Responsabilidade Civil e Criminal de Envolvidos nos Projetos, Execuções e Manutenções das Instalações de Detecção, Prevenção e Combate a Incêndio

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Transcrição:

Responsabilidade Civil e Criminal de Envolvidos nos Projetos, Execuções e Manutenções das Instalações de Detecção, Prevenção e Combate a Incêndio 3º Fórum Nacional de Detecção, Prevenção e Combate a Incêndio Tiago Franco da Silva Gomes Castro, Barros, Sobral, Gomes Advogados São Paulo, Brasil 10 de março de 2015

Responsabilidade civil e criminal Para haver responsabilidade, tanto civil quanto criminal, é necessário que haja violação de um dever jurídico. A responsabilidade nasce a partir de uma ilicitude, esta é definida como: uma contrariedade entre a conduta e a norma jurídica, podendo ter lugar em qualquer ramo do direito. No caso de ilícito penal, o agente infringe uma norma penal, de Direito Público; no ilícito civil, a norma violada é de direito Privado. (Sergio Cavalieri Filho, 2008)

A Responsabilidade Civil O que é e qual é a função da responsabilidade civil? Causas jurídicas que podem gerar a obrigação de indenizar; A Responsabilidade Civil no Código Civil; Fatores Excludentes de Responsabilidade Civil; Responsabilidade Civil Contratual e Extracontratual; Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva; Os Responsáveis pela Reparação Civil.

O Que é e Qual é a Função da Responsabilidade Civil? A responsabilidade civil é o dever de reparar que alguém que, por violar um determinado preceito jurídico, causou dano a outra pessoa. Portanto, é um dever que surge para recompor o dano decorrente da violação de um dever jurídico originário. A responsabilidade civil tem basicamente duas funções: i) A indenização da vítima; ii) Prevenir comportamentos antissociais.

Causas que podem gerar obrigação de indenizar Violação de deveres especiais de segurança, incolumidade ou garantia impostos pela lei àqueles que exercem atividades de risco ou utilizam coisas perigosas; Violação de deveres especiais impostos pela lei àquele que se encontra numa determinada relação jurídica com outra pessoa (casos de responsabilidade indireta), como por exemplo, o empregador por seus empregados.

A Responsabilidade Civil no Código Civil O artigo 927 do Código Civil categoriza o dever de indenizar: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Artigo 186 do Código Civil: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Fatores Excludentes da Responsabilidade Civil No direito brasileiro são admitidas duas hipóteses excludentes de Responsabilidade Civil: Caso Fortuito ou Força Maior evento cuja ocorrência não se podia prever ou evitar (art. 393 do Código Civil); e, Culpa exclusiva da Vítima ou de Terceiros quando o dano é causado exclusivamente por evento atribuível à própria parte prejudicada ou a terceiros.

A Responsabilidade Civil Contratual e Extracontratual Contratual: ocorre pela presença de um contrato existente entre as partes envolvidas, agente e vítima. Assim, ao unir os quatro elementos da responsabilidade civil em relação ao contratante, em razão do vínculo jurídico que lhes cerca, incorrerá na chamada Responsabilidade Civil Contratual. Extracontratual: o agente não tem vínculo contratual com a vítima, mas, tem vínculo legal, uma vez que, por conta do descumprimento de um dever legal, o agente a) por ação ou omissão, b) com nexo de causalidade e c) culpa ou dolo, causará à vítima um dano.

A Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva Subjetiva: É o que defende o artigo 186 do C.C. Neste caso é necessária que a conduta do agente tenha sido culposa ou dolosa. Objetiva: Se funda no fato da coisa ou no risco da atividade (teoria do risco), ou seja, para que haja o dever de indenizar é irrelevante o dolo ou culpa do agente.

Elementos da Responsabilidade Civil Subjetiva Primeiramente, para caracterizar a responsabilidade civil subjetiva, é necessário que se concilie três elementos: a culpa ou o dolo do agente; a relação ou o nexo de causalidade; e DEVER DE INDENIZAR o dano causado.

Elementos da Responsabilidade Civil Objetiva Também conhecida como responsabilidade pelo risco, diferencia-se da anterior por não depender da existência do elemento culpa. Assim, ela depende de: a relação ou o nexo de causalidade; e o dano causado. DEVER DE INDENIZAR Aquele que, em razão de sua atividade ou profissão, cria um perigo, está sujeito à reparação do dano que causar, salvo prova de haver adotado todas as medidas idôneas a evitá-lo (Sergio Cavalieri Filho, 2008)

Os Responsáveis Pela Reparação Civil O artigo 932 do Código Civil prevê: São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele. Dever de segurança do empregador ou preponente em relação àqueles que lhe prestam serviços. O artigo 933, por sua vez, assegura que: As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

A Responsabilidade Criminal O que é a responsabilidade criminal? A responsabilidade criminal por dolo versus a responsabilidade criminal por culpa; Crimes decorrentes da inaplicabilidade das normas de Segurança e Medicina do trabalho, previstas na Constituição Federal e na CLT; O Crime de Incêndio no Código Penal; e, Efeitos da Sentença Penal na Esfera Civil.

O que é a Responsabilidade Criminal? A responsabilidade criminal, assim como a responsabilidade civil, surge a partir do cometimento de um ato ilícito que causa dano a alguém. A principal diferença entre a responsabilidade civil e a criminal está no foco da penalidade imposta. Enquanto na responsabilidade civil, o objetivo primordial é o da reparação do dano, na responsabilidade criminal o objetivo é social de punição e de desestímulo à prática de atos ilícitos.

Responsabilidade Criminal por Dolo e por Culpa Além dos casos em que a pessoa age com dolo, isto é, com a intenção de praticar o ato ilícito, a responsabilidade criminal também surge nas situações em que o ilícito decorre de uma omissão (culpa) do agente. O artigo 13 do Código Penal diz que responde criminalmente não só o agente que deu causa ao crime por uma ação, mas também aqueles que se omitiram quando deveriam e podiam agir para evitar o resultado. Uma vez atendido o risco produzido pela execução de certas atividades, é de se levar em conta o dever de atenção, controle e guarda a todos os que se encontrem interessados na realização dessas atividades. (...)

Crimes decorrentes da inaplicabilidade das normas de Segurança e Medicina do trabalho, previstas na Constituição Federal Previsão Constitucional: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

Crimes decorrentes da inaplicabilidade das normas de Segurança e Medicina do trabalho, previstas na CLT A CLT dedica um capítulo inteiro à Segurança e Medicina do trabalho (Capítulo V, Título II artigos 154 a 201), mas é o artigo 157 e 158 que traçam a diretriz básica sobre a responsabilidade tanto do empregado quanto do empregador: Art. 157 - Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Crimes decorrentes da inaplicabilidade das normas de Segurança e Medicina do trabalho, previstas na CLT Art. 158 - Cabe aos empregados: I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. A omissão por parte do empregador/empregado no cumprimento desses artigos, poderá fazê-los incorrer no elemento subjetivo da norma penal incriminadora.

O crime de incêndio no Código Penal O artigo 250 do código penal dispõe que: Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. Aumento de pena 1º - As penas aumentam-se de um terço: I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio; II - se o incêndio é: a) em casa habitada ou destinada a habitação; b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; d) em estação ferroviária ou aeródromo; e) em estaleiro, fábrica ou oficina; f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. Incêndio culposo 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. No caso do crime acima resultar em lesão corporal ou até mesmo morte a pena será aumentada de acordo com o artigo 258 do Código Penal.

O crime de incêndio no Código Penal No caso do crime de incêndio resultar lesão corporal ou a morte a pena será aumentada de acordo com o artigo 258 do Código Penal: Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

Efeitos da Sentença Penal na Esfera Civil Os efeitos diferenciam-se na esfera civil dependendo se a sentença penal foi condenatória ou absolutória. Sentença Absolutória: Por falta de prova Por ter ficado provada a inocência do Réu ou provada a inexistência do fato Sentença condenatória: A sentença penal condenatória faz coisa julgada no Civil.

Caso Edifício Andorinhas Rio de Janeiro Em fevereiro de 1986, no centro do Rio de Janeiro, ocorreu um dos mais graves incêndios da história do país: o incêndio do Edifício Andorinhas. A causa provável do incêndio foi uma sobrecarga elétrica na sala de uma das locatárias do edifício, no nono andar de um edifício de doze andares. 21 pessoas faleceram e cerca de 50 ficaram feridas. Diversos processos foram ajuizados tanto na esfera cível, quanto na esfera criminal. Na esfera cível, três agentes foram responsabilizados: o Condomínio (e, portanto, indiretamente, todos os condôminos do edifício), a Locatária da sala onde o fogo teria começado e o Estado do Rio de Janeiro. À época, excluiu-se a possibilidade de denunciação da lide à empresa que fez as instalações elétricas. Muitos dos autores ainda buscam o recebimento de indenizações, mas diversas indenizações já foram pagas, algumas superando dezenas de milhões de reais.

Obrigado. Tiago Gomes T 55 11 3040 0908 tiago.gomes@cbsg.com.br Rua do Rocio, 291-11º andar - 04552-000 - São Paulo - SP Brasil www.cbsg.com.br