Questão 1 Na posição em que se encontram, as palavras assinaladas nas frases abaixo geram ambiguidade, Exceto em: a) Pagar o FGTS já custa R$ 13,3 bi, diz o consultor. b) Pais rejeitam menos crianças de provetas. c) Consigo me divertir também aprendendo coisas antigas. d) É um equívoco imaginar que a universidade do futuro será aquela que melhor lidar com as máquinas. e) Não se eliminará o crime com burocratas querendo satisfazer o apetite por sangue do público Questão 2 Texto para as questões de 2 a 5 Mandaram ler este livro... Se o tal livro for fraquinho, o desprazer pode significar um precipitado mas decisivo adeus à literatura; se for estimulante, outros virão sem o peso da obrigação. As experiências com que o leitor se identifica não são necessariamente as mais familiares, mas as que mostram o quanto é vivo um repertório de novas questões. Uma leitura proveitosa leva à convicção de que as palavras podem constituir um movimento profundamente revelador do próximo, do mundo, de nós mesmos. Tal convicção faz caminhar para uma outra, mais ampla, que um antigo pensador romano assim formulou: Nada do que é humano me é alheio. (Cláudio Ferraretti, inédito) De acordo com o texto, a identificação do leitor com o que lê ocorre sobretudo quando a) ele sabe reconhecer na obra o valor consagrado pela tradição da crítica literária. b) ele já reconhece, com alguma intimidade, as experiências representadas numa obra. c) a obra expressa, em fórmulas sintéticas, a sabedoria dos antigos humanistas. d) a obra o introduz num campo de questões cuja vitalidade ele pode reconhecer. e) a obra expressa convicções tão verdadeiras que se furtam à discussão. Questão 3 O sentido da frase Nada do que é humano me é alheio é equivalente ao desta outra construção: a) O que não diz respeito ao Homem não deixa de me interessar. b) Tudo o que se refere ao Homem, diz respeito a mim. c) Como sou humano, não me alheio a nada. d) Para ser humano, mantenho interesse por tudo. e) A nada me sinto alheio que não seja humano. Questão 4 De acordo com o texto, a convicção despertada por uma leitura proveitosa é, precisamente, a de que a) sempre existe a possibilidade de as palavras serem profundamente reveladoras. b) as palavras constituem sempre um movimento de profunda revelação. c) é muito fácil encontrar palavras que sejam profundamente reveladoras.
d) as palavras sempre caminham na direção do outro, do mundo, de cada um de nós. e) nenhuma palavra será viva se não provocar o imediato prazer do leitor. Questão 5 Mantém-se o sentido da frase se for estimulante em: a) conquanto seja estimulante. b) desde que seja estimulante. c) ainda que seja estimulante. d) porquanto é estimulante. e) posto que é estimulante. Texto para as questões de 6 e 7 A explosão dos computadores pessoais, as infovias, as grandes redes a Internet e a Word Wide Web atropelaram o mundo. Tornaram as leis antiquadas, reformularam a economia, reordenaram prioridades, redefiniram os locais de trabalho, desafiaram constituições, mudaram o conceito de realidade e obrigaram as pessoas a ficar sentadas, durante longo período de tempo,diante das telas de computadores, enquanto o CD-rom trabalha. Não há dúvida de que vivemos a revolução da informação e, diz o professor do MIT, Nicolas Negroponte, revoluções não são sutis. (Jornal do Brasil,13/02/96) Questão 6 No texto, a expressão que sintetiza os efeitos da revolução operada pela informática é a) atropelaram o mundo. b) tornaram as leis antiquadas. c) reformularam a economia. d) redefiniram os locais de trabalho. e) desafiaram constituições
Questão 7 A expressão revoluções não são sutis indica a natureza efêmera das revoluções. a) a natureza efêmera das revoluções. b) a negação dos benefícios decorrentes das revoluções. c) a natureza precária das revoluções. d) o caráter radical das revoluções. e) o traço progressista das revoluções. Texto Bíblico Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita! (Lucas, 22) Cálice Chico Buarque Pai, afasta de mim esse cálice! Pai, afasta de mim esse cálice! Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue. Questão 8 Como beber dessa bebida amarga, Tragar a dor, engolir a labuta, Mesmo calada a boca, resta o peito, Silêncio na cidade não se escuta. De que me vale ser filho da santa, Melhor seria ser filho da outra, Outra realidade menos morta, Tanta mentira, tanta força bruta. Um texto pode se revelar, na forma e / ou no conteúdo, como absorção e transformação de um ou mais textos. Por isto, quando ele é lido, algumas de suas partes podem lembrar o que já foi lido em outro(s) texto(s). A essa relação de semelhança e superposição de um texto a outro dáse o nome de intertextualidade. Inúmeros autores extraem desse procedimento interessantes efeitos artísticos. Comparando-se a primeira estrofe de cálice com o texto bíblico, pode-se afirmar corretamente que a) ocorre intertextualidade porque a estrofe contém, na forma e no conteúdo, parte da passagem evangélica. b) não há intertextualidade porque, na estrofe, foi omitida a outra frase atribuída a Jesus. c) não há intertextualidade porque, na estrofe, não há menção ao sentido condicional presente na primeira frase atribuída a Jesus. d) ocorre intertextualidade, mas apenas quanto aos elementos morfossintáticos da frase atribuída a Jesus. e) não há intertextualidade porque a estrofe transforma, semanticamente, a passagem evangélica, dando-lhe uma conotação política. Questão 9 Os três primeiros versos de Cálice apresentam a mesma estrutura sintática, cujos elementos constitutivos são, na sequência,
a) um sujeito, Pai; um verbo no presente do indicativo, na segunda pessoa do singular, afasta; objeto indireto, de mim; objeto direto, esse cálice. b) um vocativo, Pai; um sujeito oculto, tu; um verbo no presente do indicativo, na terceira pessoa do singular, afasta; objeto indireto, de mim; objeto direto, esse cálice. c) uma interjeição de chamamento, Pai; um sujeito oculto, tu; um verbo no presente do indicativo, na terceira pessoa do singular, afasta; objeto indireto, de mim; objeto direto, esse cálice. d) um vocativo, Pai; um sujeito oculto, tu; um verbo no imperativo afirmativo, na segunda pessoa do singular, afasta; objeto indireto, de mim; objeto direto, esse cálice. e) um vocativo, Pai; um sujeito oculto, tu; um verbo no presente do subjuntivo, na terceira pessoa do singular, afasta; adjunto adnominal, de mim; sujeito, esse cálice. FUVEST Questão 10 O caso triste, e digno da memória Que do sepulcro os homens desenterra, Aconteceu da mísera e mesquinha Que depois de ser morta foi rainha. Para o correto entendimento desses versos de Camões, é necessário saber que o sujeito do verbo desenterra é a) os homens (por licença poética). b) ele (oculto). c) o primeiro que. d) o caso triste. e) sepulcro. FUVEST Questão 11 Reestruturando-se o terceiro período do texto, mantém-se o sentido original apenas em: a) A viagem progredira bem três léguas, uma vez que haviam repousado bastante na areia do rio seco,dado que ordinariamente andavam pouco. b) Haviam repousado bastante na areia do rio seco; a viagem progredira bem três léguas porque ordinariamente andavam pouco. c) Porque haviam repousado bastante na areia do rio seco, ordinariamente andavam pouco, e a viagem progredira bem três léguas. d) Ainda que ordinariamente andassem pouco, a viagem progredira bem três léguas, pois haviam repousado bastante na areia do rio seco. e) Em virtude de andarem ordinariamente pouco e de haverem repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Questão 12 Tendo em vista a relação, neste texto, entre o vocabulário e os efeitos de sentido, é INCORRETO afirmar que a) o adjetivo avermelhada retrata o rigor do clima. b) rio seco, galhos pelados, caatinga rala caracterizam um espaço hostil aos viajantes. c) as palavras empregadas pelo narrador reproduzem as das personagens. d) os nomes dos viajantes substituem-se por um adjetivo substantivo os infelizes. e) a expressão o dia inteiro equivale a todo o dia f)
Óbito do autor Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor; para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. (Machado de Assis, Memórias de Brás Cubas, capítulo primeiro) Questão 13 A metáfora presente em a campa foi outro berço baseia-se a) na relação abstrato/ concreto que há em campa / berço. b) no sentido conotativo que assume a palavra campa. c) na relação de similaridade estabelecida entre campa e berço. d) no sentido denotativo que tem a palavra berço. e) na relação todo / parte que existe em campa / berço. Questão 14 No texto, o particípio suposto expressa uma idéia de a) causa. b) finalidade c) tempo d) concessão. e) conformidade