Garantias do Estatuto da criança e do adolescente asseguradas pelas práticas restaurativas na seara escolar

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Transcrição:

Garantias do Estatuto da criança e do adolescente asseguradas pelas práticas restaurativas na seara escolar Resumo Paloma Teles Mascarenhas Santos 1 Palomascarenhas27@gmail.com Kayza Caetano Amorim dos Santos 2 kayza.cask@hotmail.com Prof. Me. Sóstenes Jesus dos Santos Macêdo 3 sostenesmacedoadv@gmail.com Tomando como ponto de partida a lei Nº 8.069/1990 que trata das medidas de proteção da criança e do adolescente, tal texto normativo cristaliza garantias que são voltadas à criança e ao adolescente como: o direito ao respeito, à convivência familiar e comunitária, à dignidade, à liberdade, mas que, por muitas vezes, esses não são respeitados em diversos âmbitos, especialmente quando lidamos com conflitos que envolvam violência no âmbito escolar. A escola, por lidar com a formação da personalidade do indivíduo, promove uma efetivação mais acessível na implementação de práticas restaurativas. O diálogo que deveria estar presente na ação educativa e que raramente ocorre em sala de aula, ocorre nos procedimentos estabelecidos nos Encontros Restaurativos. Tais procedimentos garantem que todos possam ser ouvidos igualmente, sem julgamentos prévios e definições de quem está certo ou errado. Todos são implicados e se responsabilizam por ser parte da solução. Já que a punição aplicada não provoca necessariamente a reflexão sobre as causas que estão na raiz do conflito, a justiça restaurativa compromete a todos os envolvidos, e chega a um plano de ação factível, que respeite os indivíduos e suas necessidades. 1 Graduanda em Direito pela Universidade Jorge Amado de Salvador-Ba. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Justiça Rstaurativa (NEJUR-UniJorge). 2 Graduanda em Direito pela Universidade Jorge Amado de Salvador-Ba. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Justiça Rstaurativa (NEJUR-UniJorge). 3 Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Criminologia (GPCRIM-UEFS). Mestrando em Direito Público, Linha de Pesquisa Justiça Restaurativa, pela Universidade Federal da Bahia.

Palavras-chave: Justiça Restaurativa. Garantias. Escola. Estatuto da criança e do adolescente. Grupo de Trabalho: Direito Penal, criminologia e Direitos Humanos Problema de pesquisa De que maneira as práticas restaurativas podem atuar de forma benéfica na resolução de conflitos no meio escolar? Objetivos Como forma de enfrentamento aos conflitos na seara escolar, busca-se abordar a aplicação da Justiça Restaurativa, por ser um modelo inclusivo e voluntário baseado nos valores de preocupação igualitária com todos os participantes, escuta respeitosa e empoderamento que prevê a participação de alunos, professores, comunidade, família e rede de apoio nas situações de conflitos e violências em prol da restauração das relações sociais e interpessoais. Referenciais teórico-metodológicos Zehr, em sua obra Trocando as lentes- Um novo foco sobre o crime e a justiça, é considerado um dos principais responsáveis pela disseminação da justiça restaurativa. Segundo ele, a grande diferença entre a justiça restaurativa e a justiça convencional está na abordagem. A justiça retributiva perguntará: que lei foi infringida? Quem infringiu? Que castigo merece? Enquanto, a justiça restaurativa perguntará: quem sofreu o dano? O que essa pessoa necessita para que esse dano seja reparado? Quem deve reparar o dano?.(zehr, 2008, p. 258/259). Nota-se que a justiça restaurativa difere da retributiva pois aquela é totalmente reintegrativa preocupando-se com as pessoas e com relacionamentos, e esta sendo totalmente legalista preocupa-se apenas em punir. A justiça restaurativa veio para inovar o sistema convencional, pois preocupa-se principalmente com a figura da vítima, em recompor os danos oriundos de atos ilícito praticado pelo agressor.

A violência é hoje a principal preocupação dos brasileiros; ela se manifesta na sociedade e, portanto, em suas instituições como, por exemplo, nas escolas; e as abordagens punitivas usadas para lidar com ela não têm funcionado. Nesse sentido, a Justiça Restaurativa como um método de resolução de conflitos na seara escolar teria eficácia ao possibilitar a cada um refletir sobre o que fez, por que fez e quem foi afetado. Assim, ele tomará contato com as consequências dos seus atos e poderá ter um comportamento diferente daquele apresentado até então. Por meio dos procedimentos restaurativos, quem praticou o ato de desrespeito/violência deve assumir a responsabilidade pelo acontecido e fazer algo que, aos olhos de quem foi ofendido/afetado, compense o dano sofrido. A Justiça Restaurativa trabalha sob a ótica da responsabilização em que quem praticou o ato ofensivo deve assumir a responsabilidade pelo que praticou, compreendendo as consequências para o outro e para si mesmo, das escolhas que fez. A responsabilidade pelas implicações do ato ofensivo não é apenas de quem praticou o ato, mas de um conjunto de atores sociais, inclusive do Poder Público e da comunidade. Há várias possibilidades de práticas restaurativas nas escolas tais como, os encontros Restaurativos que são um espaço de poder compartilhado, onde as pessoas chegam de livre e espontânea vontade; ninguém é culpabilizado os participantes assumem a responsabilidade pelo acontecido e chegam a um plano que repare o dano vivido e restaure as relações. Círculos de classe, quando esta reúne-se em Círculo para a resolução de um problema comum, ou para discutir sobre um tema de interesse de todos. Conversas restaurativas, quando duas pessoas em conflito resolvem conversar para resolver o conflito usando as ferramentas restaurativas aprendidas. Dentre os inúmeros benefícios da justiça restaurativa nas escolas são: Em escolas seguras, onde há respeito mútuo e diálogo, todos podem aprender mais e melhor; a formação de cidadãos responsáveis por suas escolhas; crianças e adolescentes com direito a serem considerados sujeitos de direitos ECA; evitar estigmatizações e exclusões, através do respeito às diferenças; construção de uma comunidade capaz de identificar suas necessidades e empoderada para atendê-las. Uma comunidade escolar com recursos para cuidar da convivência entre seus membros e entre a Escola e demais

instituições; uma Escola integrante e integrada a rede de atendimento às crianças e adolescentes; uma Escola mais autônoma, isto é menos dependente da rede de apoio; uma escola que resolve pacificamente seus conflitos e dissemina a Cultura da Paz. Resultados alcançados As leituras feitas acerca do tema possibilitou compreender que as escolas mesmo dispondo de uma alternativa não punitiva para lidar com conflitos, continua tendo em suas normas disciplinares uma referência para a indisciplina. Em algum momento a comunidade escolar sentirá a necessidade de rever suas normas disciplinares sob um olhar restaurativo em que possibilitará que os alunos conheçam melhor e compreendam a razão das regras ou normas disciplinares, criadas para garantir um ambiente de aprendizagem adequado. Normas como respeito mútuo, pontualidade, cuidado com o ambiente, por exemplo, e que valem para todos: diretores, professores, funcionários e alunos. Há todo um conjunto de valores e princípios que nos levam a uma mudança paradigmática, isto é uma mudança nas nossas percepções, crenças e forma de organização. Assim, a prática da justiça restaurativa também mostrar-se-á, durante a pesquisa, com um importante fator na ação preventiva de novos conflitos, já que os jovens no espaço escolar podem visualizar, desde cedo, outra forma de resolução de conflitos e serão capazes de lidar com situações de conflito e resolvê-las pacificamente. Bibliografia utilizada FREITAS, Priscila Araújo, BRAGA, Ronaldo Passos, 2015, Centro Universitário Newton Paiva. Disponível em: http://npa.newtonpaiva.br/letrasjuridicas/?p=934, acesso em 2016 MEIRELLES, Cristina Telles Assumpção, Justiça em círculo. Disponível em: http://www.educacao.sp.gov.br/spec/wp- Content/uploads/2013/02/Justi%C3%A7a-Restaurativa-como-um- m%c3%a9todo-de-resolu%c3%a7%c3%a3o-de-conflitos-cristina- Meirelles.pdf

ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a Justiça. São Paulo: Palas, 2008