CATALIZADORES Ru/ZrO 2 e Ru-Sn/ZrO 2 APLICADOS NA HIDROGENAÇÃO SELETIVA DO ALDEÍDO CINÂMICO

Documentos relacionados
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE SÍLICAS MESOPOROSAS COM FERRO E COBALTO ASSOCIADOS

CARACTERIZAÇÃO DE CATALISADORES, A BASE DE TITÂNIA, PROMOVIDOS COM PRATA, NA FOTODEGRADAÇÃO CATALÍTICA DE EFLUENTES TÊXTEIS

4006 Síntese do éster etílico do ácido 2-(3-oxobutil) ciclopentanona-2-carboxílico

Giane Gonçalves*, Fernando Quilice Martinelli, Creusa Maieru Macedo Costa, Luiz Mario de Matos Jorge e Onélia Aparecida Andreo dos Santos

4013 Síntese de benzalacetofenona a partir de benzaldeído e acetofenona

HIDROGENAÇÃO DO BREU UTILIZANDO CATALISADOR DE PALÁDIO SUPORTADO EM CARVÃO ATIVO

3001 Hidroboração/oxidação de 1-octeno a 1-octanol

4002 Síntese de benzil a partir da benzoína

CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE CATALISADORES INDUSTRIAIS DE REFORMA A VAPOR DE METANOL E SHIFT

4023 Síntese do éster etílico do ácido 2-cicclopentanona carboxílico a partir do éster dietílico do ácido adípico

4016 Síntese de (±)-2,2'-dihidroxi-1,1'-binaftil (1,1'-bi-2-naftol)

4010 Síntese de p-metoxiacetofenona a partir do anisol

3003 Síntese de 2-cloro-ciclohexanol a partir de ciclohexeno

4001 Transesterificação do óleo de mamona em ricinoleato de metila

PAG Química Estequiometria

4005 Síntese do éster metílico do ácido 9-(5-oxotetra-hidrofuran- 2-ila) nonanóico

QUÍMICA PRIMEIRA ETAPA

2029 Reação do trifenilfosfano com o éster metílico do ácido bromoacético originando brometo de (carbometoximetil) trifenilfosfônio

1011 Síntese do 1,4-di-terc-butil benzeno a partir do terc-butil benzeno e cloreto de terc-butila.

4028 Síntese de 1-bromodecano a partir de 1-dodecanol

3005 Síntese de 7,7-diclorobiciclo [4.1.0] heptano (7,7- dicloronorcarano) a partir de ciclohexeno

2005 Síntese da acetonida do meso-1,2-difenil-1,2-etanodiol (2,2- dimetil-4,5-difenil-1,3-dioxolana)

2004 Redução diastereosseletiva de benzoina com boro-hidreto de sódio a 1,2-difenil-1,2-etanodiol

1017 Acoplamento Azo do cloreto de benzenodiazônio com 2- naftol, originando 1-fenilazo-2-naftol

2008 Esterificação do ácido propiônico com 1-butanol via catálise ácida para a obtenção do éster propanoato de butila

4024 Síntese enantioseletiva do éster etílico do ácido (1R,2S)-cishidroxiciclopentano-carboxílico

5026 Oxidação do antraceno à antraquinona

2022 Redução do L-( )-mentona a ( )-mentol e (+)-neomentol catalisada com hidreto de alumínio e lítio

2017 Obtenção da amida do ácido cinâmico através da reação do cloreto do ácido cinâmico com amônia

3012 Síntese do adamantilideno (adamantanilideno) adamantano a partir de adamantanona

5 Metodologia experimental

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA OBTENÇÃO DE HIDROXIAPATITA PARA FINS BIOMÉDICOS

PRODUÇÃO DE ETILENO A PARTIR DO ETANOL COM USO DE DIFERENTES ALUMINAS COMERCIAIS COMO CATALISADORES

Lista de Exercícios Lei de Hess, Cinética Química e Equilíbrio Químico Prof. Benfica

4 Resultados e Discussão 78. Figura 4.8 DRS-UV-vis para os catalisadores bimetálicos suportados, calcinados a 400 o C por 4 horas.

4004 Síntese de γ-decalactona a partir de 1-octeno e éster etílico do ácido iodoacético

2011 Síntese do L-(+)-tartarato de dietila a partir do ácido L- (+)-tartárico e etanol catalisada por ácido

2023 Redução da D-(+)-cânfora com hidreto de lítio e alumínio para uma mistura isomérica de (+)-borneol e ( )-isoborneol

1º BIMESTRE. Série Turma (s) Turno 3º A B C D E F G H MATUTINO Disciplina: QUÍMICA Professor: CHARLYS FERNANDES Data: / / 2017 Aluno (a): Nº

Produção de hidrogênio a partir do biogás

QUÍMICA PRIMEIRA ETAPA

Química. Xandão (Renan Micha) Soluções

ESTUDO DA CORROSÃO DO Al RECICLADO DA INDÚSTRIA DE BEBIDAS

COVEST/UFPE ª ETAPA

Análises Térmicas. Sandra Maria da Luz

PAG Química Equilíbrio Químico 1. Para o equilíbrio gasoso entre NO e O 2 formando NO 2 (2 NO (g) + O 2 (g) 2 NO 2 (g)), a constante de equilíbrio é

Avaliação Cinética da Gaseificação com CO 2 do Bagaço de Maçã

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE CATALISADORES V/Cr SUPORTADO EM Nb/Al E AVALIAÇÃO CATALÍTICA NA DECOMPOSIÇÃO DO ISOPROPANOL

30/03/2017 Química Licenciatura Prof. Udo Eckard Sinks SOLUÇÕES E SOLUBILIDADE

CROMATOGRAFIA GASOSA PÓS-DOUTORANDO: DANILO SANTOS SOUZA

Colégio Avanço de Ensino Programado

PAGQuímica 2011/1 Exercícios de Equilíbrio Químico

OLIGOMERIZAÇÃO DO GLICEROL CATALISADA POR ÓXIDOS DE FERRO

3015 Síntese de iodociclohexano a partir de ciclohexano e iodofórmio

TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS CONTENDO METAIS PESADOS

4014 Separação enantiomérica de (R)- e (S)-2,2'-dihidroxi-1,1'- binaftil ((R)- e (S)-1,1-bi-2-naftol)

REDUÇÃO DO ÓXIDO DE ZINCO PELO HIDROGÊNIO VISANDO A OBTENÇÃO DA LIGA FeZn

PROVA DE QUÍMICA SEGUNDA ETAPA DO VESTIBULAR 99 DA UFMG

OBTENÇÃO DE SnO 2 NANOESTRUTURADO DE ALTA ÁREA ESPECÍFICA

PROVA ESCRITA DE CONHECIMENTOS EM QUÍMICA

2030 Reação do brometo de (carbometoximetil) trifenilfosfônio com benzaldeído

PROVA DE QUÍMICA 44 PROVA DE QUÍMICA

PROCESSO DE CONVERSÃO À BAIXA TEMPERATURA - CBT

QUÍMICA - QUESTÕES de 1 a 15

SIMULADO de QUÍMICA 2 os anos 2008 TODOS COLÉGIOS

Em nosso planeta o hidrogênio é encontrado na forma combinada, na água, nos oceanos, nos rios, nos minerais e até nos seres vivos.

R: a) t r = 2,23 h b) nº bateladas = 7 c) N Rt = 179,4 kmol por dia

CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA ( CCD) Bruno Henrique Ferreira José Roberto Ambrósio Jr.

NANOESTRUTURAS DE MgO+Cu E ZrO2+Cu PARA O CICLO DA COMBUSTÃO

QUÍMICA. UFBA 99 2ª etapa Quím. 12

Equilíbrio Químico. início x 2x 0 0

Estudo Estudo da Química

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA PROVA DE SELEÇÃO/2011 DO CURSO DE MESTRADO

Desempenho da destilação simulada de alta temperatura usando o cromatógrafo gasoso Agilent 8890

5009 Síntese de ftalocianina de cobre

CPV seu pé direito também na Medicina

3- (UFOP-MG) Observe o diagrama e os dados abaixo a 298 k.

PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO A PARTIR DA REFORMA DO ETANOL

3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL

REVISIONAL DE QUÍMICA 1º ANO PROF. RICARDO

ESTUDO DE REGENERAÇÃO DE CATALISADOR Cu-Co-Al PARA A PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO A PARTIR DO GÁS NATURAL

ANÁLISE TÉRMICA Sumário

4. Resultados e Discussão

SÍNTESE DE BIODIESEL UTILIZANDO ARGILA BENTONÍTICA NATURAL E IMPREGNADA COMO CATALISADOR

FUVEST As fórmulas estruturais de alguns componentes de óleos essenciais, responsáveis pelo aroma de certas ervas e flores, são:

SOS QUÍMICA - O SITE DO PROFESSOR SAUL SANTANA.

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE CATALISADORES DE Co E Fe PARA REAÇÃO DE FISCHER-TROPSCH

DESSULFURIZAÇÃO OXIDATIVA DO DBT CATALISADA POR V 2 O 5 SUPORTADO

PRODUÇÃO DE ÁLCOOIS GRAXOS SUPERIORES A PARTIR DA HIDROGENAÇÃO DE ÉSTERES METÍLICOS UTILIZANDO CATALISADORES A BASE DE COBRE

Resposta: D Resolução comentada: Ci x Vi = Cf x Vf Ci = 0,5 mol/l Cf = 0,15 mol/l Vf = 250 ml Vi = 0,5 x Vi = 0,15 x 250 Vi = 75 ml.

Moacir Cardoso Elias

01/08/2010. química).

Química Analítica I Tratamento dos dados analíticos Soluções analíticas

VALORIZAÇÃO QUIMICA E ENEGÉRTICA DE COPRODUTO DA PRODUÇÃO DO BIODIESEL (GLICERINA)

OPERAÇÕES UNITÁRIAS II

ESTUDO DO DESEMPENHO DE CATALISADORES DESTINADOS À PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO A PARTIR DA REFORMA A VAPOR DE METANOL E DIMETIL ÉTER

3028 Rearranjo de pinacol a pinacolona

CINÉTICA QUÍMICA Estuda a velocidade (rapidez) das reações. Exemplo a síntese do HCl: H 2 (g) + Cl 2 (g) 2HCl(g)

INFLUÊNCIA DO CROMO E NIÓBIO NO CATALISADOR NA REAÇÃO DE DECOMPOSIÇÃO DO ISOPROPANOL

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE CATALISADORES DE Co e Fe PARA REAÇÃO DE SÍNTESE DE FISCHER-TROPSCH.

Transcrição:

CATALIZADORES Ru/ZrO 2 e Ru-Sn/ZrO 2 APLICADOS NA HIDROGENAÇÃO SELETIVA DO ALDEÍDO CINÂMICO Janaína G. Alonso, Fábio S. Toniolo, Onélia A. Andreo dos Santos* Universidade Estadual de Maringá Departamento de Engenharia Química Av. Colombo, 5790, Bloco D90-87020-900 - Maringá - PR - Brazil Telefone: (0-xx-44)261-4756 - Fax: (0-xx-44)263-3440. *E-mail: onelia@deq.uem.br Palavras-Chave: aldeído cinâmico, álcool cinâmico, rutênio-estanho Introdução Indústrias de química fina, especialmente aquelas envolvidas na produção de fármacos, detergentes, cosméticos, flavorizantes, aromatizantes e fragrâncias visam a obtenção de álcoois insaturados por meio da hidrogenação seletiva de compostos orgânicos. Dentre os álcoois insaturados, o álcool cinâmico desperta grande interesse, por ser um importante produto químico para a manufatura de perfumes. Na reação de hidrogenação do aldeído cinâmico a álcool cinâmico, a dupla ligação olefínica (C=C) possui energia de ligação igual a 615 kj/mol, enquanto a dupla ligação carbonílica (C=O) possui energia de 715 kj/mol (1). Desta forma, a hidrogenação da ligação C=C é favorecida termodinamicamente com relação a hidrogenação do grupo C=O. Portanto, é importante desenvolver catalisadores, bem como determinar as condições adequadas de reação, que favoreçam a hidrogenação seletiva da dupla ligação carbonílica e inibam as reações laterais, principalmente a isomerização, que conduz a uma baixa produção do álcool insaturado, neste caso o álcool cinâmico. Diferentes fatores podem influenciar na hidrogenação preferencial da ligação C=O, bem como na hidrogenação das ligações C=C. Entre eles pode-se destacar: o método de preparação, tipo de metal e suportes utilizados na preparação dos catalisadores, adição de elementos promotores e tratamentos térmicos a que são submetidos os catalisadores. As reações de hidrogenação são geralmente catalisadas por metais do grupo da platina (metais de transição do grupo VIII da tabela periódica). No entanto, a seletividade destes metais com relação à hidrogenação da ligação C=O tem se mostrado específica para cada metal, e obedece a ordem Ir > Pt > Ru > Rh (2). A adição de elementos promotores, tais como o estanho, pode alterar as propriedades do catalisador por meio de diferentes mecanismos, que podem ser resumidos em termos de fatores eletrônicos e geométricos, influenciando na atividade e seletividade dos catalisadores metálicos. A primeira tentativa em hidrogenar seletivamente o aldeído cinâmico foi realizada na presença do catalisador óxido de platina não suportado, que se mostrou não seletivo. Contudo, com a adição de íons metálicos na forma de cloreto de ferro (II) e acetato de zinco a platina mostrou-se seletiva na formação do álcool cinâmico (3). Catalisadores Ru/Al 2 O 3, Ru-Sn/Al 2 O 3, Ru/TiO 2 e Ru-Sn/TiO 2, preparados pelo método da impregnação e pelo método sol-gel, foram aplicados na hidrogenação seletiva em fase líquida do aldeído cinâmico a álcool cinâmico. Os resultados dos testes catalíticos mostraram que na presença dos catalisadores monometálicos ocorreu a hidrogenação das duplas C=C e C=O

conduzindo preferencialmente à formação de aldeído hidrocinâmico e dos álcoois cinâmico e hidrocinâmico, além de outros produtos, indicando grande atividade hidrogenante. A adição de Sn nos catalisadores de rutênio revelou acentuada redução na atividade do catalisador. Contudo, ao mesmo tempo houve um aumento considerável da seletividade do catalisador, hidrogenação da dupla C=O, com formação de álcoois insaturados, independente do método de preparação dos catalisadores (4). O comportamento cinético da hidrogenação do citral (3,7-dimetil-2,6-octadienal), um alfa,betainsaturado foi estudado na presença de catalisadores de Ru e Ru-Sn suportados em titânia, preparados pelo método da impregnação, reduzidos em duas diferentes temperaturas, a 523 K (LTR) e a 673 K (HTR). A atividade global do catalisador Ru-Sn/TiO 2 reduzido à alta temperatura (HTR) na hidrogenação do citral, assim como a seletividade a álcoois insaturados na presença de Ru-Sn/TiO 2 reduzidos em ambas temperaturas (LTR e HTR) aumentaram com a razão atômica Sn/Ru, alcançando seus valores máximos para a razão Sn/Ru de aproximadamente 0,2. Isto sugeriu uma promoção da hidrogenação da dupla C=O devido à interação bimetálica Sn-Ru. Além disso, para valores de Sn/Ru maiores que 0,1 o desempenho dos catalisadores foi controlado pelo efeito promotor do estanho (5). O efeito da adição de estanho nas propriedades físico-químicas, na dispersão e na estabilidade térmica do catalisador Ru-B/gama-Al 2 O 3 foi estudado durante a hidrogenação em fase líquida do lactato de etila a 1,2-propanodiol (6). O catalisador Ru-B/gama-Al 2 O 3, preparado pelo método da impregnação, mostrou-se ativo na hidrogenação do lactato de etila. A adição de quantidades apropriadas de estanho (razão atômica Sn/Ru=7%) aumentou significativamente a conversão do lactato de etila e a seletividade a 1,2-propanodiol. Por outro lado, a adição de estanho melhorou a dispersão e estabilidade térmica do catalisador Ru-B/gama-Al 2 O 3. Neste sentido, neste trabalho, foram preparados catalisadores de Ru/ZrO 2 e Ru-Sn/ZrO 2, pelo método da impregnação com excesso de solvente, secos em estufa, calcinados a 400ºC por 5 horas e reduzidos a 400ºC por 4 horas, com o objetivo de avaliar as suas atividades e seletividades na hidrogenação do aldeído cinâmico a álcool cinâmico. Metodologia Preparação dos catalisadores Os catalisadores foram preparados pelo método da impregnação com excesso de solvente. Os precursores metálicos empregados para preparar os catalisadores foram o cloreto de rutênio (III) hidratado (RuCl 3 ½H 2 O, da Sigma), o cloreto de estanho (IV) pentahidratado (SnCl 4 5H 2 O, da Aldrich) e como suporte o óxido de zircônio (ZrO 2, da Merck) com grau de pureza > 98,5%. O solvente usado para preparar as soluções dos sais metálicos nas etapas da impregnação foi o etanol absoluto (C 2 H 5 OH, da Mallinckrodt), grau de pureza > 99% e água desionizada. O catalisador monometálico foi preparado para se obter uma carga metálica de rutênio de 2%, em massa. O catalisador Ru-Sn/ZrO 2, por sua vez, foi preparado a fim de se obter uma razão atômica Ru:Sn de 1:2 (2%Ru e 4,7%Sn em massa). O método de preparação consistiu basicamente em umedecer o suporte ZrO 2, previamente inserido em um balão que se ajusta a um sistema de evaporador rotatório, com água desionizada na quantidade suficiente para formar uma pasta, e, a esta com leve agitação adicionar a solução etanólica contendo o precursor metálico do Comentario [O1]: Quer dizer baixa temperatura de redução (Llow, T=temperature e R=reduction e HTR quer dizer alta temperatura de redução H=high.É necessário colocqr os valores das temperaturas de redução. Não coloquei pois estou sem o artigo aqui em casa.

catalisador. No caso do catalisador bimetálico, fez-se a dissolução dos sais precursores em recipientes separados para em seguida serem misturados e adicionados no ZrO 2. Após a adição da solução etanólica do sal precursor contendo os metais, o balão do evaporador rotatório foi mantido em rotação constante por 15 horas, tempo suficiente para impregnar o suporte, na temperatura ambiente. O longo tempo de contato entre a solução precursora e o suporte destina-se a obter uma melhor distribuição do metal. Antes da etapa de secagem, propriamente dita, os solventes foram eliminados por evaporação a vácuo no evaporador rotatório, com leve aquecimento ( 50ºC). Após, o balão contendo o precursor do catalisador foi transferido para uma estufa a 110ºC, para a secagem em ar, onde permaneceu por 48 horas. Finalmente, o precursor hidratado foi retirado do balão e triturado em finas partículas. Calcinação e redução os catalisadores Para a obtenção do precursor óxido, todos os catalisadores, monometálico e bimetálico, foram calcinados em atmosfera oxidante de ar sintético, dentro de uma célula de quartzo, inserida em um forno cilíndrico vertical, durante um período de 5 horas na temperatura de 400ºC. A temperatura de 400ºC foi atingida com uma velocidade de aquecimento de 10ºC/min e para uma vazão de ar sintético de 15 ml/min. Em seguida, utilizandose do mesmo aparelho da calcinação, por troca dos gases de tratamento, os catalisadores de Ru/ZrO 2 e Ru-Sn/ZrO 2, previamente calcinados, foram reduzidos em atmosfera redutora (2% H 2 98% N 2 ), na vazão de 30mL/min, durante 4 horas na temperatura de 400ºC, que foi atingida com uma velocidade de aquecimento de 10ºC/min. Caracterização dos catalisadores Área superficial específica (área B.E.T), volume específico e diâmetro médio de poros: A análise da área superficial específica (método B.E.T.), do volume específico e diâmetro médio de poros foi realizada em um equipamento da marca Quanta Chrome modelo Nova 1200 para as amostras não calcinadas e também para as amostras calcinadas a 400ºC por 5 horas. Antes da análise propriamente dita, as amostras foram submetidas a um tratamento térmico na temperatura de 150ºC, sob vácuo, para eliminar a água adsorvida durante sua manipulação. Análise termogravimétrica (ATG): O equipamento empregado para realizar as análises de ATG foi uma microbalança PERKIN-ELMER modelo TGA7, e os resultados foram obtidos na forma de termogramas. A massa de sólido utilizada nos ensaios foi de 10 mg, sendo empregada uma velocidade de aquecimento de 20 C/min, para todos os experimentos. A vazão do gás de tratamento, uma mistura gasosa contendo nitrogênio, foi mantida em 20 ml/min. A faixa de temperatura das análise se encontrou entre 50 C e 1000 C. As análises de ATG foram realizadas para todos os catalisadores, não calcinados, previamente secos de modo a remover qualquer umidade existente em sua superfície Redução à temperatura programada (RTP): Nos ensaios com RTP cerca de 100mg do catalisador calcinado, foram introduzidos em um reator de quartzo em forma de U, alimentado com uma mistura gasosa redutora contendo 1,75% de H 2 e 98,25% de Ar, a uma vazão de 30 ml/min. O aumento de temperatura foi programado para uma velocidade de aquecimento de 10ºC/min, desde a temperatura ambiente até 1000ºC. Ao longo da análise foram registrados simultaneamente a temperatura da amostra e o consumo de hidrogênio, por meio de medidas de

condutividade térmica. As análises de RTP foram realizadas tanto para os catalisadores suportados quanto para o suporte, previamente calcinados a 400ºC por 5 horas. Testes catalíticos Os testes catalíticos foram realizados em um reator Parr semibatelada, de aço inoxidável 316, com capacidade de 300 ml, na presença dos catalisadores 2%Ru/ZrO 2 e 2%Ru 4,7%Sn/ZrO 2 secos, calcinados e reduzidos como descrito anteriormente, na temperatura de reação de 150ºC e 50 bar de pressão de hidrogênio sob agitação constante de 1700 rpm. O tempo máximo de reação foi de 6 horas e foram retiradas amostras em intervalos regulares para posterior análise cromatográfica. Análise Cromatográfica A análise dos produtos da reação foi realizada por cromatografia em fase gasosa, utilizando um aparelho Varian 3300 e coluna capilar DB-5 (30 m X 0,25 mm) da marca Instrumentos Científicos CG Ltda., tendo como fase estacionária Polimetil Fenil Siloxana (5% Fenila). A utilização de um integrador modelo CG-200 da marca Instrumentos Científicos CG Ltda., viabilizou a utilização do método do Padrão Interno, que foi o empregado neste trabalho. A coluna capilar era mantida a temperatura inicial de 120 C por 1 min, em seguida aquecida até 200 C com uma velocidade de aquecimento de 7 C/min. Utilizouse hidrogênio como gás de arraste, na vazão de 1 ml/min. O detector utilizado foi do tipo ionização de chama e o sistema de injeção com divisão de amostra foi calibrado para uma razão de divisão de 1/150. As temperaturas do injetor e do detector foram ajustadas a 260 e 270 C, respectivamente. Assim, foi possível determinar a conversão (C), correspondente à fração de aldeído cinâmico (ALDC) consumida, calculada por meio da Equação (1) e o rendimento (R), representando a fração de aldeído cinâmico reagido que se transformou no produto P, calculado por meio da Equação (2). [ ALDC ] [ ALDC ] [ ALDC ] 0 t C(%) = 100 (1) 0 [ P] t [ ALDC ] [ ALDC ] R (%) = 100 (2) 0 t Sendo que: [P]t = concentração do produto P no tempo t, em mol/kg de solução; [ALDC] 0 = concentração inicial de aldeído cinâmico (t=0), em mol/kg de solução; [ALDC] t = concentração de aldeído cinâmico no tempo t, em mol/kg de solução. Resultados e Discussão Caracterização Área superficial específica (área B.E.T), volume específico e diâmetro médio de poros: A Tabela 1 apresenta os valores obtidos para a área superficial específica da zircônia e para os catalisadores de rutênio, estanho e rutênioestanho suportados em zircônia, não calcinados e calcinados a 400 C por 5 horas. Tabela 1. Área B.E.T. do Suporte ZrO 2 e dos Catalisadores Suportados a Área Superficial Específica (B.E.T.) (m 2 /g) Material Não-calcinado b Calcinado c ZrO 2 22 21 2%Ru/ZrO 2 26 20 4,7%Sn/ZrO 2 21 20

2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2 21 22 b Catalisadores secos a 110ºC por 48horas; c Catalisadores calcinados a 400ºC por 5 horas. a Catalisadores preparados pelo método da impregnação úmida; b Catalisadores secos a 110ºC por 48horas; c Catalisadores calcinados a 400ºC por 5 horas. Os resultados apresentados na Tabela 1 mostram que o valor obtido para a área superficial específica dos catalisadores foi de aproximadamente, 20m 2 /g, em média. Observase pela tabela que a adição do rutênio e do estanho no ZrO 2 e a calcinação dos catalisadores não exercem influência significativa nos valores obtidos para a área superficial específica. Os resultados mostram ainda que o valor obtido para a área superficial específica para os catalisadores promovidos com o metal, rutênio e estanho, foi da mesma ordem de grandeza do obtido para o respectivo suporte, independente do tratamento térmico de calcinação, o que é característico do método da impregnação. Desta forma, a natureza do suporte é preservada durante a preparação dos catalisadores pelo método da impregnação. A Tabela 2 apresenta os valores do volume específico de poros enquanto que a Tabela 3 apresenta os valores do diâmetro médio de poros obtidos para ZrO 2 e para os catalisadores de Ru/ZrO 2, Sn/ZrO 2 e Ru-Sn/ZrO 2, não calcinados e calcinados a 400 C por 5 horas. Tabela 2. Volume Específico de Poros do Suporte ZrO 2 e dos Catalisadores Suportados a Volume Específico de Poros (cm 3 /g) Material Não-calcinado b Calcinado c ZrO 2 0,025 0,023 2%Ru/ZrO 2 0,027 0,020 4,7%Sn/ZrO 2 0,022 0,022 2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2 0,022 0,025 Tabela 3. Diâmetro Médio de Poros do suporte ZrO 2 e dos Catalisadores Suportados a Diâmetro Médio de Poros (Å) Material Não-calcinado b Calcinado c ZrO 2 46 44 2%Ru/ZrO 2 42 40 4,7%Sn/ZrO 2 43 43 2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2 43 45 a Catalisadores preparados pelo método da impregnação úmida; b Catalisadores secos a 110ºC por 48horas; c Catalisadores calcinados a 400ºC por 5 horas. De acordo com os dados das tabelas, resultados similares aos da área superficial específica foram obtidos para o volume específico e para o diâmetro médio de poros, em que se observa que tanto a adição do metal quanto o tratamento térmico de calcinação não exercem influência significativa nos valores obtidos para o volume específico e diâmetro médio de poros dos catalisadores. Os valores obtidos para o volume específico e para o diâmetro médio de poros foram, em média, de aproximadamente 0,023 cm 3 /g e 43 Ǻ, respectivamente. Análise termogravimétrica (ATG): A Figura 1 apresenta os perfis de ATG/DATG obtidos para o catalisador suportado 2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2. Resultados similares foram obtidos com os catalisadores de 2%Ru/ZrO 2, 4,7%Sn/ZrO 2, e ZrO 2. A análise dos perfis de ATG/DATG dos catalisadores mostra claramente que ocorreu uma acentuada perda de massa na região entre a temperatura ambiente e 400 C, tornando-se a Catalisadores preparados pelo método da impregnação úmida;

praticamente insignificante após esta temperatura. e livre de cloro, o qual poderia liberar-se na forma de HCl (7). 100 0,00006 Massa (%) 99 98 97 96 DATG ATG 0,00003 0,00000-0,00003-0,00006-0,00009-0,00012 Consumo de Hidrogênio (u.a.) ZrO 2 Sn/ZrO 2 Ru/ZrO 2 Ru-Sn/ZrO 2 95 0 200 400 600 800 1000-0,00015 Temperatura ( o C) 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 Figura 1. Perfis de ATG/DATG do Precursor Hidratado 2%Ru/4,7%Sn/ZrO 2 Preparado pelo Método da Impregnação. A perda de massa observada na região de temperaturas que vai desde a temperatura ambiente até aproximadamente 400 C pode ser atribuída à eliminação de água adsorvida na superfície do sólido, à eliminação de cloro, proveniente do sal precursor, da água hidroxílica e de resíduos orgânicos (etanol), usados na preparação do catalisador, conduzindo à formação de óxidos mistos. A lenta e gradual perda de massa observada para temperaturas superiores a 400 C pode ser atribuída à liberação contínua de traços residuais de H 2 O hidroxílica e de cloro adsorvido mais fortemente na superfície dos catalisadores. Redução à temperatura programada (RTP): A Figura 2 apresenta os perfis de redução à temperatura programada obtidos para os catalisadores 2%Ru/ZrO 2, 4,7%Sn/ZrO 2, 2%Ru- 4,7%Sn/ZrO 2 e para o suporte ZrO 2, utilizado na preparação destes catalisadores, previamente calcinados a 400 C por 5 horas. O perfil de RTP da zircônia mostra a inexistência de picos de redução ou de consumo de hidrogênio, por estar a princípio livre de qualquer tipo de contaminante Temperatura ( C) Figura 2 Perfis de TPR da Zircônia e dos Catalisadores 2%Ru/ZrO 2, 4,7%Sn/ZrO 2, 2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2, calcinados a 400 C por 5 horas. O perfil RTP obtido para o catalisador monometálico Ru/ZrO 2, por sua vez, apresentou um único pico de redução, bem definido, na região de temperatura entre 180 e 250 C, com um máximo a cerca de 220 C, atribuído à redução do RuO 2. De fato, o RuO 2 suportado em alumina, preparado por impregnação com RuCl 3, seco a 120 C e calcinado a 480 C, é reduzido na faixa de temperatura de 178-265 C, com um máximo por volta de 200 C, o qual se desloca para temperaturas mais elevadas quando o teor em rutênio aumenta (8). Por outro lado, o perfil de RTP obtido para o catalisador suportado 4,7%Sn/ZrO 2 apresenta um pico largo de redução de baixa intensidade se comparado com aqueles obtidos para o catalisador de rutênio, na região de temperatura entre 210 C e 530 C, com máximo a cerca de 430 C, evidenciando a ocorrência de uma única espécie de estanho presente na superfície da zircônia. O perfil de RTP de sistemas catalíticos Sn/Al 2 O 3, preparado por impregnação com SnCl 2 dissolvido em ácido clorídrico diluído, seco a 120 C e calcinado a 500 C mostra dois picos de

redução para o estanho, o primeiro entre 280-360 C e o segundo por volta de 530-560 C, evidenciando a ocorrência de duas espécies diferentes de estanho sobre a alumina (9). De acordo com os autores, o estanho seria estabilizado no estado Sn 2+, por interação com o suporte alumina (aluminato), e a ocorrência do segundo pico de redução seria devida à redução deste aluminato. Desta forma, o estanho seria reduzido do Sn 4+ para Sn 2+ num primeiro momento e, do Sn 2+ para Sn metálico, num segundo momento. Por sua vez, o perfil de RTP do catalisador bimetálico 2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2 apresenta três picos de redução. O primeiro, mais intenso e bem definido, na região de temperatura entre 130 e 250 C, com máximo a cerca de 205 C, diz respeito à redução do rutênio. O segundo pico, mais largo, na faixa de temperatura de 260-580 C, com máximo em aproximadamente 290 C e o terceiro, igualmente largo, na faixa de temperatura de 690-1000 C, com máximo a cerca de 870ºC seriam atribuídos à redução do estanho que estaria presente na superfície da zircônia em diferentes estados de oxidação. O deslocamento do pico de redução do rutênio para temperaturas mais elevadas seria devido à interação Ru-Sn, com redução parcial do Sn a esta temperatura, ou seja, a presença de estanho dificulta a redução do Rutênio indicando assim, uma forte interação entre os metais. 2%Ru/ZrO 2, calcinado a 400ºC por 5 horas e reduzido a 400 C por 4 horas. Concentração (mol/kg de solução) 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Tempo (minutos) ALDC ALCC ALDH ALCH Figura 3. Variação da Concentração de Reagente (ALDC) e Produtos (ALCC, ALDH e ALCH) com o Tempo de Reação sobre o Catalisador 2% Ru/ZrO 2. Observa-se pelas Figuras 3 e 4, que nas condições do teste, a hidrogenação do aldeído cinâmico (ALDC) ocorre rapidamente, conduzindo a formação de álcool cinâmico (ALCC) e de pequenas quantidades de aldeído hidrocinâmico (ALDH) e álcool hidrocinâmico (ALCH). Os resultados apresentados na Figura 4 mostram que o rendimento a álcool cinâmico atinge seu valor máximo (29%) para 6 horas de reação, para uma conversão de aldeído cinâmico de 97%. Os rendimentos a aldeído hidrocinâmico e a álcool hidrocinâmico permanecem em valores baixos, com um rendimento máximo em torno de 5% e de 3,7%, respectivamente, durante todo o desenvolvimento da reação. Comentario [O2]: Não se esquecer que a figura esta em inglês???????/ Testes Catalíticos A Figura 3 apresenta a variação da concentração de reagente e produtos com o tempo de reação, enquanto a Figura 4 apresenta a variação do rendimento a produtos e da conversão de reagente com o tempo de reação de acordo com os resultados obtidos com a hidrogenação do aldeído cinâmico na presença do catalisador

100 90 a valores insignificantes de álcool hidrocinâmico (cerca de 1%). 80 % 70 60 50 40 30 20 10 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Tempo (minutos) Conversão de ALDC Rendimento a ALCC Rendimento a ALDH Rendimento a ALCH Figura 4. Variação do Rendimento a Produtos (ALCC, ALDH e ALCH) e da Conversão de reagente (ALDC) com o Tempo de Reação sobre o Catalisador Suportado 2% Ru/ZrO 2. A Figura 5, por sua vez, apresenta a variação da concentração de reagente e produtos com o tempo de reação, enquanto a Figura 6 mostra a variação do rendimento a produtos e da conversão de reagente com o tempo de reação de acordo com os resultados obtidos com a hidrogenação do aldeído cinâmico na presença do catalisador suportado 2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2, calcinado a 400ºC por 5 horas e reduzido a 400 C por 4 horas. Observa-se pelas Figuras 5 e 6, que nas condições do teste, a adição do estanho no catalisador de rutênio suportado em zicônia aumentou o rendimento em álcool cinâmico nas primeiras horas de reação (180 min), favorecendo a hidrogenação da ligação C=O. Os resultados apresentados na Figura 6 mostram que o rendimento máximo a álcool cinâmico, produto desejado, encontra-se em torno de 26%, para 180 min de reação. Por outro lado, a hidrogenação do aldeído cinâmico na presença do catalisador suportado 2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2, calcinado e reduzido, conduz a baixos rendimentos a aldeído hidrocinâmico, em torno de 6%, durante todo o desenvolvimento da reação e Concentração (mol/kg de solução) 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 ALDC ALCC ALDH ALCH 0,0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Tempo (minutos) Figura 5. Variação da Concentração de Reagente (ALDC) e Produtos (ALCC, ALDH e ALCH) com o Tempo de Reação sobre o Catalisador Suportado 2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2. Contudo a presença de estanho diminui a atividade do catalisador, avaliada em termos de conversão do aldeído cinâmico. Na presença do catalisador bimetálico a conversão do aldeído cinâmico foi de aproximadamente 80% enquanto que na presença do catalisador monometálco a conversão observada para o aldeído cinâmico foi de aproximadamente 97%, para 6 horas de reação. % 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 Conversão de ALDC Rendimento a ALCC Rendimento a ALDH Rendimento a ALCH 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Tempo (minutos) Figura 6. Variação do Rendimento a Produtos (ALCC, ALDH e ALCH) e da conversão de reagente (ALDC) com o Tempo de Reação sobre o Catalisador Suportado 2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2.

Desta forma, de acordo com os resultados obtidos, nas condições do testes, observa-se que o catalisador monometálico, além se mostrar mais ativo do que o catalisador bimetálico conduziu praticamente aos mesmos rendimentos em álcool cinâmico (álcool insaturado) durante os testes reacionais, isto é cerca de 29% para o catalisador suportado 2%Ru/ZrO 2 e aproximadamente 26% para o catalisador suportado 2%Ru-4,7%Sn/ZrO 2, embora em diferentes tempos de reação, 6 horas e 3 horas de reação, respectivamente. Por ouro lado, a utilização da zirconia como suporte favorece a hidrogenação da dupla ligação carbonílica em detrimento da dupla ligação olefínica, uma vez que, de acordo com dados da literatura (4) os catalisadores de rutênio e rutênioestanho suportados em titânia ou alumina, apresentam uma alta seletividade na formação do álcool insaturado, porém também altamente seletivos quanto à formação do aldeído hidrocinâmico e/ou do álcool saturado. As análises cromatográficas revelam a existência de outros produtos provenientes da reação, durante todo o teste reacional, para ambos os catalisadores estudados. Contudo, estes produtos não puderam ser identificados por não se dispor dos padrões puros para a calibração do cromatógrafo. Conclusões Os catalisadores 2%Ru/ZrO 2 e 2%Ru- 4,7%Sn/ZrO 2 se mostraram ativos na hidrogenação da dupla ligação olefínica (C=C) e da dupla ligação carbonílica (C=O), hidrogenando o aldeído cinâmico a álcool cinâmico, aldeído hidrocinâmico e álcool hidrocinâmico. O catalisador monometálico (Ru/ZrO 2 ) se mostrou mais ativo do que o catalisador bimetálico (Ru- Sn/ZrO 2 ) na hidrogenção do aldeído cinâmico, sendo que em termos de seletividade ao álcool insaturado (álcool cinâmico), ambos atingiram aproximadamente os mesmos valores, embora para diferentes tempos de reação. A adição de estanho no catalisador monometálico (Ru/ZrO 2 ) aumentou o rendimento em álcool cinâmico nas primeiras horas de reação (180 min) favorecendo a hidrogenação da ligação C=O. Agradecimentos Ao PET (Programa de Educação Tutorial) pelo apoio financeiro na forma de bolsa de estudos e ao DEQ/UEM pelo suporte técnico. Bibliografia 1. Pauling, L., 1967. The Chemical Bond, Cornell Univ. Press. 2. Ponec, V., 1997. Appl. Catal. A: General, 149, 27-48. 3. Tuley, W. F.; Adams, R., 1925. J. Am. Chem. Soc., 47, 3061-3068. 4. Alonso, C. G., 2003. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Maringá. 5. Silva, A. M.; Santos, O. A. A.; Mendes, M. J.; Jordão, E.; Fraga, M. A., 2003. Appl. Catal. A: General, 241, 155 165. 6. Yan, S.; Ge Luo; Qiao, M.; Zhuang, J.; Fan, K., 2004. Appl. Catal. A: General, 275, 95-102. 7. Santos, O. A. A., 1999, Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas. 8. Jinxiang, L.; Lixin, Y.; Shuying, G.; Lijuan, H.; Renyuan, T.; Dongbai, L., 1988, Termochimica Acta, 123, 121-133. 9. Lieske, H.; Völetr, J., 1984, J. Catal., 90, 96-105.