A EDUCAÇAO SUPERIOR E A FORMAÇAO DO PENSAMENTO CRITICO

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Transcrição:

A EDUCAÇAO SUPERIOR E A FORMAÇAO DO PENSAMENTO CRITICO Alzira Sant Ana Azevedo 1 Darcisio Muraro 2 Resumo Este estudo pretende fazer uma reflexão sobre o papel da educação superior na formação do indivíduo tendo em vista o desenvolvimento do pensar crítico e reflexivo ou, o pensar bem. Para tanto, primeiramente, examinaremos os pressupostos teóricos dos pensadores escolhidos para nortear este trabalho que são John Dewey e Mathew Lipman. Buscaremos suas contribuições a respeito do tema, respectivamente, o pensar reflexivo numa sociedade democrática e o pensamento multidimensional: crítico, criativo e cuidadoso. Posto isto, pontuaremos a metodologia destes teóricos e os elementos constitutivos de sua estruturação, sua legitimidade e suas implicações e ainda, os aspectos comuns entre eles na proposta para o pensar bem. Nas considerações finais faremos um contraponto entre as propostas para o pensar bem de Dewey e Lipman e a articulação com a educação superior cujo conteúdo programático são específicos de uma área do conhecimento, mas que exigem o desenvolvendo competências e habilidades aplicadas ao pensar em cada curso. Finalmente, faremos uma reflexão sobre a importância do pensar bem na educação superior, por ser este o momento em que o indivíduo devera estar preparado para responder de forma eficaz os desafios que terá no desenvolvimento de suas competências. Palavras chaves: Pensar bem. Pensamento crítico. Educação superior. 1 Graduada em Pedagogia. Estudante do curso de Especializaçao em Docencia na Educaçao Superior Universidade Estadual de Londrina-Pr. alzirasantana@yahoo.com.br 2 Doutor emeducaçao. Docente da Universidade Estadual de Londrina- murarodnm@gmail.com 476

Introduçao: O pensamento reflexivo é uma atividade característica dos seres racionais, os humanos. Os seres humanos são dotados da capacidade de pensar que se desenvolve com maior ou menor nível de alcance dependendo das experiências de vida. Para Lipman, pensar é uma função natural do homem e quando bem cultivado pode desenvolver-se e se aperfeiçoar e isso deve ser feito através da educação. Todavia, recebemos uma educação, a qual Paulo Freire denomina como educação bancária, pois visa a mera transmissão passiva de conteúdos em cujo processo o professor, assumido como aquele que supostamente tudo sabe, em detrimento do aluno que nada sabe, é mais valorizado como aquele que detém o conhecimento. Este modelo de educação chamado de escola ocidental tem se perpetuado em nosso meio. Pensadores da educação como Dewey, Lipman e Paulo Freire em seus trabalhos sempre evidenciaram a preocupação com uma educação voltada mais para o desenvolvimento da autonomia intelectual do individuo. Em sua proposta no livro O pensar na educação (2001) Lipman busca levantar questões necessárias ao tema, bem como fornecer algumas respostas em busca de um desenvolvimento educacional orientado para o pensar propondo uma reforma do ensino que contemple o desenvolvimento do pensamento de ordem superior, cuja terminologia é tratada abaixo, no referencial teórico. Para Dewey o homem que não aprende a exercitar o pensamento reflexivo fica refém da sua vontades e instintos, sendo facilmente influenciado por fatores externos. É categórico em afirmar que é por meio da educação que se pode desenvolver o pensamento reflexivo, pois é ela, a escola, que deve garantir este desenvolvimento. De acordo com Dewey, podemos definir educação como processo de reconstrução e reorganização da experiência pelo pensar e, com isso, nos habilitamos a melhor dirigir o curso de nossas experiências futuras. A contínua reorganização e reconstrução da experiência constituem o mais particular da vida humana. Essa reconstrução, em que consiste a educação, tem por fim melhorar pela inteligência a qualidade da experiência. Analisando-a mentalmente, percebendo as 477

relações que ela nos desvenda, apreendemos os conhecimentos necessários para dirigir, com mais segurança, as nossas experiências futuras. Para tanto, é de fundamental importância que a educação não se restrinja ao ensino do conhecimento como algo acabado mas que o saber e habilidade adquiridos pelo estudante, possam ser integrados à sua vida como cidadão, pessoa, ser humano. Dewey acredita que a educação não deveria ser apreciada apenas como ensino escolar e aquisição com disciplinas acadêmicas, mas como parte da própria vida: A educação não é preparação nem conformidade. Educação é vida, é viver, é desenvolver, é crescer (DEWEY, 1979, p. 29). Na visão pragmática de Dewey, a educação não deve ser tratada como uma preparação, mas como uma parte relevante da vida. Segundo ele, a educação tem uma tarefa mais ampla do que um mero desenvolvimento dos indivíduos. Acreditava no poder da educação como um instrumento da reconstrução da sociedade. Por isso, defende a implantação de um eficiente sistema de ensino público que transforme a escola numa espécie de sociedade em miniatura, considerando que a educação deva nos tornar mais capazes de dirigir a vida social e individual. Pois este é o modo pelo qual alcançamos a democracia. Afinal, a educação para o crescimento vem junto com a educação para a sociedade democrática. Dewey defende a democracia no sentido de que todas as pessoas tenham uma vida mais justa em oportunidades e participação e que ela deverá ser o meio para ajudar na educação social. Os pressupostos destes autores é para uma educação voltada para o pensar desde o jardim da infância até o ensino superior. Para eles o pensar bem não está limitado às faixas etárias, mas é uma atividade continua que pode e deve ser exercitado ao longo da existência humana, pois o homem é um ser inacabado e caminha para seu aprimoramento. Considerando estes pressupostos, é evidente que não tivemos uma educação, do fundamental ao ensino médio, voltada para o pensar. Assim sendo, como os estudantes do ensino superior tem desenvolvido suas habilidades na solução de problemas? Considerando ainda, que o ensino superior atua em áreas especificas do conhecimento, é possível desenvolver uma consciência crítica e reflexiva nos alunos, futuros profissionais? 478

No desenvolvimento deste trabalho pretendo responder a estas inquietações, buscando, no pensamento filosófico-educacional, contribuições que ajudem a entender a interdependência entre formação crítica e formação cientifica no ensino superior. Metodologia: Este trabalho será pautado na pesquisa bibliográfica e para abordar o tema proposto recorreremos as obras principais de John Dewey, Como pensamos (1959)e MathewLipman, O Pensar na Educação (2001). Todavia, não será descartada a possível necessidade de utilizar as demais obras destes autores. Referencial Teórico: Como teóricos centrais para os propósitos deste estudo recorremos aos pensadores John Dewey e Mathew Lipman cujas obras, respectivamente, Como pensamos e, Educação para o pensar, abordam a importância da educação na formação do indivíduo para aprimoramento do pensar crítico e reflexivo. Para Dewey o pensamento reflexivo se divide em duas fases: um estado de dúvida ou perplexidade, que origina o pensar; e o outro, um ato de pesquisa, busca, investigação que encaminha uma solução à dúvida existente. Assim, o ato de pensar deve ser guiado por um objetivo, uma busca por solução. (DEWEY, 1959, p. 24). Lipman por sua vez, considera o pensamento uma função natural do homem e quando bem cultivado pode desenvolver-se e se aperfeiçoar. Este pensamento denominado de pensamento superior ou pensar bem é um pensamento rico, coerentemente organizado, persistente e investigativo. O autor designa este tipo de pensamento como multidimensional, no qual divide em três aspectos, a saber: criativo, crítico e cuidadoso, que precisam ser entendidos como complementares no ato de pensar bem. Ancorado nestes autores, faremos uma reflexão sobre o pensar bem na educação superior e a importância de uma educação voltada para a formação de 479

indivíduos capazes de desenvolver as habilidades não só na sua área de conhecimento, mas capaz de pensar sobre si mesmos, sobre sua práxis e sobre a sociedade em que estão inseridos. Referências: DEWEY, John. Como pensamos. Tradução: Haydée de Camargo Campos. São Paulo: Companhia Nacional, 1959.. Democracia e Educação. Introdução à Filosofia da Educação. 4ed. São Paulo: Companhia Nacional, 1979. LIPMAN, Mathew, O pensar na educação. Tradução de Ann Mary Fighiera Perpétuo. Petropolis: vozes, 2001. 480