CONFRONTO DE CONCEPÇÕES DE PRÁTICAS AVALIATIVAS ENTRE DOCENTES E DISCENTES: COMO SE DÁ O PROCESSO AVALIATIVO NO CHÃO DA ESCOLA
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- Aurélio Azambuja Minho
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1 CONFRONTO DE CONCEPÇÕES DE PRÁTICAS AVALIATIVAS ENTRE DOCENTES E DISCENTES: COMO SE DÁ O PROCESSO AVALIATIVO NO CHÃO DA ESCOLA Apresentação: Pôster Maria Severina dos Santos 1 ; Nataly Dyana Lucena de Barros 2 ; Claudiene Amorim da Silva 3 ; Natália de Pontes Leite Monte 4 ; Lindinalva Queiroz 5 Introdução Esta pesquisa emerge das discussões acerca do ato de avaliar durante as aulas do componente curricular Avaliação em Educação no Curso de Pedagogia. Partimos então, do princípio de que a todo momento somos avaliados e avaliamos algo, até mesmo na execução das ações mais simples do cotidiano, a avaliação aparece de forma quase que espontânea ou natural, como meio para acertar o percurso do caminho para garantir que seja concluído conforme nosso desejo. A prática da avaliação da aprendizagem não é simplesmente o confronto entre as metas estabelecidas e os resultados obtidos.o presente trabalho teve como objetivo analisar o processo de avaliação da aprendizagem escolar na prática docente duas escolas da Educação Básica, uma da Rede Municipal e outra da Rede Privada em Vitória de Santo Antão. A avaliação sempre foi utilizada como uma forma de controle, apenas atribuindo nota e medindo o que foi memorizado. Hoje, ainda provoca reflexões e angústias no interior da escola, fazendo os educadores buscarem meios de melhorar sua prática educativa. Sendo assim, é imprescindível que o educador desenvolva um processo de avaliação que proporcione aos alunos novas descobertas. Defendemos, que o momento de avaliar a aprendizagem do aluno não deve ser o ponto de chegada, mas uma oportunidade de parar e observar se a caminhada está ocorrendo com a qualidade previamente estabelecida para o processo de ensino aprendizagem na perspectiva de retomar a prática pedagógica de forma mais adequada, uma vez que o objetivo da ação avaliativa, no caso a aprendizagem, deverá ser dinâmico e, com a função classificatória, a avaliação não auxilia o avanço e o crescimento para a autonomia. 1 Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Escritor Osman Lins, severina.maria.santos7@gmail.com 2 Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Escritor Osman Lins, nataly.dyana@hotmail.com 3 Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Escritor Osman Lins, claudieneamorimdasilva@yahoo.com.br 4 Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Escritor Osman Lins, monteingles@hotmail.com 5 Mestranda em Educação, Universidade Federal de Pernambuco (CAA), lindyqueiroz@yahoo.com.br
2 Fundamentação Teórica A avaliação é compreendida como um conjunto de ações e ideias socializadas entre professor e aluno, de forma contínua que abrange o dia a dia da prática pedagógica. O processo avaliativo da aprendizagem é baseado no conhecimento do educando que consiste na reconstrução da informação com qualidade.há várias modalidades de avaliação: diagnóstica, formativa, somativa. A avaliação diagnóstica é constituída por uma sondagem, projeção e retrospecção da situação de desenvolvimento do aluno, dando-lhe elementos para verificar o que aprendeu e como aprendeu. É uma etapa do processo educacional que tem por objetivo verificar em que medida os conhecimentos anteriores ocorreram e o que se faz necessário planejar para selecionar dificuldades encontradas.a avaliação formativa tem como função informar o aluno e o professor sobre os resultados que estão sendo alcançados durante o desenvolvimento das atividades; melhorar o ensino e a aprendizagem; localizar, apontar, discriminar deficiências, insuficiências, no desenvolvimento do ensino-aprendizagem para eliminá-las; proporcionar feedback de ação (leitura, explicações, exercícios) (SANT ANNA, 2001).O objetivo da avaliação somativa é classificar o aluno para determinar se ele será aprovado ou reprovado e está vinculada à noção de medir. Este tipo de avaliação pressupõe que as pessoas aprendam do mesmo modo, nos mesmos momentos e tenta evidenciar competências isoladas. Estes três tipos de avaliação permitem conhecer o domínio dos pré-requisitos necessários para a compreensão da nova unidade de ensino e detectar as dificuldades de aprendizagem e suas deficiências. A avaliação representa um dos pontos vitais para o alcance de uma prática pedagógica competente. Muito pouco se conhece sobre processo de avaliação que acontece nas escolas, devido à má utilização que se faz dela.toda a avaliação deveria ter uma dimensão diagnóstica, no sentido de que conduz, ou deveria conduzir, a um melhor ajuste do processo ensino-aprendizagem. Deveria tratar a adaptação melhor do conteúdo às formas de ensino com as características dos alunos revelados pela avaliação.entretanto, em Luckesi(2005) defendemos a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir avaliação de julgamento.( p.172). Para ele, o ato amoroso é aquele que acolhe a situação como ela é. Neste ato não se julga e não se exclui. Enfatiza que a avaliação da aprendizagem tem dois objetivos: auxiliar o educando no seu desenvolvimento pessoal pelo processo de ensino e aprendizagem, e responder à sociedade pela qualidade do trabalho educativo realizado. Metodologia
3 É uma pesquisa de natureza qualitativa e se deu com a visita in locus através da observação de aulas, aplicação de questionários e realização de entrevista semiestruturada. Os sujeitos da pesquisa foram duas professoras licenciadas em Pedagogia, uma que leciona da Rede Privada e outra na Rede Pública de Ensino, ambas do município de Vitória de Santo Antão PE, as quais chamaremos respectivamente de P1 e P2. Resultados e Discussões Apresentamos a seguir a análise dos dados coletados em duas partes: A primeira, os resultados obtidos com a professora (P1) e aluno (A1) da Rede Privada de Ensino, e a segunda com a professora (P2) e aluno (A2) da Rede Privada de Ensino. Rede Privada de Ensino Escolhemos uma professora do 1º ano fundamental, que nos recebeu muito bem em sua sala de aula, nos possibilitando coletar as informações através de um questionário onde pudemos compreender os métodos e instrumentos avaliativos usados em sua prática pedagógica. Ao lermos o questionário, percebemos sua segurança nas respostas, que foram claras e coerentes. Ela tem conhecimento sobre o Projeto Político Pedagógico - PPP da escola, demostrando através de suas respostas que é uma educadora comprometida com a aprendizagem de seus alunos. Nesse sentido foram perguntado, quais as principais contribuições que a avaliação traz a aprendizagem? Em sua fala ela disse que a avaliação contribui de maneira que podemos refletir sobre os métodos adotados, se foram eficazes, se os objetivos foram atingidos. E a partir daí podemos manter o que deu certo e melhorar onde for preciso.em seguida, conversamos com seu aluno que, foi escolhido de forma aleatória por ela mesma. Em relação as respostas obtidas na entrevista com o aluno, percebemos seu pouco conhecimento sobre avaliação, por se tratar de uma criança de apenas 6 anos de idade. Mas que ao mesmo tempo já entende que ela é necessária. Em relação a isso ele disse que a avaliação serve para estudar mais. Em se tratando da pergunta feita sobre como a professora avalia, a resposta foi a seguinte: através de provas. Quando questionado sobre a auto avaliação ele disse: Em casa mamãe faz a pergunta e eu respondo. Com base nas respostas apresentadas, percebe-se, pela fala do aluno que ele entende que a avaliação é simplesmente fazer provas e que ela é importante porque é uma forma de estudar mais. É importante ressaltar que o professor tem uma missão educativa que não deve ser ignorada. Mesmo com todas as dificuldades encontradas no caminho, é possível planejar melhor a sua ação educativa, uma vez que o docente verdadeiramente se comprometa com a aprendizagem de seu aluno. Rede Pública de Ensino
4 A avaliação é uma prática contínua que acontece no dia a dia da prática pedagógica. Para P2, seus alunos são avaliados como um todo, mostrando para eles que em todo tempo são avaliados, com textos, atividades, provas que são exigidas pela instituição assim, eles mostram que aprenderam o que foi passado em sala de aula. De acordo com ela são utilizados alguns instrumentos avaliativos entre eles: exercícios escritos e orais, realizar debate em sala aproveitando os conhecemos prévios de seus alunos. Segundo P2: Exercícios, tanto escrito como oral, faz debates sobre um determinado assunto, por exemplo: do que eles vivem. Todos ficam ansiosos quando chega à semana da prova, onde serão avaliados individualmente, para saber onde eles estão tendo mais dificuldades e como superá-las. Professora P2: Seus alunos não estão interessados em aprender, mas em passar de ano. A avaliação não pode ser classificatória, porque ela é dinâmica. Aluno A2: É Prova e trabalhos. A avaliação consiste nas provas e trabalhos aplicados em sala de aula, segundo o Aluno A2 Para aprender mais. Na sua concepção a avaliação serve para conhecer mais. O aluno A2 informa que a avaliação é realizada através de trabalhos e provas. Professora A2: a avaliação contribui com a consolidação do conteúdo, portanto, deve ser vista como fundamental na aprendizagem dos discentes. A aprendizagem é construída através dos redirecionamentos dos conhecimentos no sentido do aluno compreender o que não foi entendido através de atividades em sala. Aluno A2: Sim, começou a fazer prova no quarto ano, sempre teve prova. Ele sempre foi avaliado. A professora A2 faz uma nova avaliação para os alunos participativos e os que não são participativos ela não intervém, ou seja, não existe intervenção. Dá uma segunda oportunidade ao aluno; por causa da pressão do dia da prova, o resultado não é o esperado, sem a pressão é melhor. Ou seja, a Professora A2 intervém com a segunda oportunidade, para aqueles que participaram ativamente na aula e não conseguiram atingir o resultado esperado na prova. Para, ele sempre ocorre avaliação através da solicitação de trabalhos realizados na sala e em casa. Quando a professora foi questionada sobre o PPP da escola, a mesma afirma desconhecer a sua origem e muito menos o seu conteúdo embora lecionasse há 26 anos. Professora A2: Não. Como eu nunca vi, não tenho acesso. Ao ser questionado sobre a autoavaliação, o aluno A2 responde: Sim, a professora explica, e os alunos tentam adivinhar a resposta. De acordo com ele existe auto avaliação e o mesmo permanece satisfeito com a auto avaliação e acredita que não precisa mudar. A autoavaliação segundo Professora A2 é realizada poucas vezes, ela acredita que poderia fazer melhor. E nos afirma ainda: Poucas vezes, acredita que deve fazer melhor. Será que eu poderia fazer diferente? A dificuldade é grande; é pouco estimulo (instituição), é muito estressante.
5 Conclusões O resultado dessa experiência nos ajudou a refletir sobre nosso compromisso enquanto educadores, melhor compreensão sobre o tema e análise dos critérios e instrumentos usados nesse processo, concluindo que todo dia é dia de avaliar e quando o educador é perseverante, mesmo com as dificuldades da vida, encontra todos os dias a força necessária para proporcionar uma boa aprendizagem aos seus alunos. Ao longo da realização das atividades apresentadas, foram observados os métodos avaliativos utilizados pela professora do ensino fundamental I e também as suas respectivas finalidades, foi analisado que durante o processo de avaliação a professora demonstrou domínio no conhecimento, interesse a aprendizagem do aluno e comprometimento com as atividades proposta que não atrapalhasse o desempenho de seus educandos. O educador deve ser um profissional capaz de mediar soluções diante dos obstáculos encontrados no dia a dia na sala de aula. Referências GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3. Ed. Campinas, SP: Autores Associados, LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 17. Ed. São Paulo: Cortez, PERRENOUD, Philippe. Construir as Competências desde a Escola. Porto Alegre: Artmed Editora, SANT ANNA, I. M. Por que avaliar? Como avaliar?: Critérios e instrumentos. 7. ed. Vozes. Petrópolis, VASCONCELLOS, C. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar. 15. Ed. São Paulo: Libertad, 2005.
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