CONSIDERAÇÕES ACERCA DO RELATÓRIO AVALIAÇÂO EXTERNA 2008 Apreciação global No que concerne ao conteúdo, o relatório da Equipa de Avaliação Externa revela-se, na nossa opiniao, claro e caracteriza a escola com pormenor e rigor. Porém, foram detectadas algumas imprecisões/dúvidas, pelo que julgámos oportuno formular determinadas considerações, como abaixo se discrimina. Ponto II Na caracterização da unidade de gestão dever-se-ia inserir o Centro Novas Oportunidades e os Laboratórios já que as restantes realidades nela se encontram. Achamos oportuno clarificar também que, uma parte dos filhos das populações migrantes, ficam à guarda de familiares idosos e não a maioria, tal como é referido, pois tal não corresponde à realidade objectiva. De salientar ainda que a maioria dos alunos desta escola provém do concelho e cidade de Moura, sendo os restantes oriundos dos concelhos de Barrancos, Serpa e Vidigueira, maioritariamente por défice de oferta formativa nas suas localidades ou interesse preferencial naquela apresentada por esta escola. Aquando da leitura do relatório, pareceu-nos que a ideia veiculada implicitamente apresentava uma distribuição de alunos, quanto à sua proveniência, demasiado equitativa, o que não corresponde ao verificado efectivamente. Ponto III No referente ao ponto 2 Prestação do Serviço Educativo fica pouco claro o critério utilizado na definição de articulação intradepartamental, mais ainda porque na pp. 7, ponto 2.1 se afirma «a coordenação pedagógica nas restantes disciplinas excepção feita a Geografia concretiza-se na dinâmica de trabalho de grupo e na partilha de
conhecimentos». Não são deste modo perceptíveis as razões subjacentes à enumeração de alguns departamentos em detrimento de outros. Também se faz referência à disciplina de Geografia como sendo leccionada por um só professor. Ora tal afirmação não corresponde à realidade, já que a mesma é leccionada por três professores e, tal como em todas as outras áreas disciplinares atrás referidas, a coordenação pedagógica concretiza-se pela dinâmica de trabalho em grupo e na partilha. No ponto 3 Organização e Gestão Escolar parece-nos importante clarificar que os múltiplos constrangimentos, alheios à escola, verificados na formação de pessoal docente e não docente, constituem o fundamento da afirmação proferida Ao nível da formação, nem sempre (a escola) encontrou a solução desejada. Ponto IV 1.1. Sucesso académico É conveniente realçar com alguma veemência a evolução bastante positiva da taxa de transição de 66,5% para 84,6% (vide conclusões). Também no último parágrafo, parece-nos ainda oportuno salientar o papel dos professores das várias disciplinas no sentido da integração dos alunos na escola. 1.2. Participação e desenvolvimento cívico A Câmara Municipal de Moura incentiva os discentes à obtenção de bons resultados escolares, atribuindo o Prémio de Mérito ao melhor aluno do 3º Ciclo e do Secundário e oferecendo a hipótese ao melhor aluno na disciplina de Inglês do 11º ano de participar em Londres no Intercâmbio Multinacional para a Juventude promovido pela União Europeia e patrocinado pela Associação Nacional de Municípios. 2.1. Articulação e sequencialidade reforça-se o exposto no ponto 2 e estranha-se igualmente a exclusão do Departamento de Língua Portuguesa das boas práticas na articulação intradepartamental, dado que muitas das evidências apresentadas provieram do referido Departamento.
Ainda neste ponto esclarece-se que os Directores de Turma acompanham as turmas por ciclo ou seja do 7º ao 9º ano no Ensino Básico ou do 10º ao 12º ano no Ensino Secundário, sempre que tal é possível, e não do 7º ao 12º ano, como foi referido 3.3. Gestão dos recursos materiais e financeiros discorda-se da afirmação proferida na linha 6 da pp. 9, pois não são conhecidas situações de falta de higiene nem de segurança no balneário feminino da escola. A limpeza é feita diariamente por uma funcionária que se encontra a tempo inteiro naquele espaço acompanhando toda a actividade que nele decorre. Reconhece-se, de facto, a pouca funcionalidade do balneário dada a antiguidade da estrutura. Ponto V No que concerne ao ponto fraco assinalado: «reduzida participação/ envolvimento dos pais nas actividades escolares», a escola entende ser antes um constrangimento, dado que emprega repetidas diligências para o envolvimento dos Encarregados de Educação, algumas reconhecidas no próprio relatório. De referir ainda o número considerável de Encarregados de Educação que atendem às reuniões com os directores de turma, em especial nos primeiros anos em que os seus educandos frequentam a escola, bem como a resposta a outras iniciativas. De facto, dadas as características do meio social, a não constituição de uma Associação de Pais e Encarregados de Educação, não deve ser entendida como uma falta de empenhamento ou uma acção isolada dos Encarregados de Educação. Para tal análise é necessário considerar outras premissas. Conclusões Concluímos, pois, que, uma articulação inter e intradepartamental pouco consolidada um dos pontos fracos referenciados neste relatório é, em nosso entender, incompatível com a estabilidade e empenho do corpo
docente, propiciadores de uma cultura de exigência e de rigor ponto forte já que, as soluções educativas encontradas se consolidam pelo debate, reflexão e envolvimento de todos. Em suma, a Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Moura possui uma cultura de exigência e de rigor. Tal cultura só pode existir sustentada em dinâmicas construtivas que, necessariamente, entroncam em interacções intra e interdepartamentais, sem as quais as soluções educativas não conduziriam a melhoria de resultados, como o aumento da taxa de transição de 66,5 % para 84,6 % no Ensino Secundário e a Escola não seria conhecida pelo número de alunos que ingressam no Ensino Superior. A reduzida participação/envolvimento dos pais não constitui, seguramente, um ponto fraco, pois não é atributo da organização mas sim condição externa à organização. Com efeito, são várias as citações do relatório que permitem concluir que a escola envidou todos os esforços para envolver os pais na vida escolar. Lê-se, por exemplo, na pp. 9, que os Directores de Turma recebem os pais fora do horário estipulado, disponibilizam informação relevante e recorrem a meios diversificados de comunicação ; que o Conselho Executivo tem sensibilizado os pais para a constituição de órgãos representativos da Associação de Pais e Encarregados de Educação e solicitado a sua opinião, por inquérito com vista à elaboração de documentos estruturantes da vida escolar. Pelo exposto, entendemos que a reduzida participação/envolvimento dos pais apesar da assiduidade dos representantes dos mesmos em órgãos tão importantes como o Conselho Pedagógico, os Conselhos de Turma e Assembleia de Escola constitui, em nossa opinião, um constrangimento e não um ponto fraco. O Conselho Executivo e a Equipa de Avaliação Interna A Presidente do Conselho Executivo (Maria do Carmo Matado P. Alvarinho)