Fátima Finizola, Solange G. Coutinho. 1 Introdução

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Para começar esse passo a passo, temos que falar primeiramente sobre os materiais usados na produção dessa tela:

DEPARTAMENTO DE EXPRESSÕES ARTÍSTICAS- GRUPO DE RECRUTAMENTO

Transcrição:

Identificação de padrões na linguagem gráfica verbal, pictórica e esquemática dos letreiramentos populares Identification of patterns in verbal, pictorial and schematic graphic language of popular letterings Fátima Finizola, Solange G. Coutinho letreiramento popular, tipografia, linguagem gráfica verbal As paisagens tipográficas urbanas de cada região podem revelar um pouco dos hábitos e costumes de seu povo, bem como elementos de sua cultura visual. Este artigo procura investigar a linguagem gráfica verbal, pictórica e esquemática utilizadas pelos pintores letristas profissionais nos letreiramentos populares de Pernambuco e busca identificar a existência de padrões ou convenções visuais peculiares a este universo. A metodologia de pesquisa adotada considerou duas etapas principais: a primeira consistiu em um estudo comparativo entre pesquisas de outros autores que observaram anteriormente estes artefatos em territórios diversos; a segunda buscou ampliar e detalhar os resultados da fase inicial através de uma pesquisa de campo para estudo de caso específico na cidade do Recife. popular lettering, typography, verbal graphic language Urban typographic landscapes of each region may reveal some of the habits and customs of its people, as well as elements of their visual culture. This article seeks to investigate the verbal, pictorial and schematic graphic language used by professional painters in popular forms of lettering in the state of Pernambuco, and also attempts to identify the existence of patterns or visual conventions common to this particular universe. The research methodology considered two main steps: the first consisted of a comparative study between the research of other authors that observed previously these artifacts in different territories, the latter aimed to expand and detail the results of the previous stage through a field research to develop a case study in the city of Recife. 1 Introdução No corre-corre incessante das grandes cidades, mergulhamos numa rotina por vezes exaustiva e deixamos de lado o hábito de contemplar a paisagem da nossa própria cidade. As ruas, becos, esquinas e avenidas nos convidam a observar com outros olhos as manifestações gráficas da nossa paisagem urbana, e podem nos revelar um pouco dos hábitos e costumes de cada povo, bem como elementos de sua cultura visual. Segundo Walker (2001, p:10), Baron observa que as características da linguagem escrita são sempre moldadas por variáveis sociais, econômicas, educacionais ou tecnológicas, de acordo com determinada sociedade, linguagem ou tempo. Ao caminharmos por nossa cidade percebemos que existe uma série de interferências tipográficas urbanas que convivem conosco no nosso dia a dia. Fachadas de estabelecimentos, placas indicativas de ruas, propagandas em muros e faixas, letreiramentos populares, lambelambes, pichações e grafites, entre outras inscrições que disputam acirradamente os espaços de comunicação. Parte desses artefatos é desenvolvida por designers e publicitários, geralmente a partir de sistemas de impressão mecânicos e digitais e dispostos na cidade em espaços regulamentados por órgãos oficiais; o restante é desenvolvido por cidadãos comuns, em sua maioria por meio de processos manuais, caracterizando-se como instrumentos de comunicação alternativos que ocupam de forma aleatória os espaços públicos. Coutinho (2007) observa que: paralelamente a uma tipografia denominada canônica, com suas regras e implicações, há aquela produzida por indivíduos que se encontram à margem do sistema dominante (Coutinho, 2007, p:4). Nesse contexto, Dohmann (2007) identifica a tipografia vernacular, como aquela que surge do intermédio entre a necessidade de transmitir

algo e uma carência de conhecimento mais apurada, construída a partir da restrita bagagem cultural de indivíduos que desconhecem os postulados das técnicas acadêmicas e escolarizadas (Dohmann, 2007, p:38). Particularmente, no universo da tipografia vernacular, os letreiramentos comerciais populares nos chamam a atenção pela originalidade e diversidade de soluções gráficas empregadas para articulação do texto e imagem nas mensagens, por meio da combinação entre tipografias, ilustrações e grafismos peculiares. Identificamos os letristas populares como os principais responsáveis pela sua produção. Notamos, entretanto, que há certa hierarquia entre estes artífices: existem aqueles letristas considerados profissionais, que possuem um elevado domínio técnico do ofício de pintar letras, e que fazem dessa prática sua fonte de renda; por outro lado, há também os letristas ocasionais, que pintam letreiros no improviso com o objetivo de suprir uma necessidade comunicacional emergente, de forma rápida e objetiva. Finizola (2010b) aponta que há duas vertentes que norteiam o processo de elaboração dos letreiramentos populares: o primeiro grupo, que ela denomina especificamente de manuscritos populares, caracteriza-se por uma produção mais espontânea e ingênua, geralmente produzida por pessoas comuns ou donos dos próprios estabelecimentos comerciais de maneira improvisada sem nenhum projeto prévio. Já o segundo grupo, abarca a produção de inscrições comerciais desenvolvidas por artífices profissionais, que geralmente não passaram por nenhum curso técnico no ofício de desenhar letreiros, mas que desenvolvem regularmente essa atividade e possuem um domínio mais elevado das técnicas de pintura e desenho de letras. Objetivos gerais e específicos O estudo elaborado neste artigo apresenta um desdobramento dos procedimentos metodológicos desenvolvidos por Finizola (2010a) durante a pesquisa de mestrado Panorama Tipográfico dos Letreiramentos Populares um estudo de caso na cidade do Recife, cujo objetivo geral foi o de investigar a produção de letreiramentos populares de Pernambuco em busca de traçar um perfil da produção destes artefatos nesta região, com ênfase nos seus aspectos tipográficos. Como objetivo específico deste artigo, propomos uma reflexão sobre a linguagem gráfica verbal, pictórica e esquemática presente nos letreiramentos populares, em busca de identificar padrões na articulação das informações nos artefatos comunicativos provenientes do design vernacular. No contexto desta pesquisa, ao utilizarmos a expressão letreiramentos populares empregaremos o termo letreiramento na sua forma mais abrangente, como uma técnica que inclui todo e qualquer desenho de letras, independentemente da ferramenta, método ou suporte utilizado para sua reprodução, porém considerando apenas aqueles artefatos confeccionados por técnicas manuais, como a pintura, por artífices muitas vezes anônimos que não passaram por nenhuma formação acadêmica na área. 2 Definindo a linguagem gráfica Para o desenvolvimento de nossas tarefas rotineiras podemos identificar diferentes tipos de linguagem que utilizamos diariamente. Twyman (1982) aponta que do ponto de vista da linguística, a linguagem é dividida em duas grandes áreas: a falada e a escrita; e do ponto de vista do design gráfico a linguagem é dividida em verbal e pictórica. No entanto, Twyman sugere um modelo que acomoda tanto a abordagem lingüística quanto a gráfica, onde demonstra a distinção entre o modo e o canal de comunicação em relação à linguagem (figura 1).

Figura 1: Modelo de Twyman construído a partir de uma abordagem lingüística e gráfica em relação à linguagem (fonte: Finizola, 2010b). Com a finalidade de compreendermos melhor o processo de articulação da linguagem gráfica nos artefatos pertencentes ao universo da comunicação popular, em busca de investigar a existência padrões ou convenções recorrentes no contexto daqueles artefatos desenvolvidos por letristas profissionais, elegemos dentre os estilos de linguagem apontados por Twyman (1982), a linguagem gráfica verbal, pictórica e esquemática como nosso objeto de estudo. Na perspectiva do presente estudo consideramos que a linguagem gráfica verbal compreende os caracteres ortográficos, para-ortográficos e dígitos utilizados para a representação da escrita, enquanto a linguagem gráfica esquemática engloba aqueles artifícios gráficos utilizados para facilitar a organização visual do texto, como barras, fios, etc. que geralmente não se enquadram na categoria pictórica (Finizola, 2010b). 3 Identificando padrões na linguagem gráfica dos Letreiramentos Populares Se olharmos com atenção, a gráfica popular possui uma assombrosa coerência, apesar de suas manifestações concretas [letreiros, murais, anúncios, etc.] terem sido feitas por pessoas distantes tanto no tempo como no espaço. Chama a atenção, por exemplo, que certos elementos gráficos, como símbolos, letras e cores, apareçam sem grandes variações em lugares distantes e ainda que tenham sido feitos por pessoas distintas em épocas diferentes. Inclusive, há elementos que transpassam as fronteiras nacionais, e que podem chegar a ser considerados como pertencentes à cultura latinoamericana. (Rojas & Soto, 2001, p:1). De acordo com Finizola (2010b) a elaboração dos letreiramentos populares não é uma prática tipicamente brasileira, pois a encontramos em outros países. Mais do que relacionados a um território específico, a autora observou algumas evidências de que os letreiramentos apresentam características recorrentes em virtude das ferramentas de trabalho em comum utilizadas para executá-los, bem como das técnicas empregadas, geralmente construídas de forma intuitiva, muitas vezes desvinculadas de uma formação especializada na área. A autora também aponta que assim como o estilo caligráfico gótico, que se estendeu em vários padrões visuais em diferentes países da Europa, podemos inferir que também existam padrões visuais de letreiramentos populares mais ou menos peculiares a essa ou àquela região, de acordo com suas influências e referências culturais. A partir do levantamento de outras pesquisas realizadas sobre os letreiramentos populares e temáticas correlacionadas, como os manuscritos populares, a tipografia vernacular e a tipografia popular, tentamos traçar um perfil geral desse artefato de comunicação, sob o ponto de vista do design gráfico, com ênfase em seus aspectos tipográficos. Nesse sentido, pudemos identificar certos padrões visuais recorrentes, mesmo em diferentes lugares e culturas.

Métodos de Análise Para o desenvolvimento da análise dos letreiramentos populares e suas convenções gráficas verbais, pictóricas e esquemáticas, foi realizada uma investigação de acordo com duas etapas distintas: Fase 1 Revisão bibliográfica de 5 autores brasileiros e 1 estrangeiro que já realizaram análises semelhantes a partir da observação do mesmo objeto de estudo os letreiramentos populares -, para verificar as características comuns já identificadas por eles em territórios diversos: Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará, Pará e Inglaterra de acordo com o Quadro1: Quadro 1: Autores selecionados para a investigação Autor selecionado para análise Alan Lima Coutinho Bianca Faria Fernanda de Abreu Cardoso Tarcísio Martins Filho e Juliana Lotif Fernanda Martins Sue Walker Região observada Recife PE Recife PE Rio de Janeiro RJ Fortaleza CE Belém PA Inglaterra Filho & Lotif (2010) foram acrescentados à amostra num momento posterior aos outros autores, por verificarem a mesma ocorrência das características elencadas por Finizola (2010a) também nos letreiramentos populares da cidade de Fortaleza. Fase 2 Pesquisa de Campo na cidade do Recife para registro e catalogação de letreiramentos populares pertencentes a paisagem urbana desta cidade por meio de fichas de análise, para posterior exame dos elementos mais expressivos da linguagem gráfica verbal, pictórica e esquemática presentes nestes artefatos, em busca de ampliar os dados coletados na fase anterior. A ficha de análise desenvolvida contemplou com maior ênfase os aspectos da linguagem gráfica verbal presentes nos letreiramentos populares, de acordo com os aspectos intrínsecos e extrínsecos 1 da linguagem gráfica de cada artefato observado. Os elementos intrínsecos foram catalogados de acordo com oito atributos formais da tipografia, elencados por Dixon (2008): construção, forma, proporção, modulação, peso, serifas/terminais, decoração e caracteres-chave. Já os elementos extrínsecos observados foram cor, alinhamento, disposição das letras e uso de minúsculas e maiúsculas. Apesar de serem encontrados numa incidência relativamente menor nos artefatos registrados, os elementos da linguagem pictórica e esquemática também foram analisados. No caso da linguagem esquemática, o instrumento de análise possibilitou registrar e descrever livremente os elementos mais empregados para organizar o texto. A análise da linguagem pictórica foi realizada a partir do registro do tema da ilustração, bem como o seu estilo realista, icônico ou abstrato. Universo de Análise Foi desenvolvida uma pesquisa de campo exploratória inicial onde foram registrados 50 letreiramentos de forma indiscriminada para familiarização com o objeto de estudo. Em um segundo momento, através de uma pesquisa de campo sistematizada, foram registrados e 1 Segundo Twyman (1981), podemos dividir as características da linguagem gráfica em duas categorias: os aspectos intrínsecos e extrínsecos. Os intrínsecos se referem aos elementos que definem a forma particular de cada letra, caracterizando um conjunto específico de caracteres, definindo seu estilo; os extrínsecos se referem à relação entre os caracteres e o suporte, a maneira como são configuradas e organizadas as informações num layout, influenciando diretamente a hierarquia das informações.

catalogados, por meio das fichas de análise, 80 artefatos de comunicação popular de acordo com quatro roteiros urbanos que contemplaram vários bairros da cidade do Recife. 4 Resultados A partir da análise das pesquisas catalogadas durante a fase 1 da investigação, traçamos um perfil geral dos artefatos de comunicação popular, sob o ponto de vista do design gráfico, elencando as principais características formais dos letreiramentos populares recorrentes nas obras estudadas (Quadro 2). Quadro 2: Resumo inicial das principais características formais dos letreiramentos populares (Finizola, 2010b) Principais características formais dos letreiramentos populares 01 Predominância de maiúsculas. 02 Mistura ou alternância, em uma mesma sentença, de variações de estilo, corpo e peso. 03 Proporções das letras adaptadas às circunstâncias específicas de cada suporte. 04 Textura da ferramenta aparente (pincel). 05 Caracteres-chave definidos de acordo com o traço específico de cada artista. 06 Preferência por fontes sem serifa e pouca incidência de cursivas. 07 Uso de recursos decorativos nas tipografias: sombras, contornos, hachuras, simulação de volume. 08 Preferência por alinhamento centralizado ou justificado. 09 Disposição de textos em curva, na vertical ou inclinados. 10 Elementos esquemáticos recorrentes na articulação do texto: fios, balões, boxes, asteriscos, molduras e setas. Partindo das observações gerais em relação aos aspectos gráficos dos letreiramentos populares, passamos para um estudo de caso específico dos letreiramentos na cidade do Recife, a fim de verificar a incidência das características assinaladas nas pesquisas anteriores, bem como detalhar e ampliar as informações do quadro inicial proposto. Dessa forma iniciamos a fase 2 da investigação, com o objetivo de identificar padrões na linguagem gráfica verbal, esquemática e pictórica nos letreiramentos que constituíram nosso universo de análise. Apresentamos a seguir os principais resultados apontados por Finizola (2010b). Observações quanto à Linguagem Gráfica Verbal De forma geral, os letreiramentos populares apresentam padrões irregulares em alguns atributos formais, mesmo quando desenvolvidos por letristas especialistas, provavelmente devido às técnicas manuais empregadas para sua confecção. Há uma grande mistura de vários estilos de letras em um mesmo artefato, e mesmo identificando dois ou três padrões tipográficos nestas peças, estes apresentam variações de contraste, peso, largura ou inconsistências no estilo de seus terminais e serifas. Quanto à forma de representação da linguagem gráfica verbal, pudemos observar três caminhos utilizados como base para a construção dos letreiramentos: derivada de referências tipográficas, referências caligráficas ou desenvolvida a partir do desenho (Figura 2).

Figura 2: Letreiramentos com referência a fontes tipográficas, estilos caligráficos e derivados de desenhos (fonte: Finizola, 2010b) Entre as fontes tipográficas referenciadas com mais frequência no trabalho dos letristas do Recife estão as fontes sem serifa geométricas, como a Futura; fontes sem serifa monolineares com terminais arredondados, como a Arial Rounded; e algumas fontes serifadas, preferencialmente de serifa quadrada ou curva, como a Serifa BT. Ao compararmos os letreiramentos com os estilos caligráficos históricos, nota-se também, de forma geral, similaridades com as características formais mais marcantes de alguns desses estilos ou, especificamente, com algumas formas caligráficas isoladas (Figura 3). Figura 3: Letreiramentos com referência a formas caligráficas (fonte: Finizola, 2010b) A partir dos resultados obtidos durante as pesquisas de campo e catalogação dos artefatos registrados por meio da ficha de análise, apresentamos detalhadamente nos Quadros 3 e 4 e nas Figuras 4 e 5 os principais padrões identificados quanto aos aspectos intrínsecos e extrínsecos da linguagem gráfica verbal dos letreiramentos populares da cidade do Recife. Quadro 3: Principais características dos aspectos intrínsecos da LGV dos letreiramentos populares de PE Aspectos Intrínsecos 1. Construção Padrões Encontrados a. Predominância de caracteres construídos de modo contínuo, sem interrupções ou quebras ao longo de suas hastes. b. Identificação de referências claras à ferramenta de trabalho utilizada para desenvolver o letreiramento, de forma natural ou planejada. A referência

Aspectos Intrínsecos 1. Construção Padrões Encontrados natural ocorre, por exemplo, por meio da impressão das pinceladas do letrista sobre o seu suporte. Já a planejada é percebida por meio da decoração de algumas hastes com marcas de pincel ou do uso de hastes cruzadas, que deixam transparecer o movimento de construção de cada letra. c. Forte tendência para o uso quase exclusivo de letras maiúsculas nos letreiramentos. Baixa incidência de letras em estilo mais cursivo que utilizam conexões entre letras. 2. Forma a. Predominância de malhas construtivas em formato retangular, em que a altura total do corpo de cada letra é maior que sua largura. Registro de poucos casos que se utilizam de malhas com formato mais quadrado, ou mesmo hexagonal, fazendo referência ao estilo gótico textura. b. Uso da malha construtiva retangular de duas formas: invisível ou visível. No primeiro caso a malha empregada serve como linhas-guias para orientar a proporção das letras; no segundo, a malha torna-se claramente perceptível resultando num estilo de letreiramento de perfil quadrado. c. Uso balanceado de letras em estilo romano e itálico. Incidência também de peças mistas que alternam mais de um estilo na composição de uma mesma palavra, talvez por imperícia do próprio pintor. 3. Proporção a. Preferência pelo uso de letras com largura condensada ou normal. Registro discreto de artefatos elaborados com letras expandidas ou superrexpandidas, cuja largura dos caracteres é igual ou maior do que a altura das maiúsculas. b. O uso predominante de maiúsculas dificultou o registro de padrões significativos entre a relação altura-x e largura dos caracteres. 4. Modulação a. Predominantemente, nota-se uma falta de consistência e uniformidade na aplicação da modulação no desenho dos caracteres de um mesmo artefato, devido à grande irregularidade no desenho dos caracteres presentes na maioria dos letreiramentos. É comum a variação da modulação ao longo de uma mesma palavra, oscilando a forma de aplicação de contraste nas hastes das letras, talvez pelo fato dos letristas não possuírem plena consciência do seu uso. b. Mais da metade da amostra estudada apresentou modulação nas hastes das letras usando preferencialmente o eixo oblíquo ou vertical. No restante dos letreiramentos modulados, não foi possível identificarmos claramente o eixo, pois seu emprego ocorre de forma inconstante, ou é notado apenas a partir de variações de espessura, mais expressivas, nos terminais das hastes. c. Maior incidência de modulações suaves do que abruptas, ou ainda do seu uso alternado. d. Registro de letreiramentos que possuem hastes praticamente monolineares, que fazem aplicação da variação de modulação mais perceptível apenas nos terminais e remates. 5. Peso a. Preferência pelo uso de tipos com peso bold, provavelmente em virtude do caráter comercial dos artefatos analisados, que devem atrair a atenção, mesmo estando posicionadas a uma longa distância de seu público. A escolha de pincéis, geralmente de espessura mais grossa, também contribui para esse resultado.

Aspectos Intrínsecos 5. Peso Padrões Encontrados b. Incidência também de letreiramentos com peso regular, extrabold e light, porém em menor quantidade. 6. Serifas/terminais a. Pouca incidência do uso de serifas. Mesmo os letristas que reproduzem estilos tipográficos clássicos, geralmente optam por fazer referência às fontes da classe das grotescas. b. Preferência pelo uso de serifas de junção suave com as hastes, em detrimento de junções abruptas. c. Uso restrito de serifas com referência a formas de serifas tipográficas conhecidas quadradas, triangulares, curvas e toscanas. d. Identificação de dois estilos de serifas peculiares aos letreiramentos populares: as serifas arredondadas e as proto-serifas. As serifas arredondadas são similares às triangulares, porém são mais espessas e suas extremidades são redondas e não pontudas. Já as proto-serifas caracterizam-se como terminais que sugerem a formação de serifas, porém de forma incompleta ou irregular, às vezes, pronunciando-se apenas para um dos lados da base das hastes e apresentando, de forma geral, um aspecto arredondado. e. Discreta preferência pelo uso de terminais retos, tanto na finalização das ascendentes como na linha de base. Verifica-se também um número expressivo de letras com extremidades arredondadas ou irregulares. f. Presença de terminais denominados de caligráficos naqueles letreiramentos que tomam partido de estilos mais cursivos, que deixam transparecer os movimentos do pincel. g. Uso restrito de terminais com referência aos terminais clássicos da tipografia, tais como, lágrima, bico ou circulares. 7. Decoração a. Uso significativo de efeitos decorativos no desenho dos caracteres de quase todos os letreiramentos analisados. Entre eles, podemos destacar o uso com maior frequência de sombras, contornos e efeitos 3D, bem como alguns casos peculiares onde foram empregadas letras bicolores, hastes com decoração externa ou interna, perspectivas, hastes duplas e caudas. 8. Caracteres-chave a. Identificação de um conjunto diversificado de caracteres-chave em cada letreiramento, geralmente definido pelo traço de cada pintor. Devido à forte tendência caligráfica presente neste universo, observamos que quase todos caracteres apresentam características únicas, ao contrário das fontes tipográficas, nas quais apenas um caractere pode fazer a distinção entre uma fonte e outra. b. Registro de formas variantes de algumas letras do alfabeto romano, tais como a letra A sem o ápice superior; a letra E com a haste horizontal da linha de base substituída por um arco; a letra C com arco superior quebrado ; e a letra X com uma das diagonais substituída por uma curva sinuosa. c. Registro de peculiaridades estruturais percebidas de forma recorrente em muitos artefatos, como pinceladas aparentes, arcos fraturados, hastes curvas, barras inclinadas entre outros recursos.

Figura 4: Aspectos intrínsecos dos letreiramentos populares (fonte: Finizola, 2010b)

Quadro 4: Principais características dos aspectos extrínsecos da LGV dos letreiramentos populares de PE Aspectos Extrínsecos 1. Cor Padrões Encontrados a. Tendência ao uso restrito de cores em cada peça, geralmente alternando a combinação entre uma ou duas tonalidades diferentes. b. Preferência pelo uso de cores primárias e algumas secundárias, entre elas, o vermelho, o amarelo, o azul, o verde, o branco e o preto. c. Identificações de combinações cromáticas recorrentes também nas combinações entre figura/fundo, sendo frequente o uso de fundos mais claros, como o branco ou o amarelo, em contraste com letras nas cores vermelho, azul ou preto, ou de fundos mais escuros, como o vermelho, o azul-marinho e o preto em contraste com letras brancas. 2. Alinhamento e Disposição das Letras a. Predominância do uso de alinhamento de forma irregular, desvinculado de um eixo visual marcante, ou que mescla mais de um estilo de alinhamento ao mesmo tempo. b. Preferência pelo uso de alinhamento centralizado, seguido pelo justificado ou à esquerda, naqueles artefatos que o utilizam de maneira mais regular. c. Posicionamento do texto no suporte de formas diversificadas. Preferência pela disposição das letras a partir de um eixo horizontal ou em diagonal, combinado com linhas de base lineares ou curvilíneas. d. Disposição de textos no layout também definida ou ajustada de acordo com o espaço disponível no suporte de cada artefato. 3.Uso de Maiúsculas e Minúsculas a. Preferência geral pelo uso exclusivo do texto em maiúsculas em quase todos os letreiramentos analisados. Em menor escala também verificamos a combinação de palavras em maiúsculas com palavras em minúsculas ou versaletes. b. Não foi registrado o uso alternado de letras maiúsculas e minúsculas em uma mesma palavra, porém notamos a utilização de algumas maiúsculas com estrutura semelhante às formas minúsculas (ou cursivas) das mesmas, a exemplo do u, i e do k. 4. Convenções Gráficas a. Registro de convenções gráficas recorrentes na formatação de algumas informações ou textos específicos. b. Uso de letras minúsculas ou maiúsculas em corpo reduzido para grafar preposições ou conjunções de texto como e, ou, em, DO, C/ etc. c. Na formatação de valores promocionais, nota-se o uso recorrente dos algarismos referentes aos centavos em corpo reduzido e, às vezes, sublinhados. d. O uso de palavras indicativas de preço, como A PARTIR e À VISTA, geralmente também antecedem o valor em tamanho reduzido.

Figura 5: Aspectos extrínsecos dos letreiramentos populares (fonte: Finizola, 2010b) Observações quanto à linguagem gráfica pictórica e esquemática No estudo de caso específico desenvolvido na cidade do Recife, observa-se uma predominância de artefatos de comunicação popular que fazem uso preferencial apenas da linguagem gráfica verbal ou da linguagem gráfica verbal em conjunto com elementos da linguagem gráfica esquemática. Aqueles artefatos que recorrem ao uso de elementos pictóricos geralmente fazem referência direta a algum estabelecimento comercial ou serviço específico. Dentre os elementos esquemáticos catalogados notamos que seu uso geralmente varia entre três funções básicas: organizar, destacar ou decorar o texto. Por exemplo, observa-se que linhas, tracejados ou campos coloridos são empregados com freqüência para organizar e distribuir as informações no espaço do layout; já as molduras, balões, splashes ou hachuras também podem ser utilizadas para destacar informações importantes. Nota-se ainda a aplicação de asteriscos para decorar os espaços em branco do suporte. Os elementos pictóricos também servem para compor o espaço diagramado pelo letrista, geralmente com a função de identificar de maneira objetiva o tipo do negócio a que o letreiramento comercial se refere, tais como as associações freqüentemente utilizadas entre cabeleireiro>tesoura, cabeleireiro>pente, lanchonete>hambúrguer, sapateiro>sapato, chaveiro>chave, entre outras. Nestes casos nota-se que a informação pictórica geralmente é redundante em relação à informação presente no texto do artefato e não complementar. Dentre os letreiramentos analisados, a grande maioria optou pelo uso de ilustrações sintéticas como ícones e pictogramas e o restante apresentou ilustrações realistas, abstratas ou reprodução de logotipos já existentes (Figura 6).

Figura 6: Elementos esquemáticos e pictóricos dos letreiramentos populares do Recife (fonte: Finizola, 2010b)

5 Considerações finais A análise desenvolvida neste artigo aponta evidências que existam alguns padrões visuais na linguagem gráfica verbal, esquemática e pictórica dos letreiramentos populares recorrentes em várias regiões, nem sempre diretamente relacionados com influências e referências culturais do território onde está inserido. Estudar a articulação dos elementos da linguagem gráfica nos artefatos da comunicação popular pode sugerir a existência de um conhecimento prévio inerente aos indivíduos comuns, mesmo desprovidos de um estudo especializado na área do design. Novas perguntas surgem e apontam caminhos para pesquisas futuras: onde são adquiridos estes conhecimentos? Os padrões são construídos através de réplicas dos elementos da cultura mainstream? Ou será que há padrões universais ensinados ainda na fase escolar que direcionam mais adiante o trabalho dos pintores letristas? Será que há uma cultura visual popular, que ultrapassa as fronteiras de territórios? Qual o limite entre estes padrões elementares comuns em todas as regiões e aqueles elementos peculiares a determinado território que identificam traços de uma cultura específica? Nesse sentido, este artigo representa uma pequena contribuição para um campo de pesquisa que ainda encontra-se em plena expansão e torna-se também uma forma de registrar a memória gráfica brasileira, com ênfase na produção do design vernacular. Este artigo se insere no projeto de pesquisa Memória Gráfica Brasileira: estudos comparativos de manifestações gráficas nas cidades do Recife, Rio de Janeiro e São Paulo (PROCAD/CAPES 08/2008). Referências Cardoso, F. A. (2003). Design gráfico vernacular: a arte dos letristas. Tese (Mestrado em Design) Pontifícia Universidade Católica, PUC-Rio, Rio de Janeiro. Coutinho, A. L. (2007). Análise tipográfica de letreiros do bairro de Casa Amarela. Anais do 3º Congresso Internacional de Design da Informação 2º InfoDesign Brasil. Dixon, C. (2008). Describing typeforms: a designer s response. InfoDesign - Revista Brasileira de Design da Informação, v. 5, n. 2, p 21-35. Dohmann, M. V. (2008). Pintores de letras brasileiros. Cadernos de Tipografia, n.3. Lisboa, 2007. Disponível em: <http://www.tipografos.net/cadernos>. Acesso em: 14 jun. 2008. p 37-40. Faria, B. (1999). Análise Tipográfica de Manuscritos Populares e proposta para a Criação de Novas Fontes. Monografia de Graduação não publicada; Orientadora: Solange G. Coutinho. Universidade Federal de Pernambuco UFPE, Recife. Finizola, F. (2010a). Panorama Tipográfico dos Letreiramentos Populares: um estudo de caso na cidade do Recife. Dissertação Mestrado não publicada; Orientadora: Solange G. Coutinho. Universidade Federal de Pernambuco UFPE, Recife. Finizola, F. (2010b). Tipografia Vernacular Urbana: uma análise dos letreiramentos populares. São Paulo: Ed. Blucher. Filho, T. M. Lotif, J. (2010). Parâmetros gerais para a tipografia vernacular? A verificação da hipótese em Fortaleza. Anais do XII Congresso de Ciências da Comunicação da Região Nordeste. Martins, B. G. (2007). Tipografia Popular: o ilegível como caminho para a percepção da materialidade. São Paulo: Annablume. Martins, F. (2008). Letras que Flutuam: o abridor de letra e a tipografia vitoriana. Monografia de Especialização em Semiótica e Cultura Visual não publicada. Universidade Federal do Pará, UFPA, Belém.

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