HÍBRIDOS DE SORGO PARA CORTE/PASTEJO AVALIADAS NUTRICIONALMENTE PELA TÉCNICA DE DIGESTIBILIDADE IN VITRO DE PRODUÇÃO DE GASES

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XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Transcrição:

HÍBRIDOS DE SORGO PARA CORTE/PASTEJO AVALIADAS NUTRICIONALMENTE PELA TÉCNICA DE DIGESTIBILIDADE IN VITRO DE PRODUÇÃO DE GASES Elisângela dos Santos Oliveira 1, Susana Queiroz Santos Mello 2 1 Aluna do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail:elisangela1779@hotmail.com PIBIC/UFT 2 Orientadora do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína TO; e-mail: sqsmello@uft.edu.br Resumo: Objetivou-se avaliar a cinética de fermentação ruminal da planta inteira de seis híbridos de sorgo para corte/pastejo. O delineamento experimental foi em blocos casualizado com seis tratamentos e quatro repetições. As amostras dos híbridos BRS800, BRS810, 865005, 864012, 864006 e 865012 foram submetidas à técnica de digestibilidade in vitro de produção de gases e os dados foram analisados obtendo-se a regressão e com as equações geradas foram comparadas por meio de teste de paralelismo e identidade de curvas. Teores de PB ficaram acima do limite de 7% em todos os cortes. Maiores valores de FND foram obtidos pelos híbridos BRS 800 e 865005 no primeiro e segundo corte, respectivamente não havendo diferença (P<0,05) no terceiro. Quanto à cinética de fermentação o potencial máximo de produção de gases (A) foi destacado pelo híbrido 865012 no primeiro e 865005 no segundo e terceiro corte. De acordo com os resultados os híbridos analisados nas condições da região Norte do Estado do Tocantins, O 865005 foi o que mais demonstrou componentes que reduzem sua utilização pelos ruminantes. Palavras chave: fermentação; forragem; nutrição; ruminantes INTRODUÇÃO É de interesse na produção de ruminantes, o cultivo de forrageira que proporcione alta produtividade e bom desempenho animal. Tais expectativas vêm sendo atingidas pela implantação do sorgo como os híbridos de corte/pastejo, apresenta resistência a solos de baixa fertilidade e deficiência hídrica, bem como, elevado valor nutritivo que o torna uma alternativa para a alimentação de ruminantes. Avaliação de atributos nutricionais pode ser realizada pela técnica in vitro de produção de gases que apresenta comprovado potencial em descrever a cinética da fermentação no rúmen, fornecer a taxa e a extensão da degradação das forrageiras,

apresentando alta precisão nas medições, simplicidade no manuseio de equipamentos e baixo custo na implantação (Maurício et al., 1999). Assim, objetivou-se avaliar nutricionalmente seis híbridos de sorgo para corte/pastejo, cultivados na região Norte do Estado do Tocantins, pela técnica de digestibilidade in vitro de produção de gases. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Laboratório de Nutrição Animal da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins (EMVZ/UFT) utilizando-se amostras da planta inteira no primeiro, segundo e terceiro corte de seis híbridos de sorgo para corte/pastejo contendo dois comerciais (BRS 800 e BRS 810) e quatro experimentais (865005, 864012, 864006 e 865012), coletados aos 55 dias após a semeadura quando a maioria das plantas atingiu altura superior a 1,00 metro. O delineamento experimental foi em blocos casualizado com seis tratamentos (híbridos de sorgo) e quatro repetições, utilizando inóculos de diferentes bovinos mantidos a pasto para o ensaio de produção de gases e degradabilidade através da técnica Hohenheim Gas Test desenvolvida por Menke et al. (1979). Houve medições da produção de gases em tempos pré-estabelecidos, sendo estes 0, 3, 6, 9, 12, 24, 48, 72 e 96 horas, conduzidas com régua graduada através do deslocamento do êmbolo. Posteriormente procedeu-se a regressão dos dados com a utilização do modelo proposto por France et al. (1993) e as equações geradas foram comparadas por meio de teste de paralelismo e identidade. No Laboratório de Bromatologia da Universidade Estadual Paulista no campus de Ilha Solteira - SP foi realizada a avaliação da composição bromatológica quanto aos teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente neutro corrigido para cinza e proteína (FDNcp), fibra em detergente ácido (FDA), lignina (LIG), carboidrato total (CHOT), carboidrato não fibroso (CNF), nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) segundo metodologia descrita por Silva & Queiroz (2002). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 1, os teores de PB não diferiram (P>0,05) no primeiro corte, mas diferiram (P<0,05) no segundo e terceiro e ficaram acima do limite de 7% em todos os

cortes. Quanto aos dados de FDN destacam-se valores maiores para o híbrido BRS 800 no primeiro corte e 865005 no segundo, não havendo diferenças (<0,05) no terceiro. Tabela 1. Composição Bromatológica (%MS) da planta inteira de híbridos de sorgos para corte/pastejo no primeiro, segundo e terceiro corte. Primeiro Corte Híbridos PB FDN FDNcp FDA LIG CHOT CNF NIDN NIDA de sorgo BRS800 7,40 A 66,04 A 59,28 A 33,46 A 2,24 AB 86,07 A 20,03 C 0,62 A 0,27 AB BRS810 7,66 A 62,61 BC 55,45 C 30,84 C 1,47 B 85,87 A 23,26 AB 0,63 A 0,27 AB 865005 7,27 A 62,00 C 55,71 C 31,16 BC 1,91 AB 87,08 A 25,08 A 0,53 C 0,23 B 864012 8,34 A 62,10 C 55,54 C 31,32 BC 1,77 AB 84,97 A 22,87 B 0,65 A 0,28 A 864006 7,27 A 62,38 BC 55,95 C 31,59 B 1,71 AB 86,08 A 23,71 AB 0,61 AB 0,24 AB 865012 7,89 A 63,62 B 57,44 B 33,89 A 2,38 A 86,28 A 22,66 B 0,55 BC 0,24 AB Segundo Corte BRS800 9,51 C 62,99 AB 56,75 AB 34,93 A 3,86 A 83,52 AB 20,52 BC 0,85 D 0,45 A BRS810 10,35 A 59,29 D 52,68 D 30,79 D 2,70 B 82,27 C 22,97 A 0,94 B 0,37 C 865005 9,42 C 63,21 A 57,24 A 32,86 B 3,03 B 82,79 BC 19,57 C 0,81 E 0,34 E 864012 10,03 B 62,15 C 55,39 C 32,06 C 2,85 B 82,74 BC 20,59 BC 0,95 A 0,36 D 864006 9,40 C 62,15 C 55,51 C 31,22 D 2,17 C 82,56 C 20,41 BC 0,89 C 0,36 D 865012 8,70 D 62,32 BC 56,38 B 34,83 A 2,76 B 83,99 A 21,68 B 0,81 E 0,38 B Terceiro Corte BRS800 7,70 C 58,66 A 53,27 AB 30,21 AB 2,97 AB 86,24 A 27,58 A 0,71 A 0,34 BC BRS810 8,42 B 57,78 A 51,92 B 28,69 B 2,50 B 84,16 B 26,39 A 0,71 A 0,33 CD 865005 8,85 A 58,85 A 53,71 AB 30,14 AB 3,364 A 84,00 B 25,15 A 0,73 A 0,37 A 864012 7,12 D 60,81 A 54,54 A 30,27 AB 2,59 B 85,85 A 25,05 A 0,66 B 0,31 E 864006 8,19 B 59,36 A 54,17 A 29,67 B 2,82 B 84,24 B 24,89 A 0,73 A 0,35 B 865012 7,25 D 59,25 A 55,23 A 31,34 A 2,95 AB 86,12 A 26,88 A 0,63 C 0,32 DE Médias seguidas de diferentes letras maiúsculas nas colunas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína (FDNcp), fibra em detergente ácido (FDA), lignina (LIG) carboidrato total (CHOT), carboidrato não fibroso (CNF), nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA). Os teores de LIG resultaram em diferenças (P<0,05) entre os híbridos BRS 810 e 865012 no primeiro corte, 864006 em relação aos demais no segundo, bem como o 865005 com o BRS 810, 864012 e 864006 no terceiro corte. Os menores valores do NIDN foram para 865005 e 865012 no primeiro e segundo corte, respectivamente e para o BRS 800, BRS 810, 865005 e 864006 com média de 0,72% no terceiro corte. Nota-se que na (Tabela 2), o potencial máximo de produção de gases (A) foram obtidos pelos híbridos 865012 no primeiro e 865005 tanto no segundo como no terceiro corte. No segundo corte a menor taxa de produção de gases (μ) foi para o híbrido BRS810 e a maior para o 864012 seguido do 864006. Este comportamento, provavelmente está associado ao menor e maior teor de substratos prontamente fermentáveis, evidenciando assim, uma das menores e maiores DEMS, respectivamente.

Tabela 2. Cinética de fermentação ruminal in vitro dos híbridos de sorgo para corte/pastejo utilizando o modelo de France e degradabilidade efetiva. Híbridos DEMS** De Sorgo A* (ml) L* (horas:min) μ* 2% 3% 4% 5% Primeiro BRS800 315,2164 0:04 0,0345 54,9747 54,2129 53,4520 52,6922 BRS810 317,7656 0:06 0,0348 54,3326 53,6068 52,8812 52,1558 865005 301,4866 0:06 0,0341 54,7841 54,0046 53,2266 52,4503 864012 314,4643 0:07 0,0349 56,8229 56,0124 55,2035 54,3964 864006 304,1224 0:06 0,0374 56,1667 55,4195 54,6724 53,9256 865012 327,3125 0:02 0,0303 56,3212 55,5561 54,7916 54,0275 Segundo BRS800 204,8456 0:02 0,0281 52,2085 51,4933 50,7788 50,0650 BRS810 219,1159 0:01 0,0253 50,9945 49,8055 48,6354 47,4839 865005 229,4522 0:46 0,0260 51,4777 49,9086 48,3786 46,8869 864012 212,7382 0:03 0,0305 53,0741 52,3468 51,6203 50,8945 864006 227,4016 0:21 0,0303 51,5641 50,1989 48,8612 47,5504 865012 215,4083 0:10 0,0264 50,9447 49,6861 48,4499 47,2357 Terceiro BRS800 179,4556 0:04 0,0332 50,2461 49,5491 48,8530 48,1579 BRS810 189,3579 0:02 0,0336 48,9128 48,2490 47,5858 46,9230 865005 205,8773 0:06 0,0324 49,9259 49,2141 48,5038 47,7950 864012 188,7411 0:07 0,0333 51,2587 50,5261 49,7951 49,0656 864006 187,9163 0:05 0,0361 50,4803 49,7732 49,0672 48,3624 865012 190,9469 0:03 0,0326 47,6834 47,0275 46,3724 45,7179 * Parâmetros estimados pelo modelo de France et al. (1993). **Degradabilidade Efetiva da Matéria Seca. As equações da análise de regressão dos dados de cinética de fermentação ruminal (Tabela 3) não apresentaram diferenças significativas entre os híbridos pelo teste de paralelismo no primeiro e terceiro corte. Tabela 3. Equações da produção acumulativa de gases (PCG) híbridos de sorgo para corte/pastejo. Híbridos de Equações (modelo de France) sorgo Primeiro corte BRS800 Y = 315,21642 x {1 exp [ (0,03697) x (t 0,06788) (-0,01898) x ( t - 0,06788) ] } a A 99,2 BRS810 Y = 317,7656 x {1 exp [ (0,0359) x (t 0,01583) (-0,00808) x ( t - 0,01583) ] } a A 99,5 865005 Y = 301,4866 x {1 exp [ (0,03723) x (t 0,10587) (-0,0243) x ( t - 0,10587) ] } a C 98,8 864012 Y = 314,4643 x {1 exp [ (0,03829) x (t 0,11097) (-0,02652)x ( t - 0,11097) ] } a A 99,4 864006 Y = 304,1224 x {1 exp [ (0,0383) x (t 0,01354) (-0,00692)x ( t - 0,01354) ] } a B 98,6 865012 Y = 327,3125 x {1 exp [ (0,03178)x (t 0,03293) (-0,01118)x ( t - 0,03293) ] } a A 98,9 Segundo corte BRS800 Y = 204,8456 x {1 exp [ (0,03495)x (t 0,04895) (-0,05707)x ( t - 0,04895) ] } a D 99,2 BRS810 Y = 219,1159 x {1 exp [ (0,03031)x (t 1,02253) (-0,04022)x ( t - 1,02253) ] } a D 98,5 865005 Y = 229,4522 x {1 exp [ (0,03239)x (t 1,76157) (-0,05285)x ( t - 1,76157) ] } b B 98,6 864012 Y = 212,7382 x {1 exp [ (0,03729)x (t 0,05264) (-0,05639)x ( t - 0,05264) ] } a C 97,0 864006 Y = 227,4016 x {1 exp [ (0,03581)x (t 1,35389) (-0,04496)x ( t - 1,35389) ] } a A 99,1 865012 Y = 215,4083 x {1 exp [ (0,03197)x (t 1,16703) (-0,04523)x ( t - 1,16703) ] } a D 99,2 Terceiro corte BRS800 Y = 179,4556 x{1 exp [ (0,03597)x (t 0,06788) (-0,02198)x ( t - 0,06788) ] } a C 99,2 BRS810 Y = 189,3579 x{1 exp [ (0,0349 )x (t 0,03583) (-0,01008)x ( t - 0,03583) ] } a B 99,5 865005 Y = 205,8773 x{1 exp [ (0,03523)x (t 0,10587) (-0,0223 )x ( t - 0,10587) ] } a A 98,8 864012 Y = 188,7411 x{1 exp [ (0,03629)x (t 0,11097) (-0,02352)x ( t - 0,11097) ] } a B 99,4 864006 Y = 187,9163 x{1 exp [ (0,0373 )x (t 0,08354) (-0,00892)x ( t - 0,08354) ] } a B 98,6 865012 Y = 190,9469 x{1 exp [ (0,03378)x (t 0,05293) (-0,00918)x ( t - 0,05293) ] } a B 98,9 Equações acompanhadas por letras minúsculas e maiúsculas iguais nas colunas são paralelas pelo teste de paralelismo e idênticas pelo teste de identidade de curvas a 5% de probabilidade, respectivamente. R 2

Já no segundo, observou-se diferença (P<0,05) com destaque para o híbrido 865005. Para o teste de identidade de curvas, as diferenças significativas foram evidenciadas em todos os cortes, e os híbridos BRS800, BRS810, 864012 e 865012 destacaram-se no primeiro, o 864006 no segundo e o 865005 no terceiro. Este fato pode ser constatado pelos potenciais máximo de produção de gases, componente este, indicador de maior digestibilidade. CONCLUSÕES Nas condições da região Norte do Estado do Tocantins, os híbridos testados apresentaram diferenças nos atributos nutricionais, porém sem comprometimento do seu potencial nutricional, com destaque para o híbrido 865005 que foi o que mais demonstrou componentes que reduzem a sua utilização pelos ruminantes, sendo assim, não recomendado como fonte de alimento para esses animais. LITERATURA CITADA FRANCE, J.; DHANOA, M. S.; THEODOROU, M. K.; et al. A model to interpret gas accumulation profiles with in vitro degradation of ruminant feeds. Journal of Theoretical Biology, v.163, p.99-111, 1993. MAURÍCIO, R.M.; MOULD, F.; DHANOA, M.S. et al. A semi-automated in vitro gas production technique for ruminants feedstuff evaluation. Animal Feed Science Technolgy, v.79, n.4, p.321-330, 1999. MENKE, K.H.; RAAB, L.; SALEWSKI, A.; SLEINGASS, H.; FRITZ, D.; SCHENEIDER, W. The estimation of the digestibility and metabolizable energy content of ruminant feeding stuffs from the gas productions when they are incubated with rumen liquor in vitro. Journal of Agricultural Science, Cambridge, v.93, n.1, p.217-222, Aug. 1979. SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3.ed. Viçosa: UFV, p. 235, 2002 TILLEY, J. M. AND TERRY, R. A. A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops. Journal of British Grassland Society. v. 18, s/n, p.104-111, 1963. AGRADECIMENTOS A EMBRAPA, UNESP e a todas as pessoas que ajudaram na concretização deste projeto: Keny, Prof. Bergamaschine, prof. Susana, prof. Luciano, Thais Valeria, Nágylla, Jhone e Simone. O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT.