Destaque Depec - Bradesco

Documentos relacionados
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Vendas caíram mais do que o esperado em março e PIB do segundo trimestre deve mostrar contração de 0,2%

Calendário de Eventos Econômicos

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos CARNE SUÍNA AGOSTO DE 2016

Após dados mais fortes do varejo, atualizamos nossa projeção do PIB do segundo trimestre: de uma retração de 0,4% para outra de 0,3%

Retração das vendas do varejo em outubro foi explicada pelo desempenho negativo do setor de supermercados

Crescimento das vendas do varejo em junho indica estabilização do PIB à frente

Retração do comércio varejista sugere que contração da atividade seguirá em curso na passagem do terceiro para quarto trimestre

Destaque Depec - Bradesco

Crescimento das vendas do varejo em novembro foi impulsionado pelo desempenho da Black Friday

Expansão do PIB será muito moderada no primeiro trimestre, conforme sugerido pelos setores de serviço e comércio

Recuo das vendas do varejo em maio reforça nossa expectativa de contração do PIB no segundo trimestre

Varejo restrito acumulou queda de 6,2% em 2016

Destaque Depec - Bradesco

Calendário de Eventos Econômicos

Destaque Depec - Bradesco

Calendário de Eventos Econômicos

Destaque Setorial - Bradesco

Destaque Depec - Bradesco

Destaque Depec - Bradesco

Destaque Depec - Bradesco

Calendário de Eventos Econômicos

Calendário de Eventos Econômicos

Calendário de Eventos Econômicos

Destaque Depec - Bradesco

Calendário de Eventos Econômicos

Calendário de Eventos Econômicos

Calendário de Eventos Econômicos

Destaque Depec - Bradesco

Destaque Depec - Bradesco

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Destaque Setorial - Bradesco

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Calendário de Eventos Econômicos

Calendário de Eventos Econômicos

Destaque Depec - Bradesco

Destaque Depec - Bradesco

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Destaque Depec - Bradesco

Destaque Depec - Bradesco

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 20 de setembro de 2016

Destaque Depec - Bradesco

Destaque Depec - Bradesco

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Vendas no varejo continuaram em queda em abril

Calendário de Eventos Econômicos

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Calendário de Eventos Econômicos

Destaque Depec - Bradesco

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 09 de novembro de 2016

Calendário de Eventos Econômicos

Destaque Setorial - Bradesco

Destaque Setorial - Bradesco

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 23 de agosto de 2016

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 13 de setembro de 2016

Calendário de Eventos Econômicos

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Destaque Setorial - Bradesco Siderurgia

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Boletim do Investimento

Calendário de Eventos Econômicos

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Calendário de Eventos Econômicos

Destaque Setorial - Bradesco Papel e Celulose

Calendário de Eventos Econômicos

Calendário de Eventos Econômicos

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 02 de agosto de 2016

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 17 de novembro de 2016

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 22 de novembro de 2016

Conjuntura Macroeconômica Semanal

Destaque Setorial - Bradesco

Destaque Depec - Bradesco

Calendário de Eventos Econômicos

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Boletim do Investimento

Destaque Depec - Bradesco

Destaque Depec - Bradesco

Calendário de Eventos Econômicos

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos CAMINHÕES AGOSTO DE 2016

Boletim do Investimento

Calendário de Eventos Econômicos

Boletim do Investimento

Agronegócio em Análise

Transcrição:

Destaque Depec - Bradesco Ano XIII - Número 66-9 de dezembro de 06 Mais um ano de elevada produção mundial de grãos deve manter inflação de alimentos baixa, inclusive no Brasil Myriã Tatiany Neves Bast Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos A produção mundial de grãos tem sido muito elevada desde e, com isso, os preços internacionais têm se mantido em patamares baixos, contribuindo para inflação comportada em diversos países. No Brasil, especificamente, uma combinação de fatores adversos tem impedido benefício integral desse movimento internacional, com destaque para a depreciação cambial do ano passado e a quebra da safra interna de grãos. Para o ano que vem, a expectativa é de boas condições para as safras de grãos, inclusive no Brasil e no restante da América Latina. Assim esperamos importante desinflação dos preços internos de alimentos. 9,0% 6,0% 3,0% 0,0%,8% 8,8% 3,0% 6,88% 6,9% 7,88% Produção Consumo Produção Consumo Produção Consumo Mesmo que especificamente em algum país tenhamos quebras importantes em alguns períodos 5,7% 4,54% Nos últimos anos temos observado boas safras de grãos no mundo como um todo. Após as quebras de safra entre e 0, prejudicadas por eventos climáticos de forte intensidade (El Niño seguido de La Niña), as safras mundiais têm apresentado poucas quebras em termos agregados. Em média, o crescimento da oferta mundial dos principais grãos foi de,5% desde esse período crítico. No mesmo período, a demanda total por esses grãos cresceu,3%, levando a um crescimento considerável dos estoques mundiais e mantendo os preços mais baixos.,7%,4% Milho Soja Trigo Com o crescimento da oferta acima da demanda em vários produtos, a inflação de alimentos vem cedendo em diversos países, como Rússia, Colômbia, Chile, EUA, Alemanha e Brasil. Alguns países, incluindo o Brasil, contudo, enfrentaram quebras de safras importantes domesticamente, que limitaram a redução dos preços de alimentos no mercado Média 09-6 06/07,63% 3,89% Crescimento oferta e demanda mundial de grãos local. Na China, por exemplo, houve problemas de oferta de produtos in natura (pressionando a inflação, cujo pico chegou a uma alta superior a 30%). No México e na África do Sul, os efeitos do El Niño foram muito intensos, situação semelhante à observada no caso do Brasil, onde parte da aceleração da inflação de alimentos foi limitada pela recessão econômica.

6,0% 4,0%,0% 0,0%,0% 0,5% 0,85% 4,00%,00% Inflação de alimentos em países selecionados yoy 8,0% 7,54% 6,0% 4,0%,70% 4,00% 4,69% 3,06% 5,0% 5,80%,68% 4,0%,0% 0,0% -,0% -4,0% -,0% -3,0%,40%,0% -0,30% -,80% (*) os dados de 06 se referem ao fechamento de novembro. -6,0% 05 06 05 06 05 06 05 06 05 06 05 06 05 06 05 06 05 06 05 06 Brasil China Chile Colômbia Rússia África do Sul Mexico Inglaterra Alemanha EUA Fonte: Bloomberg, BEA, Bradesco Para a próxima safra, as expectativas continuam sendo muito favoráveis, com estimativas de safra recorde nos EUA e de nova elevação do nível dos estoques mundiais. Quando comparamos com o crescimento da demanda, teremos mais um ano de folga nos mercados dos principais grãos, mantendo os preços bem comportados. Alguma elevação é esperada, até porque as cotações muito deprimidas podem diminuir a intenção de plantio. Mas, dado o nível dos estoques mundiais, não enxergamos espaço para elevações superiores a 5%, salvo em caso de algum problema climático o que ainda não tem probabilidade elevada de ocorrência segundo modelos climáticos das principais agências de meteorologia. A seguir iremos expor as tendências para o clima e os principais fundamentos dos principais grãos e nossa expectativa para os preços no ano que vem. Clima: a maior probabilidade é de condições climáticas normais O clima é sempre protagonista quando pensamos nos preços das commodities agrícolas no ano seguinte. Neste ano, especificamente, tivemos altos e baixos com as previsões climáticas. Desde meados do ano passado, entramos em um período de forte El Niño (quando a temperatura do oceano supera em mais,5 C a temperatura normal). No período crítico para a produtividade na América do Sul, entre setembro e março, a temperatura estava com desvio de pelo menos C. Os efeitos foram bastante expressivos, com quebra importante da safra brasileira de milho (de % em relação à safra anterior) e feijão (de 7% em relação à safra anterior). Em outros países, como África do Sul, observamos comportamento semelhante, com o El Niño tendo um efeito muito importante sobre a produtividade das safras domésticas. A safra do hemisfério norte, no entanto, não foi afetada, pois o período crítico para a definição da produtividade se dá entre junho e início de setembro. Para esse período, o receio era a instalação de um evento La Niña, que poderia afetar negativamente a oferta dos EUA e pressionar preços. O evento acabou não se instalando e, pelo contrário, observamos as melhores taxas de produtividade já observadas das safras norte-americanas. Destaque - Bradesco,5,5 0,5 0-0,5 - -,5 - El Niño La Niña DJF_000 AMJ_000 ASO_000 DJF_00 AMJ_00 ASO_00 DJF_00 AMJ_00 ASO_00 DJF_003 AMJ_003 ASO_003 DJF_004 AMJ_004 ASO_004 DJF_005 AMJ_005 ASO_005 DJF_006 AMJ_006 ASO_006 DJF_007 AMJ_007 ASO_007 DJF_008 AMJ_008 ASO_008 DJF_009 AMJ_009 ASO_009 DJF_ AMJ_ ASO_ DJF_0 AMJ_0 ASO_0 DJF_0 AMJ_0 ASO_0 DJF_03 AMJ_03 ASO_03 DJF_ AMJ_ ASO_ DJF_05 AMJ_05 ASO_05 DJF_06 AMJ_06 ASO_06 Alteração da temperatura oceânica média em 3 meses (*) após 5 medições com temperaturas acima de +0,5 C (abaixo de -0,5 C), um evento El Niño (La Niña) é caracterizado. Fonte: NOAA, Bradesco

Para o ano que vem, feita a ressalva de que as previsões climáticas são marcadas por grande incerteza, a maior probabilidade é de condições climáticas normais. Dessa forma, não deveríamos esperar quebras importantes de safras quando pensamos na oferta mundial de grãos. Alguns casos isolados sempre acontecem, mas não deveriam ter impacto relevante na formação de preços mundiais. Soja: safra norte-americana deve ser recorde, com o mais elevado patamar de produtividade da série histórica Depois de um começo de 06 um pouco mais complicado, quando havia expectativa de queda de produção e do nível de estoques em relação à safra anterior, atualmente as expectativas para esse grão são excelentes. A safra norte-americana deve ser recorde, com o mais elevado patamar de produtividade da série histórica. A produção do país deve subir % na safra 06/07 na comparação com a safra anterior, que havia ficado praticamente estável em relação à safra de /05. 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000.500 3,47.000 Produção Produtividade 5,50 50,0 40,0 30,0 0,0 Produção e produtividade da soja nos EUA em milhões de bushel e em bushel por acre.500.000 500 0,0 (*) os anos se referem ao ano de início de plantio, portanto a safra classificada como 06, na verdade se trata da safra 06/07. - 960 96 964 966 968 970 97 974 976 978 980 98 984 986 988 990 99 994 996 998 000 00 004 006 008 0 06 0,0 A safra norte-americana é o fator mais importante de formação de preços internacionais da soja entre maio e setembro. Assim, essa expectativa de safra excelente já está incorporada nos preços atuais e o mercado tem voltado suas atenções para a safra da América Latina até o próximo ciclo. Sobre o próximo ciclo, que começará a ser acompanhado quando os produtores norte-americanos divulgam quanto de área pretendem dedicar a cada cultura, devemos ter em mente a estrutura de custos de produção daquele país. O principal custo para produtor norte-americano é o custo de oportunidade da terra, isto é, se é mais vantajoso plantar milho ou soja, em linhas gerais. Destaque - Bradesco 0 03 05 Média Sementes 4,08% 4,43% 4,65% 5,05% 4,55% Fertilizantes 3,95%,67%,63% 0,34%,5% Químicos 4,% 4,% 4,3% 4,4% 4,0% Operações de alfândega,6%,63%,64%,8%,68% Combustivel e eletricidade 4,69% 4,77% 4,76% 3,5% 4,34% Reparos 3,90% 3,8% 3,79% 3,88% 3,85% Água para irrigação 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Juros 0,04% 0,0% 0,0% 0,04% 0,03% Pessoal 0,46% 0,46% 0,46% 0,49% 0,47% Custo de oportunidade de trabalho não pago 3,6% 3,6% 3,59% 3,80% 3,65% Custo de recuperação de máquinas e equipamentos 4,39% 4,3% 4,5% 5,0% 4,6% Custo de oportunidade da terra 3,7% 4,80% 5,46% 6,53% 5,% Impostos e seguro,38%,36%,35%,63%,43% Despesas gerais,96%,89%,88%,94%,9% Estrutura de custo de produção de soja nos EUA 3

Assim, a relação entre o preço desses dois grãos segue uma relação fundamental para a decisão de quanto alocar de terra para cada grão e determinará qual o tamanho da oferta do próximo ciclo. Atualmente essa relação está ligeiramente mais vantajosa para a soja e, por isso, a área plantada tende a aumentar, bem como a oferta desse produto, garantindo preços baixos. Assim, até maio esse equilíbrio é tênue, com milho ou soja podendo igualmente ser beneficiados. Mas notamos que essa vantagem tende a ser pequena, dadas as atuais expectativas de clima e da safra sul americana, que não devem sancionar variações abruptas. No Brasil, um dos maiores players mundiais no mercado de soja, também há expectativa de excelente safra, beneficiada por melhores condições climáticas e investimento em fertilizantes. Assim, essa safra poderá passar da barreira de 00 milhões de toneladas de soja, o que já poderia ter ocorrido no começo desse ano, quando fomos duramente atingidos por um dos eventos El Niño mais fortes dos últimos anos. No caso da Argentina também é esperada uma safra grande, beneficiada pelo clima. 07.000 98.000 89.000 80.000 86. 8.499 75.34 0.447 95.435 Produção de soja no Brasil em mil toneladas 7.000 6.000 53.000 5.08 49.989 55.07 68.688 60.08 57.6 66.383 44.000 4.97 35.000 6.000 7.000 9.49 5.394 3.370 3.345 5.934 6.60 8.000 90/9 9/9 9/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/0 0/0 0/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/0 0/ / /3 3/4 4/5 5/6 6/7* Fonte: Conab, Bradesco Com a expectativa positiva para a safra os principais produtores de soja, a safra mundial deverá ser recorde, crescendo novamente acima da demanda mundial. Assim, os níveis de estoques mundiais deve bater novo recorde no ano que vem e a relação estoque sobre consumo mundial segue em patamar muito confortável. Esse comportamento deve manter os preços próximos dos níveis atuais nos mercados internacionais. De fato, esperamos uma elevação de apenas % na média 07 em relação à média deste ano, com o grão encerrando o ano cotado a US$ 0,0/bushel, no mercado de referência. 30,0 8, 7,73 Estoque-consumo Média histórica Relação estoque/uso no mundo - Soja 6,0 6,0 5,0 Destaque - Bradesco,0 9,33 8,0 000/0 9,08 00/0,8 00/03 0,34 003/04 004/05 005/06 006/07 007/08 Preço médio da Soja US$/ bushel 9,35 008/09 009/0 / 6 4 0 8 6 5,0 4 0 0,33 0/ 0/3 03/4 6,3 5, 4,6 7,5 /5 05/6 06/7 8,6 6, 5,9 3,0 4,6 3,,3 0,3 0,5 4,,5 9,5 0,0 0, Fonte: Bloomberg, Bradesco 000 00 00 003 004 005 006 007 008 009 0 0 03 05 06 (p) 07 (p) 4

Milho: produção mundial deverá ser recorde, crescendo acima da demanda mundial pela quarta vez consecutiva Assim como a soja, a cultura do milho também teve um primeiro semestre complicado, com todos os receios de um eventual La Niña forte sobre os EUA justamente no período crítico para a produtividade. No entanto, passado esse momento, os preços vieram consistentemente para baixo, refletindo fundamentos bastante favoráveis para esse grão, ainda mais do que no caso da soja. A produção norte-americana deverá ser recorde, também com maior produtividade já observada historicamente. A expectativa é de aumento de % da produção norte-americana, muito acima do aumento esperado do consumo. 6.000 4.000.000 0.000 Produção Produtividade 80,0 75,3 60,0 40,0 0,0 Produção e produtividade do milho nos EUA em milhões de bushel e em bushel por acre 8.000 00,0 6.000 54,7 4.000.000 80,0 60,0 40,0 0,0 (*) os anos se referem ao ano de início de plantio, portanto a safra classificada como 06, na verdade se trata da safra 06/07. - 960 96 964 966 968 970 97 974 976 978 980 98 984 986 988 990 99 994 996 998 000 00 004 006 008 0 06 0,0 Também no caso desse grão, a safra norte-americana é o fator mais importante de formação de preços internacionais entre maio e setembro. Assim, essa expectativa de safra já está incorporada nos preços atuais e o comportamento do mercado tem se pautado na safra da América Latina até o próximo ciclo. Para o produtor de milho, um dos principais custos de produção é o custo de oportunidade da terra, isto é, se é mais vantajoso plantar milho ou soja, em linhas gerais. Assim, novamente, essa relação será fundamental para determinar o tamanho da oferta do próximo ciclo, sendo que, atualmente, o milho teria a perder na alocação de terra. Por isso, entre soja e milho, há algum consenso entre os analistas de que o milho deverá ter preços subindo mais no ano que vem, refletindo crescimento menor da oferta. No Brasil, o ano foi extremamente complicado para o milho, cultura muito afetada por um dos eventos El Niño mais fortes dos últimos anos. Assim, a oferta doméstica caiu bruscamente, devendo se recuperar na próxima safra. Com essa queda da produção doméstica, os preços internos subiram e acabaram se descolando dos preços internacionais, o que deve ser corrigido com a entrada da nova safra, no primeiro semestre de 07. Destaque - Bradesco 90.000 80.000 70.000 60.000 58.65 56.08 57.407 5.370 5.004 50.000 47.4 4.90 4.9 4.55 40.000 37.44 35.76 30.77 33.74 3.393 35.8 35.007 30.000 4.096 0.000 7.980 84.673 8.506 80.05 66.694 90/9 9/9 9/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/0 0/0 0/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/0 0/ / /3 3/4 4/5 5/6 6/7* 83.88 Produção de milho no Brasil em mil toneladas Fonte: Conab, Bradesco 5

A oferta mundial, portanto deverá ser recorde, crescendo acima da demanda mundial pela quarta vez consecutiva. Os estoques mundiais também devem atingir um patamar recorde. A relação estoque/ consumo, por sua vez, também está acima da média desde 000, mantendo os preços em patamares baixos ao longo do próximo ano. Com a relação estoque/ consumo ainda favorável a preços baixos, mas estável em relação à situação atual, e com a expectativa de redução da área plantada com esse grão, esperamos alta média de 3,4%, atingindo US$ 3,9/bushel no final do ano. 30,0 8,77 7,0 Média histórica Estoque-consumo Relação estoque/uso no mundo - Milho 4,0,0 8,0 9,03 8,33,4,65 8,7 5,0 6,0 4,97 4,44 5,3,0 000/0 00/0 00/03 003/04 004/05 005/06 006/07 007/08 008/09 009/0 / 0/ 0/3 03/4 /5 05/6 06/7 8 Preço médio de Milho US$/ bushel 7 6 5,3 6,8 6,9 5,8 5 4 3,7 3,7 4,3 4, 3,8 3,7 3,8 3,,,3,3,5,,6 0 Fonte: Bloomberg, Bradesco 000 00 00 003 004 005 006 007 008 009 0 0 03 05 06 (p) 07 (p) Trigo: os preços ainda não devem sofrer pressão altista no próximo ano O caso do trigo é um pouco diferente dos anteriores, já que a oferta não chegou a ser tão afetada pelos riscos climáticos. Assim, o preço do grão variou menos ao longo do ano quando comparado aos outros grãos, contando também com a produtividade recorde nos EUA e chegando ao maior nível de produção desde 008. Destaque - Bradesco 3.000.500.000.500 6,.000 500-960 Produção Produtividade 96 964 966 968 970 97 974 976 978 980 98 984 986 988 990 99 994 996 998 000 00 004 006 008 0 5,693 50,0 40,0 30,0 0,0 0,0 0,0 06 Produção e produtividade do trigo nos EUA em milhões de bushel e em bushel por acre (*) os anos se referem ao ano de início de plantio, portanto a safra classificada como 06, na verdade se trata da safra 06/07. 6

No caso do trigo, a produção da União Europeia e dos países da antiga União Soviética é fundamental para os preços internacionais. De fato, a produção das duas regiões cresceu quase 4% entre e 06, enquanto a produção mundial ficou perto do %. Para a safra 06/07, no entanto, a expectativa é de queda de,5% da produção desses países, que deverá mais do que ser compensada pelo aumento de produção dos EUA. Com isso, a produção mundial deve crescer,% na próxima safra e a relação entre estoque e consumo mundial segue muito favorável, melhorando em relação à situação presente. Assim, os preços ainda não devem sofrer pressão altista no próximo ano. Esperamos queda dos preços de trigo, de 3,6% na média do ano, atingindo US$ 4,/bushel no final do ano. 38 35,0 33 3,9 Estoque-consumo Média histórica 34,08 Relação estoque/uso no mundo - Trigo 8 8, 5,80 5,84 3 3,36 0,85 8 000/0 00/0 00/03 003/04 004/05 005/06 006/07 007/08 008/09 009/0 / 0/ 0/3 03/4 /5 05/6 06/7 Preço médio de Trigo US$/ bushel 9 8 7 6 5 4 3,6,7 3, 3,3 3,5 3, 4,0 6,4 8,0 5,3 5,8 7, 7,5 6,8 5,9 5, 4,3 4, 0 Fonte: Bloomberg, Bradesco 000 00 00 003 004 005 006 007 008 009 0 0 03 05 06 (p) 07 (p) Destaque - Bradesco Duas considerações finais sobre a política agrícola nos EUA e a expectativa para a inflação de alimentos Um último ponto merece destaque em nossa análise é a política agrícola nos EUA, com a vitória de Donald Trump. Apesar de esse não ter sido um grande tema de sua campanha, alguns pontos chegaram a ser abordados, como a simplificação de algumas regras de proteção a espécies ameaçadas, a redução ou eliminação da taxa de emissão de carbono (que diminuiria os custos de transporte) e sua abordagem mais geral de incentivar a produção doméstica. Em relação ao etanol, o presidente eleito ainda não deu sinais claros de como será sua política, dando sinais de que aceitaria a elevação da mistura de etanol nos combustíveis, mas ao mesmo tempo incentivando a produção norte-americana de petróleo. Enquanto não escolher o secretário de agricultura, posto para o qual ainda há dúvidas, podemos apenas supor que o escolhido deverá seguir essa proposta geral do Trump, de diminuir a regulação e dar mais incentivos para a produção local. Dessa maneira, é razoável trabalhar com cenário de aumento da produção dos EUA nos próximos anos. Por fim, diante desse quadro ainda muito benigno de oferta de grãos, esperamos, de maneira geral, que a inflação de alimentos siga bem comportada no mundo. A desinflação tende a ser mais intensa do que a observada neste ano, já que o risco climático é menor, diminuindo a probabilidade de fortes quebras de safras em alguns países específicos como vimos no início deste ano. Dessa maneira, as commodities agrícolas não devem ser vetor de pressão inflacionária no ano que vem. Especificamente para o Brasil, O comportamento das commodities como um todo, por sua vez, pode ter um efeito diferente em 07, principalmente os preços de energia. Esses têm subindo nas últimas semanas e devem se manter nos patamares atuais com a promessa de redução de oferta da OPEP e de países fora do grupo. 7

esperamos uma forte desinflação dos preços de alimentos, saindo de uma alta de 8,7% para outra de 4,5% 3. As safras domésticas de milho, soja e feijão devem ser grandes, recuperando as perdas com o El Niño e reduzindo de forma significativa os preços domésticos desses itens e da cadeia derivada. Apenas com a redução dessa pressão em alimentação, o IPCA contará com um alívio de 0,7 p.p.. Destaque - Bradesco 3 Inflação de alimentos no domicílio. 8

Destaque - Bradesco Equipe Técnica Fernando Honorato Barbosa Economista Chefe Economistas: Ana Maria Bonomi Barufi / Andréa Bastos Damico / Ariana Stephanie Zerbinatti / Constantin Jancso / Daniela Cunha de Lima / Ellen Regina Steter / Estevão Augusto Oller Scripilliti / Fabiana D Atri / Igor Velecico / Leandro Câmara Negrão / Marcio Aldred Gregory / Myriã Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo / Regina Helena Couto Silva / Thomas Henrique Schreurs Pires Estagiários: Alexandre Stiubiener Himmestein/ Bruno Sanchez Honório / Christian Frederico M. Moraes / Fabio Rafael Otheguy Fernandes / Felipe Alves Fêo Emery de Carvalho/ Mariana Silva de Freitas / Rafael Martins Murrer O BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO). 9