ENSINO DA ESTATÍSTICA ESPACIAL ATRAVÉS DO USO DE MODELO CONCRETO ESPAÇO-VISUAL PARA ALUNOS SURDOS E OUVINTES

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Transcrição:

ENSINO DA ESTATÍSTICA ESPACIAL ATRAVÉS DO USO DE MODELO CONCRETO ESPAÇO-VISUAL PARA ALUNOS SURDOS E OUVINTES 90 Adriane Caroline Teixeira Portela 1 Denise Nunes Viola 2 Universidade Federal da Bahia, Depto de Estatística, País Brasil Figura1: Modelo concreto de Estatística Espacial RESUMO 1 Contato: carol-drika@hotmail.com 2 Contato: viola@ufba.br

Os surdos utilizam a comunicação espaço-visual como principal meio de conhecer o mundo em substituição à audição e à fala. Ou seja, toda forma de comunicação e aprendizado se dá através do espaço-visual. Assim como o surdo é usuário da modalidade espaço-visual, tem-se na estatística uma área em que se trata do estudo de fenômenos ao longo do espaço e/ou do espaço-tempo, que reproduzem a maioria de seus resultados de formas visuais (mapas, imagens, gráficos,...). Quando existe a localização de ocorrência do fenômeno, utiliza a estatística espacial. Na UFBA existe o LEMA-UFBA - Laboratório de Ensino de Matemática e Estatística da UFBA, que é um museu de modelos concretos. Os modelos concretos são utilizados para disseminar o conhecimento de Matemática e de Estatística e suas aplicações, nos níveis fundamental, médio e superior. Motivada pelos pontos em comum entre a comunicação dos surdos e a Estatística Espacial, juntamente com o objetivo do LEMA-UFBA, foi criado um novo modelo agregando conhecimentos adquiridos no projeto de iniciação cientifica na área de estatística espacial, em que se geraram taxas de incidência de dengue em municípios baianos para ilustrar a existência ou não de padrão espacial. O modelo tem como finalidade ilustrar possíveis cenários em estatística espacial, além de facilitar a compreensão e interação do público de surdos e ouvintes nas exposições do LEMA. Foram utilizados materiais de baixo custo para confecção do modelo, tais como: madeira, isopor, alfinetes, EVA, impressões, entre outros. Após a confecção do modelo concreto aplicou-se dois estudos pilotos para verificar sua eficácia. Foram dois grupos estudados: Ouvintes - Ensino Superior e Surdos - Ensino Fundamental II, verificou-se que independente de serem surdos ou ouvintes o objetivo prático e teórico abordado no modelo concreto de estatística espacial foi compreendido em ambas as situações. 91 Palavras-chave: Modelo concreto, Estatística Espacial, Espaço-Visual, Aprendizado Surdos/Ouvintes. 1. INTRODUÇÃO As Os surdos estão cada vez mais inseridos na educação pública e/ou privada, no entanto, a escassez de profissionais da educação qualificados para se comunicar com

alunos surdos é preocupante. Muitos destes alunos não dominam a língua oral, e se comunicam através da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), dificultando sua aprendizagem. Uma alternativa para facilitar o processo de ensino e aprendizagem é a motivação da educação inclusiva, que tem por objetivo metodologias e estratégias diferenciadas a fim de atender à diversidade atual. Uma forma de alcançar esse objetivo visando os surdos é inserir nas instituições a educação bilíngue. Os surdos utilizam a comunicação espaço-visual como principal meio de conhecer o mundo em substituição à audição e à fala, logo, toda forma de comunicação e aprendizado se dá através do espaço-visual. 92 Sabe-se que ensinar Estatística não é fácil, principalmente para alunos utilizadores de LIBRAS, pois geralmente o interprete não tem a formação em exatas. Assim como o surdo é usuário da modalidade espaço-visual, tem-se na Estatística uma área em que se trata do estudo de fenômenos no espaço ou no espaço-tempo e que reproduz a maioria de seus resultados de formas visuais (mapas, imagens, gráficos,...), esta área é conhecida como Estatística Espacial. Na UFBA existe o Laboratório de Ensino de Matemática e Estatística da UFBA, LEMA-UFBA. Este laboratório desenvolve diversas atividades, dentre estas, a construção de modelos concretos para facilitar o aprendizado de Matemática, Estatística e áreas afins, contribuindo para a disseminação do conhecimento de Matemática e de Estatística e suas aplicações, nos níveis fundamental, médio e superior. Motivada pelos pontos em comum entre a comunicação dos surdos e a Estatística Espacial, juntamente com o objetivo do LEMA-UFBA, foi criado um novo modelo concreto utilizando conhecimentos adquiridos no projeto de iniciação cientifica na área de estatística espacial. Este modelo tem como finalidade ilustrar possíveis resultados da Estatística Espacial, além de facilitar a compreensão e interação do público de surdos e ouvintes nas exposições do LEMA.

2. RECOMENDAÇÕES GERAIS Para ilustrar o ensino visual da Estatística Espacial, é proposto o uso de um modelo concreto, considerando dois cenários, um com existência de padrão espacial e o outro com padrão espacial aleatório para a taxa de ocorrência de determinado evento nos municípios da Bahia. Os cenários utilizados foram gerados conforme a existência ou não de padrão espacial. As variáveis utilizadas são as coordenadas do centróide dos polígonos dos municípios da Bahia e a taxa de ocorrência de determinado evento. 93 Para utilizar este modelo concreto é necessário uma imagem do mapa da Bahia. Inicialmente deve-se escolher um dos dois cenários propostos. A seguir, verificam-se os municípios e suas respectivas taxas a serem distribuídas de acordo com seus quartis, com diferentes cores associadas, que irão ser fixadas no centróide do polígono dos municípios estudados. Para confecção do modelo os materiais necessários são: Uma caixa de madeira (ou outro material resistente) para armazenar as marcações que serão utilizadas em cada município (alfinetes); Alfinetes de 4 cores (que serão utilizados com base nos quartis); Suporte (isopor forrado) anexado com o mapa da Bahia e tabela com valores dos intervalos divididos em quatis; Tabelas com as respectivas taxas para os municípios (impressos e plastificados). O método utilizado no modelo tem sua base na Estatística Espacial. Esta é a área da estatística na qual se estuda o fenômeno ao longo do espaço ou no espaço-tempo. Quando existe padrão espacial espera-se que as repostas associadas aos vizinhos mais próximos sejam semelhantes. O primeiro passo para verificar visivelmente esta possível correlação no espaço é construção do mapa de cores em que as cores estão associadas aos quartis. Os quartis (Q1, Q2 e Q3) são os valores das observações, em ordem crescente, que dividem um conjunto de dados ordenados em quatro partes iguais. A mediana corresponde ao segundo quartil, logo, 50% das observações estão abaixo deste

valor. Com relação ao primeiro quartil, 25% das observações ficam abaixo e 75% ficam acima de Q1. Para o terceiro quartil, 75% das observações estão abaixo e 25% acima de Q3. 94 Um dos resultados obtidos utilizando o pacote geor do software R são mapas em que a variável resposta de cada local em estudo está associada as cores azul, verde, amarelo e vermelho de acordo com os quartis, respectivamente. Ou seja, as cores mais frias correspondem às menores taxas de incidência e as cores mais quentes correspondem às maiores taxas. 2.1 FIGURAS E TABELAS Figura2: Estudo piloto na Universidade Federal da Bahia

95 Figura3: Estudo piloto no Colégio Estadual Victor Civita (CEVC) CONCLUSÃO: O modelo concreto desenvolvido apresentou eficácia no entendimento dos alunos para identificar a existência de padrão espacial da taxa de incidência de dengue nos municípios baianos. De acordo com o nível de ensino dos alunos observados nos estudos pilotos, os objetivos práticos e teóricos do modelo de Estatística Espacial foram atingidos, independente dos alunos serem surdos ou ouvintes. Partindo da motivação de inserir o ensino bilíngue nas apresentações do LEMA, pretende-se criar novos modelos

e consequentemente estimular que outras instituições insiram o ensino dinâmico da Matemática e Estatística de forma que a compreensão seja plena para todos os públicos. 96 AGRADECIMENTOS: Agradeço a meu amigo Mateus Ribeiro pela ajuda na confecção do modelo concreto, a minha professora de LIBRAS Juliana Deiró e a colega Nânara Santana pelas orientações e suporte com as definições que envolvem os surdos e sinais específicos para explicação deste modelo, a professora Johnne Neri Lin, que me permitiu aplicar o experimento com os alunos do CEVC e a todos os alunos quem se dispuseram a participar do experimento. REFERÊNCIAS: A CULTURA SURDA, Surdo Cidadão, disponível em <http://www.surdocidadao.org.br/> acesso em: 19 de janeiro de WILTON DE O. BUSSAB; PEDRO A. MORETTIN: Estatística Básica. São Paulo: Editora SARAIVA, 2002. Portal Action, Outras Estatísticas Descritivas, disponível em: <http://www.portalaction.com.br/estatistica-basica/23-outras-estatisticas-descritivas>, acesso em: 16 de fevereiro de.