EFETIVIDADE DO USO DO CHÁ DA HORTELÃ-DA-FOLHA-GROSSA NO TRATAMENTO DA GRIPE: PROTOCOLO PARA UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

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Transcrição:

EFETIVIDADE DO USO DO CHÁ DA HORTELÃ-DA-FOLHA-GROSSA NO TRATAMENTO DA GRIPE: PROTOCOLO PARA UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO Ricardo de Sousa Soares (1); Arthur Antonino da Silva Nunes (2); Louise Tavares Ferreira (3); Ana Carolina Pessoa Cantarelli (4); Alexandre José de Melo Neto (5) 1. Departamento de Promoção da Saúde, Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal da Paraíba ricardosousasoares@gmail.com; 2. Graduação em Medicina, Universidade Federal da Paraíba arthurasnunes@gmail.com; 3. Residência em Medicina de Família e Comunidade, Universidade Federal da Paraíba; 4. Graduação em Medicina, Universidade Federal da Paraíba; 5. Professor do Departamento de Promoção da Saúde, Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal da Paraíba. - Introdução; A Hortelã-da-folha-grossa, de nome científico Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng, da família Lamiaceae, é uma planta muito utilizada na cultura popular brasileira, e em outros países, para resfriado, asma, constipação, cefaléia, tosse, febre e doenças na pele. É comumente utilizada nos formatos de óleos, chás e de lambedores. Vários estudos realizados em cobaias e in vitro têm demonstrado que suas substâncias possuem ações antimicrobianas, antiiflamatória, antitumorígena, feridas, anti-epilética, larvicida, antioxidante e analgésica. Bem como, outros mostram melhora de doenças nos aparelhos cardiovascular, respiratório, digestivo e urinário. No entanto, apesar de seu uso tão difundido, existem poucos estudos clínicos em humanos sobre o uso da hortelã-da-folhagrossa (ARUMUGAN, SWAMY, SINNIAH, 2016). Na Atenção Básica de João Pessoa, percebemos que vem crescendo a recomendação em relação ao uso da hortelã, e algumas unidades de saúde já vem cultivando hortas próprias fomentando a utilização da plantas medicina no cuidado em saúde. Entre estas unidades, destacamse unidades docente-assistenciais que são campos de práticas para cursos de graduação e para residências médica e multiprofissional com ênfase em Atenção Primária à Saúde que vem potencializando o uso das plantas medicinais como também outras práticas de cuidado. Esse movimento é coerente com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) que encontra na Atenção Básica um espaço privilegiado para a atuação e fortalecimento (BRASIL, 2015). O objetivo deste artigo é construir um protocolo clínico para a investigação dos efeitos da Hortelã-da-folha-grossa no combate a sintomas na Síndrome Gripal e Infecção de Vias Aéreas

Superiores (IVAS), a partir de uma revisão de literatura sobre plantas medicinais e síndrome gripal e outras IVAS de forma a fortalecer o uso desta planta nos espaços de cuidado e produzir evidências para a discussão nos espaços docente-assistenciais. - Metodologia A estruturação de um protocolo para a avaliação da efetividade da hortelã-da-folha-grossa no combate à síndrome gripal e IVAS partiu de duas estratégias: a primeira, a realização de uma revisão sistemática sobre o tema; a segunda estratégia foi construir o protocolo a partir dos dados encontrados na literatura e das análises estatísticas necessárias para a execução da pesquisa. Realizou-se assim uma revisão sistemática no PubMed, na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e na Scientific Electronic Library Online (SciELO). No PubMed, foram utilizados os termos ("Plants, Medicinal"[Mesh] OR "Phytotherapy"[Mesh]) AND ( Influenza, Human"[Mesh] OR Upper respiratory tract infection [Mesh]). Na BVS utilizou-se descritores equivalentes através dos Descritores em Ciências da Saúde (DECs) e na Scielo foi realizada a pesquisa por palavras considerando plantas medicinais (ou fitoterapia) e influenza/ IVAS. Os critérios de inclusão foram: ser um ensaio clínico (uma vez que pretendia-se revisar os aspectos metodológicos); publicações nos últimos 5 anos; publicações nos idiomas: português, inglês, espanhol, francês, italiano e alemão. Todos os artigos tiveram seus resumos lidos e foram selecionados aqueles que atendiam aos critérios estabelecidos. A partir da revisão sistemática foi construído um protocolo de estudo para o ensaio clínico com uso de plantas medicinais. Considerou-se para o planejamento uma significância de 0,05, e pretendendo-se comparar grupos com uso de infusão de Hortelã-da-folha-grossa como tratamento adjuvante ao tratamento padrão versus apenas tratamento padrão (LI, et al. 2015). - Resultados e Discussão Após a busca pelos termos, descritores equivalentes e palavras no PubMed, BVS e Scielo, respectivamente, e aplicação dos critérios de inclusão restaram 6 artigos que abordaram o uso de plantas medicinais ou fitoterápicos no controle de sintomas gripais em infecção por influenza ou em IVAS, todos indexados no PubMed. Entre as plantas medicinais utilizadas nos estudos encontram-se o cacau, a erva Ban-lan-gen, o alho, um combinado de substâncias fitoquímicas com vitaminas, um

composto com Noz de malabar, Equinácea e Ginseng Siberiano e um composto com Tomilho-decreta, Dictamo e Salvia fruticosa. Foram utilizados sob a forma de grânulos, extratos e complexo nutricional e óleos. A tabela 1 resume os principais achados da revisão sistemática. Tabela 1 - Artigos avaliados na revisão sistemática Existe uma lacuna na literatura no que se refere a estudos analíticos com o uso de plantas medicinais, principalmente quando se considera o uso popular. No que se refere a Plectranthus amboinicus essa lacuna é ainda mais evidente, não foi encontrado nenhum ensaio clínico com o uso popular da Hortelã-da-folha-grossa, sob a forma de chá, lambedor ou vaporização. Em buscas em bases de menor acesso que não estiveram na revisão sistemática, encontrouse apenas 1 ensaio clínico sendo utilizada a hortelã como fitoterápico. Este último trata-se de uma pesquisa com o uso de comprimidos contendo extrato seco de Plectranthus amboinicus em pacientes com sintomas de resfriado, administrados via oral, realizado em Cuba. Este artigo mostrou que a diminuição da frequência da tosse foi estatisticamente significativo em pacientes que usaram 600 mg do comprimido, em comparação aos grupos placebo e dos pacientes que utilizaram 300 mg. Também houve resposta no aumento da expectoração (RODRÍGUEZ-CÁMBARA et al., 2016). Artigos Tema Principal Ano Autores Efficacy and safety of Ban-Lan-Gen granules in the treatment of seasonal influenza Anti-influenza virus effects of cocoa Reduction of influenza-like infections by a phytoextract-vitamin-combination Aged Garlic Extract Modifies Human Immunity Antitussive effect of a fixed combination of Justicia adhatoda, Echinacea purpurea and Eleutherococcus senticosus extracts in patients with acute upper respiratory tract infection Estuda o uso da erva Ban-lan-gen em infecções por influenza, China Estuda o uso do extrato de cacau em infecções por influenza, Japão. Estuda a eficácia de vitaminas, oligoelementos e fitoquímicos em infecções semelhantes a por influenza, Áustria. Estuda o efeito do extrato de alho no sistema imunológico e sua influência na gravidade e ocorrência de gripes e resfriados, EUA. Estuda o uso de uma medicação fitoterápica como antitussígeno em IVAS, Armência. Reporting effectiveness of an extract of three traditional Cretan herbs on upper respiratory tract Estuda o uso de um óleo fitoterápico infection com três plantas (em IVAS, Grécia. A revisão sistemática da literatura apoiou na estruturação do protocolo, apesar de ter poucos artigos publicados nos últimos anos sobre o tema. Os critérios de inclusão propostos no protocolo estão resumidos na tabela 2. Utilizou-se como definição de síndrome gripal a utilizada no protocolo 2015 2016 2012 2016 2015 2015 LI, Zheng-tu. et al. K A M E I, Masanori. et al. RöSLER, D. et al. PERCCIVAL, Susan. B A R T H, Anders. et al. D U I J I K E R, G. et al.

nacional de combate a influenza, sendo definida como "febre, acompanhada de tosse ou dor na garganta associada com pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaleia, mialgia ou artralgia" (BRASIL, 2014). E como definição de IVAS: processo infeccioso viral ou bacteriano que acomete região nasal, seios da face, ouvido, faringe e laringe (PITREZ, Paulo e PITREZ, José, 2003). Este presente estudo só irá abordar pessoas que não necessitarem de tratamento hospitalar, ou seja, evitando formas graves como a síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Os pacientes que concordarem com a pesquisa - e preencherem os critérios de inclusão/ exclusão do estudo (tabela 2) irão realizar o acompanhamento segundo demostra o fluxograma do estudo na figura 1. Haverá uma randomização em cada uma das unidades de saúde participantes. Os profissionais que prescreverem o chá de hortelã realizarão um treinamento de como realizar o chá, utilizando 2 folhas médias hortelã-da-folha-grossa o que corresponde a 10 gramas em 10 mililitros de infusão deixados na xícara ou recipiente, abafados por 15 minutos. Os pacientes serão orientados a utilizar o chá 3 vezes por dia. Também será realizado um material informativo sobre o tema. Tabela 2 Critérios de Inclusão e Exclusão do Artigo Ser maior de 18 anos Ter síndrome gripal/ IVAS Critérios de Inclusão Critérios de Exclusão Uso de antibiótico ou de anti-retrovirais Gestantes ou puérperas em até 2 semanas pós parto Apresentar os sintomas a menos de 36h Concordar com os objetivos do estudo e assinar consentimento Alergia à hortelã Necessitar de tratamento hospitalar Todos os pacientes participantes deverão ter síndrome gripal/ IVAS a menos de 36 horas, e terão o tratamento padrão sintomáticos ofertado, como analgésicos/antipiréticos ou descongestionantes, e o grupo randomizado para uso da hortelã terá associado ao tratamento padrão o uso do chá de Hortelã-da-folha-grossa. Todos os pacientes serão acompanhados por 21 dias, e serão registrados através de um instrumento a quantidade de medicamentos utilizados e a presença e intensidade dos seguintes sintomas: tosse, dor de garganta, cefaleia, fadiga, mialgia, secreção, febre medida, obstrução nasal e coriza. Para a mensuração dos sintomas será utilizada uma escala Likert de 5 pontos.

Figura 1 - Fluxograma do Estudo - Conclusões; O protocolo para o Ensaio Clínico da avaliação da efetividade da Plectranthus amboinicus no combate a sintomas da Síndrome Gripal e IVAS é um primeiro passo importante para a construção da pesquisa. Como se propõe trabalhar com o uso popular já é possível ir para a operacionalização do Ensaio Clínico com a randomização dos grupos operacionalização da pesquisa. Um dos motivos de encontrarmos poucos artigos com o uso popular é porque não apresenta interesse comercial e ainda carece de financiamento público. Espera-se que com a posterior realização do ensaio clínico possa se quantificar os efeitos da hortelã-da-folha-grossa na

redução destes sintomas, contribuindo assim como a pesquisa e com o uso popular das plantas medicinais. - Referências Bibliográficas ARUMUGAN, Greetha; KUMARA, Mallappa e SINNIAH, Uma Rani. Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng: Botanical, Phytochemical, Pharmacological and Nutritional Significance. Molecules. v. 21, n. 369, 2016. BARTH, Anders. et al. Antitussive effect of a fixed combination of Justicia adhatoda, Echinacea purpurea and Eleutherococcus senticosus extracts in patients with acute upper respiratory tract infection: A comparative, randomized, double-blind, placebo-controlled study. J. Phytomedicine. v. 22, n. 1, 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. PNPIC - Política Nacional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso. 2ª edição. Brasília, DF, 2015.. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Protocolo de Tratamento da Influenza: 2015. Brasília, DF, 2014. DUIJIKER, G. et al. Reporting effectiveness of an extract of three traditional Cretan herbs on upper respiratory tract infection: Results from a double-blind randomized controlled trial. Journal of Ethnopharmacology. v. 1, n. 163, 2015 KAMEI, Masanori. et al. Anti-influenza virus effects of cocoa. J. Sci Food Agric. v 1, n 96, p. 1150-1158, Abril, 2016.1 LI, Zheng-Tu. et al. Efficacy and safety of Ban-Lan-Gen granules in the treatment of seasonal influenza: study protocol for a randomized controlled trial. Trials. v. 16, n. 126, Março, 2015. PITREZ, Paulo e PITREZ, José. Infecções agudas das vias aéreas superiores diagnóstico e tratamento ambulatorial. Jornal de Pediatria. v. 79, supl.1, 2003. RODRÍGUEZ-CÁMBARA, Yolanda. et al. Efficacy of Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng (French oregano) tablets in patients with common cold: a randomized, double-blind, placebocontrolled study. Revista Bionatura. v. 1, n.4, p. 177-183, Dezembro, 2016. RöSLER, Dietmar. et al. sler Reduction of influenza-like infections by a phytoextract-vitamincombination: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. MMW Fortschr Med. v. 154, supl. 4, dezembro, 2012.