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2 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

Mensagem do Presidente Meus Amigos, Sendo que o Congresso da APAVT é, reconhecidamente, o maior fórum de discussão do Turismo em Portugal, é natural que comece precisamente por este facto, em mais uma conversa que tenho o prazer de manter convosco. Como sabem, a Direcção a que presido desenvolveu todos os esforços no sentido de organizar um Congresso moderno na sua concepção, actual nos seus temas e extremamente apelativo para um permanente diálogo e confronto de ideias. Para isso, conseguiu fundamentar a parte científica em 3 vectores fundamentais: a reunião à volta da mesma mesa dos responsáveis pelas principais associações empresariais ligadas ao Turismo, que terão a possibilidade de apresentar as suas ideias acerca da estratégia futura do sector, confrontando-as com o poder institucional, representado pela cúpula tutelar do sector, bem como com os partidos políticos; o reforço do papel do agente de viagens enquanto consultor dos consumidores, através da presença de clientes habituais das agências que certamente irão publicamente dizer o que pensam dos serviços que recebem, e o que gostariam de alterar ou modificar relativamente a esses mesmos serviços; a demonstração da inevitabilidade de uma cada vez maior necessidade de aproveitar as novas tecnologias de informação, bem como a também incontornável necessidade da existência de formação de técnicos e gestores, necessidades estas fundamentais para uma cada vez maior qualificação dos agentes de viagens, com a consequente mais valia aportada aos seus clientes. E foi baseados nestes princípios que a direcção da APAVT elaborou os painéis do Congresso, tendo sempre como denominador comum a demonstração da importância da DISTRIBUIÇÂO, como fundamental na cadeia de valor que representa o produto turístico, desde a sua concepção até ao consumo final. Estou seguro de que teremos um Congresso inovador, dinâmico, e de grande nível profissional, já que, para participantes nos diferentes temas em debate, houve o cuidado de convidar oradores de reconhecido mérito e capacidade de comunicação. Guardamos também para o nosso Congresso duas acções que consideramos extremamente importantes: a apresentação do novo logotipo da APAVT, algo que se impunha e que traduz a vontade de transmitir uma imagem mais moderna e de acordo com a própria dinâmica do agente de viagens e a apresentação formal da APAVTFORM, empresa de formação da APAVT, de profissionais para profissionais do sector de turismo, e que constitui uma grande aposta desta direcção, aposta essa que temos a certeza de ganhar. Mas além de vos falar do Congresso, gostaria ainda de realçar o facto da APAVT ter tomado há dias posse de uma das vice-presidências da Confederação do Turismo Português, integrada na única lista apresentada a sufrágio. É nossa convicção que os corpos directivos agora empossados saberão gerir da melhor forma os desafios que se lhes apresentam, no sentido da procura de soluções que sejam a resposta cabal aos anseios legítimos dos agentes económicos do sector, que mais não pretendem do que tornar Portugal cada vez mais competitivo, e consequentemente permitir que o Turismo seja definitivamente reconhecido como o principal criador de riqueza e emprego deste País. Não posso entretanto deixar de realçar o papel desempenhado pelo Dr. Atílio Forte, durante a sua gestão dos destinos da CTP, papel esse que colocou a Confederação ao mesmo nível de outras Confederações, sobretudo ao conseguir a sua entrada na Concertação Social. Bem haja pelo trabalho desenvolvido. Quero ainda reafirmar a vontade da direcção da APAVT em reforçar de uma forma efectiva e consequente as relações com os seus parceiros de negócio, sejam eles as associações congéneres, ou os nossos fornecedores. Entendemos que a coesão e entendimento entre todos será ( é ) fundamental para o desenvolvimento do sector do Turismo em Portugal. E termino lembrando que a razão da nossa existência é, na realidade, os nossos clientes: são eles que compram o produto que nós distribuímos: compete-nos a nós, agentes de viagens, qualificar esses produtos, agregá-los com competência profissional e distribuí-los com clareza e transparência processual. Essa é efectivamente a mais valia que os consumidores esperam de nós. João Passos, Presidente da Direcção da APAVT Estou seguro de que teremos um Congresso inovador, dinâmico e de grande nível profissional, já que, para participantes nos diferentes temas em debate, houve o cuidado de convidar oradores de reconhecido mérito e capacidade de comunicação Um forte Abraço. REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006 3

4 Presidente da Direcção: João Passos Director Imagem e Comunicação: Frédéric Frère Conselho Editorial: João Passos, Frédéric Frère, João Luís Moita, Filipe Machado Santos, Rui Colmonero, Paulo Brehm REVISTA APAVT Director Editorial: Paulo Brehm brehm@net.novis.pt Redacção: Catarina Delduque, Guilherme Pereira da Silva Tel. 21 3142256 / Fax. 21 3525157 revista.apavt@net.novis.pt Colaborações: Guilherme Pereira da Silva, Isabel Barata, Pedro Chenrim, Peter Villax, Rui Colmonero, Sebastião Boavida Fotografia: José Fonseca, Rafael G. Antunes, arquivos APAVT e imagesofportugal.com, Edição Gráfica e Layout: Pedro António e Maria Duarte Publicidade: Jorge Reis jorgeareis.pub1@sapo.pt Tel. 91 758 53 10 Impressão e Acabamento: Soc.Tipográfica - Estrada Nacional 10, Porto Alto Tiragem: 3.000 exemplares Distribuição: APAVT Propriedade: APAVT-Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo Rua Duque de Palmela, 2-1º Dtº 1250-098 Lisboa Tel. 21 3553010 / Fax. 21 3145080 apavt@apavtnet.pt www.apavtnet.pt Reg. no ICS como nº 122699 Nota do Editor: Os artigos de opinião são da responsabilidade exclusiva dos seus autores. Nº4 II SÉRIE ESPECIAL CONGRESSO 2006 Vida Associativa: Novo Contrato Colectivo de Trabalho NOTICIÁRIO Pág.5 A PALAVRA AO JORNALISTA Os agentes de viagens começam a ter peso e factores elementares que permitem que a sua importância cresça na cadeia de valores da distribuição do produto turístico, conclui Pedro Chenrim, director do magazine Ambitur. Pág.10 NOTÍCIAS: Rede Best Travel adere à APAVT A rede de agências de viagens que opera sob a bandeira Best Travel está a formalizar a sua adesão à APAVT, reforçando desta forma a representatividade da associação. Pág.27 NOTÍCIAS: Indústria Turística Europeia contra aumento do preço dos Vistos O turismo receptivo na Europa pode sofrer com o aumento dos vistos, cuja aplicação deverá ocorrer a 1 de Janeiro de 2007. Pág.48 CAPA Entrevista a António Loureiro 2007 é o ano da webização das Agências de Viagens, afirma o presidente da Galileo Portugal, António Loureiro, que em entrevista à revista APAVT fala também do futuro das relações AV s-crs s e do portal Galileo Leisure. Pág. 24 O fim das diuturnidades, a introdução das promoções por mérito e a flexibilização do horário de trabalho são as principais alterações do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) Pág. 12 Rebranding da associação APAVT nova imagem Mais de um quarto de século após a última renovação da sua imagem, a Associação lançouse este ano num projecto de rebranding Pág. 24 ANÁLISE: O potencial da Ásia para o turismo receptivo Europeu O turismo receptivo europeu beneficiou em 2005 com a chegada de 14 milhões de turistas asiáticos, uma região cujo desenvolvimento económico tem vindo a fazer aumentar a sua importância como mercado emissor. Pág.30 INDEX DE BROCHURAS Pág.38 CALENDÁRIO DE FEIRAS E WORKSHOPS Pág.42 SERVIÇOS EXCLUSIVOS As vantagens de ser membro da APAVT... Pág. 44 ÚLTIMA PÁGINA Temos de ter outra atitude para quem procura o nosso Sol e aquilo que nos distingue de tantos outros povos, quando a competência não se lhe sobrepõe: a nossa simpatia e a nossa generosidade, na opinião de Peter Villax, Administrador da Hovione FarmaCiencia SA. Pág. 50 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

Noticiário editorial Paulo Brehm M ais de um quarto de século depois da sua última alteração, a imagem da APAVT apresenta-se na abertura oficial do 32º congresso nacional totalmente renovada, pronta a constituir a referência visual da associação nos próximos anos. Também a nossa revista reflecte esta alteração, apresentando-se na mesma ocasião com um novo logotipo e, como creio plenamente justificável, um artigo onde se explica um pouco dos conceitos e ideias subjacentes a este histórico rebranding. Se a inovação foi palavra chave na organização do congresso e na imagem e actividade da associação, o mesmo se está a observar de forma muito clara em todo este sector. A "webização" do negócio das agências de viagens é pois apenas uma das interessantíssimas conclusões que nos transmite o director-geral do GDS Galileo, António Loureiro, em entrevista que muito acrescenta, sem dúvida, ao conhecimento e debate do futuro do sector. Esta edição especial congresso dá também destaque à adesão da rede Best Travel à APAVT. Praticamente de uma só assentada entram na associação mais de meia centena de agências de viagens, reconhecendo e reforçando a importância de o sector estar junto, mais que nunca e como poucos outros, para enfrentar os desafios e encontrar as oportunidades e as soluções. Margarida Blattmann, directora-geral da Best Travel, explicou-nos as motivações e permitiu-nos traçar o perfil da sua rede, que aqui partilhamos com todos os leitores. Edição após edição, ao que nos chega, a Revista APAVT tem-se destacado por integrar artigos de análise sobre temas cuja relevância e oportunidade são por demais evidentes. Não abdicamos por isso desta missão, dando nestas páginas um merecido destaque ao relatório das tendências globais do Euromonitor, apresentado no World Travel Market deste ano, em Londres, que reafirma a importância dos mercados asiáticos para o turismo receptivo europeu. Numa reedição sempre diferente e enriquecedora do que já fizemos anteriormente, voltamos a dar palavra a um empresário de fora do sector para que aborde na nossa revista o tema do Turismo. Honrou-nos desta vez Peter Villax, administrador da Hovione FarmaCiência, no espaço "Última Página" com um esclarecedor texto acerca de algo que muitos não conseguiram interiorizar: a noção de competência e de bem servir aqueles que nos procuram e visitam. Em vésperas de Natal e de um novo Ano resta-me pois desejar a todos os nossos colaboradores, leitores e anunciantes votos de Festas Felizes e Sucesso em 2007, com a certeza de que no próximo ano continuaremos a contribuir para este objectivo comum. Boas leituras e melhores negócios. APAVT com nova imagem na BTL 2007 A divulgação e promoção do APAVTForm, dos serviços do Provedor do Cliente das Agências de Viagens e da edição 2007 do Anuário de Associados são alguns dos objectivos da presença da APAVT na edição 2007 da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorre de 24 a 28 de Janeiro. S ob a nova imagem e cores do novo logotipo da associação, o stand da APAVT irá ocupar uma área de 36 metros quadrados no pavilhão do centro de exposições da FIL que vai estar dedicado às empresas do sector da distribuição. "Esta é uma excelente oportunidade não só para a divulgação ao trade e ao público da nova imagem e logo da associação, mas também do APAVTForm" adianta Ricardo Figueiredo, do departamento de marketing da associação dos agentes de viagens. Centro de Formação em destaque "Vamos também ter disponível no stand a edição 2007 do anuário de associados da APAVT", acrescenta Ricardo Figueiredo, esclarecendo que esta publicação, da qual são impressos 5.000 exemplares, é de distribuição gratuita apenas a associados, "embora possa ser adquirida por nãoassociados". A partir do stand, que constitui igualmente ponto de encontro de associados e parceiros, vão ser distribuídas brochuras com informações sobre o novo Centro de Formação e também folhetos com conselhos úteis ao viajante e informações sobre o serviço do Provedor do Cliente, estes últimos destinados ao público. REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006 5

Noticiário Transporte de Bagagem de Mão na U.E. tem novas regras E ntraram em vigor a 6 de Dezembro, em todos os aeroportos dos países da União Europeia e nos da Islândia, Noruega e Suíça, novas regras relativas ao transporte de bagagem de mão. Decorrentes da aplicação de medidas adicionais de segurança, as novas regras limitam a quantidade de líquidos autorizada a ser levada pelos passageiros para a cabina do avião até ao máximo de um litro ou equivalente por pessoa. Além destas novas normas, é também solicitado aos passageiros que retirem, nos pontos de rastreio dos aeroportos, os seus casacos para que sejam controlados separadamente. Também os computadores portáteis e outros aparelhos eléctricos de grande dimensão devem ser previamente retirados da bagagem de mão para rastreio separado. Aos passageiros é apenas permitido o transporte de líquidos contidos em recipientes individuais de capacidade não superior a 100 mililitros ou equivalente (100 g/3 Oz), acondicionados em saco de plástico fechado, transparente e que possa ser aberto e fechado de novo, com o máximo de capacidade de um litro por passageiro. Estão isentos de limitações os líquidos adquiridos e embalados (em sacos invioláveis) nas lojas situadas para além dos pontos de controlo do cartão de embarque ou a bordo de avião de uma companhia aérea da União Europeia. Os líquidos necessários para a viagem do passageiro (para consumo durante os voos e estada), que visem satisfazer fins médicos ou dietéticos (com respectiva prescrição) e também a alimentação para bebé estão fora destas restrições. Contudo, sempre que solicitado o passageiro deve provar a autenticidade desses líquidos, através de prova de gosto ou epidérmica. O SECP lança "Conselhos aos Viajantes Portugueses" que podem e não podem fazer pelos viajantes os postos consulares, os procedimentos a adoptar antes da partida e conselhos úteis no decorrer da estadia são os conteúdos de uma brochura que a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP) produziu, com a colaboração da APAVT e da ANA e o apoio da Caixa Geral de Depósitos. "Os postos consulares portugueses podem ajudá-lo em caso de necessidade. Contudo, cabe-lhe a si adoptar alguns procedimentos que contribuam para uma viagem tranquila", lê-se na nova publicação, que pode ser encontrada, entre outros locais de afluência de viajantes, nos aeroportos nacionais. A iniciativa visa esclarecer os viajantes acerca do que efectivamente podem esperar de um posto consular, assim como para transmitir conselhos que possam reduzir as probabilidades de O problemas no decurso de uma viagem. Um posto consular não pode "libertá-lo da prisão ou intervir em procedimentos judiciais", mas pode "ajudar a entrar em contacto com advogados locais, visitá-lo em caso de detenção e informar, apenas a seu pedido, os seus familiares", exemplifica o que esclarece a publicação da SECP, que contém também informações específicas para quem vai trabalhar no estrangeiro. APAVTForm online a 2 de Dezembro website do Centro de Formação APAVTForm estará online a partir de 2 de Dezembro, em www.apavtform.pt. A informação sobre os cursos, incluindo calendarização, conteúdos, preços e a inscrição online, a par da bolsa de formadores e notícias relevantes para o sector são alguns dos conteúdos e ferramentas do novo website. Futuramente o apavtform.pt disponibilizará também uma plataforma com modelos, exercícios, comunicações efectuadas em seminários e outros conteúdos destinados a apoiar e manter Com a colaboração da APAVT um elevado nível de interactividade entre formadores e formandos. As novidades do Centro de Formação serão comunicadas através de uma newsletter, enviada por inscrição no próprio website da APAVTForm. 6 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

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Noticiário Mais de meia centena de novos associados Rede Best Travel adere à APAVT A rede de agências de viagens que opera sob a bandeira Best Travel, que no seu conjunto atingiu em 2005 um volume de negócios de 30 milhões de euros, está a formalizar a sua adesão à APAVT, reforçando desta forma a representatividade da associação. A intenção é que todas as agências Best Travel sejam associadas da APAVT e beneficiem das mais valias que esta associação lhes pode proporcionar em vários aspectos do seu negócio, disse à Revista APAVT a directora-geral da rede, Margarida Blattmann. Por seu lado o presidente da associação dos agentes de viagens portugueses, João Passos, mostra-se satisfeito com a adesão da Best Travel, destacando a importância desta iniciativa para o reforço da representatividade da APAVT. Qualquer entrada de um novo associado é sempre motivo de contentamento, mas não posso deixar de saudar esta de forma particular, pois trata-se da adesão de uma rede de agências independentes que já possui uma dimensão muito significativa, refere a este propósito João Passos. Para o dirigente associativo, esta adesão é uma forma de reconhecimento das vantagens que a APAVT oferece aos seus associados e, por outro lado, confere-lhe ainda maior representatividade junto dos parceiros e dos poderes instituídos, que a todos vai seguramente beneficiar. Dada a natureza independente das agências Best Travel, a formalização da adesão tem vindo a processar-se gradualmente, sendo previsível que até final do ano a totalidade da rede esteja integrada. AS RAZÕES DA ADESÃO Â adesão ao Provedor do Cliente, a consultoria a nível de serviços jurídicos, o acesso ao melhor conhecimento do negócio e do sector e, claro, toda a informação permanente e útil para o desenvolvimento da nossa actividade, são os principais motivos invocados por Margarida Blattmann para justificar a entrada da Best Travel no universo das agências associadas da APAVT. Sendo o projecto Best Travel relativamente recente, a adesão á APAVT sempre foi algo contemplado nos objectivos da rede face às contrapartidas de informação, consultoria e conhecimento do mercado, mas outras prioridades se colocaram até ao momento em que percepcionamos que além da informação e assistência que as nossas agências não estavam a beneficiar, juntava-se a necessidade e a vantagem de ser aderente do Provedor do Cliente, afirma a directora-geral da Best Travel. Esta é claramente uma mais valia na afirmação e imagem das agências de viagens junto dos consumidores, recentemente reforçada pelo protocolo celebrado entre a Deco e a APAVT e a que a Best Travel não poderia ser alheia, conclui. O PERFIL DA BEST TRAVEL A Best Travel surge no mercado em Maio de 2003, por iniciativa de meia dúzia de ex-franchisados de uma anterior rede de Agencia de Viagens. A aprendizagem retirada de um projecto mal sucedido transformou aquilo que poderia ter sido o fecho de várias agências de viagens num projecto e conceito sólido de negócio que hoje representa a Best Travel, explica Margarida Blattmann. Tendo começado com 29 agências, a Best Travel tem actualmente 50 empresas franquiadas e um total de 66 balcões, sendo focada praticamente a 100% no negócio do outgoing de lazer Em 2005 a rede, no seu conjunto, registou um volume de negócios de 30 milhões de euros, estimando fechar este ano as contas com um valor próximo dos 40 milhões de euros e uma rede de 70 balcões. O conceito Best Travel insere-se num normal conceito de franchising onde o franchisador concede o direito de exploração da marca e transmite os conhecimentos e a experiência do negócio minimizando o risco de um negócio individual, acrescenta a directora-geral da rede, referindo também que os franquiados são jurídica e economicamente independentes, detendo um alvará próprio independente do master. Em oposição a esta independência jurídica e económica existe todo um conceito de Marca, gestão, pricing e serviço comum a toda a rede por força do conceito de Franchising e da formação continua, conclui Margarida Blattmann. Best Travel no congresso da APAVT Margarida Blattmann em discurso directo: Apesar da estrutura das nossas agências ser reduzida e qualquer ausência em termos de recursos humanos ser ponderada como uma possível perda de negócio, é natural que pela recente adesão, algumas agências adiram ao evento, nomeadamente porque os temas são temas de actualidade e pertinentes para a estratégia e garantia de futuro das agências de viagens. E como rede onde o espírito de grupo impera e a sinergia na partilha da informação é algo valorizado por todas as agências a informação considerada valiosa para o negócio será transmitida ás que não tenham possibilidade de participar. A Gecontur master da rede - irá sem duvida estar presente. 8 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

Noticiário REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006 9

Noticiário a palavra a... Pedro Chenrim Ambitur O Valor da Distribuição "O Valor Acrescentado da Distribuição" é um tema feliz para o XXXII Congresso de um sector que sofreu intensas transformações ao nível do seu modelo de negócio, nos anos mais recentes. Um sector que teve que aprender a viver com realidades diferentes num curto espaço de tempo. Desde as lowcost ao uso do on-line pelos clientes, desde o decréscimo das comissões das companhias aéreas a uma crise económica do país. Analisando o sector dos agentes de viagens em Portugal assiste-se hoje a uma concentração. Seja por via do crescimento dos grandes grupos, seja pela associação de agências de viagens independentes ou mesmo pelas soluções ao nível de franchising, entre outros. A distribuição ao nível das viagens tem hoje um peso que não tinha há poucos anos atrás. Juntando os desafios já enumerados consequentes da evolução do sector perante esta nova realidade podemos chegar a uma conclusão: a distribuição pode gozar hoje de um estatuto de certa independência face aos seus fornecedores. Os agentes de viagens começam a ter peso e factores elementares que permitem que a sua importância cresça na cadeia de valores da distribuição do produto turístico. Pegando nas palavras de Vítor Filipe, quando ainda presidente da APAVT, referia que "os grandes parceiros dos agentes de viagens são os consumidores". João Passos este ano considera que actualmente, no elo de ligação entre operador turístico e cliente, o agente de viagens se começa a aproximar mais do cliente. Esta é uma nova realidade, cabe agora ao sector da distribuição em Portugal compreender o significado desta questão, que deve passar por dois vectores: os interesses do cliente em primeiro lugar e os seus interesses em segundo, dentro das parcerias que enceta. "O valor Acrescentado da Distribuição" é pois um tema interesante para o actual Congresso. TAP introduz taxas de combustível de/para e entre as Regiões Autónomas A TAP começou a aplicar, a 28 de Novembro, uma taxa de combustível no valor de cinco euros por percurso entre o Funchal e Porto Santo e de 10 euros por percurso entre o Continente e as Regiões e entre as Regiões Autónomas, rotas até então isentas. O valor actualmente aplicado pela TAP para os voos de médio curso à saída de Portugal é de 15 euros por percurso, Competitividade marca agenda da CTP Legislação, fiscalidade, burocracia, promoção turística, incentivos ao investimento, gestão aeroportuária e transporte aéreo, formação, ordenamento e a reforma da administração pública foram os temas em destaque no discurso de José Carlos Pinto Coelho, o novo presidente da CTP, por ocasião da tomada de posse dos órgãos sociais para o próximo triénio. Temos uma visão das prioridades para que Portugal seja um País desenvolvido e um destino turístico competitivo. Queremos sair dos últimos lugares do ranking europeu, afirmou Pinto Coelho, salientando que a Confederação do Turismo Português (CTP) tem uma agenda para a competitividade, Indústria Turística Europeia contra aumento do preço dos Vistos O turismo receptivo na Europa pode sofrer um considerável impacto negativo com o aumento do custo dos vistos de entrada de turistas de mercados emissores como a China, a Rússia ou a Índia, advertem as confederações representativas da indústria turística europeia. O aumento dos vistos Schengen de 35 para 60 Euros, que será aplicado a partir de 1 de Janeiro de 2007,não vai tornar a Europa mais atractiva, afirmam em comunicado conjunto a ECTAA, EFCO&HPO, GEBTA, HOTREC e IRU. As confederações das associações de agências de viagens e operadores turísticos, de campismo e caravanismo, hotelaria e restauração e transportes lembra a companhia em comunicado, onde esclarece que a decisão tem por objectivo mitigar a variação anómala do preço do combustível e que o valor será revisto trimestralmente. A introdução das novas taxas foi autorizada pelo Governo após publicação no Jornal Oficial da União Europeia, aguardandose esclarecimentos sobre a interpretação das normas comunitárias. agenda essa que acaba de ser sufragada pelos associados e que vai constituir a espinha dorsal da nossa actividade nos próximos três anos. Da direcção da CTP empossada a 23 de Novembro faz parte a APAVT, representada por Francisco Calheiros, que passa a ocupar uma das vicepresidências. rodoviários defendem não subsistirem dúvidas que os visitantes a quem seja requerido um visto para entrar em países do espaço Schengen serão impedidos pelo substancial aumento do seu custo. O aumento de cerca de 70% traduz-se numa factura de 240 Euros para uma família em viagem turística, exemplificam as confederações, acrescentando que este facto terá um ainda maior impacto nas chegadas de turistas de países vizinhos tais como os estados do Báltico, Finlândia e Polónia, entre outros. Além de apelar à União Europeia para reduzir o custo dos vistos e levar a cabo um extenso estudo de impacto económico antes de introduzir quaisquer alterações. 10 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

Noticiário Acordo histórico com Sindicato João Passos: Novo Contrato Colectivo de Trabalho é moderno e inovador O fim das diuturnidades, a introdução das promoções por mérito e a flexibilização do horário de trabalho são as principais alterações do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) que a APAVT celebrou com o SIMAMEVIP* e que é aplicável a cerca de 7.500 funcionários de Agências de viagens portuguesa. N o contexto de uma Lei do Trabalho que está longe de corresponder aos desafios da actualidade, considero que a APAVT conseguiu um texto equilibrado e sobretudo inovador, adequado às necessidades das empresas e à realidade do mercado, afirma o presidente da associação, João Passos. O dirigente associativo louva o esforço do Sindicato, que teve a coragem de ultrapassar determinados cânones há muito cristalizados no mundo laboral português e assim acompanhar, também nesta área, o esforço de modernização das Agências de Viagens. O anterior contrato data de 1985 com uma actualização em 1992. Estava desfasado da realidade e penalizava não só as empresas como os trabalhadores, sobretudo pelo imobilismo e falta de motivação que induzia, acrescenta João Passos. MÉRITO SUBSTITUI ANTIGUIDADE A grande diferença (neste CCT) é o facto de as pessoas deixarem de ser premiadas por estarem nas empresas para passar a ser premiadas pela sua prestação, sumariza por seu lado João Barbosa, o director da APAVT responsável pelas relações laborais. A introdução de um mecanismo de avaliação para progressão na carreira e progressão salarial constitui a principal inovação do contrato. Segundo fonte do gabinete jurídico da associação, que conduziu as negociações com o sindicato, os funcionários das Agências de Viagens que obtenham em quatro anos consecutivos uma classificação de Muito Bom terão automaticamente um aumento de 10% sobre o seu salário base. Por outro lado, as empresas que não implementarem este sistema de avaliação terão de aumentar em 10% os funcionários não sujeitos a avaliação, acrescenta a referida fonte. O sistema de avaliação é o mais objectivo possível, com parâmetros que foram consensualizados com o sindicato, conclui o presidente da APAVT. ACTUALIZADA A TABELA SALARIAL A actualização da tabela salarial é uma das contrapartidas deste novo CCT, em 11% com efeitos retroactivos a Janeiro de 2006 e de 3% a partir de 1 de Janeiro de 2007. A tabela não era actualizada há cinco anos, esclarece João Barbosa, para quem o novo CCT vem repor a normalidade das relações entre a APAVTeo Sindicato. *Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006 11

Noticiário De Janeiro a Outubro Aeroporto de Lisboa ultrapassa 10 milhões de passageiros O aeroporto de Lisboa registou de Janeiro a Outubro deste ano um movimento de 10.548.407 passageiros, mais 9,3% do que em igual período do ano passado. As transportadoras nacionais, TAP, PGA, SATA e EuroAtlantic, no seu conjunto, representam 56,2% do total de passageiros e as low cost ficam abaixo de 10%. A TAP foi responsável pelo movimento de 5.180.831 passageiros no aeroporto da capital portuguesa nos dez meses terminados a 31 de Outubro, revelam as estatísticas da empresa de gestão aeroportuária ANA. A companhia liderada por Fernando Pinto atingiu neste período um share de 49,2% relativamente ao movimento total de passageiros na Portela, tendo crescido em números absolutos 8,2% relativamente ao período homólogo. A Lufthansa é a primeira das companhias estrangeiras no ranking de tráfego no aeroporto de Lisboa, com um total de 407.699 passageiros, mais 3,2% do que de Janeiro a Outubro de 2005, detendo um share de 3,9%. Iberia, British Airways e KLM são as únicas transportadoras do Top20 a registar quebras no movimento durante o período em análise, respectivamente 6,2%, -3% e 0,5%. No domínio das low costs, as transportadoras da bandeira easyjet totalizaram 324.904 passageiros, um share de 3,1% relativamente ao total, estando acima da British Airways. O 240.442 de Janeiro a Outubro Movimento de passageiros no Porto de Lisboa cresce 16% Porto de Lisboa registou um crescimento de 15,86% para 240.442 passageiros de cruzeiro embarcados, desembarcados e em trânsito de Janeiro a Outubro deste ano, relativamente ao período homólogo de 2005. Até 31 de Outubro fizeram escala no porto de Lisboa 235 navios de cruzeiro, mais 15 que no mesmo período do ano passado. O maior aumento do número de escalas registou-se precisamente Outubro, com mais nove navios a lançar amarras no cais do Porto de Lisboa. O número médio de passageiros por navio aumentou de 943 para 1.024. Segundo as estatísticas da Administração do Porto de Lisboa (APL), do total de movimentos de passageiros de cruzeiro no período em análise, 86,5% (208.136) referem-se a passageiros em trânsito, mais 1,5pp do que nos meses homólogos do ano passado. 12 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

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XXXII Congresso da APAVT Mensagem ao Congresso É com grande satisfação que os Açores acolhem mais uma edição do congresso da APAVT, que se realizou na Região pela última vez em 1996. Desde essa altura, muito mudou. Os Açores duplicaram a sua oferta hoteleira tendo-se assistido à remodelação dos hotéis existentes, de forma que hoje dispomos de um parque hoteleiro de grande qualidade, com uma oferta essencialmente a nível das três e quatro estrelas. Paralelamente, a animação turística sofreu também um desenvolvimento considerável, especialmente no que respeita ao turismo de natureza, dispondo de uma oferta profissionalizada em termos das actividades náuticas, observação de cetáceos, pedestrianismo, passeios todo o terreno, entre outros. De um destino que oferecia basicamente paisagens e que quase se limitava ao touring, os Açores verificaram também uma evolução em relação aos produtos que oferecem: apesar da importância incontornável do turismo de natureza, o golfe, que apresenta hoje uma nova dinâmica derivada da recente privatização dos campos de golfe de São Miguel, os congressos e incentivos, mediante o investimento realizado em modernos centros de congressos nas ilhas de São Miguel e da Terceira e o turismo de cruzeiros, em relação ao qual se iniciou recentemente a construção de uma importante infra-estrutura designada "Portas do Mar", são produtos que assumem uma afirmação crescente e em relação aos quais se espera um desenvolvimento significativo nos próximos anos. Os Açores, enquanto destino, correspondem ainda a uma grande variedade de coisas únicas: vulcanismo, que se manifesta através das nossas magníficas Isabel Barata Directora Regional de Turismo dos Açores lagoas, fumarolas e caldeiras, produção artesanal de charutos, ananases que crescem em estufas, baleias e golfinhos, vinho e queijo, locais classificados como património da humanidade, como a cidade de Angra ou a paisagem da vinha do Pico, cracas e cavacos, entre muitíssimas outras possibilidades. O desempenho turístico dos Açores tem correspondido ao esforço desenvolvido pelos sectores público e privado, quer em termos de infraestruturas, quer em termos de promoção. A criação da Agência de promoção, ATA, que permitiu um maior envolvimento dos privados na promoção da Região, contribuiu também para uma perspectiva mais partilhada e abrangente. Fruto deste esforço conjugado, os Açores registaram nos últimos dois anos crescimentos em termos das dormidas na ordem dos 20%, tendo superado as outras regiões do país igualmente em termos do ritmo de crescimento das receitas. O presente ano demonstrou-se essencialmente um ano de consolidação, sendo de destacar o facto dos proveitos terem crescido a um ritmo superior ao das dormidas. No próximo ano, estando previstas novas ligações aéreas com o Reino Unido, Holanda, Áustria e Irlanda espera-se de novo um crescimento assinalável. A nossa expectativa é ainda de que o mercado nacional contribua, mais uma vez, para o desempenho positivo do destino Açores. Apesar de terem surgido nos últimos anos novos mercados com ligações directas à Região, como os países nórdicos, a Alemanha, o Reino Unido, Espanha e a Holanda, sem esquecer os Estados Unidos e o Canadá, a verdade é que o mercado nacional continua a ser o nosso mais importante mercado. É igualmente incontornável a importância dos agentes de viagens e operadores turísticos na selecção e venda dos destinos. Sem a sua colaboração e empenhamento, não há destino que possa ter sucesso. Daí a importância para qualquer região turística de ser contemplada com a realização deste congresso, que não é actualmente apenas um congresso dos agentes de viagens e turismo, mas um acontecimento aglutinador de todo o sector turístico nacional. Da nossa parte, tudo faremos para que esta edição do congresso corresponda às expectativas dos organizadores e dos participantes, sendo que agradecemos a distinção da escolha. Desejamos a todos um bom trabalho e que a estadia vos permita usufruir do melhor que os Açores têm! 14 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

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Agenda do Congresso Sábado 2/12/06 19.30h Domingo 09.00h 3/12/06 10.30h 10.45h 13.00h 14.30h 15.00h 16.30h 16.45h 18.30h 20.30h Segunda-feira 09.00h 4/12/06 09.00h Chegada dos Congressistas a Ponta Delgada Transfer para os Hotéis Transfer para os Hotéis Entrega da Pasta de Congressista no Wellcome Desk instalado nos Hotéis SESSÃO DE ABERTURA E JANTAR DE BOAS-VINDAS OFERECIDO PELO GOVERNO REGIONAL DOS AÇORES (PALÁCIO JOSÉ DO CANTO) ESTRATÉGIA PARA O TURISMO: CONTRIBUTOS DOS EMPRESÁRIOS Um inovador painel-debate no qual se pretende obter a visão estratégica dos responsáveis dos principais sectores privados da actividade turística, nomeadamente que Turismo é que Portugal deve captar e quais os meios para atingir este objectivo. Key Note Speaker: Carlos Melo Ribeiro - Presidente Siemens Moderador: Paulo Neves (RR) Oradores: Henrique Veiga - Presidente AHP Elidérico Viegas - Presidente AHETA José Manuel Esteves - Secretário-Geral ARESP Joaquim Robalo de Almeida - Secretário-Geral ARAC Francisco Santos Presidente ACIF Carlos Costa Martins - Presidente CCIPD Christián Kuhn - Presidente da RENA João Passos - Presidente APAVT Coffee-break Continuação da SESSÃO DE TRABALHO Fim da sessão Almoço Livre Excursão para Acompanhantes (Lagoa das Sete Cidades) ESTRATÉGIA PARA O TURISMO: CONTRIBUTOS DOS PARTIDOS POLÍTICOS Na sequência da sessão anterior, a que são convidados a assistir, os representantes dos partidos políticos são solicitados a dar sua visão sobre o papel do Estado no processo de desenvolvimento do Turismo em Portugal, na senda das opiniões dos privados e com a sua interacção. Moderador: Paulo Neves (RR) Oradores: Maximiano Martins - PS Manuel Lancastre - PSD Jorge Cordeiro - PCP Miguel Matos Chaves - PP Coffee-break Continuação da SESSÃO DE TRABALHO Fim da sessão Jantar oferecido pelo ITP (Hotel Açores Atlântico) CONVERSAS COM JOSÉ HERMANO SARAIVA (30 MINUTOS) A mais valia que representa o património Histórico e Cultural de Portugal para a oferta turística portuguesa: Desafios e Oportunidades. PORTUGAL: DESTINO COMPETITITVO? Espaço de debate onde se pretendem abordar os principais factores e desafios à competitividade de Portugal como destino Turístico, nomeadamente em termos fiscais, ordenamento do território, oferta, transporte aéreo, promoção e outras. Moderador: João Vieira Pereira (Expresso) 16 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

Terça-Feira 5/12/06 10.30h 10.45h 12.30h 14.30h 16.00h 16.15h 17.30h 18.15h 18.45h 20.30h Quarta-feira 09.00h 6/12/06 Quinta-feira 7/12/06 09.30h 11.45h 12.00h 18.00h 20.30h Oradores: Luís Patrão Presidente Turismo de Portugal David Hacket -BI Miguel Sousinha Presidente ANRET Excursão para acompanhantes (Circuito do Nordeste) Coffee-break Continuação da SESSÃO DE TRABALHO Fim da Sessão. DISTRIBUIÇÃO: NA VANGUARDA DO E-COMMERCE As agências de viagens como pioneiras e lideres na utilização das novas tecnologias na distribuição do produto turístico: tendências, desafios e perspectivas. Key Note Speaker: Frédéric Frère -APAVT Moderador: Eduardo Moura (Jornal de Negócios) Oradores: Raul Gonçalves - Netviagens Gonçalo Cintrão - Exit Pedro Seabra - ViaTecla Coffee-break AGENTE DE VIAGENS: A VISÃO DO CONSUMIDOR Debate em que se pretende dar a conhecer o que os clientes esperam das Agências de Viagens em termos de serviço, informação, produtos e canais de distribuição. Moderador: Carlos Rosado de Carvalho Oradores: Guy Villax Castelão Costa João Francisco Caires Hélder Alves (Top Atlântico) FORMAÇÃO PROFISSIONAL Apresentação do projecto APAVTFORM, como forma de valorizar os recursos humanos das empresas de Turismo Portuguesas. Orador: Pedro Moita - APAVTForm FACTURAÇÃO ELECTRÓNICA (APRESENTAÇÃO COFIPOR - RUI FONTOURA) Fim da Sessão. Jantar Portugália Airlines (Royal Garden Hotel) Excursão oferecida (de dia inteiro) às Furnas com almoço incluído, oferecido pela SATA Internacional Jantar Galileo AVIAÇÃO EM PORTUGAL - CONSOLIDAÇÃO / CONCORRÊNCIA As oportunidades e desafios colocados aos agentes de viagens portugueses com os mais recentes desenvolvimentos na aviação portuguesa, tais como a alteração do modelo de remuneração, a introdução da comissão zero, o negócio TAP / PGA e os impactos a nível de concorrência, nomeadamente no mercado ibérico, a privatização da transportadora nacional, o fim da operação da Varig para o nosso País e outros importantes factos da actualidade. Moderador: Carlos Rosado de Carvalho Oradores: Fernando Pinto CEO TAP Manuel António Cansado Presidente SATA Excursão para Acompanhantes (Shopping Tour) Coffee-break SESSÃO RESERVADA A AGÊNCIAS DE VIAGENS Inclui balanço Airplus / SPAV no âmbito do sistema de pagamento às agências de viagens Almoço livre SESSÃO DE ENCERRAMENTO (Teatro Micaelense) Jantar de Encerramento TAP Portugal (Coliseu Micaelense) Pequeno-almoço (último serviço de Hotel do Congresso) Transferes dos hotéis REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006 17

Açores 18 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

APAVT apresenta nova imagem institucional Mais de um quarto de século após a última renovação da sua imagem, a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) lançou-se este ano num projecto de rebranding cujo resultado é apresentado, pública e formalmente, na abertura do seu 32º congresso nacional. REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006 19

Vida Associativa Os logotipos desde 1950 Dimensão, representatividade, capacidade de antecipação, conhecimento, credibilidade, modernidade, cooperação e parceria; estes são os principais valores constantes no desafio lançado a um grupo de agências criativas para que construíssem a imagem da APAVT no contexto do século XXI. Assumida a necessidade de mudança e de capacidade para transmitir ao sector e ao público uma imagem mais ajustada à realidade, capaz de reflectir a dinâmica do próprio sector, a escolha recaiu sobre a criatividade da agência Service4You. "Ao fim de mais de 25 anos ao serviço da APAVT o anterior logotipo estava esgotado e entendemos que tinha chegado a hora de investir na mudança para uma imagem mais consentânea com os dias de hoje", afirma João Passos, para quem a nova marca respeita as características pedidas aos criativos: lettering moderno, elegante, friendly e institucional, num ambiente cromático que contivesse referência ao passado, fosse luminoso e dinâmico, com formas reveladoras de dimensão e solidez. NAS MONTRAS DE PORTUGAL Tal como os seus predecessores, a nova identidade institucional da APAVT tem garantida a curto prazo uma projecção que ultrapassa as fronteiras da associação e dos seus associados. Além de todo o estacionário e suportes de comunicação da APAVT, incluindo a revista, anuário, website, stands e brochuras ou panfletos informativos, o logo vai certamente surgir em todas as montras e estacionário dos balcões das agências de viagens e das empresas aliadas (hotéis, rent-a-car, etc.), incluindo as centenas de milhares de brochuras que os operadores turísticos portugueses filiados na associação distribuem aos consumidores. "Vamos começar de imediato a distribuir os autocolantes identificativos da qualidade de sócios da APAVT, posteriormente mudaremos os cartões de associado e progressivamente veremos o novo logotipo em todo o lado", adianta João Passos, acrescentando que o respectivo manual de normas estará disponível para download a partir do APAVTNET, website da associação. O novo centro de formação profissional APAVTForm ostenta já uma imagem criada a partir da marca da associação. A imagem da APAVT desde 1950 20 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

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Vida Associativa "A história da APAVT é, em boa medida, a história do Turismo português enquanto actividade económica", escrevia o jornalista Belmiro Santos por ocasião do 50º aniversário da associação, celebrado em 2000. Passaram este ano 56 anos desde que um grupo de agentes de viagens se reuniu para criar o então chamado Grémio Nacional das Agências de Viagens (GNAV), génese de um esforço colectivo de promoção do Turismo e do negócio das que continua a marcar a agenda nacional e que assistiu. O primeiro logotipo do GNAV era constituído por um brasão de armas a evidenciar, com a esfera armilar, não só a vocação universal da Nação Portuguesa como também o carácter e alcance global da actividade das Agências de Viagens. Anos mais tarde, crescendo na sua dimensão e influência, o GNAV alterou ligeiramente o seu logotipo, transmitindo uma imagem de maior modernidade. Ainda sob o estatuto de Grémio, a crescente importância do transporte aéreo no negócio das agências de viagens, fosse pelo turismo que se desenvolvia, fosse também pelo tráfego para os territórios portugueses de além mar, levou a que a imagem da associação incorporasse umas asas. O logotipo ganhou também cor e maior dinâmica, espelhando o crescimento que o Turismo de Portugal vinha adquirindo. Com a mudança do regime em 74, o Grémio mudou de designação para Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo e com esta mudança surgiu um novo logotipo. Este tem a imagem que a todos é hoje familiar, figurando na montra e estacionário de mais de um milhar de agências, hotéis, rent-a-car e tantas outras empresas ligadas à actividade turística. "Vamos começar de imediato a distribuir os autocolantes identificativos da qualidade de sócios da APAVT e progressivamente veremos o novo logotipo em todo o lado", adianta João Passos 22 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

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Entrevista António Loureiro "2007 vai ser o ano da Webização das Agências de Viagens" 24 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006

Entrevista O presidente da Galileo Portugal elege 2007 como o ano em que Portugal vai assistir a um crescimento do número de agências de viagens a transaccionar na Internet. Em entrevista à Revista APAVT, António Loureiro fala também do futuro das relações dos Agentes de Viagens com os CRS's acerca do Galileo Leisure, portal que refuta constitua concorrência aos operadores. Os Agentes de Viagens estão na vanguarda do e-commerce? Estão no pensamento, não nas acções. É só o que falta. A maioria tem a noção que terão de lá estar, mas quando consideram a lógica de investimento associada à decisão muitos preferem manter-se no canal em que já estão do que estar a investir em coisas que não dominam. É uma questão de capacidade de investimento? Querer estar na net não é a mesma coisa de querer transaccionar na net. Logicamente que é uma questão de investimento, mas também é uma questão de mentalidade, de conhecimento e de recursos. E não é só nas Agências de Viagens. Porque é que a hotelaria está tão atrasada em termos de sistemas de inventário? Porque raramente têm alguém que domine todos os canais de distribuição, normalmente são especialistas num só, sobretudo os tradicionais, e muitas vezes limitam-se a utilizar a prata da casa para os novos canais. Além da necessidade de especialistas, onde estão os grandes custos da net? Sobretudo na publicidade, no custo da Na Europa e nas classes mais baixas, a tendência é de os AV's começarem a pagar o acesso a conteúdos não é uma tendência, é uma realidade. notoriedade da marca. Não é tanto o custo da plataforma. Quanto é que a NetViagens investiu em publicidade? E por outro lado, qual é a dificuldade da Abreu em estar amanhã na net? Nenhuma neste caso. O peso do investimento de uma agência com uma marca forte cai na plataforma, porque está obrigada a um investimento maior relativamente à articulação com os inventários próprios. Mas não tem os mesmos custos de publicitação. A agência pequena sim, tem esse custo. Portugal vai continuar então limitado a 2-3 agências online? Estou convencido que não. 2007 vai ser o ano da webização das Agências de Viagens. Como assim? Por um lado as grandes agências vão, estão já a dar esse passo, utilizando provavelmente marca própria. Ao que se sabe a Abreu certamente e a Geotur está a preparar-se também. Por outro lado, vão surgir no mercado empresas que irão possibilitar aos pequenos e médios agentes terciarizarem a sua distribuição online. Em vez de ser o próprio agente a tratar da sua distribuição online, entregam a especialistas que asseguram a presença efectiva no canal online, o atendimento e o handling, no fundo fazem outsourcing do placement da oferta. Acessível aos mais pequenos? Se uma pequena agência concluir que tema necessidade de estar na net,de transaccionar na net, mas não quer ter os custos de desenvolvimento de plataformas ou call centers, acredito que existirão algumas fusões ou pedidos de operação por parte de empresas que possivelmente aparecerão a partir de spin-offs de algumas marcas já existentes em termos de online que possam prestar esse serviço a terceiros. Mas terão de investir forte em publicidade... Sem dúvida, mas poderão nesse caso direccionar os investimentos para a REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006 25

Entrevista notoriedade pois não entram em custos de operação. Se noutras áreas surgiram as empresas que fazem acima de tudo consolidação, nesta isso vai acontecer também. E os custos desse tipo de contrato dependerão sempre do grau de sofisticação, dos layers que pretendam introduzir. E qual será o papel do Galileo nesse processo? Será sempre em função do que nos peçam. Não vamos forçar os AV's a ir para a net, mas vamos estar atentos e queremos estar na primeira linha para consolidar o que já temos. O Galileo será certamente um assembler de muitas dessas soluções. a fazer, nós e a TAP, todos os esforços para evitar essa situação ou minimizar o impacto, se algum dia a tivermos de implementar. É então uma inevitabilidade? O mercado português não alinha pelas tendências europeias. Se pudermos evitar esta situação, não vai ser concerteza o Galileo a provocá-la. Se tivesse de acontecer o impacto seria enorme... Seguramente encontraríamos formas de garantir que o impacto seria mínimo. De que forma? É praticamente impossível estar a teorizar sobre um cenário dessa natureza que, repito, não pretendemos nem creio esteja no horizonte temporal imediato, pelo menos não por nossa iniciativa. Mas a redução dos incentivos é um cenário plausível... Se fossemos forçados a aplicar RELAÇÕES AV S-CRS S Num outro registo, quais as tendências ou perspectivas no relacionamento entre Agências de Viagens e CRS's? A nível internacional, o Galileo tem estado de uma forma continuada a celebrar acordos de full content com as companhias aéreas. Estes acordos dependem invariavelmente das características dos mercados, do grau de domínio da companhia regular de referência - carrier nacional - e naturalmente do tipo de acordos de incentivo que o Galileo tem com os seus clientes. Pode exemplificar em que consistem? No Reino Unido, por exemplo, o opt-in deal da British Airways pressupõe o pagamento, por parte dos Agentes de Viagens, de uma compensação de cerca de 0,80 no custo do segmento do GDS para a companhia aérea nas classes mais baixas. Já na Holanda, com a KLM, a compensação é calculada em função da percentagem de adesão. Quer dizer que a tendência é de os AV's começarem a pagar o acesso a conteúdos? Na Europa e nas classes mais baixas não é uma tendência, é uma realidade. Portugal é excepção? Pelas características do mercado estamos 26 REVISTA APAVT ESPECIAL CONGRESSO 2006