REDE DE SIGNIFICADOS PARA FORMAÇÃO DAS HABILIDADES LEITORAS

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Transcrição:

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) REDE DE SIGNIFICADOS PARA FORMAÇÃO DAS HABILIDADES LEITORAS Suzene Furtado Fonseca (PBH) - suzeneffo@gmail.com Resumo: O presente trabalho relata práticas de mediação da leitura desenvolvidas na biblioteca escolar da Escola Municipal Presidente Tancredo Neves, em Belo Horizonte. O corpo discente é formado por alunos do Terceiro Ciclo, ou seja, adolescentes do sétimo ao nono ano do Ensino Fundamental, na faixa etária de 12 a 15 anos. Além do incentivo à leitura, objetivou-se a formação das habilidades leitoras destes alunos. Palavras-chave: habilidades leitoras, biblioteca escolar, adolescentes leitores Eixo temático: Eixo 2: 3º Fórum Brasileiro de Biblioteconomia Escolar: pesquisa e prática.

Justificativa: O presente trabalho relata práticas de mediação da leitura desenvolvidas em uma biblioteca escolar da rede pública de ensino, que lida com as imposições históricopolítico-sociais de padrões pedagógicos excludentes dos alunos dos meios populares. A biblioteca escolar é um dos recursos de que a comunidade dispõe para o enfrentamento a esses limites. O corpo discente é formado por alunos do Terceiro Ciclo, ou seja, adolescentes do sétimo ao nono ano do Ensino Fundamental, na faixa etária de 12 a 15 anos. O fomento ao desenvolvimento do trabalho em questão veio ao constatar-se a oralidade limitada desses alunos na comunicação formal e informal, a dificuldade na compreensão de textos escritos, a falta de interesse pela leitura literária e informativa e a pouca frequência à biblioteca - apesar desta conter um acervo diversificado com mais de dez mil itens registrados. Tais constatações basearam-se no resultado de avaliações diagnósticas realizadas pelos professores e na análise realizada pela auxiliar de biblioteca da participação individual e coletiva dos alunos nas atividades tradicionais deste espaço. A decisão pelo método de enfrentamento a ser utilizado fundamentou-se nas palavras de Paulo Freire: Como educador preciso de ir lendo cada vez melhor a leitura do mundo que os grupos populares com quem trabalho fazem de seu contexto imediato e do maior de que o seu é parte. O que quero dizer é o seguinte: não posso de maneira alguma, nas minhas relações político-pedagógicas com os grupos populares, desconsiderar seu saber de experiência feito. Sua explicação do mundo de que faz parte a compreensão de sua própria presença no mundo. E isso tudo vem explicitado ou sugerido ou escondido no que chamo leitura de mundo que precede sempre a leitura da palavra. (p. 81, 2008) Para conhecer e compreender a leitura de mundo" dos alunos fornecendo bases para a leitura da palavra decidiu-se pela utilização de elementos presentes em seu cotidiano (e, portanto, já plenos de significado) no desenvolvimento de atividades formadoras das habilidades leitoras. Objetivos: Sendo o corpo discente o foco do projeto pretende-se:

desenvolver neste habilidades de observação, concentração, introspecção, dedução, extrapolação e criação - essenciais nos processos de leitura e escrita; conduzi-lo à compreensão ampla do significado da palavra - imagética, falada, escrita - para que dela se apodere e por meio dela se empodere obtendo acesso a informação, ao conhecimento e a cultura; levá-lo a percepção da leitura como fonte de fruição e instrumento de socialização; valorizar suas vivências cotidianas e utilizá-las em sua afirmação/construção de identidade; ampliar o seu sentimento de pertencimento à escola e indicar espaços e tempos outros de identificação e inclusão; melhorar o clima escolar pelo favorecimento do diálogo entre alunos, alunos/professores, alunos/família. Metodologia: Partindo da compreensão de que a formação das habilidades de leitura é um processo contínuo e gradativo de criação de redes de significados cujas tramas não se limitam ao objeto livro, embora apontem para ele, considerou-se quais dentre tantos elementos presentes no cotidiano dos alunos seriam utilizados para fornecer base para a significação da linguagem em suas diversas formas - tradicionais e emergentes - e definiu-se atividades promotoras das habilidades de observação, concentração, introspecção, dedução, extrapolação e criação. Optou-se pela utilização da imagem estática (livros de imagem, fotografias, pinturas), textos de tradição oral (contos, adivinhas, piadas) e de gêneros textuais e literários diversos presentes em revistas, livros e em ambiente digital. Após tais definições, estruturou-se um projeto escrito onde detalhou-se objetivos, metodologia, materialidade e formas de avaliação. Propôs-se parceria à professora de Língua Portuguesa e Literatura para que quinzenalmente as intervenções fossem realizadas turma a turma no horário de uma das aulas da disciplina, no turno da tarde. Sem descaracterização do projeto, buscou-se

acompanhar os gêneros textuais e literários estudados na disciplina para possibilitar a construção mais eficaz das redes de significado. Foram tais as atividades desenvolvidas nos anos de 2015 e 2016: Dia do Silêncio 1. Selecionou-se todos os livros de imagens presentes no acervo distribuindo-os sobre as mesas da biblioteca. 2. Advertiu-se os alunos antes de sua entrada no espaço sobre como a atividade se desenvolveria, e sob quais regras; dentre elas: nenhuma comunicação gestual, verbal ou escrita ocorreria entre eles até que fosse oralmente permitido pela auxiliar de biblioteca e deveriam estar atentos à movimentação desta para seguir a sequência da atividade. Compreende-se as demais regras nos próximos passos da atividade. 3. Os alunos escolheram uma mesa e permaneceram quietos até que a auxiliar reproduziu por gestos o ato de folhear o livro. Feito isso, iniciou-se a leitura dos livros de imagens. Os alunos puderam escolher dentre os livros expostos em sua mesa o que mais gostaram. 4. Distribuiu-se para cada aluno uma folha de papel A4, um lápis HB e uma borracha; para que reproduzisse por meio de desenho a história lida. 5. Mesa a mesa a auxiliar convidou por meio de gestos os alunos a apresentarem a interpretação de suas leituras. Inicialmente a comunicação se deu pela exibição do desenho, depois por mímica e finalmente pela fala. 6. Encerradas as apresentações os alunos puderam movimentar-se livremente pelas mesas explorando os livros de imagens, compartilhando suas opiniões, comparando estilos, formatos, temáticas. Conta Conto 1. Selecionou-se repertório de contos de tradição oral e de contos literários nacionais e internacionais. 2. Organizou-se separadamente estas modalidades de contos em dois expositores na biblioteca. 3. Apresentou-se a Contação de Histórias, sempre apontando-se o livro do qual extraiu-se o conto e sua autoria ou procedência.

4. Após a apresentação do conto, criou-se momentos de livre expressão e debate sobre o conto. 5. Fizeram parte do repertório contos regionais, contos de fadas (originais), contos da mitologia grega, contos das 1001 noites, fábulas, lendas urbanas, contos psicológicos. Reconto 1. Na aula de encerramento dos semestres, apresentou-se aos alunos a proposta de organizarem-se em grupos e apresentarem oralmente e voluntariamente para os demais colegas de turma as histórias trabalhadas no Conta Conto. O formato das apresentações, bem como a sequência, ficou a cargo dos alunos. Ria se Puder 1. Selecionou-se mensalmente 15 piadas e adivinhas e imprimiu-se a cada uma em papel A4 em letras caixa alta, fonte 60 e negrito para facilitar a leitura dos textos expostos em painel decorado no pátio da escola. Este painel leva o nome Ria se Puder. 2. Os alunos, funcionários e professores que contaram piadas à auxiliar de biblioteca durante o ano letivo tiveram estas impressas e expostas no painel e o nome referenciando-os como colaboradores. 3. Para selecionar as piadas e adivinhas do último painel do ano, referente ao mês de dezembro realizou-se um concurso na escola. Os alunos, funcionários e professores sugeriram piadas que escreveram e colocaram em uma urna na biblioteca. Adotou-se como critério de seleção das 15 melhores piadas a capacidade de levar ao riso a auxiliar de biblioteca. Avaliação: Iniciou-se o projeto em março de 2015, prosseguindo por todo o ano letivo e, após avaliado pela direção, coordenação e equipe de professores estendeu-se para o ano de 2016 com ampliação das turmas alcançadas. Anteriormente eram 3 turmas no turno da tarde, passou-se para 7. Os projetos realizados na biblioteca foram incluídos no Plano de Melhoria da Aprendizagem apresentado para o triênio 2015/16/17.

O feedback contínuo da comunidade escolar obtido de modo informal em conversas ou formalmente em reuniões pedagógicas foi de grande importância avaliativa e norteadora do processo. Os alunos ansiavam por estar na biblioteca e compareciam por vontade própria no horário do recreio e em outros momentos da rotina escolar. Compartilhavam em casa as experiências vividas e as famílias também iam até à biblioteca conhecer e usufruir desse espaço. Conforme avaliação da professora de Língua Portuguesa e Literatura, continuamente e gradativamente os alunos melhoraram sua capacidade de atenção, observação, escuta, interpretação e comunicação - essenciais ao processo de leitura. Por meio de tais projetos, a biblioteca cumpriu seu papel pedagógico e social. Conforme conclui Silvia Castrillón: Enfim, precisamos de bibliotecas que fomentem o interesse e o gosto pela leitura, que permitam a descoberta do valor que ela tem como meio de busca de sentido, como referência de si mesmo no mundo e para o reconhecimento do outro. Bibliotecas onde a leitura não seja concebida como uma forma de passar o tempo, de se divertir, mas como algo imprescindível para um projeto de vida que pretenda superar uma sobrevivência cotidiana. (p. 38, 2013) Referência: CAMPELLO, Bernadete Santos. A biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. CASTRILLÓN, Silvia. O direito de ler e de escrever. São Paulo: Pulo do Gato, 2013. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2008. 165p.