A EXPERIÊNCIA E O BRINCAR NOS ESCRITOS DE WALTER BENJAMIN

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Transcrição:

A EXPERIÊNCIA E O BRINCAR NOS ESCRITOS DE WALTER BENJAMIN Ana Paula Heckler anapaula_guhe@hotmail.com Jaqueline Kammer jaqueline_jaque9@hotmail.com Mariangela Rodrigues mari_15_rodrigues@hotmail.com Raquel Policarpi quelpolicarpi@hotmail.com Resumo: Este trabalho tem o objetivo de retratar alguns escritos de Walter Benjamin sobre a experiência e o brincar na infância. Benjamin menciona que a maioria dos conflitos entre as gerações é resultado da experiência, pois a criança é tratada a partir da vida do adulto. O filósofo critica a sociedade moderna, por estar enfraquecendo a experiência coletiva e reforçando o individualismo. Traz também, em muitos de seus textos, os benefícios do brincar para as crianças, porque através do jogo elas pensam a moral e a ética e compreendem o mundo e as formas de socialização. Palavras-chave: Experiência; Brincar; Sociedade Moderna; Walter Benjamin. INTRODUÇÃO O objetivo desse tópico é mostrar como Benjamin apresenta diferentes modos de como os adultos tratam as crianças e inserem-nas na historia e em uma cultura, da qual também é criadora. Ele criticava a educação tradicional, e procurava nas crianças e nos artistas formas que inspirasse ele a entender o mundo. Ele observa como as crianças utilizam do brinquedo para se igualar aos adultos. Nas mãos dos pequenos objetos que eram descartáveis se tornam brinquedos, e com isso reproduzem ações adultas. Ela vai descobrir o mundo através da sensibilidade, que é próprio do brincar, e também brinca pensando o mundo, usando o lúdico. Elas pensam na moral e na ética pelo jogo que a

forma de se socializar, tendo uma relação de comprometimento com o mundo social. Portanto o conhecimento da criança pelo mundo se dá pela brincadeira, a forma em que ela brinca fazendo repetições do que vê em seu dia a dia. Fala também sobre a experiência, a culpa dos conflitos geracionais, pois os adultos ignoram o momento que as crianças estão vivendo e as julgam de acordo com sua vida. Faz uma crítica à sociedade moderna, por esquecer o coletivo e estar cada vez mais individualista. Assim para Benjamin, a forma em que a criança brinca não é uma mera imitação. É graças à imaginação da criança que o brinquedo se torna um brinquedo, a partir disso vemos a grande importância da imaginação na infância. RESULTADOS E DISCUSSÃO Este resumo foi realizado com base em pesquisas bibliográficas e sites de buscas sobre a vida de Benjamin. Os resultados obtidos serão demostrados a seguir. Walter Benjamin nasceu no seio de uma família judaica, em 1892. Filho de Emil Benjamin e de Paula Schönflies Benjamin. Em 1919, defende tese de doutorado A crítica de Arte no Romantismo Alemão, que foi aprovada e recomendada para publicação. Em 1925, Benjamin constatou que a porta da vida acadêmica estava fechada para ele, tendo a sua tese de livre-docência Origem do Drama Barroco Alemão sido rejeitada pelo Departamento de Estética da Universidade de Frankfurt. Em 26 de Setembro de 1940, Benjamin suicida-se ingerindo uma dose de morfina. A sua morte, desde sempre envolta em mistério, teria ocorrido

durante a tentativa de fuga através dos Pirenéus, quando, em Portbou, temendo ser entregue à Gestapo e quando ficou sabendo estar impedido de atravessar a fronteira Franco-Espanhola, anulando a possibilidade de exílio no Estados Unidos da América. O filósofo não escreveu tanto sobre educação, quanto escreveu sobre arte por exemplo. Entretanto, o pouco que deixou, são até hoje estudados, e de grande importância, inclusive no âmbito da educação. Ele encontrava nos artistas e nas crianças formas inspiradoras de entender o mundo (FERRARI, 2009). Criticava a educação orientada somente para a prática profissional, pois, acreditava em uma experiência concreta do conhecimento. Em muitos de seus escritos, Benjamin fala sobre a experiência e menciona ser ela a principal causa dos conflitos geracionais, pois os adultos subestimam as crianças através das experiências que já tiveram. No livro Reflexos sobre a criança, o brinquedo e a educação, Benjamin (2009, p. 21) cita que a máscara do adulto chama-se experiência. Ela é inexpressiva, impenetrável, sempre a mesma. O adulto já vivenciou praticamente tudo e desta forma se acha superior às crianças e aos jovens que ainda não passaram por nada, desvalorizando os anos que estão vivendo. Ou seja, a criança é tratada a partir da vida do adulto. Há uma grande diferença entre a experiência dos mais velhos para a das crianças. O adulto descreve sua experiência, já a criança utiliza a repetição típica da brincadeira como forma de elaboração de suas experiências. Ou seja, enquanto o adulto quer entender o brinquedo, as crianças só querem brincar, afinal, é através das brincadeiras que elas pensam o mundo. Walter Benjamin faz também distinção entre Erfahrunh e Erlebnis, traduzidas como experiência e vivência, que são características da sociedade moderna, tão criticada por ele. Esta sociedade reforça o individualismo,

deixando de lado a experiência coletiva. Pode-se dizer que a experiência está relacionada com a memória, enquanto a vivência liga-se a consciência. A experiência, memória e narratividade são conceitos essenciais na filosofia Benjaminiana, entretanto, isto se perde nesta sociedade moderna. Afinal, as experiências não são mais compartilhadas. São simplesmente Erlebnis, experiências vividas, individualmente. A memória e a narratividade ficam de lado, esquecendo, o sentido literal do que ele considera experiência. Benjamin apresenta diferentes modos de como os adultos tratam as crianças e inserem-nas na historia e em uma cultura, da qual também é criadora. Ele criticava a educação tradicional, e procurava nas crianças e nos artistas formas que inspirassem ele a entender o mundo. Ele sempre observava a curiosidade dos pequenos pelo brincar como se fossem adultos. Trocavam os materiais que eram manuseados pelos de brinquedos e "trabalhavam" como se fossem simplesmente grandes, reproduzindo tal atividade. O adulto quer entender o brinquedo, a criança quer brincar: Existem duas características da brincadeira que poderiam ser retomadas no processo de conhecimento do mundo pelo adulto: a primeira revela o mundo perceptivo da criança em sua relação com a tradição, isto é, demonstra que a brincadeira é permeada por traços culturais de gerações anteriores ante os quais a percepção infantil se confunda. Benjamin acentua que não só a fantasia dos contos de fadas, mas também antigos brinquedos foram originalmente objetos de culto impostos a criança e somente graças a sua imaginação se transformaram em brinquedos" (BENJAMIN, 1974/1985, p. 150). A criança busca representar o trabalho pela forma de brincar utilizando da fantasia e substituindo os materiais, para adaptar-se ao mundo adulto. Segundo Benjamin (1974/1985 p. 132), tudo o que para o adulto é resto, retalho, descartável, nas mãos da criança torna-se meio de

reconhecimento de si e do mundo. Ela vai descobrir o mundo através da sensibilidade, que é próprio do brincar. Ela sente uma alegria imensa ao desenvolver tal brincadeira e isso fará com que sinta o prazer de forma inspiradora. As brincadeiras infantis elas manifestam a apropriação do mundo, sendo uma forma de reconhecer e criar. Segundo Castriota (2001, p. 395) a brincadeira, embora feita de repetição, não é mera imitação, mas é uma forma libertadora de ralação com o mundo. Para Benjamin (1974/1985, p. 247) a criança que brinca cria com seus brinquedos e estes são tanto mais verdadeiros quanto menos dizem adultos. No entanto a criança brinca pensando o mundo, usando o lúdico. Elas pensam na moral e na ética pelo jogo que a forma de se socializar, tendo uma relação de comprometimento com o mundo social. Diferente dos adultos as crianças tem seu modo de ver o mundo, de quebrar suas barreiras e tudo isso é feito através das diferentes cores nos desenhos infantis e nos jogos, que são mecanismos de conhecimento concreto do mundo por meio da mimesis. Como afirma Benjamin, os jogos infantis são impregnados de comportamento mimético (Benjamin, 1974/1985, p.108). O conhecimento da criança pelo mundo se dá pela brincadeira, a forma em que ela brinca fazendo repetições do que vê em seu dia a dia.para Benjamin, a forma em que a criança brinca não é uma mera imitação. É graças à imaginação da criança que o brinquedo se torna um brinquedo, a partir disso vemos a grande importância da imaginação na infância. A experiência da criança é bem diferente do adulto, a criança recria a experiência na brincadeira prazerosa sem ter um fim utilitário direto, e é desse jeito que ela vai conhecendo o mundo. Já o adulto tem uma compreensão lógica, controle e dominação.

A brincadeira tem que fazer parte da vida das crianças para que elas soltem sua imaginação. Como afirma Benjamin: É a brincadeira e nada mais que está na origem de todos os hábitos. Comer, dormir, vestir-se, lavar-se, devem ser inculcados no pequeno ser através de brincadeiras, acompanhados pelo ritmo de versos e canções, é da brincadeira que nasce o habito, e mesmo em sua forma mais rígida o habito conserva até fim alguns resíduos da brincadeira. Os hábitos são formas petrificadas, irreconhecíveis, de nossa primeira felicidade e de nosso primeiro terror. (BENJAMIN, 1974/1985, p. 253). Como por exemplo, ao brincarmos com a criança no banho mostramos a ela que é bom. Despertando assim o interesse pelo banho que no fim se tornara um habito. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em virtudes dos fatos mencionados foi possível perceber que Benjamin não escreveu muito sobre a educação, mas o pouco que ele escreveu já foi o bastante para entendermos o que ele queria nos passar. Em alguns de seus escritos podemos perceber que Benjamim cita o modo que criança vê o mundo e o que possibilita isso. A partir dessa pesquisa podemos entender a importância do brincar e da imaginação na infância. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo, SP: Editora 34, 2009. 176 p.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas I: Magica e técnica, arte e política. São Paulo (S. P. Rouanet, Trad.). São Paulo: Brasiliense, 1974. BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas II: Rua de mão única. São Paulo (S. P. Rouanet, Trad.). São Paulo: Brasiliense, 1974. FERRARI, Márcio. Nova Escola. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1888/walter-benjamin-repensar-a-historiarever-a-crianca>. Acesso em: 10/11/2017. FREITAS, Tatiana Maria Gandelman de. Erfahrung e Erlebnis em Walter Benjamin. Disponível em: < https://revistas.ufrj.br/index.php/garrafa/article/view/7918>. Acesso em: 12/11/2017. SANTOS, Sandro Vinicius Sales dos. Walter Benjamin e a experiência infantil: contribuições para a educação infantil. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/pp/v26n2/0103-7307-pp-26-02-0223.pdf>. Acesso em: 10/11/2017. SCHLESENER, Anita Helena. Educação e infância em alguns escritos de Walter Benjamin. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v21n48/a15v21n48.pdf>. Acesso em: 10/11/2017.