O ATO DE AVALIAR COMO UMA PROPOSTA REFLEXIVA

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO: INSTRUMENTO DE ORIENTAÇÃO DA APRENDIZAGEM

A AVALIAÇÃO COMO PROCESSO DE CONTRIBUIÇÃO E AUTO-REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM TURMAS DE EJA

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA VISÃO DOS (AS) MESTRANDOS (AS) DO PROFLETRAS/CH/UEPB

ESTUDO DE CASO: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO DE ELETROMAGNETISMO NO CURSO DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES DO IFPA/CAMPUS BELÉM 1

A SOCIOLINGUÍSTICA E O ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA: UMA PROPOSTA BASEADA NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

A relevância da tecnologia e dos modos de avaliação no ensino-aprendizagem de línguas

O USO DE JOGOS COMO PRÁTICA EDUCATIVA

O DIÁRIO DE BORDO COMO FERRAMENTA REFLEXIVA E AVALIATIVA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE CIÊNCIAS

OS DIFERENTES TIPOS DE CORREÇÃO TEXTUAL NAS PRODUÇÕES ESCRITAS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE GOIÁS

REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO EM ITAPETINGA-BA: FORMAÇÃO INICIAL EM FÍSICA

ELETROMAGNETISMO: UMA AULA PRÁTICA COM USO DA EXPERIMENTAÇÃO PARA ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO

UMA REFLEXÃO SOBRE AS CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO CURRICULAR E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FUTURO LICENCIADO EM CIÊNCIAS AGRÍCOLAS.

ENSINAR CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REPENSAR O CURRÍCULO. Andreia Cristina Santos Freitas 1 Roziane Aguiar dos Santos 2 Thalita Pacini 3 INTRODUÇÃO

PROGRAMA DE DISCIPLINA

PROGRAMA DE DISCIPLINA

A ATUAÇÃO E O PERFIL DO PEDAGOGO NO ESPAÇO NÃO ESCOLAR: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A avaliação da aprendizagem no curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina: um olhar sobre a formação discente

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso 1605L - Licenciatura em Física. Ênfase

O USO DE JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA: TRABALHANDO COM AS OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS E INTEIROS

CONSTRIBUIÇÕES DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

A aula como forma de organização do ensino.

PIBID E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: O DIFERENCIAL NA VIDA ACADÊMICA DOS ALUNOS DE LICENCIATURA 1

A AVALIAÇÃO CONTEXTUALIZADA E PARTICIPATIVA EM GEOGRAFIA. META Apresentar as diferentes possibilidades de avaliação em geografia.

O PLANEJAMENTO E A AVALIAÇÃO INICIAL/DIAGNÓSTICA

PROGRAMA DE COMPONENTE CURRICULAR

ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) FORMAÇÃO INICIAL DE UM DOCENTE

A INSERÇÃO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL NAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE SOMBRIO

CONFRONTO DE CONCEPÇÕES DE PRÁTICAS AVALIATIVAS ENTRE DOCENTES E DISCENTES: COMO SE DÁ O PROCESSO AVALIATIVO NO CHÃO DA ESCOLA

PERSPECTIVAS DO PLANEJAMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PLANOS DE AULA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS: UMA ANÁLISE DAS ATIVIDADES DISPONÍVEIS NA PLATAFORMA O PORTAL DO PROFESSOR

A UTILIZAÇÃO DE JOGOS PARA COMPREENSÃO DAS OPERAÇÕES BÁSICAS ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO

AULA 04. Profº André Luis Torres SABERES E PRÁTICAS

APRENDER E ENSINAR: O ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NA GRADUAÇÃO Leise Cristina Bianchini Claudiane Aparecida Erram Elaine Vieira Pinheiro

FERRAMENTAS DIGITAIS PARA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Práticas linguísticas, currículo escolar e ensino de língua: um estudo inicial.

ANEXO I MODELO DE PROJETO DE ENSINO

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE GEOGRAFIA COMO REFLEXO DE SUA FORMAÇÃO

UTILIZAÇÃO DE OBJETOS DIGITAIS DE APRENDIZAGEM DO TIPO APPLETS NO ENSINO DA GEOMETRIA

PALAVRAS-CHAVE Inglês como Língua Franca. World English. Ensino/Aprendizagem.

O ENSINO NA CONSTRUÇÃO DE COMPETÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

A CONFLUÊNCIA ENTRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E O CURRÍCULO: A INCLUSÃO EDUCACIONAL DO ALUNO SURDO.

Green ideas to preserve the planet: Environmental Literacy?

PROGRAMA DE DISCIPLINA DISCIPLINA: Orientações para o Estágio de Língua Inglesa I Estágio Supervisionado de Língua Inglesa I PERÍODO: 5º

XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática A sala de aula de Matemática e suas vertentes UESC, Ilhéus, Bahia de 03 a 06 de julho de 2019

PROMOÇÃO DE SAÚDE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA RESUMO

A importância da avaliação no processo de ensino da matemática

Professor ou Professor Pesquisador

CONSELHO DE CLASSE: O ANO TODO E AGORA EM ESPECIAL NO FINAL DO ANO LETIVO

Palavras-chave: Jogos. Brincadeiras. Ensino e Aprendizagem em Matemática.

ESTÁGIO E FORMAÇÃO DOCENTE: REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DO FUTURO PROFESSOR

A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO DOS PROFESSORES DE TRÊS ESCOLAS MUNICIPAIS DE IMPERATRIZ-MA 1

DIVISÃO DE ASSUNTOS ACADÊMICOS Secretaria Geral de Cursos PROGRAMA DE DISCIPLINA

A MATEMÁTICA NO COTIDIANO: UMA ABORDAGEM PRÁTICA NO ESTUDO DOS NÚMEROS INTEIROS

O ESTADO DO CONHECIMENTO DAS PESQUISAS SOBRE A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III NA FORMAÇÃO DOCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

REFELEXÃO SOBRE OS SABERES NECESSÁRIOS Á PRÁTICA EDUCATIVA - PAULO FREIRE

AVALIAÇÃO. A Avaliação que Temos e a Avaliação que Queremos: Bruxa Má ou Fada Madrinha?

MANUAL PRÁTICO DE ORIENTAÇÃO DOCENTE (CURSO DE FISIOTERAPIA)

A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA PARA (OS) AS PROFESSORES (AS) DA EJA

PARÂMETRO CURRICULAR E O LIVRO DIDÁTICO NO BRASIL: UM SABER NECESSÁRIO AO PROFESSOR

RELATO DE EXPERIÊNCIA: O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE

Estágio Supervisionado no Núcleo de Educação da Infância NEI/CAp UFRN: contribuições para a formação docente na educação infantil

A EDUCAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: QUESTÕES LEGAIS E PEDAGÓGICAS.

A DISCIPLINA DE DIDÁTICA NO CURSO DE PEDAGOGIA: SEU PAPEL NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL

O USO DO LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO DA GRAMÁTICA: ANÁLISE SOBRE O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

PROJETO DE EXTENSÃO ALFABETIZAÇÃO EM FOCO NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA

Avaliação da Aprendizagem na Educação Profissional numa perspectiva contemporânea

A avaliação no ensino religioso escolar: perspectiva processual

A UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS SCRATCH E KTURTLE NO ENSINO E PRATICA DA INFORMATICA

A Prática Pedagógica do Professor

EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS DAS LICENCIATURAS EM EDUCAÇÃO DO CAMPO NO MARANHÃO RESUMO

Educação em Saúde. Educação Permanente em Saúde. Responsável pelo Conteúdo: Profa. Solange S. Mascarenhas Chagas

Pró-Reitoria de Graduação. Plano de Ensino 2º Quadrimestre de Caracterização da disciplina Práticas de Ensino de Biologia l NHT

Práticas Avaliativas e Aprendizagens significativas

PRÁTICAS SOCIAIS DE LEITURA E ESCRITA NO ESPAÇO ESCOLAR: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA ESCOLA DO CAMPO

SALA DE AULA EM SITUAÇÃO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

PROGRAMA DE DISCIPLINA

CONCEPÇÕES DE PROFESSORES RECÉM-FORMADOS SOBRE A UTILIZAÇÃO DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA NO ENSINO DE QUÍMICA

O ENSINO DA SEQÜÊNCIA DE FIBONACCI COM ANIMAÇÕES DIGITAIS.

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E NUCLEO CENTRAL DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOCENTES

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO CURSO DE QUÍMICA: reflexões sobre a prática pedagógica

CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

TÍTULO: HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DE MUDANÇA NA PRÁTICA DE ENSINO

A IMPORTÂNCIA DAS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE GÊNEROS

MANUAL DO COORDENADOR. 1ªsérie/2ºano até 8ªsérie/9ºano

PROGRAMA DE DISCIPLINA

PERCEPÇÕES E VIVÊNCIA DE DOIS GRADUANDOS EM ENFERMAGEM E BIOLOGIA NO CONTEXTO DO ENSINO BÁSICO

Palavras chave: Monitoria; Relato de Experiência; Educação de Jovens e Adultos; Projeto de TCC.

Palavras-Chave: avaliação formativa; desenvolvimento profissional docente; docência universitária.

ELEMENTOS ARTÍSTICOS COMO ESTRATÉGIA DE SALA DE AULA PARA A INOVAÇÃO DO USO DO LAPTOP EDUCACIONAL NO CONTEXTO ESCOLAR

JOGOS EDUCATIVOS NO ENSINO MÉDIO: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS PARA UTILIZAÇÃO EM SALA DE AULA

H I STORIA UTOPIAS ANPUH. J ohn M. Monteiro. ORGANIZAÇÃO Ilana Blaj. Associação N acional d e História

FORMAÇÃO CONTINUADA DE DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR: POSSIBILIDADES DE CONSTRUÇÃO GRUPAL DE SABERES DOCENTES EM INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE ENSINO

PROJETOS. Uso de HQ no ensino de Cálculo. projeto. Tatiane da Silva Evangelista coordenadora do projeto. Engenharias área de conhecimento

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA GERAL

O ALUNO CEGO E O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NO CAMPO DA MATEMÁTICA: A PERCEPÇÃO DE DOIS EDUCADORES.

Desenvolvendo o Pensamento Matemático em Diversos Espaços Educativos

Palavras-chave: formação continuada; prática docente; metodologia de ensino.

Transcrição:

O ATO DE AVALIAR COMO UMA PROPOSTA REFLEXIVA COSTA, Jôzi Olimpio Universidade Estadual de Goiás Campus Iporá jozi.pl.olimpio@gmail.com FERREIRA, Jaciane Martins (Orientadora) Universidade Estadual de Goiás Campus Iporá jacianemferreira@gmail.com INTRODUÇÃO A avaliação é um processo que deveria ser uma disciplina da grade curricular na formação de professor dos cursos de licenciatura para que houvesse uma discussão sobre o ato de avaliar, uma vez que a avaliação se faz muito importante no processo ensino-aprendizagem. A avaliação precisa ser apresentada ao discente de uma forma mais clara. Percebemos que, muitas vezes, os docentes não gostam de falar como foi o seu método de avaliar; ou mesmo nem sabem o que estão fazendo e, por isso, não abrem espaço para feedback ou auto-avaliação. Em seu trabalho sobre a prática de avaliação, Felice (2011, p. 09) aponta que os métodos de avaliação como a autoavaliação, a coavaliação e a avaliação entre pares quase nunca são utilizados, mesmo assim, e sem ter tido nenhuma aula sobre como avaliar, os professores em formação préserviço ou mesmo em-serviço se dizem aptos a avaliar seus alunos. Durante o período de estágio, essa discussão se faz bastante produtiva. Acreditamos, colocando-nos como professores pré-serviço, no termos de Felice (2011), que discutir e repensar a forma que a avaliação é (ou não) ensinada no ensino superior é relevante, pois temos a oportunidade de aprender que avaliar não é um método burocrático e opressor da prática educativa, mas sim contribuinte e significativo para o próprio professor e aluno refletir sobre o seu favorável aprendizado educativo e intelectual. 52

Durante o período de observação do estágio, percebemos que o ato de avaliar passa por despercebido no processo de formação, não discutimos como avaliar e, ao deparar-nos com algumas observações nas escolas campo, pudemos ver que não há uma aplicabilidade de uma avaliação formativa no ensino. Tendo em vista que teremos mais uma etapa do estágio, temos como objetivo geral, depois de fazer um estudo bibliográfico, observar a maneira como a avaliação acontece na escola campo e como a incursão teórica poderia auxiliar o professor diante de sua postura como avaliador. Para que possamos alcançar nossos objetivos, elencamos dois objetivos específicos, quais sejam: analisar de que modo se dá o processo avaliativo e as ferramentas de avaliação da professora regente (provas, testes e trabalhos), na tentativa de ressaltar o quanto a avaliação é formativa ou não; discutir como a reflexão em torno da avaliação pode ser um ponto propulsor na mudança de uma prática. Vale ressaltar que a pesquisa que ora empreendemos está situada no campo da linguística aplicada. De acordo com Moita Lopes (2006a), muitas teorizações precisam ser incorporadas ao escopo de um trabalho em LA para que se possa ter maior entendimento do sujeito social. Entender e discutir sobre esse sujeito social diante do processo avaliativo é de extrema relevância. Em nossa pesquisa, utilizaremos o pressupostos de Felice (2011), Luckesi (s/p), PCNs de Língua estrangeira, como outros que serão acrescentados à medida que avançarmos nas leituras. Seguiremos com o referencial teórico. REFERENCIAL TEÓRICO De acordo com Luckesi (s/d), o ato de avaliar é atual na vida de todos aqueles que de alguma forma estão ligados à educação escolar; começa com a família e prossegue com os administradores, gestores, docentes, discentes e etc. Todas essas pessoas estão comprometidas em fazer o melhor para a educação e no procedimento de avaliar os alunos. Nas palavras do referido autor, Avaliação da aprendizagem escolar se faz presente na vida de todo nós que, de alguma forma, estamos comprometidos com atos e práticas 53

educativas. Pais, educadores, educandos, gestores das atividades educativas públicas e particulares, administradores da educação. ( LUCKESI, ano, p.) Observamos que a avaliação escolar precisa ser coletiva para que se tenha avanços no ensino aprendizagem dos professores e alunos. A maioria dos professores vê a avaliação como um exame vingativo, excludente e ameaçador que provoca medo em quem está sendo avaliado. Nesse sentido, acreditamos que os profissionais da educação escolar precisam conscientizar que a avaliação reflexiva, inclusiva e construtiva pode melhorar o processo ensino-aprendizagem. Nas palavras de Luckesi (s/ano, s/p.) A avaliação da aprendizagem não é e não pode continuar sendo a tirana da prática educativa, que ameaça e submete a todos. Chega de confundir avaliação da aprendizagem com exames. A avaliação da aprendizagem, por ser avaliação, é amorosa, inclusiva, dinâmica e construtiva. A avaliação escolar precisa ser flexível, como aponta o autor supracitado, para que os alunos não sejam diminuídos, mas sim avaliados de maneira formativa e satisfatória. O ato de tratar a avaliação da aprendizagem como algo vingativo parte, na maioria das vezes, de professores inseguros, sem reflexão e que não expõe o conteúdo de forma clara e dentre tantos outros problemas que ocorrem nas salas de aulas. Com isso, gera pavor nos alunos deste tipo de profissional, podendo culminar em evasão escolar. A avaliação é parte integrante e essencial ao processo educacional, indo muito além da visão tradicional, que focaliza o ensino, avaliando não só os conteúdos conceituais, mas também os procedimentais e atitudinais, indo além do que se manifesta, até a identificação das causas. Torna-se desse modo, uma atividade iluminadora e alimentadora do processo de ensino e aprendizagem, uma vez que dá retorno ao professor sobre como melhorar o ensino, possibilitando correções no percurso, e retorno ao aluno sobre seu próprio desenvolvimento. (PCN, 1998, p.79) Como podemos ver, os Parâmetros Curriculares Nacionais asseguram a importância do ato de avaliar para o crescimento positivo educacional, pois permite uma 54

reflexão do ensino aprendizagem do alunado e oportuniza aos professores refletirem sobre o que não está auxiliando no processo ensino-aprendizagem. Felice (2011) discute em sua pesquisa as práticas e alternativas de avaliação pesquisadas no Grupo de Estudos sobre Avaliação no curso de Letras da Instituição (UFU-MG) na formação de professores em pré-serviço e em serviço. A pesquisa durou cinco anos com a participação de professores e alunos. Tal pesquisa, teve o intuito de promover reflexão entre docentes e discentes a respeito da prática do feedback, auto avaliação e coavaliação. O estudo mostrou o quanto a avaliação é complexa como tema de debate, e é complexa para colocar em prática as novas atividades de avaliação alternativas (FELICE, 2011, p.11). A autora demonstra que as discussões provocaram resistência por parte de alguns professores: a mudança de hábitos tão antigos e enraizados não é algo que se consiga fazer rapidamente. Pelo contrário, encontra resistência daqueles que não querem sair de sua zona de conforto, e arriscar, como dizem, com uma coisa tão séria quanto a avaliação (FELICE, 2011, p. 11) Ao lançar nosso olhar ao estudo da pesquisadora, observamos que os novos projetos que a escola ou um grupo de pesquisadores propõem para a busca de melhorias na prática de ensinar ou avaliar não tem cem por cento de aceitação e aproveitamento, mas o importante é gerar tais reflexões e tocar alguns profissionais. Passemos para nossos procedimentos metodológicos. METODOLOGIA Esta pesquisa se configura como estudo de um caso como também um estudo bibliográfico que visa explorar ainda mais o método de avaliar da educação escolar; pois vemos que é um processo que necessita de mais atenção e que precisa ser discutido na formação de professores na graduação de licenciatura. O objetivo de uma pesquisa bibliográfica é formular hipóteses para que sirva de ponto de partida a outras pesquisas. 55

No caso de nosso trabalho, o estudo de caso servirá para analisarmos como essa prática acontece na escola e a importância de discussões teóricas em torno desse tema. O estudo de caso que irei abordar nesta pesquisa no ano de 2016 é o instrumental que refere-se a estudos de caso particulares que são realizados com o intuito de observar a aplicabilidade determinada teoria SILVA (2014 p.53) que no caso desta pesquisa o foco é avaliação. RESULTADOS E DISCUSSÃO Esperamos que, ao final de nossa pesquisa, poderemos abrir espaço para discussão entre os discentes e docentes sobre a prática de avaliar; ou seja; que o professor reflita sobre a importância de esclarecer para seus alunos o seu método de avaliar e, como isso, oportunizar um feedback entre ambos. É por meio de uma reflexão que educadores e educandos terão a chance de ver os erros e acertos cometidos e tentar melhorar suas falhas, sem prejudicar o aprendizado do alunado. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao fazer esta pesquisa bibliográfica, percebemos que o ato de avaliar é muito complicado e difícil para os professores; pois eles não discutem sobre isso quando estão na graduação; daí quando assumem a sala de aula surgi os problemas com os alunos por não deixarem claro qual o método que está usando para avaliá-los; com isso os professores começam a tratar a avaliação como algo submetido ao medo, exclusão, exames e etc. Os professores precisam refletir de maneira a abandonar esse método tirano de avaliar, pois assim os docentes conseguem ter uma interação com o alunado que irá permitir um feedback ou auto avaliação dos conhecimentos adquiridos. REFERÊNCIAS 56

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. FELICE, Maria Inês Vasconcelos. Qual o lugar da avaliação da aprendizagem na formação do professor de línguas?. Anais do SILEL. Vol. 2, Uberlândia: EDUFU, 2011. LIMA, Telma Cristiane Sasso de. MIOTO, Regina Célia Tamaso. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Revista Katál. Florianópolis v.10 2007. LUCKESI, Cipriano Carlos. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? Disponível em https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2511.pdf, consultado em 15/10/2015. MOITA LOPES, Luiz Paulo. Uma linguística aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo como linguista aplicado. In: (org.) Por uma linguística Aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006a. SILVA, Márcia Aparecida. Diário reflexivo e avaliação formativa nas aulas de língua inglesa da educação básica: Um estudo de caso. PPGEL/ILEEL. Universidade Federal de Uberlândia (UFU-MG), 2014). 57