Date 22

Monthly Simulated Load (tonn.month-1) Mai-21 Jun-21 Jul-21 Ago-21 Set-21 Out-21 Nov-21 Dez-21 Jan-211 Fev-211 Mar-211 Abr-211 Mai-211 Jun-211 Total Nitrogen Load (tonn.month-1) 1..9.8.7 Data SWAT Model.6.5.4.3.2.1. Month.7.6 Correlation :.88 NS Efficiency :.75.5.4.3.2.1.1.2.3.4.5.6.7 Monthly Observed Load (tonn.month-1) Figura 4.4. Carga de azoto total no rio Enxoé comparação entre os valores estimados a partir dos dados experimentais e os resultados da modelação com o modelo SWAT. Figura superior comparação das cargas por mês; Figura inferior correlação entre as cargas observadas e estimadas por modelação (o R 2 e o coeficiente de eficiência de Nash-Sutcliffe estão indicados). 23

Monthly Simulated Load (tonp.month-1) Mai-21 Jun-21 Jul-21 Ago-21 Set-21 Out-21 Nov-21 Dez-21 Jan-211 Fev-211 Mar-211 Abr-211 Mai-211 Jun-211 Total Phosphorus Load (tonp.month-1).7.6.5 Data SWAT Model.4.3.2.1. Month.5.4 Correlation :.91 NS Efficiency:.82.3.2.1.1.2.3.4.5 Monthly Observed Load (tonp.month-1) Figura 4.5. Carga de fósforo total no rio Enxoé comparação entre os valores estimados a partir dos dados experimentais e os valores estimados por modelação com o modelo SWAT. Figura superior comparação das cargas por mês; Figura inferior correlação entre as cargas observadas e os valores estimados por modelação (o R 2 e o coeficiente de eficiência de Nash-Sutcliffe estão indicados). 24

Figura 4.6. Balanço médio de água e de nutrients na bacia hidrográfica do Enxoé. Figura superior médias anuais de água e azoto. Figura inferior médias anuais de água e fósforo. 25

4. Tarefa 4. Impactos ambientais, económicos e sociais resultantes das alterações das práticas culturais 4.1. Caracterização dos principais sistemas agrícolas do Concelho de Serpa (Bacia do Enxoé) com base nos dados da Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA). A Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) recolhe anualmente informação contabilística e técnica a partir de uma amostra de explorações agrícolas, com metodologia harmonizada de registo a nível comunitário. O objectivo é obter-se, sobre as explorações agrícolas, dados representativos no plano estrutural (efectivos, quantidade de trabalho, áreas e quantidades produzidas, etc.), económico e financeiro (valor da produção das várias culturas, compras e vendas, custos de produção, juros e subsídios) por região, dimensão económica (DE) e orientação técnico-económica (OTE) a fim de se disponibilizar e avaliar informação que permita acompanhar e delinear medidas de política agrícola e de desenvolvimento rural no espaço da Política Agrícola Comum. Para caracterizar a região do Enxoé efectuou-se o apuramento de dados e resultados relativos ao concelho de Serpa a que pertencem um total de 87 contabilidades no período de 25 a 29. Quadro 4.1. Distribuição do número de contabilidades no concelho de Serpa onde se situa a bacia hidrográfica do Enxoé 25 26 27 28 29 Total Olival 3 1 2 1 3 1 Ovinos 2 2 5 6 4 19 Herbívoros «SAU* 25 ha» 8 6 3 3 7 27 Herbívoros «SAU* 25 ha» 2 5 5 4 4 2 Policultura 3 1 2 3 2 11 Total 18 15 17 17 2 87 *SAU- Superfície Agrícola Útil Durante os 5 anos verifica-se que os sistemas de produção olival, ovinos, herbívoros (entendidos como combinações de ovinos e bovinos) e policultura (entendida como uma combinação de grandes culturas, culturas permanentes e gado) são os sistemas de 26

produção mais representativos no concelho de Serpa com uma distribuição entre eles que varia entre 1 (olival) e 27 casos (Herbívoros com SAU 25 ha). Como elementos caracterizadores dos sistemas de produção atrás identificados apresentam-se, em seguida, uma série de quadros que agrupam e abrangem dados de informações afins. Quadro 4.2. Caracterização da Superfície Agrícola Útil (SAU) e da Mão-de-obra (UHT) Herbívoros Herbívoros Olival Ovinos SAU 25 SAU 25 Policultura SAU (ha) 67.14 75.46 13.7 379.5 24.17 SAU regadio (ha).... 1.92 Superfície Florestal (ha)... 62. 1.88 UHT total 1.9 1.5 1.27 1.95 3.2 UHT não assalariada.81.98 1.2 1.6.97 UHT assalariada 1.9.7.7.89 2.23 UHT temporária.4.1.1.5.4 Enxoé (Concelho de Serpa) Em média, os sistemas mais especializados (olival e ovinos) têm uma superfície agrícola útil (SAU) menor, o sistema de produção de Herbívoros com SAU 25 ha apresenta uma área Florestal com peso significativo e o sistema de Policultura regista existência de área com regadio. A mão-de-obra medida pela unidade homem trabalho (UHT) total apresenta maior valor para os sistemas de produção de Policultura, Herbívoros com SAU 25 ha e Olival. Observe-se que a mão-de-obra assalariada é maior que a não assalariada para os sistemas de olival e de Policultura que contrasta com os sistemas de Ovinos e de Herbívoros com SAU 25 ha onde a mão-de-obra é principalmente não assalariada. 27

Quadro 4.3. Caracterização da Composição do Produto Bruto (CPB), em Euros Olival Ovinos Herbívoros SAU 25 Herbívoros SAU 25 Policultura CPB vegetal 38648 18999 23756 44121 77183 CPB Cereais 597 686 475 3263 979 CPB Hortoindustriais 732 22661 CPB Olival 34996 454 416 1591 3896 CPB Viticultura 371 CPB Animal 2324 17237 18873 37899 2283 CPB Bovinos 33 744 2612 285 CPB Ovinos 2324 1712 11746 6726 198 CPB Suínos 84 83 553 Enxoé (Concelho de Serpa); Quadro 4.4. Distribuição da Superfície e das Espécies Animais Olival Ovinos Herbívoros SAU 25 Herbívoros SAU 25 Policultura Afetação cereais (ha) 2.27 5.87 18.92 52.27 59.43 Afetação trigo (ha) 1.97..19 15.62 29.64 Afetação Out. cereais (ha).3 5.87 18.73 36.65 29.79 Afetação Horto-industriais (ha).15... 3.5 Afetação Olival (ha) 46.56 1.77 3.35 21.11 8.3 Afetação Viticultura (ha)....44. Afetação Sup. Forrageira (ha) 19.4 64.71 67.7 263.29 38.37 Afetação Pousio (ha) 4.37 1.99 3.34 33.19 2.15 Cabeças Naturais 61.89 37.71 314.43 51.6 27.82 Cabeças Normais (CN) 1.73 52.74 71.88 177.65 22.64 Bovinos (CN)..33 23.18 18.91 22.34 Ovinos (CN) 1.73 52.32 47.89 6.63.2 Suínos (CN)..9.63 7.39. Enxoé (Conselho de Serpa) Entendendo-se a Composição do Produto Bruto (CPB), a afectação da área e repartição dos efectivos animais (Quadros 3 e 4) como indicadores do modo de produção, verificase que, para além da evidente importância do produto consoante a especialização do sistema de produção, nos Herbívoros com SAU 25 ha predominam os ovinos e que nos Herbívoros com SAU 25 ha predominam os bovinos. No sistema de Policultura, o valor do produto com origem na olivicultura representa mais de 5% do produto vegetal. As áreas de Afectação Cultural reflectem naturalmente a orientação produtiva 28

dos sistemas de produção onde se relevam áreas afectas a cereais e olival no caso da Policultura e áreas forrageiras nos Herbívoros. Quadro 4.5. Caracterização do Produto Bruto Agrícola (PBA), dos Encargos e Consumos Intermédios (CI) por superfície agrícola útil (SAU), em euros Olival Ovinos Herbívoros SAU 25 Herbívoros SAU 25 Policultura PBA/SAU 945 477 36 32 58 TER/SAU 528 266 64 44 86 Salários/SAU 115 8 6 16 55 Amortizações/SAU 134 41 6 37 97 Cons. Intermédios/SAU 258 214 92 88 87 CI Máquinas/SAU 134 63 49 27 11 CI Alim. gado/sau 14 95 3 1 CI Fertilizantes/SAU 68 13 19 16 42 CI Fitofármacos/SAU 31 1 2 28 CI Diversos/SAU 4 5 11 3 16 Enxoé (Concelho de Serpa) Relativamente à receita representada pelo Produto Bruto Agrícola (PBA) por SAU verificam-se valores mais elevados para os sistemas de especializados de Olival e Ovinos aos quais correspondem Encargos (TER) e Consumos Intermédio (CI) também mais elevados. Na despesa, o peso dos Salários, Amortizações e Máquinas é bastante maior para o Olival. No caso dos encargos com Fertilizantes e Fitofármacos verifica-se que obtêm maior importância nos sistemas de Olival e de Policultura. Nos sistemas com produção animal, os gastos com alimentos para o gado obtêm importância relativamente ao valor total dos consumos intermédios. Em resumo, os sistemas de produção identificados através do RICA para o concelho de Serpa correspondem a explorações especializadas em Olival, Ovinos, explorações mistas de Herbívoros com área inferior a 25 ha, de Herbívoros com área superior a 25 ha e de Policultura. Em média, as explorações mais especializadas como Olival e Ovinos têm áreas bastante inferiores às explorações de Herbívoros e Policultura. A distinção entre os sistemas de produção de herbívoros está na importância relativa que ovinos e os bovinos representam no produto sendo que os ovinos apresentam maior importância quando a área é menor e os bovinos na situação inversa, ou seja, quando a área é maior. No sistema de Policultura, o valor dos produtos com origem na olivicultura representa quase 5% do produto vegetal. Nos sistemas onde o olival tem 29

maior importância, os encargos com máquinas, fertilizantes e fitofármacos apresentam maior importância. Na prospecção relativa à existência de dados que possam contribuir para a caracterização das culturas incluídas nos sistemas de produção (instrumentos importantes a incluir na construção dos modelos) verificou-se existirem um conjunto de contas de cultura, elaborados pelo Gabinete de Planeamento e Politicas (GPP) do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) para a região do Alentejo respeitantes a cereais (trigo, triticale, cevada e aveia), girassol, olival, consociação (aveia x tremocilha), azevém anual, pastagem sequeiro (azevém x trevo subterrâneo), pastagem de sequeiro (natural e melhorada). 5. Tarefa 5 - Divulgação dos resultados e gestão As apresentações efectuadas nas reuniões de trabalho do projecto assim como as publicações podem ser visualizadas na página da internet do projecto http://eutrophosproject.wordpress.com/ 3