TÍTULO: Aplicações de geoprocessamento na organização e gestão dos serviços de drenagem urbana. NOME DOS AUTORES: Danilo Heitor Caires Tinoco Bisneto Melo. Formação: Bacharel em Geografia, pela Universidade Estadual de Maringá - UEM, em 1998, com mestrado em Sensoriamento Remoto, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE, em 2002. Cargo Atual: Geógrafo da Prefeitura Municipal de Maringá, corpo técnico do geoprocessamento, professor colaborador do departamento de Geografia na Universidade Estadual de Maringá. Endereço: Departamento de Geografia, Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790 CEP 87020-900 Maringá Paraná Brasil Palavras-Chaves: planejamento urbano, diagnóstico ambiental, banco de dados geográfico, geoprocessamento. Declaração Eu, Danilo Heitor Caries Tinoco Bisneto Melo, portador do Registro Geral, 37.375.938-1 SSP/SP, declaro estar ciente das normas estabelecidas pelo regulamento da XI exposição de experiências municipais em Saneamento.
INTRODUÇÃO Os sistemas ambientais naturais, face as intervenções humanas, apresentam maior ou menor fragilidade em função de suas características originais. Em virtude disso, tornam-se cada vez mais necessário que as inserções antrópicas sejam mais compatíveis com as potencialidades e fragilidades dos recursos naturais. Para isso, o homem tem procurado utilizar a tecnologia que o auxilie no monitoramento, manejo e uso e ocupação do solo. Esta intervenção é resultado das necessidades de abrigo, geração de alimentos, produção de bens e serviços, comunicação, interação social, enfim, de todas as questões inerentes à sociedade humana, o qual vem transformando as condições ambientais e a própria existência das pessoas. De um ritmo calmo com pouco poder de intervenção sobre o meio ambiente, a sociedade passou, em menos de um século, para um modo de vida que espelha as mudanças de perfil tecnológico, econômico e social. Estas transformações trouxeram inúmeros benefícios à humanidade, mas também geraram um processo de urbanização acentuado, resultado da forte atração das cidades sobre o meio rural, da redução da taxa de mortalidade infantil, do aumento da expectativa de vida e do próprio crescimento vegetativo. Isto associado a uma desorganização e falta de planejamento das administrações públicas, geraram sérios problemas relacionados à ocupação do espaço físico, desequilíbrio ambiental e a manutenção da qualidade de vida das pessoas. Neste contexto, o presente trabalho apresenta os resultados iniciais da elaboração de um Sistema de Informação Geográfico Ambiental - SIGA, visando caracterizar e diagnosticar os problemas ambientais decorrentes da implantação de empreendimentos imobiliários. O instrumento chave deste SIGA possibilita manipular as informações referentes às entidades geográficas, buscando o entendimento sistemático do objeto de investigação. A proposta fundamental deste trabalho consiste em montar um banco de dados ambiental com informações referentes aos novos empreendimentos imobiliários a serem implantados no município. Este tema foi escolhido em função de loteamentos
aprovados anos atrás, e que hoje apresentam problemas ambientais, principalmente com relação aos recursos hídricos. Este fato é decorrente da ocupação do solo urbano de Maringá, uma cidade que foi planejada, tendo seu traçado urbanístico iniciado na área divisora de bacias hidrográficas, alta vertente. Após 59 anos de existência, a cidade passou por um acelerado desenvolvimento e expansão urbana, ultrapassando a marca de 324.397 habitantes (estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, 2006). Com isto, a cidade passou a ocupar as áreas próximas dos corpos hídricos, baixas vertentes. Buscando aproveitar o máximo possível do terreno a ser ocupado, o relevo acaba passando por transformações e adequações, como cortes e aterros. Por um lado, a cidade de Maringá apresenta um planejamento urbanístico, no que tange ao uso e ocupação do solo (arruamentos, edificações, áreas equipamentos públicos), por outro lado, a cidade enfrenta grandes problemas referentes a drenagem urbana, pois o número de córregos que modelam a sua malha estão enfrentando inúmeros problemas como a poluição, erosão e rebaixamento do lençol freático. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO Como metodologia, o primeiro passo foi identificar e selecionar a base cartográfica e bibliografia sobre a área de estudo e sobre o tipo de estudo a ser realizado e, escolher o Sistema de Informações Geográficas a ser utilizado. Foi definida a base única de Referência Espacial do Banco de Dados e organizado em diretórios, no ambiente windows, sendo adotados dois Sistemas de Informações Geográficas SIG (ou GIS): o aplicativo ERDAS (versão 8.3) para trabalhar com o registro de imagens, e o aplicativo ArcView (versão 3.1), para trabalhar com a editoração vetorial (no caso a drenagem), incluindo os dados cadastrais (atributos associados aos vetores). Estes dois aplicativo possuem uma interface direta e rápida entre si, o que facilitou a migração de dados de um para o outro, além de estarem integrados diretamente com o ambiente de trabalho e com o editor gráfico, AutoCAD. Para que a administração pública tenha conhecimento sobre as fragilidades ambientais da área que será parcelada (loteamento, condomínio, subdivisão, incorporação), em áreas urbanas e de urbanizações específicas, empreendimentos
comerciais e industriais, desenvolveu-se mecanismos que a auxiliem neste controle, tais como a elaboração de laudo geoambiental e plano de controle ambiental (Decreto Municipal nº 721 de 2003 e Lei Municipal nº 7268 de 2006, respectivamente). O primeiro refere-se a um estudo sobre a fragilidade ambiental, buscando verificar se a área suporta a implementação urbana. No caso do Plano de controle ambiental, caso ocorra algum impacto ambiental, os responsáveis pelo loteamento deverão apresentar um diagnóstico e prognóstico da área de abrangência e as medidas compensatórias. Além disto, todo o parcelamento do solo deve respeitar a Lei Federal nº 4771 de 1965, que estabelece as áreas de preservação permanente. ÁREA DE ESTUDO O município de Maringá, situado no setentrião paranaense, com uma paisagem de colinas suaves, de topo aplainado, da grande unidade fisiográfica de planaltos arenitico-basálticos (Terceiro Planalto), uma grande mancha de terra roxa que extravasa os limites municipais, entalhados por vales fluviais, de nascentes em anfiteatros e meandros ligeiramente incisos que apresentam sinais de solapamento lateral, de vertentes convexas encontrado em alguns setores ruptura de declive. A estrutura urbana da cidade ocupa as vertentes do espigão divisor de água do Rio Pirapó Ivaí. RESULTADOS E DISCUSSÕES A inserção de dados em um projeto de geoprocessamento deve-se, inicialmente, definir as coordenadas geográficas. Neste trabalho foram escolhidas as mesmas coordenadas adotadas pelo IBGE, no mapeamento na escala 1:50.000, que é a projeção Universal Transversa de Mercator (UTM); Elipsóide: International 1909; Datum: Córrego Alegre, MG; Zona 22. Além disto, a projeção UTM está baseada no plano cartesiano, que tem poucas distorções da superfície. Estas diretrizes vem de encontro com o decreto nº 89.817, de 20 de junho de 1984, que estabelece as instruções reguladoras das normas técnicas da cartografia nacional. Este decreto é muito importante, pois estabelece a classificação de uma carta quanto à exatidão. Com a validação do registro das cartas topográficas, começou-se a editoração da rede hidrográfica, realizada no aplicativo ArcView (versão 3.1). Para tanto, foi criado um
sub-diretório denominado Hidrografia, onde são colocados todos os dados referentes aos recursos hídricos (texto, tabelas). CONSIDERAÇÕES FINAIS Com relação a delimitação da área de preservação permanente realizada anteriormente, apresenta um erro com relação ao seu tamanho, pois de acordo com a Lei Federal, a delimitação da área é delineada pelo nível mais alto da drenagem, sendo que na maioria dos mapas apresentados no parcelamento do solo apresentam a drenagem apenas como uma linha, ocultando a sua dimensão. Na fase inicial, foram realizadas todas as etapas de elaboração de um SIG: entrada, armazenamento, gerenciamento, análise e manipulação, saída e apresentação de dados. O próximo passo no estudo ambiental é a compreensão dos processos geomorfológicos atuantes, acrescentando na tabela da hidrografia informação sobre vazão, escoamento fluvial, índice de bifurcação, comprimento médio, entre outros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brasil, Lei nº 4771 de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, D.O. 28 de set. de 1965, p. 9529. Brasil, Decreto nº 89.817 de 20 de junho de 1984. Estabelece as instruções reguladoras das normas técnicas da cartografia nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, Df, D.O.F.C. 22 de jun. De 1984. Seção 1 p 8884. Maringá, Lei Ordinária nº 7268 de setembro de 2006. Dispõe sobre o plano de controle ambiental e dá outras providências. Diário Oficial [do Município], Maringá <http://sapl.cmm.pr.gov.br:8080/sapl_site/sapl_skin/consultas/norma_juridica/norma _juridica_mostrar_proc?cod_norma=9149> IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php>, Acessado em 20 mar 2007.