Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos



Documentos relacionados
ESTUDO DOS NOMES DE LUGARES (ACIDENTES HUMANOS) E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO DE HISTÓRIA EM LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

Palavras-chave: Toponímia, linguística, memória, imigração italiana, Belo Horizonte.

CONSELHO MUNICIPAL DO IDOSO DE SALTO

1 O número concreto. Como surgiu o número? Contando objetos com outros objetos Construindo o conceito de número

A Sociologia de Weber

Agora é só com você. Geografia - 131

Breve histórico da profissão de tradutor e intérprete de Libras-Português

INDUSTRIALIZAÇÃO EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP: UMA ANÁLISE DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS DO DISTRITO INDUSTRIAL DO CHÁCARAS REUNIDAS

REQUERIMENTO DE INDICAÇÃO Nº... DE (Do Sr. Francisco Praciano)

PROJETO: ELEIÇÕES 2014 E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA

EDUCAÇÃO E PROGRESSO: A EVOLUÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO DA ESCOLA ESTADUAL ELOY PEREIRA NAS COMEMORAÇÕES DO SEU JUBILEU

O CENSO 2010: BREVE APRESENTAÇÃO E RELEVÂNCIA PARA A GEOGRAFIA

E quem garante que a História é uma carroça abandonada numa beira de estrada? (Hollanda, C. B; Milanes, P. Canción por la unidad latinoamericana.

LEVANTAMENTO SOBRE A POLÍTICA DE COTAS NO CURSO DE PEDAGOGIA NA MODALIDADE EAD/UFMS

Curso: Diagnóstico Comunitário Participativo.

ENSINO DE CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL EM DIFERENTES ESPAÇOS EDUCATIVOS USANDO O TEMA DA CONSERVAÇÃO DA FAUNA AMAZÔNICA.

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO

CURSO PRÉ-VESTIBULAR UNE-TODOS: CONTRIBUINDO PARA A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO *

INSTITUTO FLORENCE DE ENSINO COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM (TÍTULO DO PROJETO) Acadêmico: Orientador:

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos)

MEMÓRIA URBANA DE PALMAS-TO: LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES E MATERIAL SOBRE O PLANO DE PALMAS E SEUS ANTECEDENTES

OLIMPÍADAS DE CIÊNCIAS EXATAS: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DO ENSINO PÚBLICO E PRIVADO

Estudo Comparativo

O PAPEL DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA)

Resolução de Exercícios Orientações aos alunos

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

A REGIÃO COSTA OESTE DO PARANÁ E OS CENSOS DEMOGRÁFICOS: EVOLUÇÃO E DINÂMICA DEMOGRÁFICA (1991, 2000 e 2010)

LUGARES E PAISAGENS DO PLANETA TERRA

LURDINALVA PEDROSA MONTEIRO E DRª. KÁTIA APARECIDA DA SILVA AQUINO. Propor uma abordagem transversal para o ensino de Ciências requer um

A BÚSSOLA COMO INSTRUMENTO DE ORIENTAÇÃO NO ESPAÇO GEOGRÁFICO

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS - FAN CEUNSP SALTO /SP CURSO DE TECNOLOGIA EM MARKETING TRABALHO INTERDISCIPLINAR

São Paulo/SP - Planejamento urbano deve levar em conta o morador da rua

AS TIRAS DA MAFALDA: CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA NA LINGUAGEM DE QUADRINHOS

Ensaio sobre o Conceito de Paisagem

SÃO PAULO: UM PASSEIO HISTÓRICO PELA MINHA CIDADE

ELABORAÇÃO DE PROJETOS COMUNITÁRIOS

TRABALHANDO A CULTURA ALAGOANA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA EXPERIÊNCIA DO PIBID DE PEDAGOGIA

A aula de leitura através do olhar do futuro professor de língua portuguesa

1 ROTEIRO PARA PROJETO DE PESQUISA

ESTADO DE GOIÁS PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA BÁRBARA DE GOIÁS SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO SANTA BÁRBARA DE GOIÁS. O Mascote da Turma

OLIMPIADAS DE MATEMÁTICA E O DESPERTAR PELO PRAZER DE ESTUDAR MATEMÁTICA

Educação Patrimonial Centro de Memória

REPRESENTAÇÃO DO MEIO AMBIENTE MAPAS MENTAIS UMA LINGUAGEM NO ENSINO DA GEOGRAFIA

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

FORMULÁRIO DAS AÇÕES DE EXTENSÃO

JUQUERIQUERÊ. Palavras-chave Rios, recursos hídricos, meio-ambiente, poluição, questão indígena.

BRASÍLIA: UMA CIDADE, DOIS OLHARES

Relatório de Atividades do Trabalho Social Residencial Recanto dos Pássaros Limeira/SP

PLAEJAMENTO DA DISCIPLINA GEOGRAFIA

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Pós-graduação à distância e Mercado de Trabalho Sandra Rodrigues

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Organização Curricular e o ensino do currículo: um processo consensuado

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

LEITURA E ESCRITA: HABILIDADES SOCIAIS DE TRANSCREVER SENTIDOS

AGORA É ASSIM: VOCÊ DECIDE, A PREFEITURA FAZ.

ANÁLISE DA DEGRADAÇÃO DO BIOMA CAATINGA NAS IMEDIAÇÕES DA CIDADE DE SANTA CECÍLIA PB

Colégio Senhora de Fátima

MANUAL DE TRABALHO INTERDISCIPLINAR TI - INTEGRADOR FAN CEUNSP

Futuro Profissional um incentivo à inserção de jovens no mercado de trabalho

Experiência da Associação Ateliê de Ideias e do Banco Bem

OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática. São Paulo: 184 Parábola Editorial, 2010.

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL

ESCOLA MUNICIPAL DE PERÍODO INTEGRAL IRMÃ MARIA TAMBOSI

A REINSERÇÃO DE NOVA ESPERANÇA NA REDE URBANA DE MARINGÁ: UMA PROPOSTA DE ESTUDO

IDENTIDADE DE POLÍTICOS E DESENVOLVIMENTO DE LONGO- PRAZO

1. (1,0) APONTE o nome da região em que foi desenvolvida a civilização grega.

DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL

2 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA AD NOS PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO DA PUC/RS E DA UFRGS

ESTATÍSTICA BÁSICA NO CURSO DE TÉCNICO INTEGRADO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

RESUMEN. Palavras-chave: turismo, projetos de extensão, aplicabilidade

MODELO DE APRESENTAÇÃO DE PROJETO DE PESQUISA

Aula 3 de 4 Versão Aluno

PLANTANDO NOVAS SEMENTES NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

XIII Encontro de Iniciação Científica IX Mostra de Pós-graduação 06 a 11 de outubro de 2008 BIODIVERSIDADE TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO

DIMENSÕES DO TRABAHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE: O ENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE TRABALHO PRECOCE

yuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnm qwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxc

Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1

CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES Niterói RJ: ANINTER-SH/ PPGSD-UFF, 03 a 06 de Setembro de 2012, ISSN X

PRÁTICA PROFISSIONAL INTEGRADA: Uma estratégia de integração curricular

RIBEIRINHA DAS ORIGENS À ACTUALIDADE

REGULAMENTO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DOS CURSOS DA FEAFLOR- FACULDADE DE EDUCAÇÃO - ALTA FLORESTA

DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID

MARKETING DE RELACIONAMENTO UMA FERRAMENTA PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ESTUDO SOBRE PORTAL INSTITUCIONAL

O Sindicato de trabalhadores rurais de Ubatã e sua contribuição para a defesa dos interesses da classe trabalhadora rural

A USINA HIDRELÉTRICA DO ESTREITO-MA: ANÁLISE DE SEUS ESPAÇOS DE INFLUÊNCIA SOB A CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO DE MILTON SANTOS

RELACÃO CANDIDATOS E VAGAS NO VESTIBULAR PARA O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS DE 2007/1 A 2010/2 - UNEMAT/ CUTS

A INFLUÊNCIA DOCENTE NA (RE)CONSTRUÇÃO DO SIGNIFICADO DE LUGAR POR ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE FEIRA DE SANTANA-BA 1

Boletim Goiano de Geografia E-ISSN: Universidade Federal de Goiás Brasil

A Literatura no Brasil está dividida em duas grandes eras: Que parâmetros foram utilizados para estabelecer tais era?

Experiencia aprobada especialmente por el Comité de Selección de OMEP para su publicación electrónica:

Trabalho de Conclusão de Curso

Curso: Redes II (Heterogênea e Convergente) Tema da Aula: Características Roteamento

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO

Transcrição:

ESTUDOS TOPONÍMICOS DOS BAIRROS DA REGIÃO SUL DA CIDADE DE BOA VISTA RORAIMA Antonia Sandra Lopes da Silva (UERR) sandrajaine2@gmail.com Francisca Olavia Gomes de Morais (UERR) olaviagomes627@yhaoo.com.br Veralucia Thomaz Cardozo Silva (UERR) veraluciathomaz1@hotmail.com Sivanilde Rodrigues da Silva (UERR) rsivailderodrigues@yahoo.com Alessandra de Souza Santos (UERR) RESUMO Este trabalho é continuação do estudo preliminar apresentado na Comissão Cientifica do 24ª Fórum Acadêmico de Letras (FALE) e que neste está contempla com as fichas e análise das informações, que centra-se no estudo dos topônimos urbanos dos bairros da zona sul da cidade de Boa Vista. O objetivo é classificar os nomes desses bairros de acordo com as taxionomias toponímicas, bem como evidenciar os fatores que motivaram a variação e mudança dos nomes. O estudo toponímico, submarca da onomástica, dedica-se ao estudo dos nomes de lugares como cidades, vilas, municípios, países. Considerando os aspectos: geo-históricos, socioeconômicos e antropolinguísticos, cabendo ainda, estudar origem e significado de tais nomes de acordo com Dick (1991), os topônimos podem ser classificados em duas categorias os de natureza física e natureza antropocultural. A pesquisa aqui apresentada é embasada nas ideias de Isquerdo (2008) e Dick (1991). Através da análise de ficha lexicográfico-toponímica, destacando a importância do resgate histórico/cultural para os moradores contribuindo na disseminação das informações necessárias a leitores, estudantes e pesquisadores. Os instrumentos utilizados foram: levantamentos bibliográficos, pesquisas de campo nos órgãos públicos municipais e estaduais, documentos cedidos pelos moradores dos bairros, depoimento com moradores e presidente de alguns bairros. Os resultados deste artigo é uma amostra parcial das informações coletadas sobre os nomes e histórias dos bairros, vivenciados pelos seus respectivos moradores, quem os criou, decreto lei etc. No entanto, queremos agradecer a todos os moradores, presidentes dos bairros e a câmara municipal de Boa Vista pelas informações cedidas e aos alunos que contribui com informações orais e documentos necessários e, sobretudo a professora Alessandra que nos orientou para o alcance deste objetivo proposto. Palavras-chave: Fichas. Bairros. Topônimos. Toponímia. Boa Vista. 1. Introdução As universidades de ensino superior têm acrescentado aos seus estudos curriculares disciplinas voltadas à pesquisa na área da linguística, a Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 1149

fim de proporcionar aos discentes conhecimentos nos diferentes campos da linguística na esfera acadêmica. É compreendida como relevância para propiciar, acadêmicos, pesquisadores, moradores e sociedade em geral informações sobre o lugar em que residem, visto que a cidade não dispõe de um espaço próprio com acervo bibliográfico, registro documental sobre a temática em estudo. Como aponte teórico, este trabalho fundamenta-se nos estudos desenvolvido por Dick (1991), que classifica os topônimos em duas categorias: os de natureza física e natureza antropocultural, Isquerdo (2008), dentre outros. Utilizou-se como suporte metodológicos o modelo de ficha lexicográfico-toponímica do Atlas Toponímico do Brasil (ATB), elaborado por Dick, para pesquisar os nomes e origens dos bairros que estão situados na zona sul da cidade de Boa Vista RR. E para discorrer sobre a temática, o artigo divide-se em partes. Na primeira faz-se uma contextualização da toponímia, na segunda seção será abordo a história da cidade de Boa Vista e a divisão dos bairros, e na ultima pretende-se discutir sobre a toponímia dos bairros da região sul de Boa Vista. Este estudo pretende compreender o espaço do estudo toponímico, procurando valorizar além do conhecimento científico de diversas áreas numa perspectiva interdisciplinar, multidimensional e complexa, a interação e integração de saberes do senso comum do grupo que nomeia os lugares, e contribuir para o conhecimento da realidade dos bairros da cidade de Boa Vista, visando subsidiar os estudos da memória e história oral a fim de compreender a escolha do nome de um acidente humano. Pois, os nomes de lugares revelam a origem e a dinâmica dos lugares; tornando rica a maneira pelo qual os atores sujeitos se utilizam da linguagem para imprimir no espaço uma variedade de significado, com informações aos acadêmicos e dos profissionais de letras da nossa cidade. 2. Os estudos dos topônimos Em virtude de ocupar um determinado espaço físico e geográfico, o homem nomeia os lugares, muitas vezes, inspirado ou motivado por algo significativo para sua memória. Fato este que leva a conhecer a história e a origem do nome do local em que vive, pois é de fundamental importância para seu conhecimento nos aspectos histórico-culturais. No estudo toponímico, subdivisão da onomástica dedica-se ao estudo dos nomes de lugares como cidades, vilas, municípios, países. Con- 1150 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

siderando os aspectos: geo-históricos, socioeconômicos e antropolinguísticos, cabendo ainda, estudar origem e significado de tais nomes de acordo com Dick (1991), os topônimos podem ser classificados em duas categorias os de natureza física e natureza antropocultural. No campo cientifico a toponímia, a palavras que vem do grego topos lugar e onoma nome. Estuda o nome dos lugares e designativos geográficos: físico, humano, antrópico ou cultural. É neste sentido que analisa o significado da origem dos nomes dos lugares, também chamados de topônimos, constitui-se um amplo campo de pesquisa que envolve diversos saberes humano e sugere um movimento de aglutinação de múltiplos aspectos sócio-históricos, culturais, geográficos e linguísticos. Ainda segundo o dicionário Aurélio, define o termo topônimo como "o estudo linguístico ou histórico da origem dos topônimos". Assim sendo, o topônimo é sempre um depósito da memória. Ele testemunha o passado no presente. Permite-nos, através da linguagem, fazer memória de sucessivas vivências humanas, sobretudo nos lugares. Nesta perspectiva, Dick relata que a toponímia possui uma dupla dimensão: do referente espacial geográfico (função toponímica) e do referente temporal (memória toponímica), explicando que: [...] a aproximação do topônimo aos conceitos de ícone ou de símbolo, sugerido pela própria natureza do acidente nomeado, [...], vai pôr em relevo outras das características do onomástico toponímico, qual seja não apenas a identificação dos lugares, mas a indicação precisa de seus aspectos físicos ou antropoculturais, contido na denominação. (DICK, 1990, p. 24). O estudo toponímico não poder ser pensado desvinculado de outras ciências: é uma disciplina que se volta para a história, a geografia, a linguística, de acordo com a formação intelectual do pesquisador (DICK, 1992, p. II). Deve ser pensada como um complexo línguo-cultural: um fato do sistema das línguas humanas. Faz parte de uma ciência maior que se subdivide em toponímia, estudo do nome de lugar, e antroponímia, estudo do nome de pessoas. Pensar o estudo toponímico é pensar o todo nas partes e as partes no todo, numa perspectiva holográfica como apresenta Azevedo (2002, p. 64). O estudo da toponímia pode traduzir o modus vivendi de um grupo, um país, ou ainda responder a vários interesses. Na geografia, a toponímia pode dar informações relevantes sobre vários aspectos: relevo, flora, fauna etc. Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 1151

É fundamental compreender os topônimos a partir dos diferentes significados, olhares e áreas de atuação, pois, por se organizarem de maneira dinâmica, constantemente (re)inventam-se no tempo e no espaço, sobrepondo-se valores socioculturais, econômicos, políticos e religiosos. Neste sentido esta pesquisa tem caráter investigativo, busca-se realizar um breve histórico da toponímia, surgimento do município de Boa Vista e análise dos bairros que compõem a zona sul da cidade de Boa Vista. A pesquisa foi realizada com o objetivo de conhecer a historia dos bairros e classificar os nomes de acordo com as taxionomias toponímicas, bem como dos fatores que motivaram a variação e mudanças dos nomes. Haja vista a importância do resgate histórico/cultural e disseminação, das informações necessárias a leitores, estudantes e pesquisadores. Foram pesquisados os seguintes bairros: 13 de Setembro, São Vicente, Distrito Industrial/Aquilino Mota Duarte, mas conhecido pela comunidade como Jardim das Copaíbas, Bela Vista, Nova Cidade e Marechal Rondon, ambas analisados através da fichas lexicográfico-toponímicas. Seguindo o modelo elaborada por Dick (2004), com as quais será possível identificar no quadro toponímico a localização do bairro, topônimo, Acidente geográfico, taxionomia toponímica, etimologia, histórico, estrutura morfológica e características culturais, bem como os fatores que influenciaram a criação dos mesmo. No que tange à taxionômica a classificado dos bairros pesquisados foram classificados como: historiotopônimos, antropopônico, fitotopônico, hagiotopônimos, anomotopônio, cronotopônimos, axiotopônimos e animotopônimos. 3. A cidade de Boa Vista e a divisão dos bairros O município de Boa Vista, foi criada em 09 de julho de 1890 com a decreto de nº 049, e assinado pelo Governador do Amazonas o coronel Augusto Ximenes de Ville Roy. A capital do estado de Roraima, está localizada no estremo norte do Brasil. Com o golpe de estado no ano de 1937, o Brasil entrou na ditadura de Getúlio Vargas, voltando à democracia só em 1945. E, em 1946, houve eleição para deputado federal. O primeiro eleito pelo território federal do Rio Branco foi o deputado federal Antonio Augusto Martins 1152 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

(1946), pai do Dr. Júlio Magalhães Martins (ex-prefeito de Boa Vista). No dia 13 de setembro de 1943, o presidente Getúlio Dorneles Vargas, usando da atribuição que lhe conferia o Art.180, e nos termos do Art. 6º da Constituição Federal de 1937, criado, através do Decreto-Lei nº 5.812 de 13 de setembro de 1943, o território federal do Rio Branco. Naquele momento histórico o presidente Getúlio Vargas estava assinando a nossa independência política em relação ao estado do Amazonas. Conforme a Lei nº. 244, de 06 de setembro de 1991, que trata do Plano Diretor da cidade de Boa Vista RR em 1991, possuíam 30 bairros, no entanto com o crescimento da população e 1999, houve uma alteração, redefinindo o limite de alguns bairros e acrescentando outros 18. Desse modo, o plano urbano da cidade passou a ter novos limites, adaptando-se à grande expansão ocorrida nos últimos anos, efetivando um acréscimo de 41 novos bairros entre os anos de 1980 a 2000. No entanto em 2000 a cidade de Boa Vista encontrava-se com um total de 49 bairros, segundo dados oficiais cadastrados pelo IBGE. Contudo, a prefeitura municipal de Boa Vista vem trabalhando desde 2001, com programas de assistência à população, e em 2003 usou dados com uma base territorial de 52 bairros e um conjunto habitacional, que é analisado independentemente em decorrência de sua densidade populacional, perfazendo assim um total de 53 bairros. Podemos definir este acréscimos da população de Boa Vista a grande fluxo de pessoas vindo das diversas parte dos município de Boa vista, bem como de outros estados do Brasil, muito vieram em busca de um lugar melhor para viver com suas famílias, outros na busca de trabalho, haja vista não terem perspectivas de bons trabalhos em sua terra natal. Aqui chegaram e na busca de trabalhos muitos foram para os garimpos da região e com o passar dos tempo adquiriram suas casas e na sua cidade de origem não o retornaram mais. Com a Lei nº. 244, de 06 de setembro de 1991, que trata dos bairros da cidade de Boa Vista, distribui os bairros por zonas, assim descritos: Na Zona Norte: os bairros dos Estados; Nossa Senhora Aparecida; Novo Planalto; Paraviana; São Francisco; 31 de Março. Ficam localizados na Zona Sul os bairros; Distrito Industrial; Marechal Rondon; São Vicente; 13 de Setembro. Localizam-se na Zona Leste os bairros: Caçari; Canarinho; São Pedro. Na Zona Oeste ficam localizados os bairros: Asa Branca; Buritis; Caimbé; Cauamé; Caranã; Centenário; Félix Valois de Araújo; Jardim Equatorial, Jardim Tropical; Liberdade; Mecejana; Nova Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 1153

Canaã; Operário; Pricumã; Tancredo Neves. Assim, baseada na Lei n 483, de 09 de dezembro de 1999, a cidade de Boa Vista se encontra com um total de 49 bairros distribuídos da seguinte forma: 6 bairros na Zona Norte; 34 bairros na Zona Oeste; 5 bairros na Zona Sul e 3 bairros na Zona Leste, além do Bairro Centro. Trataremos neste artigo especificamente sobre os bairros que fazem parte da Zona Sul da Cidade de Boa Vista- RR. dentre os que compreende estão:13 de Setembro, São Vicente, Nova Cidade, Aquilino Mota Duarte/Distrito Industrial, Marechal Rondon e Bela Vista, situados na zona sul da cidade de Boa Vista- Roraima. Veja sua localização no mapa abaixo: Em termos etnolinguísticos, a nomenclatura dos bairros que compreendem a zona sul da cidade de Boa Vista RR, apresentam os topônimos de base distintas: 13 de Setembro, São Vicente, Nova Cidade, Aquilino Mota Duarte/Distrito Industrial/Jardim Jardim das Copaíbas, Marechal Rondon, Bela Vista. Do ponto de vista taxionômico, os topônimo designativos de municípios da zona sul da cidade de Boa Vista em: topônimo: 13 de Setembro; topônimo: Aquilino Mota Duarte/Jardim das Copaíbas/Distrito Industrial. Fundados antes do século XX, de acordo com o modelo de Dick (1992, p. 31-34), configuram-se como nomes descritivos, enquadrando-se na classificação da categoria de natureza física. No que tange à taxionômica, o topônimo 13 de Setembro é classificado como: historiotopônimos, o topônimo: Aquilino Mota Duarte/Jardim das Copaíbas/Distrito Industrial classificado seguindo os dois nomes conhecidos pela comunidade e intitulado pelo poder público. Recebendo a taxionomia de antropotopônico/fitotopônico; o topônimo: São Vicente de taxionomia hagiotopônimos; topônimo: Bela Vista de taxionomia anomotopônio. Topônimo: Nova Cidade de taxionomia: cronotopônimos; topônimo: Marechal Rondon de taxionomia classificado como: axiotopônimos. 4. A toponímia dos bairros da região sul de Boa Vista Topônimo Taxionomia Nº 01 Ficha Lexicográfico-toponímica Bairro da zona sul da cidade de Boa Vista- RR 13 de Setembro Historiotopônimo 13 (ê). [Do lat. tredecim.]. Num. 1. Quantidade que é uma unidade maior 1154 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

Topônimo Taxionomia Histórico que doze; doze mais um. 2. Correspondente a essa quantidade, representado em algarismos arábicos por 13, um algarismos romanos XIII. 3. Que está marcado ou identificado com o número 13. 4. Décimo terceiro. S.m. 5. Aquilo ou aquele que numa série ocupa o décimo terceiro lugar. De [Do lat. de.] Prep. 1 Partícula de larguíssimo emprego em português. Usa-se, além de noutros casos, nos seguintes: 1.Entre dois substantivos, indicando: Setembro [Do lat. Septembre] S. m. Cronol. 1. O nono mês dos calendários Juliano e Gregoriano, com 30 dias. 13. Morfema lexical de origem latim, numeral. de preposição. Setembro morfema lexical de origem latim septembre, substantivo masculino. Ficha Nº 02 Lexicográfico-toponímica 1. AQUILINO MOTA DUARTE/JARDIM DAS COPAÍBAS/DIS- TRITO INDUSTRIAL. Distrito Industrial/antropotopônimo; Jardim das Copaíbas/ fitotopônico. 2. AQUILINO [DO LAT. AQUILINU.] ADJ. 1. Pertencente à águia, ou próprio dela. 2. Diz-se do nariz adunco como o bico da águia: 3. Diz-se do olhar penetrante como os olhos da águia mota [de or. Incerta.] Substantivo feminino. Duarte: origem do inglês. Substantivo feminino (du'o+arqui+ia) governo exercido por dois governantes com poderes iguais. Jardim [Do fr. Jardim, de or. Frâncica]. S. m. 1. Terreno, em geral com alamedas, onde se cultivam plantas ornamentais, úteis, ou para estudo. 2. Fig. País fértil em culturas variadas. * das (conectivo contração da preposição de com o pronome demonstrativo a. *Copaíbas [Do tupi.]. S.f. Bras. AM a PR Bot. 1. Árvore frondosa da família das leguminosas (Copaifera langsdorfii), de madeira avermelhada us. em marcenaria, flores alvas com máculas róseas, reunidas em raminhos, sendo o fruto uma vagem drupácea que contém uma semente. Produz um óleo medicinal espesso, viscoso, de tonalidade que vai do amarelo ao pardo. [Sinônimo: copaibeira é pau-de-óleo]. Bairro da zona sul da cidade de Boa Vista- RR Aquilino (morfema lexical de origem latim. Substantivo próprio). Mota (Substantivo feminino) Duarte (morfema lexical de origem inglês). Jardim (morfema lexical de origem francês. Substantivo masculino) + da (conectivo contração de + a= da) + s (morfema gramatical português). Copaíba Morfema lexical de origem tupi. Substantivo feminino. Bairro da zona sul da cidade de Boa Vista- Roraima Aquilino (morfema lexical de origem latim. Substantivo próprio) + Mota (Substantivo feminino) + Duarte (morfema lexical de origem inglês). Jardim (morfema lexical de origem francês. Substantivo masculino) + da (conectivo contração de + a= da) + s (morfema gramatical português). Copaíba: [Morfema lexical de origem tupi.]. Substantivo feminino. O surgimento do bairro "Jardim das Copaíbas nome atribuído pelos próprios moradores pelo fato de constar no local muito pé da planta "Copaíba". O bairro teve seu início na divisão com o denominado "Distrito Industrial", que era o local então habitados pelas empresas do ramo comercial e industrial de Boa Vista-RR. Com o aumento da população houve a necessidade de regularização da área onde os representantes públicos Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 1155

Fonte atribuíram um novo nome que passou a ser chamado de bairro Aquilino Mota Duarte. O fato atribuído em homenagem ao ex-governador que teve somente um ano de mandato, devido ao seu falecido. Foi oficializado pelai lei municipal Nº 483 de 09 de Dezembro de 1999. Relato de moradores do bairro. Ficha Nº 03 Lexicográfico-toponímica Topônimo 3. NOVA CIDADE Taxionomia Cronotopônimos: Nova: feminino substantivado. Do adjetivo novo. *Cidade, do lat. Civitate. Os habitantes da cidade, em conjunto. Bairro da zona sul da cidade de Boa Vista- Roraima Nova Adjetivo Cidade Substantivo Próprio O bairro foi fundado em 19 de marco de 1997, porém foi oficializado pela Histórico Lei Municipal de Nº 483 em 09 de Dezembro de 1999. O nome foi atribui pelo fato de que havia uma bela vista de ser apreciada pela a visualização de um lavrado existente na área na área. Fonte Depoimento de moradores que residem na áreas desde a sua fundação. Topônimo Taxionomia Histórico Fonte Topônimo Taxionomia Ficha Nº 04 Lexicográfico-toponímica Bairro São Vicente Hagiotopônimos São: Substantivo Masculino. F. Apocopada de santo (14), us. antes de nomes que principiam por consoante). Vicente: Elemento Substantivo masculino (Do antr. Vicente, poss.). Bairro da zona sul da cidade de Boa Vista- Roraima São: adjetivo Vicente: Substantivo nome próprio. O topônimo São Vicente, é hagiotopônimos, por ser uma homenagem ao nomes de santo ou santa aceitos e aprovados por santos do hagiológio da Igreja Católica Apostólica Romana, ou a um pessoa que tenha em algum instante sido extremamente importante para aquele lugar a ponto de ser elevada a categoria santificadora. Pois seguindo a taxionômico proposto por Dick (1992), seria classificado como um hagiotopônimo. O bairro recebeu o nome devido a um fundador ou uma pessoa influente da localidade que seria um padre da Igreja Católica. Como não dispomos de informações suficientes que nos esclareça qual a real motivação desse nome, optamos por classificar como hagiotopônimo, já que nos parece mais coerente, neste caso, considerar a alternativa que nos dê mais respaldo para a justificativa da escolha dessa designação. A relevância da taxe dos hagiotopônimos é assim enfatizada por Dick (1990, p.311): Este foi oficializado pela lei municipal 244, 06 de setembro de 1991. Depoimento da moradora do Bairro há 40 anos. Ficha Nº 05 Lexicográfico-toponímica 4. BELA VISTA Anomotopônio 1156 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

Histórico: Fonte: Topônimo Taxionomia Histórico Fonte Bela-Feminino substantivado de belo. Vista- feminino substantivado do adj. visto substantivo feminino. [F. subst. do adj. visto]. S. f. 1. Ato ou efeito de ver. 2. Faculdade de ver, de perceber, a forma, a cor, o relevo das coisas materiais; visão. 3. Órgão visual; os olhos. 4. Aquilo que se vê. 5. Panorama, paisagem. 6. Quadro, estampa, ou fotografia de uma paisagem. Bairro da zona sul da cidade de Boa Vista Roraima Bela morfema lexical de origem portuguesa. Substantivo feminino de belo + Vista- Adjetivo. A criação do bairro Bela Vista ocorreu em 19 de março de 1996 através da invasão realizada por pessoas de baixa renda. A formação se deu inicialmente com 3 ruas que posteriormente passaram a ser o marco divisório de outros 2 bairros adjacentes. Em uma eleição realizadas por todos os moradores daquela localizada, decidiram nomear as 3 primeiras ruas, com nomes de rios. Duas desta ficaram sendo o marco divisor dos bairros adjacentes nos quais convém citar: Raiar do Sol e Nova Cidade. A primeira recebeu o nome de Rio São Francisco, que faz a divisa do bairro Bela Vista com o Bairro Nova Cidade. A segunda rua é a Rua Rio Verde divisa do bairro Bela Vista com o bairro Raiar do Sol. Sendo a última nomeada como rua Rio Amazonas. Foi oficializado pela Lei de Nº 483 de 09 de Dezembro de 1999. Relato do depoimento do morador Francisco considerado o fundador do bairro revista. Ficha Nº 06 Lexicográfico-toponímica 5. MARECHAL RONDON Axiotopônimos Rondom.1. V. hierarquia militar. 2 Oficial que detém o posto de marechal. 3 Bras. Designação comum a marechal-de-exército e marechal-de-campo. Rondon. S. 2 g. O natural ou habitante de Marechal Cândido Rondon. Bairro da zona sul da cidade de Boa Vista- Roraima Substantivo masculino + patente militar + Nome. O Bairro Marechal Rondon foi criado em 1983, é um bairro conhecido pela população boa-vistense como o bairro do exercito, está localizada no início da Avenidas: Brasil, mais precisamente na rotatória do Posto Trevo, nome atribuída ao posto este de gasolina e ficando como referencia ao bairro. E sendo um dos últimos postos da saída de Boa Vista para a Cidade vizinha Manaus. É a área das unidades militares, o quartel do Exército Brasileiro fica entre os Bairros: Centenário, a Oeste, o 13 de Setembro, ao Sul, e o São Vicente, ao Norte. O bairro recebeu o nome de Marechal Rondon em homenagem a um a designação comum a Marechal-deexército e Marechal-de-Campo, que seria o chefe supremo do exército em caso de guerra. Oficializado pela lei municipal 244- de 06 de setembro de 1991 Documentos cedidos pelo exército e depoimento de moradores. Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 1157

5. Considerações finais Nessa atividade é possível reconhecer cada morador como personagem principal da sua própria história. Com isso ele passa a remontar suas origens, valorizar seu modo de vida, sua crença, seus hábitos, seus costumes. A partir disso é possível construir continuamente sua identidade resgatando seu próprio mundo. Os bairros que se formaram ao longo do desenvolvimento dos bairros absorveram diferenças culturais que misturaram hábitos e modos de vida de povos de várias procedências: nortistas, sulistas, indígenas etc. Essa mistura resultou em um novo cenário cultura, com particularidades que foram se desenvolvendo ao longo da trajetória que se traçou a partir da necessidade de convivência entre essas diferentes culturas. Reconhecer cada morador como personagem principal da sua própria história, passa a construir suas origens, valorizar seu modo de vida, crença, hábitos e costumes resgatando sua identidade e seu próprio mundo. Dentro este trabalho, procuramos registrar uma breve histórico, surgimento e nomeação dos nomes dos bairros da zona Sul de Boa Vista, visto ainda dispor de poucos registros, pesquisas, documentos e bibliografia sobre a história da toponímia de cidade de Boa Vista. O que se encontra são dificuldade em localização de arquivos bibliográfico sobre a temática. Porém acreditamos que este trabalho sobre a classificação dos toponímico, somado aos demais, conseguirão motivar para o início de novas pesquisas, que levarão à descoberta de nossas identidades, ou realidade, linguístico-cultural. Levando-se em consideração a dimensão da cidade de Boa Vista, com características geolinguísticas e sócio-histórico-culturais tão peculiares, ainda são poucos os estudos toponímicos empreendidos, de modo especial em Boa Vista. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, J. G. A tessitura do conhecimento em redes. In: OLIVEIRA, I. B.; ALVES, N. (Orgs.). Pesquisa no/do cotidiano das escolas: sobre redes de saberes. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. BOA VISTA. Lei nº 244, 06 de setembro de 1991 Plano diretor do município de Boa Vista. Boa Vista: Câmara Municipal, 1991. 1158 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

DICK, M. V. P. A. A motivação toponímica e a realidade brasileira. São Paulo: Arquivo do Estado de São Paulo, 1990. DICK, M. V. P. A. Toponímia e antroponímia no Brasil: coletânea de estudos. 2. ed. São Paulo: FFLCH/USP, 1992.. Rede de conhecimento e campo lexical: hidrônimos e hidrotopônimos na onomástica brasileira. In: ISQUERDO, Aparecida Negri; FINATTO, Maria José Bocorny. As ciências do léxico. Campo Grande: UFMS, 2007, vol. IV. Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 1159