O PROGRAMA QUALIFICAÇÃO EMPREGO (Portaria Nº 126/2009, de 30 de Janeiro)
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1 17/02/2009 LABORAL FLASH N.º 2/2009 O PROGRAMA QUALIFICAÇÃO EMPREGO (Portaria Nº 126/2009, de 30 de Janeiro) A Portaria nº 126/2009, de 30 de Janeiro cria o Programa Qualificação Emprego (adiante só Programa) que tem um carácter temporário, e visa promover a inserção dos trabalhadores em acções de formação qualificantes, em caso de (i) redução temporária do período normal de trabalho ou (ii) suspensão dos contratos de trabalho. Com o Programa visa assegurar-se o nível de emprego e contribuir, através da formação profissional, para a adaptação dos trabalhadores aos desafios da conjectura internacional. I O PROGRAMA QUALIFICAÇÃO EMPREGO A) ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO PROGRAMA O Programa só se aplica a empresas que: Demonstrem rácios de solvabilidade e autonomia financeira adequados; Apresentem uma situação competitiva forte nos mercados onde actuam; e Por motivos de evolução conjuntural da procura, necessitem de recorrer temporariamente à redução dos períodos normais de trabalho ou à suspensão de contratos de trabalho para assegurar a viabilidade da empresa e a manutenção dos postos de trabalho. Por sua vez os Apoios atribuídos no âmbito do presente Programa só se aplicarão a um máximo de 20% dos trabalhadores da empresa directamente relacionados com o nível de produção, ou o equivalente em número de horas de produção. B) CONDIÇÕES DE ACESSO AO PROGRAMA
2 As empresas que pretendam candidatar-se ao Programa terão de reunir, cumulativamente os seguintes requisitos: (i) Demonstrar rácios de solvabilidade e autonomia financeira adequados, nos dois anos anteriores à candidatura; (ii) Demonstrar viabilidade económica; (iii) Comprovar a situação contributiva regularizada perante a administração tributária e a segurança social; (iv) Não ter iniciado procedimento de despedimento colectivo a partir da data de aprovação da Iniciativa para o Investimento e o Emprego (IIE), ou data anterior; (v) Comprovar e quantificar o potencial excesso de capacidade laboral e demonstrar que o mesmo tem por base efeitos conjunturais da redução da procura dirigida aos seus produtos, em segmentos específicos da produção e que, em consequência disso, é sua intenção proceder à redução temporária do período normal de trabalho ou à suspensão dos contratos de trabalho, nos termos do Código do Trabalho, para assegurar a manutenção dos postos de trabalho; (vi) Apresentar um plano de formação profissional adequado à melhoria das qualificações dos trabalhadores que contemple a sua formação profissional e, quando aplicável, mediante acções inseridas no âmbito da Iniciativa Novas Oportunidades, assim contribuindo para a competitividade da empresa; (vii) Não ter iniciado procedimento que vise a redução temporária do período normal de trabalho ou a suspensão dos contratos de trabalho. C) REQUISITOS DO PLANO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL O Plano de Formação Profissional que seja elaborado no âmbito do presente Programa deve revestir as seguintes características: A Formação Profissional deve ser realizada em horário laboral e deve corresponder ao período normal de trabalho do trabalhador, ou ao remanescente do período normal de trabalho, em caso de redução da actividade; A Formação Profissional deve ser realizada por entidade formadora certificada, que pode ser a empresa candidata ao Programa, ou a título excepcional os profissionais que, não sendo detentores de um certificado de aptidão pedagógica de formador, 2
3 possuam especial qualificação académica e ou profissional, ou detenham formação não disponível no mercado; Deve proporcionar a valorização pessoal dos trabalhadores, a melhoria das suas capacidades profissionais e contribuir para o aumento da competitividade da empresa; Abrangendo-se trabalhadores sem o 12º ano de escolaridade o Plano de Formação Profissional deve incluir acções no âmbito da Iniciativa Novas Oportunidades. D) OBRIGAÇÕES E DEVERES DO EMPREGADOR DURANTE A VIGÊNCIA DO PROGRAMA Durante a vigência do Programa a empresa obriga-se ao cumprimento dos seguintes requisitos: Não promover qualquer despedimento, excepto for facto imputável ao trabalhador; Proceder ao pagamento pontual ao trabalhador da compensação retributiva e/ou do incentivo à qualificação; Proceder ao pagamento pontual das contribuições para a segurança social referentes às quantias efectivamente auferidas pelos trabalhadores; Não distribuir lucros durante a vigência do Programa e relativos ao ano de 2009, sob qualquer forma, nomeadamente a título de levantamento por conta; Não recorrer, durante a vigência do Programa na empresa, à redução temporária do período normal de trabalho ou à suspensão do contrato de trabalho dos trabalhadores não abrangidos pelo Programa, salvo em caso de catástrofe; Não aumentar as remunerações dos membros dos corpos sociais durante o ano de 2009; Manter o nível de emprego nos termos que vierem a ser definidos contratualmente; Não realizar despedimento colectivo durante um período equivalente ao dobro do tempo de vigência do Programa na empresa e, no mínimo, até ao final do ano de 2009; E) MODALIDADES DE APOIO FINANCEIRO CONCEDIDOS AO EMPREGADOR DURANTE A VIGÊNCIA DO PROGRAMA 3
4 Durante a vigência do Programa o Empregador goza das seguintes modalidades de Apoio Financeiro. Assim, A compensação retributiva devida ao trabalhador na sequência da redução ou suspensão do contrato de trabalho será suportada em: a) 85% pelo Estado, através do Instituto do Emprego e Formação Profissional (adiante só IEFP); b) 15% pela empresa. O IEFP, I.P. pode proceder, ainda, ao pagamento de um incentivo à qualificação dos trabalhadores abrangidos pelo Programa, até ao montante máximo equivalente a um terço da retribuição normal ilíquida do trabalhador; Em caso de suspensão do contrato de trabalho, o montante global dos apoios do Estado (aqui se incluindo a compensação retributiva e o incentivo à qualificação), tem como limite, por trabalhador e por mês, o equivalente a três vezes o valor do indexante dos apoios sociais (IAS = 419,22 em 2009); Em caso de redução temporária do período normal de trabalho, o montante global dos apoios do Estado (aqui se incluindo a compensação retributiva e o incentivo à qualificação), tem como limite, por trabalhador e por mês, o equivalente a três vezes o valor do IAS multiplicado pela taxa de redução do período normal de trabalho; O apoio financeiro do Estado à realização do plano de formação apresentado pelas empresas tem como limite máximo o montante de 3,00, por hora e por formando e não pode ser cumulável com quaisquer outros apoios que revistam a mesma natureza e finalidades, como no caso em que respeitem à mesma acção de formação e aos mesmos destinatários. F) OBRIGAÇÕES E DEVERES DO TRABALHADOR DURANTE A VIGÊNCIA DO PROGRAMA Durante a vigência do Programa o trabalhador fica obrigado ao cumprimento dos seguintes deveres: Pagar, mediante desconto, as contribuições para a segurança social com base nas quantias que efectivamente aufira; Frequentar as acções de formação que lhe são facultadas no âmbito do Programa, sob pena de não o fazendo se determinar a perda dos apoios pagos a título de compensação retributiva e incentivo à qualificação, bem como se determinar a 4
5 obrigatoriedade de o trabalhador proceder à devolução das quantias entregues a este título. G) DURAÇÃO DOS APOIOS FINANCEIROS CONCEDIDOS NO ÂMBITO DO PROGRAMA A concessão dos Apoios Financeiros no âmbito do Programa não pode ter uma duração inicial superior a seis meses. O referido período temporal pode, no entanto, ser objecto de renovação até perfazer a duração máxima total subsequente de seis meses. A renovação depende do cumprimento dos seguintes requisitos: Comunicação do empregador, fundamentada e por escrito, à estrutura representativa dos trabalhadores, da intenção de prorrogação do programa; Inexistência de oposição, por escrito e dentro dos 5 dias seguintes à comunicação do empregador, da estrutura de representação colectiva dos trabalhadores à intenção de renovação do programa, ou quando o trabalhador abrangido pela renovação manifeste, por escrito, o seu acordo da intenção de prorrogação; Apresentação de um plano de formação para um novo período de vigência do Programa, fundamentando a sua necessidade e clarificando o número de trabalhadores a abranger, as acções a desenvolver e a estrutura de custos associada; Aprovação do pedido de renovação do apoio por parte do IEFP, I.P. Celebração de aditamento ao contrato celebrado com o IEFP, I.P. do qual conste a duração da nova fase do Programa, número de trabalhadores a abranger, número de acções, volume de formação e apoios financeiros aprovados. II ENTRADA EM VIGOR A presente Portaria produz efeitos a partir do dia 31 de Janeiro de O Programa aprovado pela presente Portaria é válido até ao dia 31 de Dezembro de 2009 e o período de apresentação de candidaturas termina a 1 de Junho de
6 O presente FlashNews vem concretizar a informação sobre as medidas de apoio à manutenção do emprego, referidas na nossa Newsletter nº 1 de JAN/FEV 2009, a qual procedeu à apresentação das diversas medidas no programa divulgado como Iniciativa para o Investimento e Emprego. Poderá consultar este documento em em Newsletters. CCA Advogados Departamento Laboral Rua Victor Cordon, nº 10 A 4º e 5º Lisboa Portugal Tel Fax / ccageral@cca-advogados.com NIPC Nº REGISTADA NA OA SOB O Nº 27/9 A presente FLASH NEWS foi elaborada com fins informativos, sendo disponibilizada de forma gratuita, para uso exclusivo e restrito dos clientes da CCA, encontrando-se vedada a sua reprodução e circulação não expressamente autorizadas. Esta informação tem carácter geral e não substitui o aconselhamento jurídico para a resolução de casos concretos. Não hesite em contactar-nos caso necessite de esclarecimentos adicionais. 6
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