Circuitos RC série. Aplicando a Lei das Malhas temos: = + sen=.+ sen= [.+ ] 1 = +

Documentos relacionados
Vamos considerar um gerador de tensão alternada ε(t) = ε m sen ωt ligado a um resistor de resistência R. A tensão no resistor é igual à fem do gerador

Experimento 9 Circuitos RL em corrente alternada

Resistores e CA. sen =. logo

IMPEDÂNCIA Impedância

Experimento 7 Circuitos RC e RL em corrente alternada. Parte A: Circuito RC em corrente alternada

Aula 5 Análise de circuitos indutivos em CA circuitos RL

Experimento 9 Circuitos RL em corrente alternada

Experimento 7 Circuitos RC em corrente alternada

Experimento 7 Circuitos RC e RL em corrente alternada. Parte A: Circuito RC em corrente alternada

Experimento 10 Circuitos RLC em corrente alternada: ressonância

Aula 6 Análise de circuitos capacitivos em CA circuitos RC

I φ= V φ R. Fazendo a mesma análise para um circuito indutivo, se aplicarmos uma tensão v(t) = V m sen(ωt + I (φ 90)= V φ X L

Circuitos com excitação Senoidal

Circuitos RC e RL com Corrente Alternada

Parte A: Circuitos RC com corrente alternada

f = 1MHz ε rms = 10V C = 220pF V Lrms = 39,1V V Crms = 30,0V V Rrms = 4,15V

Experimento 10 Circuitos RLC em série em corrente alternada: diferença de fase entre voltagem e corrente

Experimento 10 Circuitos RLC em série em corrente alternada: diferença de fase entre voltagem e corrente

ELETROTÉCNICA (ENE078)

Circuitos RC com corrente alternada. 5.1 Material. resistor de 10 Ω; capacitor de 2,2 µf.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Engenharia de Porto Alegre Departamento de Engenharia Elétrica ANÁLISE DE CIRCUITOS II - ENG04031

Análise de Circuitos 2

2) Em qual frequência, uma bobina de indutância 20mH terá uma reatância com módulo de 100Ω? E com módulo de 0Ω?

Experimento 4 Circuitos RLC com corrente alternada: ressonância

LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA LTE. Aula 4 Conceitos Básicos da Transmissão em Corrente Alternada

Aula VII Circuito puramente capacitivo. Prof. Paulo Vitor de Morais

Experimento 7 Circuitos RC em corrente alternada

Aquino, Josué Alexandre.

Eletricidade e Magnetismo II 2º Semestre/2014 Experimento 6: RLC Ressonância

Eletricidade II. Aula 1. Resolução de circuitos série de corrente contínua

Eletromagnetismo - Instituto de Pesquisas Científicas

2 Qual é valor da reatância capacitiva para um sinal de freqüência f = 5kHz em um capacitor de

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA EEL7040 Circuitos Elétricos I - Laboratório

Oscilações Eletromagnéticas e Corrente Alternada

Circuitos resistivos alimentados com onda senoidal

Circuitos Elétricos I

Experimento 6 Corrente alternada: circuitos resistivos

Circuitos resistivos alimentados com onda senoidal. Indutância mútua.

CIRCUITOS ELÉTRICOS EM CA. Fonte: profezequias.net

Potência em Corrente Alternada

Circuitos resistivos alimentados com onda senoidal

CIRCUITOS ELÉTRICOS. Aula 03 RESISTORES EM CORRENTE ALTERNADA E CIRCUITOS RL

4. LABORATÓRIO 4 - CAPACITORES

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Princípios de Instrumentação Biomédica. Módulo 6

Disciplina: Circuitos Elétricos Elaboração: Prof. Douglas Roberto Jakubiak, Prof. Cláudio Barbalho, Prof.Nilson Kominek

RELAÇÕES ENTRE TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS NOS ELEMENTOS PASSIVOS DE CIRCUITOS

UTFPR DAELN CORRENTE ALTERNADA, REATÂNCIAS, IMPEDÂNCIA & FASE

A energia total do circuito é a soma da potencial elétrica e magnética

Sumário CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA. Prof. Fábio da Conceição Cruz 21/10/ Introdução. 2. Formas de ondas alternadas senoidais

Circuitos Elétricos I

Física Teórica II. Terceira Prova 2º. semestre de /11/2017 ALUNO : Gabarito NOTA DA PROVA TURMA: PROF. :

Circuitos RL com onda quadrada e corrente alternada

FIS1053 Projeto de Apoio Eletromagnetismo 23-Maio Lista de Problemas 12 -Circuito RL, LC Corrente Alternada.

Capítulo A tensão v(t) é aplicada no circuito. Considerando que V C (0) =0, calcular:

Circuitos Elétricos. Circuitos Contendo Resistência, Indutância e Capacitância. Prof.: Welbert Rodrigues

Verificando a parte imaginária da impedância equivalente na forma complexa

ELETRICIDADE APLICADA RESUMO DE AULAS PARA A 2ª PROVA

Aula 4 Circuitos básicos em corrente alternada continuação

ELETROTÉCNICA ELM ROTEIRO DA AULA PRÁTICA 04 Correção de Fator de Potência

Prof. Fábio de Oliveira Borges

ANÁLISE DE CIRCUITOS ELÉTRICOS II

Circuitos oscilantes e corrente alternada (CA)

RESOLUÇÃO DA LISTA II P3

Corrente alternada. Prof. Fábio de Oliveira Borges

= 2πf é a freqüência angular (medida em rad/s) e f é a freqüência (medida

Curso Técnico em Eletrotécnica Impedância e o Diagrama de Fasores. Vitória-ES

Regime permanente senoidal e Fasores

4 Seja um circuito composto por um resistor R e um capacitor C, associados em série, alimentado por um gerador cuja voltagem gerada é dada por V g

Corrente alternada em Circuitos monofásicos

Circuitos resistivos alimentados com onda senoidal

Fasores e Números Complexos

Física Experimental III

Experimento 6 Corrente alternada: circuitos resistivos

Experimento 6 Corrente alternada: circuitos resistivos

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Circuitos Elétricos I EEL 420. Módulo 9

2 Qual é valor da reatância capacitiva para um sinal de freqüência f = 5kHz em um capacitor de

Circuitos Elétricos. Dispositivos Básicos e os Fasores. Prof. Me. Luciane Agnoletti dos Santos Pedotti

Reatância e Impedância

Corrente alternada. Prof. Fábio de Oliveira Borges

CIRCUITOS ELÉTRICOS. Aula 06 POTÊNCIA EM CORRENTE ALTERNADA

Abra o arquivo ExpCA05. Identifique o circuito da Fig12a. Ative-o. Anote o valor da corrente no circuito.

Potência em CA AULA II. Vitória-ES

Lista de Exercícios P1. Entregar resolvida individualmente no dia da 1ª Prova. a) 25Hz b) 35MHz c) 1Hz d)25khz. a) 1/60s b) 0,01s c) 35ms d) 25µs

A busca constantes da qualidade e a preocupação com o atendimento ao cliente estão presentes nas ações do SENAI.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA EEL7040 Circuitos Elétricos I - Laboratório

Oscilações Eletromagnéticas e Corrente Alternada

BC 1519 Circuitos Elétricos e Fotônica

Aula 26. Introdução a Potência em CA

Programa de engenharia biomédica. Princípios de instrumentação biomédica cob 781

7. LABORATÓRIO 7 - RESSONÂNCIA

Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina Departamento de Eletrônica Retificadores. Prof. Clóvis Antônio Petry.

ADL A Representação Geral no Espaço de Estados

Circuitos Elétricos. Dispositivos Básicos e os Fasores. Prof. Dr. Eduardo Giometti Bertogna

Capítulo 12. Potência em Regime Permanente C.A.

PSI3213 CIRCUITOS ELÉTRICOS II Exercícios Complementares correspondentes à Matéria da 3 a Prova V 1 I 2 R 2

Experimento 5 Circuitos RLC com onda quadrada

Aula 3 Corrente alternada circuitos básicos

Estudo do Capacitor em Corrente Contínua

Oscilações Eletromagnéticas e Corrente Alternada. Curso de Física Geral F328 1 o semestre, 2008

Transcrição:

1 Circuitos RC série Quando aplicamos uma voltagem CC em uma associação série de um resistor e um capacitor, o capacitor é carregado até a tensão da fonte seguindo um crescimento exponencial e satura neste valor. Este não é o caso quando uma voltagem CA é aplicada a esta associação. Como a voltagem está constantemente mudando, o capacitor irá constantemente carregar e descarregar e irá continuamente tentar se opor às mudanças. Essencialmente, R e C neste circuito formam um divisor de voltagem CC. Podemos esperar que parte da voltagem aplicada estivesse sobre R e parte sobre C. Como a voltagem se distribuirá sobre estes componentes é a questão. Aplicando a Lei das Malhas temos: = + sen=.+ sen= [.+ ] cos= +1 = + Analisando o circuito em busca de uma solução plausível vemos que, fora algum comportamento transitório inicial a corrente deve oscilar na frequência da fonte, como ocorre para cada um dos elementos isoladamente quando ligados a uma fonte. Mas, sabemos que enquanto os resistores não alteram a fase da corrente em relação à fase da fonte, nos capacitores a corrente está adiantada de 90 em relação à tensão. Podemos então concluir que, pelo efeito dos dois elementos a corrente deve apresentar uma defasagem intermediária entre estes dois extremos. Propomos então uma solução do tipo: = + Substituindo na equação diferencial para ao circuito temos:

2 cos= cos ++ + cos= cos ++ + Desenvolvendo sen(ωt+φ) e cos(ωt+φ) temos: cos= [coscos ]+ [cos +cos] Isolando e igualando a zero os coeficientes de sen(ωt) temos: o que nos dá ]+ cos=0 "= 1 e fazendo o mesmo para o coeficiente de cos(ωt) temos: de onde tiramos que cos =0 = [ 1 +cos]= #$+" = #$ Usando a equação para tgφ e a relação 1/cos 2 φ- tg 2 φ = 1 temos que e portanto #$= = % & + 1 & % & + 1 &

3 Na figura ao lado podemos ver a defasagem entre a corrente e a tensão aplicada no circuito RC em corrente alternada. Circuitos RL série Quando aplicamos uma voltagem CA a um circuito RL série como mostrado ao lado, o circuito se comporta de algum modo como o circuito RC série e de outro como um tipo de reflexo dele. Por exemplo, a corrente é sempre a mesma em todos os elementos do circuito. V R estará em fase com a corrente I e V L estará 90 fora de fase com I. Entretanto, V L estará adiantado em relação a I, ou seja a defasagem será de +90 em vez de -90. Da mesma maneira, o circuito pode ser resolvido pela aplicação da Lei das Malhas e a escolha de uma solução adequada para a corrente que atravessa o circuito de modo a satisfazer a equação diferencial obtida pela aplicação da Lei das Malhas. A resolução pormenorizada fica como exercício. A solução a ser encontrada será: e "= ' = & +' & Na figura ao lado podemos ver a defasagem entre a corrente e a tensão aplicada no circuito RL em corrente alternada.

4 Circuitos RC série Representação fasorial Como um exemplo prático, assumimos que ε rms =10V na frequência de 1kHz, C=0.01µF e R=15kΩ. Se construirmos este circuito com um bom gerador de áudio, iremos medir V rms =6.855V sobre o resistor e V rms =7.275V sobre o capacitor. A soma é evidentemente maior do que os 10V fornecidos pelo gerador. Como isso é possível? A razão desta aparente discrepância é o fato de que, como vimos anteriormente, C causará uma defasagem entre a voltagem e a corrente. Uma vez que temos um circuito em série, a corrente deve necessariamente ser a mesma em todo o circuito. Portanto, a voltagem sobre o capacitor irá se atrasar de 90 em relação à corrente, enquanto que ao mesmo tempo a voltagem sobre o resistor estará em fase com a corrente. Como podemos lidar com esta aparente confusão? Representando voltagens como vetores O problema real aqui é a diferença de fase de 90 entre V C e V R. Uma vez que não estão em fase e uma certa quantidade de voltagem é depositada sobre cada componente, a relação de fase entre a voltagem e a corrente do gerador deve estar em algum valor entre os extremos. Precisamos então poder determinar esta relação de fase, assim como determinar o efeito combinado de R e X C neste circuito. Uma solução é mapear as componentes da voltagem graficamente, como mostrado na figura. Usando coordenadas X e Y, o eixo positivo de X é definido como referência para a marcação da fase, com o sentido anti-horário tomado como a direção positiva para a marcação dos ângulos. Uma vez que a corrente no circuito é necessariamente a mesma em todo o circuito, ela é usada como a referência para a medida dos ângulos de fase. A voltagem sobre o resistor V R, em fase com a corrente é mostrada em vermelho. A Voltagem capacitiva V C, está a - 90, como mostrado em azul. Desta maneira podemos representar as voltagens sobre R e C como vetores, possuindo magnitude e direção. Agora está claro que a voltagem composta por V R e V C deve ser um vetor soma, como mostrado em violeta. Para encontrarmos a voltagem resultante, devemos então usar as relações de soma de vetores:

5 ) =% & + & ) =*6,855 & +7,273 & = 47+53= 100 ) =10 Como nosso gerador produz uma tensão de saída de 10V, isto confirma nossas medidas. Representando voltagens como fasores Este tipo de representação geométrica das tensões e correntes num circuito CA pode ser mais completa se permitirmos na nossa representação que os vetores desenvolvam um movimento de rotação ao redor de um eixo perpendicular ao plano XY, no sentido anti-horário, com frequência ω. Ao fazermos isso, estamos introduzindo na representação a evolução temporal das tensões e correntes e, portanto nos permite calcular o valor das tensões e das correntes em qualquer instante. O módulo do vetor, que não se altera pela rotação aplicada será sempre representativo dos valores das amplitudes das tensões e correntes representadas e a projeção dos vetores no eixo vertical (quando a corrente é descrita por uma função seno) nos dará o valor das grandezas representadas num determinado instante, transcorrido um tempo t. Esta representação geométrica é chamada de representação fasorial e os vetores representados são chamados de fasores. Representação fasorial da corrente I (vermelho), da tensão na resistência V R (azul), da tensão no capacitor V C (verde) e da tensão da fonte V (margenta) em um circuito RC, no instante t= -φ/ω.

6 Representação fasorial da corrente I (vermelho), da tensão na resistência V R (azul), da tensão no capacitor V C (verde) e da tensão da fonte V (margenta) em um circuito RC, e os correspondentes valores instantâneos, depois de transcorrido um tempo t=tφ/ω. Impedância Outro ponto a considerar aqui é que o circuito contém a combinação de uma resistência (R) e de uma reatância (X C ). Isto não é nem uma resistência pura nem uma reatância pura. Precisamos um nome para esta característica combinada e uma maneira de calculála. O nome é simples: impedância, e é representada pela letra Z. Para calcular Z, devemos primeiro notar que, de acordo com a Lei de Ohm, R = V R /I e X C = V C /I. Entretanto, já sabemos que estas voltagens estão defasadas de 90. Uma vez que a corrente I no circuito é a mesma em qualquer elemento, então R e X C devem estar defasadas de 90 também. Então, devemos aplicar o mesmo método que usamos para calcular V G para calcular Z, como fazemos abaixo: 3 = 3 = 1 245 1 6,28.1000.0,00000001 = 1 6,28.10 67 3 =15,929: < =% & +3 & < =*15 & +15,92 & =*225+253,45+*478,45 < =21,879:

7 =>? = )=>? < =>? = 10 21,879 =>? =0,457@A =>? =>? = =>?. =0,457@A.159: =>? =6,855 =>? =>? = =>?.3 =0,457@A.15,929: =>? =7,275 O ângulo de fase entre corrente e a voltagem no gerador é (com a voltagem atrasada em relação à corrente): B=" 6C3 ="6C15,929 159 ="6C 1,061=46,7 Então, todos os cálculos e valores relativos ao circuito permanecem consistentes uns com os outros assim como com as medidas experimentais realizadas. Circuitos RL Série Representação fasorial Para este circuito assumiremos valores experimentais como segue: R = 560, L = 100 mh, e ε 0 = 10 V. Medidas cuidadosas no circuito mostram 7.464 V sobre L e 6.656 V sobre R. Como podemos ver, a somas destes valores excedem substancialmente a voltagem da fonte, e a defasagem é a razão disto. Os vetores em um circuito RL série Os vetores para este exemplo estão mostrados ao lado. Desta vez o ângulo de fase é positivo e não negativo como no circuito RC porque V L está adiantado em relação a I L. Para determinar Quanto é o ângulo de fase, devemos começar determinando X L e então calcular os outros parâmetros do circuito. 3 D =245' 3 D =6,28.1000.0,1 3 D =628:

8 < =% & +3 D & < =*560 & +628 & = 313600+394384+ 707984 < =841,4: =>? = )=>? < =>? = 10 841,4 =>? =11,9@A =>? =>? =. =0,0119A.560: =>? =6,656 D =>? D =>? = =>?.3 D =11,9@A.628: D =>? =7,464 B=" 6C3 D ="6C628 560 ="6C 1,121=48,28 Os fasores em um circuito RL série Representação fasorial da corrente I (vermelho), da tensão na resistência V R (azul), da tensão no indutor V L (verde) e da tensão da fonte V (margenta) em um circuito RL, no instante t= t= -φ/ω. Representação fasorial da corrente I (vermelho), da tensão na resistência V R (azul), da tensão no indutor V L (verde) e da tensão da fonte V (margenta) em um circuito RL, e os correspondentes valores instantâneos, depois de transcorrido um tempo t= t-φ/ω. Assim temos uma completa descrição do circuito RL série com um sinal CA aplicado nele. Começando com o valor dos componentes e da frequência da voltagem CA aplicada, descrevemos os diferentes aspectos do comportamento do circuito naquela frequência e os valores instantâneos das correntes e tensões no circuito.