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AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº PR (2002/ )

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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 202.958 - RJ (1999/0008804-2) RELATOR : MINISTRO FRANCIULLI NETTO RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : FRANCISCO DE ASSIS DE OLIVEIRA E OUTROS RECORRIDO : SMITHKLINE E COMPANHIA ADVOGADO : ANTÔNIO CARLOS AMARAL LEÃO EMENTA RECURSO ESPECIAL - ALÍNEAS "A" E "C" - TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO - RECLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA - REVISÃO DO LANÇAMENTO - IMPOSSIBILIDADE - AUSÊNCIA DE ERRO QUANTO À IDENTIFICAÇÃO FÍSICA DA MERCADORIA - ART. 149 DO CTN. A impetrante importou da França 2.200 Kg do produto TESAL e recolheu o imposto de importação após regular conferência da mercadoria pela autoridade fiscal. Diante dessas circunstâncias, é de elementar inferência que não poderia o contribuinte, em momento posterior, ser notificado para novo recolhimento do imposto de importação, sob a alegação de que a classificação do produto deveria ser diversa, com incidência de alíquota maior. O art. 149 do CTN autoriza a revisão do lançamento, dentre outras hipóteses, "quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória ", ou seja, quando há erro de direito. Se a autoridade fiscal teve acesso à mercadoria importada, examinando sua qualidade, quantidade, marca, modelo e outros atributos, ratificando os termos da declaração de importação preenchida pelo contribuinte, não lhe cabe ulterior impugnação do imposto pago por eventual equívoco na classificação do bem. Documento: 444922 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 22/03/2004 Página 1 de 9

Divergência jurisprudencial não-configurada ante a ausência de similitude fática entre os acórdãos confrontados. Recurso especial improvido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator. Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Castro Meira, Francisco Peçanha Martins e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 25 de novembro de 2003 (Data do Julgamento) MINISTRO FRANCIULLI NETTO Relator Documento: 444922 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 22/03/2004 Página 2 de 9

RECURSO ESPECIAL Nº 202.958 - RJ (1999/0008804-2) RELATÓRIO EXMO. SR. MINISTRO FRANCIULLI NETTO (Relator): Cuida-se de recurso especial, interposto pela Fazenda Nacional, com fundamento nas alíneas "a" e "c" do inciso III do artigo 105 da Constituição da República, contra v. acórdão proferido pelo egrégio Tribunal Federal da 2ª Região, que ratificou os termos da sentença concessiva do writ na qual foi reconhecida "a ilegalidade do procedimento fiscal iniciado contra a impetrante, via do qual a autoridade coatora efetua novo critério tarifário para as mercadorias importadas através da declaração de imposto (...) e pretende receber as diferenças de tributos " (fl. 85). O v. acórdão objurgado espelha a seguinte ementa: "TRIBUTÁRIO - IMPORTAÇÃO - CLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA - LANÇAMENTO - REVISÃO - INTELIGÊNCIA DO ART. 50 DO DL N. 37/66 E DO ART. 149 DO CTN. - A regra do art. 50, do DL 37/66, integra o procedimento do lançamento do imposto de importação. Por isso, ela não afasta a norma do art. 149 do CTN, relativa à revisão do lançamento dentro de cinco anos, nas hipóteses previstas neste último, art. 149, do CTN. - Revisão do lançamento por erro de fato, erro de direito e pela mudança de critérios jurídicos: distinção. O que não é possível é a revisão do lançamento pela mudança de critérios jurídicos, vale dizer, quando a revisão não se faz para reparar uma ilegalidade, ocorrendo simples alteração de elementos que a lei deixa à escolha da autoridade. Ter-se-á, então, a adoção de novo critério, ou de critério diverso do adotado legalmente, no primeiro lançamento. - Tendo o Fisco acolhido a classificação quando da conferência da mercadoria, a mudança de classificação Documento: 444922 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 22/03/2004 Página 3 de 9

posterior importa classificar o critério jurídico antes adotado. - Precedente: AMS 107.817/MG, Rel. Min. Carlos M. Velloso, extinto TFR. - Apelação e remessa oficial às quais se nega provimento, em decisão unânime " (fl. 104). Inconformada, interpôs a parte o presente recurso especial, no qual alega, em resumo, que o v. acórdão recorrido violou o disposto no artigo 149, incisos IV, V e VI, do CTN, ao argumento de que "a intervenção do Órgão Fazendário a participar do documento de fls. 41 o fez de maneira preliminar, onde consta a expressão: EXAME PRELIMINAR". Longe demais considerar tal participação como aprovação no lançamento por homologação. Trata-se apenas de recebimento da declaração sob condição resolutiva, dependendo de posterior verificação " (fl. 113). Para configurar a divergência jurisprudencial, chama à colação julgado do TRF da 4ª Região. Sem contra-razões (fl. 132v.). É o relatório. Documento: 444922 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 22/03/2004 Página 4 de 9

RECURSO ESPECIAL Nº 202.958 - RJ (1999/0008804-2) EMENTA RECURSO ESPECIAL - ALÍNEAS "A" E "C" - TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO - RECLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA - REVISÃO DO LANÇAMENTO - IMPOSSIBILIDADE - AUSÊNCIA DE ERRO QUANTO À IDENTIFICAÇÃO FÍSICA DA MERCADORIA - ART. 149 DO CTN. A impetrante importou da França 2.200 Kg do produto TESAL e recolheu o imposto de importação após regular conferência da mercadoria pela autoridade fiscal. Diante dessas circunstâncias, é de elementar inferência que não poderia o contribuinte, em momento posterior, ser notificado para novo recolhimento do imposto de importação, sob a alegação de que a classificação do produto deveria ser diversa, com incidência de alíquota maior. O art. 149 do CTN autoriza a revisão do lançamento, dentre outras hipóteses, "quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória ", ou seja, quando há erro de direito. Se a autoridade fiscal teve acesso à mercadoria importada, examinando sua qualidade, quantidade, marca, modelo e outros atributos, ratificando os termos da declaração de importação preenchida pelo contribuinte, não lhe cabe ulterior impugnação do imposto pago por eventual equívoco na classificação do bem. Divergência jurisprudencial não-configurada ante a ausência de similitude fática entre os acórdãos confrontados. Recurso especial improvido. Documento: 444922 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 22/03/2004 Página 5 de 9

VOTO EXMO. SR. MINISTRO FRANCIULLI NETTO (Relator): Do acurado exame dos elementos de convicção reunidos nos presentes autos, verifica-se, conforme relatado pelo v. acórdão recorrido, que "a impetrante importou da França 2.200 Kg do produto TESAL, que foi classificado na posição 34.02.08.00, com a concordância da própria CACEX - Carteira de Comércio Exterior, que foi desembaraçada na Alfândega do Rio de Janeiro através da guia de importação (...). Por ocasião da liberação dos despachos aduaneiros, a impetrante recolheu todos os impostos legais devidos, como se verifica dos comprovantes anexos". (...) As mercadorias em questão foram devidamente conferidas pelo Sr. Agente fiscal, no que pertine a quantidade, qualidade, marca, modelo e demais características que identificavam as mercadorias para fins de classificação tarifária, tudo na forma contida nas declarações de importação " (fl. 97). Diante dessas circunstâncias, é de elementar inferência que não poderia o contribuinte, em momento posterior, ser notificado para novo recolhimento do imposto de importação, sob a alegação de que a classificação do produto deveria ser diversa, com incidência de alíquota maior. Tal conduta não encontra respaldo na legislação tributária de regência, cujas disposições asseguram a revisão do lançamento apenas quando há erro de direito, e não de fato. Confira-se: "Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: omissis Documento: 444922 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 22/03/2004 Página 6 de 9

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória ". Dessa forma, inexistente o erro quanto à identificação física da mercadoria, é defesa a posterior revisão do lançamento pelo Fisco. Se a autoridade fiscal teve acesso à mercadoria importada, examinando sua qualidade, quantidade, marca, modelo e outros atributos, ratificando os termos da declaração de importação preenchida pelo contribuinte, não lhe cabe ulterior impugnação do imposto pago por eventual equívoco na classificação do bem. Oportuno lembrar, outrossim, que o extinto Tribunal Federal de Recursos consagrou na Súmula 227 o entendimento de que "a mudança de critério jurídico adotado pelo fisco não autoriza a revisão de lançamento ". Nessa linha de entendimento, veja-se, dentre outros, o seguinte aresto deste Sodalício: "TRIBUTÁRIO. IPI. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. CLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA. AUTUAÇÃO POSTERIOR. REVISÃO DE LANÇAMENTO POR ERRO DE DIREITO. SÚMULA 227/TRF. PRECEDENTES. - Aceitando o Fisco a classificação feita pelo importador no momento do desembaraço alfandegário ao produto importado, a alteração posterior constitui-se em mudança de critério jurídico vedado pelo CTN. - Ratio essendi da Súmula 227/TRF no sentido de que 'a mudança de critério jurídico adotado pelo fisco não autoriza a revisão do lançamento'. Documento: 444922 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 22/03/2004 Página 7 de 9

- Incabível o lançamento suplementar motivado por erro de direito. - Recurso improvido " (RESP 412.904/SC, Relator Min. Luiz Fux, DJU 27.05.2002). No tocante ao alegado dissídio, verifica-se que melhor sorte não assiste ao recurso especial ante a ausência de similitude fática entre os arestos confrontados. O v. acórdão paradigma, diversamente do acórdão embargado, refere-se tão-somente ao lançamento por homologação, sem examinar a questão jurídica discutida nos presentes autos relativa à revisão do lançamento de mercadoria sobre a qual incidiu o imposto de importação. Ante o exposto, nego provimento ao recurso especial. É como voto. Ministro FRANCIULLI NETTO, Relator. Documento: 444922 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 22/03/2004 Página 8 de 9

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 1999/0008804-2 RESP 202958 / RJ Números Origem: 212971890 9002129718 9270817 PAUTA: 06/11/2003 JULGADO: 25/11/2003 Relator Exmo. Sr. Ministro FRANCIULLI NETTO Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro FRANCIULLI NETTO Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. WALLACE DE OLIVEIRA BASTOS Secretária Bela. BÁRDIA TUPY VIEIRA FONSECA AUTUAÇÃO RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : FRANCISCO DE ASSIS DE OLIVEIRA E OUTROS RECORRIDO : SMITHKLINE E COMPANHIA ADVOGADO : ANTÔNIO CARLOS AMARAL LEÃO ASSUNTO: Tributário - Imposto de Importação CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator." Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Castro Meira, Francisco Peçanha Martins e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator. O referido é verdade. Dou fé. Brasília, 25 de novembro de 2003 BÁRDIA TUPY VIEIRA FONSECA Secretária Documento: 444922 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 22/03/2004 Página 9 de 9