DIREITO CIVIL OBRIGAÇÕES

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Transcrição:

DIREITO CIVIL OBRIGAÇÕES Posted 27/09/2009 by Renata Esser in Direito Civil II - Obrigações. http://reesser.wordpress.com/2009/09/27/direito-civil-ii-obrigacoes/ Obrigações relação jurídica entre credor e devedor com o objeto específico (dar, fazer ou não fazer). * É obrigação apenas quando há conteúdo patrimonial através de pessoas vivas. + a Obrigação tem caráter transitório, porque essa relação jurídica nasce com a finalidade ínsita de extinguir-se. A obrigação visa um escopo, mais ou menos próximo no tempo, mas que, uma vez alcançado, extingue-a. + Essa relação jurídica, esse vínculo, une duas ou mais pessoas. Credor e devedor são os dois lados da obrigação, do ponto de vista ativo e passivo. + O objeto da obrigação constitui-se numa atividade do devedor, em prol do credor. Essa atividade é a prestação. + O objeto da obrigação resume-se sempre a um valor econômico. + Uma vez satisfeito o credor, quer amigável, quer judicialmente, a obrigação deixa de existir. + O direito obrigacional é um direito pessoal, pois sua ínsita relação jurídica vincula somente duas (ou mais) pessoas. Características: O direito obrigacional tem em mira relações humanas. Ele é relativo, uma vez que a prestação, que é seu objeto, só pode ser exigida ao devedor. O direito obrigacional comporta um sujeito ativo, o credor, um sujeito passivo, o devedor, e a prestação, o objeto da relação jurídica. É um direito cooperativo. Concede direito a uma ou mais prestações efetuadas por uma pessoa. Tem caráter essencialmente transitório. As relações obrigacionais são infinitas, as mais variadas possíveis, e as necessidades sociais estão, sempre e sempre, criando novas fórmulas para atendê-las. * Importância a importância das obrigações revela-se por ser projeção da autonomia privada no Direito. Ao contrário dos direitos reais, as relações obrigacionais são infinitas. São reguladas pelo direito obrigacional tanto a mais comezinha compra e venda, quanto a mais complexa negociação. O Direito das Obrigações dá o suporte econômico da sociedade, porque é por meio dele que circulam os bens e as riquezas e escoa-se a produção. *Diferença entre Direitos reais e Direitos obrigacionais Direitos reais está relacionado à situação onde alguém é titular de alguma coisa. Direitos obrigacionais é a relação entre credor e devedor.

CARACTERÍSTICAS: 1. 1. Assentado na autonomia da vontade Norma criada pelos próprios interessados. As partes escolhem o contrato que lhes seja melhor. Tem os titulares (credor e devedor) o poder de criar suas próprias normas. Os contratantes criam normas que venham a satisfazer seus interesses. O poder de criar as próprias normas é dado pelo ordenamento jurídico e limitado por ele próprio. As normas podem ser: - cogentes: inderrogáveis pela vontade das partes, todos são obrigados a seguir (arts. 412 e 413). - dispositivas/ facultativas: são aplicadas ao caso quando os contratantes não se manifestaram a respeito da obrigação. (art. 233 e 490). São as mais comuns no direito obrigacional. - interpretativas: tem a finalidade de interpretar outras normas (arts. 112 e 113). 1. 2. Sofre influências locais Tende a ser universal. Ex.: Convenção de Viena. 1. 3. Menos suscetível às mudanças sociais Apesar da revolução da sociedade não há muita evolução. CONCEITO: OBRIGAÇÃO é a relação jurídica de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal, econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio. (Washington de Barros Monteiro). Ou ainda OBRIGAÇÂO é a relação jurídica transitória, de natureza econômica, pela qual o devedor fica vinculado ao credor, devendo cumprir determinada prestação pessoal, positiva ou negativa, cujo inadimplemento enseja a este executar o patrimônio daquele para a satisfação do seu interesse. - Sentidos da palavra Obrigação *LATO: obrigação de fazer alguma coisa. *STRICTO: sentido técnico relação jurídica transitória na qual envolve credor e devedor. -Distinção de Obrigação e Dever O dever não é patrimonial, não se esgota com o cumprimento e o dever, na maioria dos casos, decorre de lei. Já as obrigações se esgotam no seu cumprimento, são patrimoniais. - Distinção de Obrigação e Ônus ÔNUS: deve ser realizado e assim traz benefício ao que realiza, se não realizado o prejuízo será da própria pessoa. O ônus não é imposto à pessoa e sim desejado por ela.

* Elementos constitutivos da relação obrigacional PESSOA, OBJETO E VÍNCULO JURÍDICO. PESSOA Os entes despersonalizados também são sujeitos de direito. Os entes despersonalizados só podem praticar os atos jurídicos que a lei prevê. É apenas necessário saber quem é credor e devedor na hora do pagamento, não sendo necessário que eles estejam absolutamente determinados. Os sujeitos da obrigação devem ser determináveis, embora possam não ser, no nascedouro da obrigação, determinados. Não é necessário que desde a origem da obrigação haja individuação precisa do credor e do devedor. Uma pessoa pode ser substituída numa relação, sento através de contratos ou da sucessão causa mortis. OBJETO Material ou Objetivo A relação jurídica sempre tem um objeto imediato (ato) que é sempre a conduta humana do devedor (dar, fazer ou não fazer). Já o objeto mediato é o bem da vida, que se dá o dar, fazer ou não fazer (dar o quê?). é o objeto da conduta. A prestação, ou seja, a atividade culminada pelo devedor, consiste no objeto imediato. O bem material que se insere na prestação constitui-se no objeto mediato. + Não se admite que se contrate o impossível de ser realizado (compra e venda de um bem que não existe mais). Quem realiza uma obrigação deve definir o que é devido. + O objeto deve ser lícito, possível e determinável (art. 166, II). A prestação deve ser física ou juridicamente possível. Quando a prestação for inteiramente impossível, será nula a obrigação. Já se a obrigação for tão só parcialmente impossível, não se invalidará a obrigação, pois o cumprimento da parcela possível poderá ser útil ao credor. Ademais, uma prestação impossível ao nascer, que se torne possível quando do momento do cumprimento, é perfeitamente válida e deve ser cumprida. A prestação deve também apresentar licitude. Deve atender aos ditames da moral, dos bons costumes e da ordem pública, sob pena de nulidade, como em qualquer ato jurídico. Se não for determinada, a prestação deve ser ao menos determinável. VÍNCULO JURÍDICO a obrigatoriedade do contrato é seu requisito mais importante, pois é ela que dá segurança jurídica. Essa força obrigatória é chamada de vínculo jurídico. Vínculo Jurídico é a força dada pelo Direito à relação sem a qual teríamos somente um fato irrelevante para o Direito. Cria o liame entre o sujeito passivo e o sujeito ativo, por meio do qual o primeiro está obrigado ao cumprimento da prestação, podendo o segundo, no caso do descumprimento, socorrer-se do Poder Judiciário para exigir a prestação e/ou as perdas e danos correspondentes pelas quais responde todo o patrimônio do devedor, com exceção dos bens impenhoráveis. Debitum dever de cumprir com a obrigação;

Obrigatio responsabilidade ou garantia, podem recorrer ao judiciário para exigir a prestação e/ou as perdas e danos correspondentes. + O Direito à prestação que possui o credor tem como correspondente, do outro lado da relação obrigacional, o dever de prestar do devedor. Trata-se de dever e não de ônus. É instrumento que serve para satisfazer a um interesse alheio. Caso não atenda ao dever de prestar, o devedor ficará sujeito às sanções atinentes à mora e ao inadimplemento. *Existem 3 tipos de Processo Civil: - Conhecimento: visa transformar o fato em direito. O juiz reconhece a petição. - Execução: necessita-se de títulos executivos. - Cautelar: assegura o cumprimento dos últimos processos de conhecimento e execução. FONTES DAS OBRIGAÇÕES É o nascedouro, todos os atos que fazem brotar obrigações. Onde nascem as obrigações. É o lugar de onde algo provém. Considera-se a Lei a primeira fonte das obrigações. Sempre se tem por fonte a lei, sendo que, nalguns casos, embora esta apareça como fonte mediata, outros elementos despontam como causadores imediatos do vínculo. Assim, a vontade humana ou o ato ilícito. As fontes classificam-se em 3 categorias (segundo fonte imediata): a) as que tem por fonte imediata a vontade humana (contratos): é um acordo de vontade que gera obrigações; é bilateral. Ex: contrato de locação de uma kitnet, gera obrigações para os dois, o locatório (que fornece o imóvel) e o locador (que paga). b) as que tem por fonte imediata o ato ilícito c) as que tem por fonte imediata a lei. * São obrigações que derivam diretamente da vontade tanto os contratos, nos quais existem duas vontades, como as manifestações unilaterais, tal como na promessa de recompensa. + A lei, por si só, não gera qualquer obrigação. + São fontes todos os fatos jurídicos que o Direito considera aptos a gerar obrigações. Classificação: 1. Contrato é um acordo de vontade que gera obrigações; é bilateral. Ex: contrato de locação de uma kitnet, gera obrigações para os dois, o locatório (que fornece o imóvel) e o locador (que paga). 2. Declaração unilateral há alguns casos em que a lei considera suficiente a declaração unilateral. Ex.: concurso de monografias a melhor não pagará mais a faculdade. Tal obrigação tem cumprimento obrigatório. Exs: promessa de recompensa (art. 854), gestão de negócios alheios (art. 861) e ordem de pagamento (cheque). 3. Atos Ilícitos quem pratica ato ilícito fica obrigado a indenizar os danos. Ex: vendeu entorpecentes vai para cadeia (Penal). Mas no direito civil o cidadão

deve reparar o dano causado colocando a vítima no mesmo lugar que antes do ato. *arts: 875, 884 CC. +São obrigações que derivam diretamente da vontade tanto os contratos, nos quais existem duas vontades, como as manifestações unilaterais, tal como na promessa de recompensa. DISTINÇÕES ENTRE DIREITOS REAIS E DIREITOS OBRIGACIONAIS DIREITO REAL É o direito que afeta a coisa direta e imediatamente sob todos ou certos aspectos e a segue em poder de quem quer que a detenha. (entre uma pessoa e uma coisa um bem). Art. 1225, CC: são direitos reais: I a propriedade; II a superfície; III as servidões; IV o usufruto; V o uso; VI a habitação; VII o direito do promitente comprador do imóvel; VIII o penhor; IX a hipoteca; X a anticrese. DISTINÇÕES: 1. 1. Quanto ao sujeito: + No Direito Real o sujeito é o titular (atributivo) + No Direito Obrigacional os sujeitos são credor e devedor (cooperativo). 1. 2. Quanto à ação: + Nos Direitos reais o titular pode mover a ação contra qualquer pessoa. (erga omnes) + Nos direitos obrigacionais o credor só tem ação contra o devedor (ou devedores); * O Direito Brasileiro adota o sistema alemão no contrato de compra e venda e, no entanto, o simples contrato não torna o contratado proprietário do bem, é preciso registra-lo no Cartório de Registro. 1. 3. Quanto ao objeto: + Direitos reais: bem. Objeto basicamente corpóreo. + Direitos obrigacionais: prestação (dar, fazer, não fazer). Relações humanas. 1. 4. Quanto ao limite: + Dtos. Obrigacionais: são ilimitados, pois as partes podem escolher a maneira que lhes convier. As relações obrigacionais são infinitas, as mais variadas

possível, e as necessidades sociais estão sempre e sempre, criando novas fórmulas para atende-las. + Dtos. Reais: é apenas o que a lei diz que é (art. 1225). São (numerus clausum - o rol é taxativo). Art. 425 é ilícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. 1. 5. Quanto ao gozar os direitos: + Dtos. Reais: se dá de forma imediata (sem intermediário); concede gozo e fruição de bens. + Dtos. Obrigacionais: só usufrui do direito através de um intermediário. 1. 6. Quanto ao abandono: + Dto. Obrigacional: não existe abandono. + Dto. Real: o abandono é uma forma de extinção do direito real. 1. 7. Quanto à prescrição: + Dtos. Reais: a prescrição não extingue direitos reais. Eles tendem a ser perpétuos. O usucapião é uma forma de aquisição da propriedade. CATEGORIAS JURÍDICAS HÍBRIDAS São situações de ordem prática que ficam entre os Direitos Reais e s Direitos Obrigacionais. OBRIGAÇÕES PROPTER REM São obrigações que recaem sobre uma pessoa por força de um determinado direito real. Tem como características a vinculação do Direito Real com a obrigação, sendo que esta é transmitida juntamente com o Direito Real. Há situações em que o proprietário é por vezes sujeito de obrigações apenas porque é proprietário e qualquer pessoa que o suceda na posição de proprietário assumirá tal obrigação. Contudo, o proprietário poderá liberar-se da obrigação se se despir da condição de proprietário, abandonando a coisa a que lhe pertence, renunciando à propriedade. As obrigações propter rem são as que estão a cargo de um sujeito, à medida que este é proprietário de uma coisa, ou titular de um direito real de uso e gozo dela. As obrigações propter rem podem decorrer da comunhão ou co-propriedade, do direito de vizinhança, do usufruto, da servidão e da posse.

O devedor está ligado ao vínculo não em razão de sua vontade, mas em decorrência de sua particular situação em relação a um bem, do qual é proprietário, bem como o abandono da coisa por parte do devedor libera a dívida, porque nesta hipótese o devedor despe-se da condição de proprietário ou possuidor. O sucessos a título singular assume automaticamente as obrigações do sucedido, ainda que não saiba de sua existência. + Quem adquire um apartamento, por exemplo, ficará responsável pelas despesas de condomínio do antigo proprietário. Não resta dúvida de que caberá ação regressiva do novo adquirente contra o antigo proprietário, mas, perante o condomínio, responderá sempre o atual proprietário. A obrigação, nesses casos, acompanha a coisa, vinculando o dono, seja ele quem for. Obrigação propter rem: 1. trata-se de relação obrigacional que se caracteriza por sua vinculação à coisa; 2. o nascimento, a transmissão e a extinção da obrigação propter rem seguem o direito real, com uma vinculação de acessoriedade. + o adquirente tem a obrigação de pagar as prestações anteriores à sua aquisição (art. 1245). + pode-se cobrar as prestações vencidas do vendedor (art. 502). OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL A obrigação terá eficácia real quando, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, se transmite ou é oponível a terceiro que adquira direito sobre determinado bem. + quando só vincula o devedor os Direitos Obrigacionais são relativos. + já os direitos reais são absolutos (erga omnes). Certas relações oriundas de contratos, por força de disposição legal, alcançam latitude de direito real. Art. 33 Lei 8.245/91 o locatário preterido no seu direito de preferência poderá reclamar do alienante as perdas e danos ou, depositando o preço e demais despesas do ato de transferência, haver para si o imóvel locado, se o requerer no prazo de seis meses, a contar do registro do ato no Cartório de Imóveis, desde que o contrato de locação esteja averbado pelo menos trinta dias antes da alienação junto á matrícula do imóvel. PU. A averbação far-seá à vista de qualquer das vias do contrato de locação, desde que subscrito também por duas testemunhas. Existirá um direito real para o inquilino se tiver registrado devidamente o contrato, o qual lhe permitirá haver o imóvel, ou então, exclusivamente, um direito pessoal estampado em um pedido de perdas e danos. O contrato de locação, com o registro imobiliário, permite que o locatário oponha seu direito de preferência erga omnes, isto é, perante qualquer pessoa que venha a

adquirir coisa locada. O contrato, portanto, nas condições descritas na lei, alcança eficácia real. Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel. As obrigações gozam de eficácia real quando, sem perderem o caráter essencial de direitos a uma prestação, se transmitem, ou são oponíveis a terceiros, que adquiram direito sobre determinada coisa. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES I) CONSIDERADAS EM SI MESMAS 1. 1. Em Relação ao Vínculo: - natural: (judicialmente inexigíveis) existe o crédito e o débito, só que não tem como o credor cobrar na justiça. Ex: dívida de jogo. (art. 814), o ganhador não tem o direito de receber seu dinheiro judicialmente. - civil: possui seu vínculo jurídico perfeito. Possui débito e responsabilidade. (arts. 391 e 591 CC). 1. 2. Quanto ao Objeto: Relativa a sua natureza: - dar: obrigação de entrega. Transferir uma coisa para o credor. Pode ser coisa corpórea ou incorpórea. A obrigação de dar indica o dever de transferir ao credor alguma coisa ou alguma quantia, como no caso da compra e venda. Na obrigação de dar, havia a noção de transmitir um direito real. Entretanto, a obrigação de dar, e seu cumprimento, por si só não gerava o direito real, pois havia necessidade da tradição, da entrega da coisa. A obrigação de DAR dividese em 3: coisa certa: entrega de um bem perfeitamente individualizado (especificado, único); coisa incerta: a coisa é definida ao menos pelo gênero e quantidade. Não sofre influência da extinção; restituir: o credor é proprietário da coisa em um titulo anterior e o devedor só tem a posse do bem. - fazer: está ligada à entrega de uma coisa. O devedor deve praticar um ato em favor do credor. - não fazer: uma abstinência. O cidadão se obriga a não fazer algo que ele poderia fazer. + Muitas vezes, toda obrigação de dar mistura-se e complica-se com uma obrigação de fazer, ou de não fazer. Muitas vezes elas andam juntas. Assim, na compra e venda, o vendedor tem obrigação de entregar a coisa vendida (dar) e de responder pela evicção e vícios redibritórios (fazer). + As obrigações de dar e fazer são denominadas obrigações positivas. As obrigações de não fazer, que implicam abstenção por parte do devedor, são as obrigações negativas. Em atenção a sua liquidez: - Obrigações líquidas: sabe-se quanto é devido.

- Obrigações ilíquidas: não tem definição do quanto é devido, é necessário promover sua liquidação. Ex: devedor de indenização propõe-se operação judicial para se estabelecer o montante da dívida (art. 948). 1. 3. Quanto ao modo de execução: - simples e cumulativas: não é um único ato de cumprimento, este subdividese em mais vezes. O devedor deve cumprir todas. São simples quando aparecem sem qualquer cláusula restritiva. São conjuntivas quando ligadas pela aditiva e. - alternativas: tem duas ou mais prestações devidas mas o devedor se libera cumprindo somente uma. São alternativas quando ligadas pela partícula ou : pagarei por um boi, ou um cavalo. O devedor cumprirá a obrigação, entregando um ou outro dos objetos. - facultativas: (obrigação com faculdade de substituição); tem-se somente uma prestação devida mas o devedor tem a faculdade de substituí-la por outro. Ex: deve-se um imóvel e paga-se em dinheiro. Faculta-se ao devedor cumprir a obrigação, substituindo o objeto. 1. 4. Quando ao tempo de adimplemento: - momentânea: é adimplida com a prática de um único ato. Não há um tempo considerável entre o nascimento e a extinção da obrigação. Exaurem num só ato. - continuada: sua execução se prolonga no tempo. Ex: contrato de trabalho. Só podem ser cumpridas dentro de espaço de tempo mais ou menos longo. 1. Quanto aos elementos acidentais: (arts. 121, ss); são componentes de um negócio jurídico que não necessariamente devem estar presentes. - puras: não possui nenhum elemento acidental. - condicional: evento futuro e incerto. Se não ocorrer certo evento a obrigação não gerará efeito. - termo: subordinada a um evento futuro e certo. - modal: está sujeita ao modo ou encargo. Quem recebe alguma coisa está sujeito a seu encargo, à sua destinação. 1. 6. Quanto a pluralidade de sujeitos: - única: um único credor e um único devedor. - múltipla: há mais que um credor ou mais de um devedor numa mesma obrigação. Estas podem ser solidárias: cada credor pode exigir a dívida por inteiro, enquanto cada devedor pode ser obrigado a efetuar o pagamento por inteiro; divisível: divide-se a dívida. Se o objeto permite o parcelamento, a obrigação é divisível. Se o objeto não permite o parcelamento a obrigação é indivisível. 1. 7. Quanto ao conteúdo: - meio: estão os devedores obrigados a dar o melhor de si para se obter o resultado, mas não se vinculam a obter o resultado pois este depende de fatores exteriores. Deve ser aferido se o devedor empregou boa diligência no

cumprimento da obrigação. O descumprimento deve ser examinado na conduta do devedor, de modo que a culpa não pode ser presumida, incumbindo o ao credor prova-la cabalmente. - resultado: o obrigado se obriga com a realização do resultado. O que importa é a aferição se o resultado colimado foi alcançado. Só assim a obrigação será tida como cumprida. A inexecução implica falta contratual, dizendo-se que existe presunção de culpa. - garantia: o devedor é responsabilizado inclusive em casos fortuitos de força maior (de qualquer jeito deve-se atingir o resultado). A simples assunção do risco pelo devedor da garantia representa, por si só, o adimplemento da prestação. OBRIGAÇÃO CIVIL ou PERFEITA É aquela que, fundada no vínculo jurídico, sujeita o credor à realização de uma prestação interesse do credor estabelecendo um liame entre os dois sujeitos, abrangendo o dever da pessoa obrigada e sua responsabilidade em caso de inadimplemento, permitindo ao credor recorrer à intervenção estatal para obter a prestação, tendo como garantia o patrimônio do devedor. + Em geral as obrigações são civis. Seus efeitos são: vincular o devedor e permitir a cobrança judicial. OBRIGAÇÃO NATURAL O devedor deve mas o credor não tem meios de exigir o cumprimento da obrigação. Não há responsabilidade. Se ele não pagar voluntariamente ao haverá meios de o credor exigir o cumprimento da obrigação. Ex: divida de jogo, obrigações prescritíveis. (art. 814 CC). + Nota promissória oriunda de dívida de jogo pode ser transferida a terceiro de boa-fé que poderá exigir o pagamento. As obrigações naturais são incompletas. Apresentam como características essenciais as particularidades de não serem judicialmente exigíveis, mas, se forem cumpridas espontaneamente, será tido por válido o pagamento, que não poderá ser repetido. A distinção da obrigação natural, em relação à obrigação civil, reside no aspecto de que, embora desprovida de poder coativo, se o devedor espontaneamente a cumpre, o pagamento considera-se legal e, por essa razão, não se concede ação no caso de se pretender recobrar o que foi pago. EFEITOS das Obrigações Naturais: O devedor natural não pode ser compelido a executar a obrigação, mas, se a realiza espontaneamente, seu ato é irretratável e opera pagamento válido. O pagamento aí não se trata de mera liberalidade, é pagamento verdadeiro e não doação. - inexigibilidade: em dívidas prescritas, ou o juiz define de oficio a prescrição. Mesmo sendo inexigível pode-se entrar com a ação, sendo a ação

julgada improcedente. (art. 194). O juiz pode sempre reconhecer a prescrição de oficio. Não existe ação para compelir o devedor a efetuar o cumprimento. - solutio retentio : retenção do pagamento. Se pagou a obrigação natural, não poderá pedir o dinheiro de volta. Não se pode recobrar a quantia que voluntariamente se pagou. (art. 815). *art. 882 *art. 883 *arts. 391 CC; e 591 CPC. A OBRIGACAO se diz NATURAL quando se funda no mero dever de ordem moral ou social, sujo cumprimento não é judicialmente exigível mas corresponde a um dever de justiça. + Dívida oriunda de aposta realizada em hipódromo regular é juridicamente exigível. OBRIGAÇÃO DE DAR Normalmente há uma retribuição ou pagamento. Espécie de obrigação onde o devedor está adstrito a transferir a posse de algo para o credor. Tem como conteúdo a entrega de uma coisa. Pelo nosso sistema a obrigação de dar não se constitui especificamente na entrega efetiva da coisa, mas num compromisso de entrega da coisa. A obrigação de dar gera apenas um direito à coisa e não exatamente um direito real. O vínculo obrigacional, por si só, não tem o condão de fazer adquirir a propriedade. A obrigação de dar é aquela em que o devedor compromete-se a entregar uma coisa móvel ou imóvel ao credor, quer para constituir novo direito, quer para restituir a mesma coisa a seu titular. 1. 1. Obrigação de dar coisa certa O dever do devedor de entregar uma coisa que não se confunde com nenhuma outra por ter características próprias. + não pode o devedor ser obrigado a entregar coisa diversa ainda que menos valiosa ou o credor aceitar coisa diversa ainda que mais valiosa (art. 313 CC). + Cumpre o devedor com sua obrigação quando transfere a propriedade da coisa. Sistema Francês: o acordo de vontade, por si só, transfere a propriedade. Sistema Alemão: o contrato, por si só, não transfere a propriedade, necessita-se de um ato posterior. Sistema Russo: em se tratando de coisas certas o contrato transfere a propriedade, coisa incerta não. + O direito brasileiro segue o sistema alemão. A tradição é a entrega da coisa com a intenção de transferi-la. É usada na transmissão de veículo. Certa será a coisa determinada, perfeitamente caracterizada e individuada, diferente de todas as demais da mesma espécie. Não pode também o devedor adimplir a obrigação, substituindo a coisa que é seu objeto por dinheiro, pois estaria transformando arbitrária e unilateralmente uma obrigação simples em obrigação alternativa. Da mesma forma, o pagamento parcelado só é possível se expressamente convencionado. + O acordo de vontades não gera propriedade.

+ A simples vontade das partes não gera obrigação. + Havendo melhoramento o devedor poderá exigir o aumento do preço. PRINCÍPIO DA ACESSORIEDADE O devedor de uma coisa certa deve também entregar os acessórios dela (art. 233). Móveis não se entrega (depende das circunstâncias). Os contratantes podem estabelecer no contrato o que entenderem importante, se nada constar no contrato, seguem os acessórios junto com o principal facultativo, dispositivo ou supletivo. DA PERDA Rés Perit Domino a coisa perece para seu dono (o devedor). Se a coisa vier a se perder (ainda que sem culpa) o devedor arca com o prejuízo. Art. 234 (resolução): perdeu-se a coisa sem culpa do devedor volta-se ao estado anterior da contratação; não precisa pagar pelo prejuízo. Caso o devedor seja culpado, este responderá pelo equivalente e mais as perdas e danos. CULPA (lato sensu): abrange a culpa em sentido estrito e dolo. - dolo: o cidadão age intencionalmente, tem intenção de causar o dano. - culpa: não há intenção de causar o dano, é um erro de conduta, um equívoco. CULPA (stricto sensu): negligência, imperícia e imprudência. - negligência: falta de um dever de cuidado (deixar de agir); - imprudência: ato positivo ação. O cidadão age de forma equivocada que importa conduta culposa. - imperícia: falta de perícia. O cidadão não age de acordo com os conhecimentos elementares em determinada área. Perda sem culpa resolve-se a obrigação voltando as partes ao estado anterior; quando há culpa há também uma obrigação de indenizar perdas e danos. No Direito Civil há diferença de indenização quando o delito foi praticado com dolo ou culpa? Em regra não, pois no Direito Civil a regra é que não se diferencia, para fins de indenização, dolo e culpa, com duas exceções: 1. Indenização por danos morais (dano não patrimonial). É uma espécie de indenização arbitrada pois não tem como recompensar previamente o dano moral, depende da intensidade da culpa, por dolo é maior a indenização. 2. art. 392 Contratos Onerosos (troca, compra e venda), qualquer dos contratantes responde por simples culpa. Contratos Benéficos (uma pessoa beneficiando outra), contrato de doação: o que cumpre com a prestação só responde por dolo; quem recebe a prestação só responde por culpa. + Em regra geral não há distinção.

Segundo o art. 234, se a coisa se perder sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes. Assim, se o devedor se obrigou a entregar um cavalo e este vem a falecer por ter sido atingido por um raio, no pasto, desaparece a obrigação, sem ônus para as partes, devendo ambas voltar ao estado anterior. Se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais as perdas e danos. As perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. A indenização mede-se pela extensão do dano. DA DETERIORAÇÃO A coisa ainda existe porém, em estado pior do que se encontrava. - Sem Culpa o proprietário (devedor) sofre a perda. É inerente a possibilidade de abatimento do preço (art. 235). Pode resolver o contrato ou aceitar a coisa com abatimento no preço. - Com Culpa pode-se aceitar a coisa ou resolver o contrato. Podendo o credor exigir o equivalente ou aceitar a coisa com o recebimento das suas perdas e danos (art. 236). Art. 235 deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação ou aceitar, abatido ao seu preço o valor que perdeu. A deterioração da coisa acarreta sempre uma depreciação. Não sendo o devedor culpado, abrem-se duas alternativas ao credor: resolver a obrigação, recebendo a restituição do preço, se já tiver pago; ou então aceitar a coisa, no estado em que ficou, abatendo-se em seu preço o valor da depreciação. Art. 236 sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização de perdas e danos. A tradição da coisa faz cessar a responsabilidade do devedor. Se a coisa perece após a entrega, o risco é suportado pelo comprador. É claro que, mesmo após a entrega, se houve fraude ou negligência do devedor, este deve ser responsabilizado. + Havendo perda ou deterioração da coisa, sem culpa do devedor, nas obrigações de entregar ou restituir, é sempre o dono que arca com o prejuízo. TUTELA ESPECÍFICA Se o devedor deliberadamente descumpre com a obrigação deverá pagar multa diária pelo atraso, pois deve cumprir exatamente com o que contratou. Art. 461 CPC. Só vai converter em perdas e danos quando o credor assim quiser ou quando for impossível o pagamento específico. + A obrigação deve ser cumprida com o próprio bem devido entrega in natura. MELHORAMENTOS, ACRÉSCIMOS E FRUTOS NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA

Assim como a coisa pode perder-se, ou seu valor ser diminuído, pode ocorrer que, no tempo compreendido entre a constituição da obrigação e a tradição da coisa, esta venha a receber melhoramentos ou acrescidos. Enquanto não ocorrer a tradição, a efetiva entrega da coisa, esta pertence ao devedor e, por conseqüência, os melhoramentos acrescidos pertencerão a ele. (art. 237). Assim como o devedor perde quando a coisa desaparece ou diminui de valor, deve ganhar quando ocorre o oposto, quando há aumento no valor da coisa. As benfeitorias são necessárias (imprescindíveis) para a conservação de uma coisa; úteis(aumenta a utilidade a que se refere a coisa); voluptuárias (mero aformoseamento). O possuidor de boa-fé tem direito a essas benfeitorias. O possuidor de má-fé só tem direito ao que diz respeito às benfeitorias necessárias. Se houver melhoramentos acrescidos o lucro é do credor, especialmente se não houver qualquer trabalho ou gastos para o devedor. Se, no entanto, o devedor teve gastos ou trabalho, analisa-se de acordo com as benfeitorias feitas de má e de boa-fé. - Possuidor de boa-fé (art. 1201): ignora o vício ou obstáculo que impede a aquisição da coisa. - Possuidor de má-fé: conhece do vício. OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR É a obrigação de devolver ao dono. + A obrigação de restituir refere-se sempre à coisa certa. A obrigação de restituir é aquela que tem por objeto uma devolução da coisa certa, por parte do devedor, coisa esta que encontra-se em poder do devedor, mas que pertence ao credor. - Quanto à perda: - Sem culpa: o dono sofre a perda. Não há obrigação de restituir o equivalente (art. 238) Res Perit Domino. - Com culpa: (art. 239) o devedor responde pelo equivalente e mais perdas e danos. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, salvos, porém, a ele os seus direitos até o dia da perda. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. + Ex.: o comodatário tem obrigação de restituir a coisa emprestada e responderá pelo dano ocorrido, ainda que derivado de caso fortuito ou coisa maior, se antepuser a salvação de seus próprios bens, abandonando os bens emprestados (art. 533). - Quanto à deterioração: - Sem culpa: recebe a coisa no estado em que ela se encontrar.

- Com culpa: responde o devedor pelo equivalente e mais perdas e danos. (art. 236). Tem direito a receber a coisa. No caso de deterioração de coisa restituível, sem culpa do devedor, o credor deverá recebê-la, tal qual se ache, sem direito à indenização (art. 240). Se a deterioração ocorreu por culpa do devedor, a solução é do art. 239. responderá o devedor pelo equivalente, mais perdas e danos: o credor pode exigir o equivalente ou aceitar a devolução da coisa tal como se encontra, com direito a reclamar, em qualquer das duas hipóteses, indenização de perdas e danos. MELHORAMENTOS, ACRÉSCIMOS E FRUTOS NA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR. Art. 241. Como a coisa pertence já ao credor, antes mesmo do nascimento da relação obrigacional, aumentando de valor, lucrará o credor, uma vez que para o acréscimo não concorreu o devedor. Se a coisa sofre melhoramento ou aumento em decorrência de trabalho ou dispêndio do devedor, o regime será o das benfeitorias (art. 242). Importa saber se o melhoramento ou acréscimo decorreu de boa ou má-fé do devedor. Estando de boa-fé, tem o devedor direito aos aumentos ou melhoramentos necessários e úteis. De acordo com os princípios que regem as benfeitorias, o devedor de boa-fé tem direito de retenção. O direito de retenção é uma faculdade negativa. O que detém a coisa, legitimamente, pode manter essa retenção até que seja indenizado das despesas e dos acréscimos que fez. O Direito de retenção é meio de defesa que se manifesta antes de qualquer medida judicial, por interesse e iniciativa do devedor. * arts. 242, 1.221, 1.222. EXECUÇÃO Na obrigação de restituir, o problema não se põe, porque a coisa pertence ao próprio credor e, desaparecendo a razão de permanência dela em poder do devedor, o credor tem meios processuais para reavê-la. A obrigação de restituir é aquela que mais facilmente permite a execução em espécie. A execução específica ou in natura só deve ser banida, substituindo-se por perdas e danos, quando a execução direta for impossível ou dela resultar constrangimento fível ou dela resultar constrangimento fpxecuçalquer medida judicial, por interesse e iniciativa do devedor.]*credor. o caso, ind TUTELA ESPECÍFICA art. 561, CPC. DA EXECUÇÃO Na obrigação de restituir, o problema não se põe, porque a coisa pertence ao próprio credor e, desaparecendo a razão de permanência dela em poder do devedor, o credor tem meios processuais para reavê-la.

A obrigação de restituir é aquela que mais facilmente permite a execução em espécie. A execução especifica ou in natura so deve ser banida, substituindo-se por perdas e danos, quando a execução direta for impossível ou dela resultar constrangimento físico à pessoa do devedor. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA Em se tratando de empréstimo de coisas fungíveis, esta coisa passa a ser propriedade do mutuário. (arts. 586 e 587). A coisa a ser entregue está determinada ao menos pelo gênero ou quantidade. Aí estão as coisas fungíveis (substituíveis, que possuem coisas iguais). É algo que pode ser substituído. A obrigação de dar coisa cera tem por objeto a entrega de uma quantidade de certo gênero e não uma coisa especificada. (art. 243). São obrigações de dar coisa incerta: entregar uma tonelada de trigo, um milhão de reais ou cem grosas de lápis. A coisa é indicada tão somente pelos caracteres gerais, por seu gênero. A Obrigação de dar coisa incerta consiste na relação obrigacional em que o objeto indicado de forma genérica no inicio da relação vem a ser determinado mediante um ato de escolha por ocasião do adimplemento da obrigação. Tratase de uma obrigação que tem por objeto a entrega de uma quantidade de determinado gênero. Difere da obrigação de dar coisa certa, vez que nesta o objeto é permanente, individualizado, diferente de todos os demais. Enquanto que na obrigação de dar coisa incerta o objeto devido é inicialmente indeterminado, somente havendo referencia ao gênero e quantidade (art. 243). Quanto à escolha, os contratantes podem estabelecer qualquer coisa, eles tem liberdade de escolher. Porem, se o contrato for omisso, caberá escolha ao devedor. (art. 244). A escolha pode ser estabelecida para ambos, no entanto, sendo omisso o contrato, a escolha será do devedor. Com a escolha se dá a concentração da prestação. A partir da escolha já se tem os bens que deverão ser entregues (art. 245) e não mais apenas gênero e quantidade. A partir da notificação da escolha vigora a obrigação de dar coisa certa. Na obrigação de dar coisa incerta, há um momento precedente à entrega da coisa que é o ato de escolher o que vai ser entregue. Uma vez feita a escolha, de acordo com o contratado, ou conforme estabelece a lei, a obrigação passa a ser regida pelos princípios de dar coisa certa. - CONCENTRAÇAO: com a escolha e sua notificação ocorre a concentração do objeto da obrigação nos bens escolhidos passando a ser regida pelas normas pertinentes às obrigações de dar coisa certa. O que era genérico, com a escolha, se transforma em certo.

+ Nas obrigações de dar coisa incerta não há resolução. O devedor não se exime de cumprir a obrigação, ainda que ocorra caso fortuito ou coisa maior (art. 246). GENUS NUNQUAM PERIT O gênero nunca perece. Em situações de gênero limitado e demonstrando o devedor que este se extinguiu, resolve-se a obrigação. + Antes da escolha não se alega caso fortuito ou força maior. - art. 492. Fala-se da aplicabilidade da resolução por caso fortuito ou força maior apenas quando já ocorrida a escolha e o credor, e este não aparecer para adquirir a coisa na data marcada. A coisa não é efetivamente entregue, ou, pelo menos, posta à disposição do credor, impossível a desoneração do devedor, que terá sempre diante de si a parêmia genus nunquam perit. EXECUÇÃO Pode o credor exigir a coisa específica e não seu equivalente em dinheiro, com exceção quando a coisa específica não interessa mais ao credor. Art. 461-A, CPC. Em se tratando de obrigação de dar coisa incerta, o fato de o devedor não fazer a entrega na data determinada, este não perde o direito de escolha. Cabendo a escolha ao credor, este a individualizará na petição inicial. OBRIGAÇÕES DE FAZER E DE NÃO FAZER -OBRIGAÇÃO DE FAZER- Abrange prática de um ato ou uma atividade. Consiste na relação obrigacional em que o devedor está compelido à realização de um ato material ou intelectual, ou mesmo uma atividade em favor e no interesse do credor. É devida determinada atividade, comportamento, uma ação a ser realizada pelo devedor. (arts. 593, 610, 627, 653, 710, 722, 730). A obrigação de fazer, por se estampar numa atividade do devedor, é que traz maiores transtornos ao credor, quando se defronta com inadimplemento. O conteúdo da obrigação de fazer é uma atividade ou conduta do devedor, no sentido mais amplo: tanto pode ser a prestação de uma atividade física ou material, como uma atividade intelectual, artística e cientifica. Ademais, o conteúdo da atividade do devedor, na obrigação de fazer, que denominamos, ainda que impropriamente, atividade do devedor, no sentido o mais amplo possível, pode constituir-se numa atividade que pouco aparece externamente, mas cujo conteúdo é essencialmente jurídico, como a obrigação de locar ou emprestar imóvel, de realizar outro contrato, etc. Obrigação de fazer é qualquer ato ou atividade que não importe simplesmente num dar, mas sim numa obrigação de fazer. Na obrigação de fazer, o credor não é obrigado a aceitar de terceiro a prestação, quando for convencionado que o devedor a faça pessoalmente.

*art. 247: Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou por ele exequível. Diferenciação com as Obrigações de Dar Se contrata-se a atividade do cidadão cujo objeto será mera conseqüência da atividade, esta será uma obrigação de fazer. A diferenciação da obrigação de dar e de fazer leva em consideração se o fato de dar é ou não conseqüência da obrigação de fazer. Assim, se o devedor tem de dar algo sem ter, previamente, de faze-lo, a obrigação é de dar; entretanto, se primeiramente tem ele de confeccionar a coisa para depois entrega-la, se tem ele de realizar algum ato do qual será mera conseqüência de dar, tecnicamente a obrigação é de fazer. Porém, podem existir relações obrigacionais onde tal distinção não seja possível, vez que a obrigação de dar possui relevância autônoma. A solução de tais casos será considerada a existência de duas obrigações: uma de dar e outra de fazer. Ex.: empreitada global. A diferenciação está em verificar se o dar ou o entregar é ou não conseqüência do fazer. Assim, se o devedor tem de dar ou de entregar alguma coisa, não tendo, porém, de faze-la previamente, a obrigação é de dar; todavia, se, primeiramente, tem ele de confeccionar a coisa para depois entrega-la, tendo de realizar algum ato, do qual será mero corolário o de dar, tecnicamente a obrigação é de fazer. Na obrigação de dar, a tradição é imprescindível, o que não ocorre na obrigação de fazer. Espécies INFUNGÍVEL é infungível quando o devedor não pode se fazer substituir por terceiro. O credor pode escolher determinado devedor para prestar a obrigação, não admitindo substituição. A obrigação é contraída tendo em mira exclusivamente a pessoa do devedor, leva-se em conta as qualidades pessoais do obrigado. FUNGÍVEL é fungível aquela na qual é dado ao devedor substituir-se por terceiro. O contrato diz se é possível o cidadão se substituir por outro ou não. Quando o contrato não for claro nesse sentido analisa-se as qualidades do devedor e as circunstâncias do caso. A pessoa do devedor é facilmente substituível, como é o caso do pintor de paredes ou do pedreiro. * Nada impede que uma obrigação de fazer fungível torne-se infungível por vontade do credor, ou pelas circunstâncias do caso concreto. MATERIAL resulta num objeto material, corpóreo. IMATERIAL/ INTELECTUAL não resulta em algo corpóreo, físico. -DESCUMPRIMENTO- Não é possível, tendo em vista a liberdade individual, exigir coercitivamente a prestação de fazer do devedor. O juiz poderá, de oficio ou a requerimento das partes, para obter o resultado específico, determinar a imposição de multa, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, etc.

Impossibilidade Essa impossibilidade é física, ou seja, o ato passa a ser não realizável. Quando há culpa há indenização de perdas e danos. Sem culpa resolve-se a obrigação, voltando ao estado anterior. (art. 248). Tal situação será verdadeira sempre que o cumprimento da obrigação de fazer não for mais útil para o credor. * arts. 247 e 249. Recusa Em caso de recusa a primeira possibilidade que se tem é a TUTELA ESPECÍFICA (art. 461 CPC). Só se falará em perdas e danos com substituição da tutela específica quando o autor assim a requerer ou quando for impossível a tutela. 4º impõe-se multa diária ao réu. Sempre que houver dúvida acerca da recusa por parte do devedor e ainda que houver possibilidade de a prestação ser útil para o credor, deve ser aplicado o princípio da execução específica. - AÇÃO COMINATÓRIA: é na esfera das obrigações e nas de não fazer que se encontra campo para a multa cominatória diária, de índole pecuniária, por dia de atraso no cumprimento da obrigação. A multa deve ser de montante tal que constranja o devedor a cumprir a obrigação. Nada impede que as partes, contratualmente, já estipulem a multa e seu valor, mas caberá sempre ao juiz coloca-la em seus devidos parâmetros. O campo de maior atuação da multa diária é o das obrigações infungíveis. Nas obrigações fungíveis, embora não seja excluída a imposição diária, o credor pode obter seu cumprimento por meio de terceiro (art. 634). - EXECUÇÃO: (por terceiro), art. 249. havendo recusa ou demora no cumprimento da obrigação pode o credor manda-lo executar à custa do devedor. Art. 632 a execução das obrigações de fazer possui instrumentos processuais efetivos, inclusive com tutelas antecipatórias. * arts. 644 e 655, CPC. Fato realizado por terceiro e o valor do fato realizado é cobrado as custas do devedor. - AUTOTUTELA: somente em casos de urgência o credor pode mandar executar o fato e receber o ressarcimento depois. Caso de não urgência necessita-se de autorização judicial. * o devedor obrigado a cumprir a obrigação dentro de um processo judicial pode, em razão disso, cumpri-la deficientemente. Cabe ao juiz, em qualquer caso, decidir se a obrigação deve ser considerada cumprida ou não. (art. 636). - OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER- As obrigações de não fazer são as obrigações negativas. O devedor compromete-se a uma abstenção. A obrigação de não fazer é aquela em que o devedor se compromete a abster-se da prática de determinado ato que poderia livremente praticar caso não tivesse se obrigado. Para que seja válida a obrigação deve ser lícita, não ferindo as normas de ordem pública, os bons costumes e a razoabilidade. Especificamente em relação a esta última a abstenção deve conter limitações

espaciais e temporais que justifiquem as finalidades econômicas perseguidas pelo credor, ou seja, caso as limitações excedam manifestamente a finalidade buscada pelo sujeito ativo, será a obrigação de não fazer inválida. A imposição de uma obrigação negativa determina ao devedor uma abstenção que pode ou não ser limitada no tempo. A obrigação de não fazer ora se apresenta como pura e simples abstenção, como no caso do alienante de estabelecimento comercial que se compromete a não se estabelecer num mesmo ramo de negócios, em determinada zona de influência, ora como um dever de abstenção ligado a uma obrigação positiva, como é o caso do artista que se compromete a exibir-se só para determinada empresa. Também a obrigação de não fazer pode surgir como simples dever de tolerância, como o não realizar atos que possam obstar ou perturbar o direito de uma das partes ou de terceiros, como é o caso do locador que se compromete a não obstar o uso pleno da coisa locada. Para cumpri-la o cidadão deve abster-se de determinado ato que ele poderia livremente praticar caso não tivesse se obrigado. É a não realização de uma conduta que, em linha de princípio era válida. Ex.: cláusulas de exclusividade (o cidadão abstêm-se de prestar serviços a terceiros. Toda obrigação deve revestir-se de objeto lícito, por ser negócio jurídico. Será lícita sempre que não envolva restrição sensível à liberdade individual. Assim, é ilícita a obrigação de não casar, ou a de não trabalhar, ou a de não cultuar determinada religião, porque o Estado repugna prestigiar um vínculo obrigatório que tem por escopo alcançar resultado que colide com os fins da sociedade. Daí por serem imorais ou anti-sociais tais tipos de obrigação, o Direito não lhes empresta a forma coercitiva. O objeto da obrigação de não fazer pode ser qualquer comportamento lícito eeconômico. O não fazer pode comportar-se em situações complicadas. A licitude assume grande parte das obrigações de não fazer porque obriga o cidadão a abrir mão de parte de sua liberdade. Há uma continuidade ou sucessividade em seu cumprimento. A abstenção pode ser limitada ou ilimitada no tempo, sempre levando-se em conta a licitude, no campo da moral e dos bons costumes. Obrigações de não fazer que ferem as normas de ordem pública, os bons costumes, dá-se em inválidas. Causas como essas precisam de uma justificativa válida, é aí que entra arazoabilidade. Razoabilidade no tempo e no espaço. Deve-se verificar se a limitação estabelecida é razoável no tempo e no espaço. + Pode ocorrer que o não fazer torne-se impossível. - Sem culpa não é a conduta do devedor que faz com que a obrigação seja descumprida. Resolve-se a obrigação. (art. 250). Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do fato, que se obrigou a não praticar. As vezes a abstenção do devedor tornase impossível ou extremamente gravosa.

- Com culpa sendo com culpa haverá indenização por perdas e danos. Se a impossibilidade de se abster ocorreu com culpa do devedor, deve ele indenizar o credor. + No descumprimento voluntário é possível que o agente cumpra com a obrigação, mas por sua própria vontade não cumpre, neste caso aplica-se o art. 251. Pode-se ocorrer destruição, multa diária e indenização, levando em conta o que é mais relevante, tentando evitar a destruição, se possível. Porém, sendo urgente a demolição, ela pode ser feita de ordem judiciária. Quanto à multa diária (art. 461 CPC) pode ser aplicada sem ressarcimento das perdas e danos que o caso importar. Se o devedor pratica o ato sobre o qual se abstivera, fora da hipótese do art. 250, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer a sua custa, ressarcindo o culpado das perdas e danos. Da mesma forma é possível a antecipação da tutela, bem como a imposição de multa diária quando viável o desfazimento. Quando impossível voltar-se ao estado anterior, a obrigação converter-se-á em perdas e danos. Segundo o art. 642 o juiz assinará o prazo ao devedor para desfazer o ato. E diz o 643: havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos. PU. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos. Em determinadas circunstâncias, porém, o cumprimento forçado da obrigação de não fazer implica violência intolerável à pessoa do devedor, ou um dano ainda maior. Ex.: o devedor descumpre com o não fazer e ergue custosa construção plenamente utilizável. É de toda conveniência, em face da repercussão social, que a obra não seja desfeita, resumindo-se o descumprimento em perdas e danos. - OBRIGAÇÕES QUANTO À LIQUIDEZ DO OBJETO- 1. Obrigações Líquidas são aquelas que se sabe o quanto devido. É a obrigação certa quanto a sua existência e determinada quanto ao seu objeto. Nesta acham-se especificadas, de modo preciso, qualidade, quantidade e natureza dos objetos devidor. 2. Obrigações Ilíquidas são aquelas onde se precisa quantificar o débito. É a obrigação que depende de prévia apuração em razão de ser impreciso o montante da prestação, ou seja, a quantidade de objetos devidos encontra-se indeterminada. * art. 618 CPC. Diferença com as obrigações de dar coisa incerta Obrigação ilíquida diferencia-se da obrigação de dar coisa incerta, já que nesta, apesar de haver alguma incerteza quanto aos bens a serem entregues, é ela determinada pelo gênero e quantidade, enquanto que na obrigação ilíquida há uma indeterminação ainda mais significativa, principalmente em relação à quantidade devida, necessitando, portanto, passar por uma relação jurídica de acertamento.