Dados estatísticos revelam o perfil da mão-de-obra, o desempenho e a participação no contexto nacional do setor gráfico do Estado da Paraíba

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Transcrição:

Os números da indústria gráfica paraibana Dados estatísticos revelam o perfil da mão-de-obra, o desempenho e a participação no contexto nacional do setor gráfico do Estado da Dados gerais da indústria gráfica da paraibana A está situada na região Nordeste e faz divisa com os estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Sua economia se baseia na agricultura (principalmente cana-de-açúcar, abacaxi, mandioca, milho e feijão), na indústria (alimentícia, têxtil e sucroalcooleira), na pecuária (de modo mais relevante, caprinos, na região do Cariri) e no turismo. cerâmica, cimento, alimentos e têxtil O Estado gerou R$ 19,9 bilhões em 2006 de Produto Interno Brunto (PIB). O PIB per capita instalaram-se na, criando 8 mil novos postos de trabalho. foi de R$ 5.507 no mesmo ano, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Um dos principais pólos industriais paraibanos encontra-se em Campina Grande, onde estão sediadas companhias ligadas aos setores de metalurgia e confecções. A estratégia de oferecer incentivos fiscais às empresas dispostas a se estabelecer no Estado tem gerado resultados modestos. Entre 1995 e 1999, 14 empresas, dos segmentos de Quanto às gráficas paraibanas, os dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE/RAIS) revelam que, no ano de 2007, o Estado tinha 195 estabelecimentos gráficos, um crescimento de 15% em relação ao ano de 2006. A expansão é superior à média nacional, que foi de apenas 3% a.a., neste período. O valor da produção industrial gráfica da, em 2008, foi de R$ 169,31 milhões (Fonte: IBGE, com estimativa do Decon/Abigraf).

No que se refere ao emprego, o Estado empregou, em 2007, 1.960 pessoas nas 195 gráficas (tabela 1). A, segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), historicamente, tem sido deficitária no comércio de produtos gráficos. Mas os valores são pouco representativos. Em 2007, o Estado exportou US$ 133,53 mil e importou US$ 197,59 mil, acumulando assim um saldo comercial negativo de US$ 64,06 mil no setor gráfico paraibano (tabela 1). Tabela 1: Dados gerais da indústria gráfica da 2006 e 2007 2006 2007 % NO PERÍODO Brasil % participação Brasil % participação Brasil Número de estabelecimentos 169 17.962 0,94% 195 18.415 1,06% 15% 3% Número de funcionários 2.048 198.025 1,03% 1.960 201.420 0,97% -4% 2% Número de funcionários / Estabelecimento 12,1 11,0 10,1 10,9-17% -1% Balança comercial (US$ FOB milhões) -226,91* 62,84-64,06-40,25 Exportações (US$ FOB milhões) 54,31* 276,95 19,63% 133,53 279,07 47,61% 146% 1% Importações (US$ FOB milhões) 281,22* 212,48 131,51% 197,59 319,69 61,61% -30% 50% Fonte: MTE/RAIS, AliceWeb/MDIC. * valores em US$ Perfil das gráficas e do emprego no setor A maior parte das gráficas (83%) do Estado da emprega até 19 funcionários, percentual semelhante à média nacional, que é de 82% (figura 1).

Figura 1: - Distribuição do emprego na indústria gráfica por porte de empresa 2007 A renda média dos gráficos paraibanos é bastante baixa para os padrões nacionais desta indústria: 59% dos empregados paraibanos no setor recebem até 1 salário mínimo, enquanto a média nacional, nessa faixa salarial, é de apenas 3% do total (figura 2). Outros 28% dos empregados gráficos paraibanos recebem entre 1 a 2 salários mínimos, e a média nacional é de 35% nesta faixa salarial no setor. No tocante ao grau de escolaridade do gráfico, no Estado da, 49% tem o segundo grau completo, semelhante à média nacional para essa faixa, que é de 46% (figura 2). Gráficos 2 e 3: Número de funcionários no setor gráfico do Estado do e no Brasil por faixa de remuneração e por nível de escolaridade

O porte das gráficas paraibanas é pequeno, assim como ocorre no nível nacional. As gráficas paraibanas empregam, em média, 10,1 empregados, e a média nacional é de 10,9 pessoas. As maiores empresas estão localizadas nos municípios de João Pessoa (11,1 funcionários por gráfica) e Campina Grande (10,4) (Tabela 2). É importante destacar que no município de Conde estão estabelecidas as gráficas de maior porte no Estado. Tabela 2: - Números de empresas e emprego na indústria gráfica por município 2007 Nº funcionários / nº Município Nº funcionários Nº estabelecimentos Estabelecimento 1 João Pessoa 1.032 93 11,1 2 Campina Grande 395 38 10,4 3 Conde 257 2 128,5 4 Patos 51 9 5,7 5 Cajazeiras 49 11 4,5 6 Guarabira 31 6 5,2 7 Outros 145 36 4,0 Total 1.960 195 10 Os gráficos 4 e 5, abaixo, permitem visualizar a distribuição das gráficas e da mão-de-obra entre os municípios.

Gráficos 4 e 5: - Distribuição do número de gráficas e do emprego entre os municípios 2007 Balança comercial A balança comercial da indústria gráfica paraibana anual é historicamente deficitária. Houve superávit unicamente nos anos de 2003 a 2004 (US$ 86,4 mil, em 2003, e US$ 646,2 mil, em 2004). Desde então os déficits foram constantes (Tabela 3 e gráfico 6). A tabela 3 descreve a evolução da balança comercial de produtos gráficos paraibanos de 2000 a 2008. Tabela 3: Valores consolidados anuais do comércio exterior da indústria gráfica paraibana (de 2000 a 2008) Exportação (US$ mil) Importação (US$ mil) Saldo Comercial (US$ mil) 2000 0,00 22,12-22,12 2001 0,92 44,64-43,72 2002 0,96 5,01-4,05 2003 86,39 19,13 67,27 2004 646,18 20,21 625,97 2005 6,13 195,68-189,55 2006 54,31 281,22-226,91 2007 133,53 197,59-64,06 2008 1,74 43,42-41,69 Fonte: AliceWeb/MDIC.

O valor das exportações paraibanas de produtos gráficos no ano de 2004 foi excepcionalmente elevado. Tal fato se deve às exportações de um único item caixas de papel ou cartão, ondulados (canelados), NCM 1 4819.1000 do segmento de embalagens, com exportação no valor de US$ 571.145 ou 88% dos produtos exportados. Gráfico 6: Valores consolidados anuais do comércio exterior da indústria gráfica paraibana (de 2000 a 2008) Fonte: AliceWeb/MDIC Elaboração: Decon/Abigraf Conforme já observamos anteriormente, o segmento de embalagens foi responsável por mais da metade das exportações no ano de 2004. Nos demais anos a participação do segmento de embalagens dividiu espaço com o segmento editorial de livros e revistas. Nas Importações, destacam-se os segmentos de embalagens, etiquetas, impressos comerciais e promocionais. 1 Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM