A EXPERIÊNCIA DA PSICOLOGIA NA UATI: FORMAÇÃO ACADÊMICA E BENEFÍCIOS



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Transcrição:

A EXPERIÊNCIA DA PSICOLOGIA NA UATI: FORMAÇÃO ACADÊMICA E BENEFÍCIOS Ana Alice da Silva Pereira UFTM (ana_alicep@hotmail.com) 1 Cecília Fernandes Carmona UFMT (ce.ze@hotmail.com) 2 Deise Coelho de Souza UFTM (deisecsouza@hotmail.com) 3 Vilma Valéria Dias Couto UFTM (vilmacouto@psicologia.uftm.edu.br) 4 Introdução O envelhecimento da população brasileira é um fenômeno incontestável e o aumento da população de idosos gerou maior visibilidade desse grupo que passou a ser alvo de interesse e investimento da sociedade, das políticas públicas e de diferentes áreas de conhecimento tais como a ciências humanas, sociais, da saúde e a educação. Em função do envelhecimento populacional e da busca por maior qualidade de vida, aumenta a necessidade de programas de promoção de saúde ao idoso, uma vez que o crescimento dessa classe os põe em maior evidência e pressionam os serviços de saúde por atendimentos diferenciados, que busquem a ampliação das práticas de forma a privilegiar questões socioeconômicas e culturais, também mantendo em foco mudanças nas políticas públicas de saúde e na participação social no processo da busca por essas melhorias no sistema de saúde oferecido ao idoso (Buss, 2003 citado por Assis, Hartz & Valla, 2004). Essa situação coloca desafios para a previdência, para assistência bem como para a família e a sociedade, por isso há um movimento de maior dedicação e busca dos variados profissionais da área da saúde quanto aos estudos do envelhecimento, assim é importante também salientar a necessidade de se adequar estudos de forma a serem postos em prática dentro da promoção de saúde e prevenção de doenças. Para Veras e Caldas (2001), as doenças crônicas e as dificuldades que essas tendem a gerar, não são necessariamente inevitáveis devido ao envelhecimento, por isso a importância da prevenção constante em todos os períodos da vida. Desse modo, o maior investimento na promoção de saúde poderá ser uma forma de permitir que tanto as políticas públicas quanto a própria população saiam beneficiadas, uma vez que o 1, 2 e 3 Graduandas do curso de psicologia da UFTM 4 Professora do Departamento de Psicologia Clínica e Sociedade da UFTM.

2 investimento em atenção primária e secundária requer menos gastos, ao mesmo tempo em que diminui a probabilidade de que o idoso só procure um profissional quando já estiver em um processo de adoecimento. Há um movimento de maior dedicação e busca dos variados profissionais quanto aos estudos do envelhecimento, assim é importante também salientar a necessidade de se adequar estudos de forma a serem postos em prática dentro da promoção de saúde e prevenção de doenças. Para Veras (2009), as doenças crônicas e as dificuldades que essas tendem a gerar, não são necessariamente inevitáveis devido ao envelhecimento, por isso a importância da prevenção constante em todos os períodos da vida. Desse modo, o maior investimento na promoção de saúde poderá ser uma forma de permitir que tanto as políticas públicas quanto a própria população saiam beneficiadas, uma vez que o investimento em atenção primária e secundária requer menos gastos, ao mesmo tempo em que diminui a probabilidade de que o idoso só procure um profissional quando já estiver em um processo de adoecimento. Outra maneira de busca da prevenção são as práticas oferecidas pelas diretrizes do Plano Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, que busca incentivar um envelhecimento ativo e saudável, juntamente a uma maior integração à saúde da pessoa idosa e a estímulos intersetoriais, apoio e desenvolvimento de pesquisas, troca de experiências em nível universal sobre a atenção à saúde da pessoa idosa, entre outros. Esse momento pode ser considerado um dos propulsores para que a educação começasse a ser reconhecida como direito desse grupo e como necessidade social, se inserindo nesse contexto as primeiras iniciativas de educação a idosos. A questão abordada sobre promoção de saúde é que vem complementar esse quadro, uma vez que iniciativas como essa consideram que através da educação é possível promover saúde. Desde seu início, as Universidades da Terceira Idade têm entre suas razões para implementação a preocupação dos Estados em planejar novas políticas de bem estar social (Neri, 2004). De acordo com Cachioni e Neri (2004), a proposta de trazer a terceira idade ao contexto da universidade tem sua origem na França, quando, na década de 60, há a criação das Universidades do Tempo livre, um espaço para favorecer a relação entre os aposentados e como forma de ocupar seu tempo livre, voltado à sociabilidade e atividades culturais. Estas são precursoras das Universidades da Terceira Idade, que apareceram em 1973, por iniciativa de Pierre Vellas (1997, citado por Cachioni e Neri, 2004) professor de Direito Internacional da Universidade de Ciências Sociais de Toulouse. Esse modelo criado por Pierre Vellas se expandiu pelo Brasil a partir de 2

3 1990, com a criação da Universidade da Terceira Idade da PUC-Campinas e, entre 1990 e 1999 esses programas passaram de seis para cerca de 140, localizados em 18 estados, com abordagens que variam em conteúdo, maneira de apresentação e formato. Além de promover a educação continuada e permitir que a aprendizagem se dê de modo contínuo, ou seja, ao longo de toda a vida do indivíduo, a UATI é também uma forma de respeitar a cidadania do idoso, uma vez que a educação também é um direito seu garantido no Estatuto do idoso. A proposta de uma universidade que inclui a terceira idade baseia-se no conceito de educação permanente, que trata da educação e aprendizagem não como conjunto pontual de eventos institucionais, mas como um processo contínuo e cumulativo. Como objetivos da proposta de educação para a terceira idade, podemos citar aumento na qualidade de vida do idoso, promoção de saúde, participação e autonomia, além do contato com oportunidades educacionais que possibilitem a promoção do desenvolvimento e uma maior inclusão social do idoso (Cachioni & Neri, 2004). Na UFTM, o projeto de Universidade Aberta à Terceira Idade é voltado para a educação de idosos, desde 2009. Trata-se de um projeto de extensão que tem o objetivo de possibilitar aos idosos acesso à universidade numa perspectiva de educação continuada, que visa o resgate da cidadania, a promoção da saúde e do desenvolvimento de convivência saudável. O projeto conta com a participação de discentes e docentes de vários cursos de graduação da UFTM. A programação das atividades da UATI é distribuída, organizada e executa pela comunidade acadêmica que integra o projeto. A participação da Psicologia teve início em 2010 sendo conduzida por 03 acadêmicos da Psicologia, um psicólogo da Residência Multiprofissional em Saúde da UFTM e um discente da Psicologia. De um modo geral a proposta desenvolvida pelos acadêmicos da Psicologia visava a troca de informações e reflexões sobre o processo de envelhecer. O foco do presente artigo é descrever a experiência dos acadêmicos da Psicologia no projeto UATI, buscando apontar os aspectos que favoreceram o processo de educação dos idosos e os benefícios desta experiência, pois se reconhece que este projeto não traz benefícios somente ao grupo de idosos a que se destina, mas também aos executores desse projeto. A UATI também tem por objetivo colocar os estudantes em contato com vivências a que eles não teriam acesso em outras circunstâncias, permitindo uma aprendizagem implícita a partir da experiência de vida de outras pessoas. 3

4 A educação e o idoso De acordo com o Estatuto do idoso (Brasil, 2004), o idoso tem direito à educação respeitando as peculiaridades da sua condição de idade. O documento estabelece que o Poder Público deve criar oportunidades de acesso deste indivíduo à educação, considerando a necessidade de adequação de currículos, metodologias e material didático dos programas educacionais destinados ao idoso. Cabe também ao Poder Público apoiar a criação de universidade aberta para as pessoas idosas. O Estatuto demonstra que a educação é uma via importante de valorização do idoso como cidadão atuante e participativo, capaz de desenvolvimento de potencialidades. A educação é apontada (Santos & Sá, 2000 e Neri, 2004) como um dos meios dos idosos vencerem os desafios impostos pela idade e pela sociedade, proporcionandolhes o aprendizado de novos conhecimentos e oportunidades que favorecem seu bem estar. Para as autoras a educação favorece o fortalecimento da autoestima e da integração dos idosos na sociedade, procurando transpor as limitações e os preconceitos ligados a velhice. A educação do idoso sustenta-se na perspectiva de uma educação permanente que compreende que a educação do homem se faz ao longo da vida e que tem a finalidade de melhorar as competências e capacidades do indivíduo. A educação permanente para idosos vem sendo oferecida principalmente nas Universidades da Terceira Idade. Para Oliveira (2008), esses programas educacionais destinados aos idosos não devem assumir uma conotação meramente assistencialista ou de atividade de lazer, o que pode favorecer a concepção de velhice com uma etapa da vida marcada só de perdas ao não considerar e reconhecer a capacidade de aprendizagem do idoso. Por outro lado, quando a aprendizagem é o propósito destes programas, ressalta-se a perspectiva de aquisições do idoso e conseqüentemente seu desenvolvimento e o aumenta da sua autoestima e de uma imagem social mais positiva do idoso, além de aprimorar a capacidade crítica, a liberdade de expressão e participação desse grupo na sociedade. Confirmando a capacidade de ampliar as aquisições dos idosos, Vigueira (2005) observa que os idosos apresentam motivação para a reinserção em projetos educacionais, enfatiza que os idosos quando estão mais disponíveis devido a aposentadoria, por exemplo, mostram-se mais dispostos a aprender e motivados para 4

5 desenvolver novas relações, tanto com outras pessoas como também com conteúdos de estudo. A autora afirma ainda que os idosos são capazes de retomar hábitos que se perderam com ritmo da vida adulta, tais como de leitura, escrita, reflexão e comunicação com pares. Atualmente, de acordo com Valente (2001), muitas universidades oferecem programas educacionais para idosos que são organizados com aulas e conteúdos curriculares diversos e metodologias diferentes das propostas dos cursos tradicionais. Nos programas de educação voltados para os idosos, a ênfase não é a transmissão de informação e sim a discussão em grupo. Neste espaço grupal é valorizada a diversidade de experiências e idéias ao contrário da uniformização da formação; testes e provas são eliminados e não existe preocupação com certificação. Ainda sobre a relevância do dispositivo grupal no trabalho com idosos, Vigueira (2005) considera que esta estratégia é satisfatória ao processo de educação para o envelhecimento, pois o grupo possibilita ao idoso: O exercício introspectivo por meio do trabalho de reflexão que pode advir dos questionamentos do próprio grupo, O estabelecimento de projeto diários ou semanais, que podem ser compartilhados e realizados com outras pessoas do grupo, Espaço de escuta afetiva e solidária e O fortalecimento da identidade e aumento da autoestima do idoso. Portanto, o desafio é promover, pela via da educação o exercício da autonomia e uma melhor preparação para o processo de envelhecer que certamente passa pela valorização e resgate da imagem social do idoso. Percurso metodológico: a proposta desenvolvida na UATI De um modo geral, a proposta de trabalho da Psicologia consistia em abordar temas que os idosos considerassem relevantes para o grupo a partir dos conhecimentos e contribuições do campo da psicologia. Para isso, a proposta envolvia a realização de um encontro inicial com as turmas de idosos com a finalidade de apresentar os acadêmicos e o professor da Psicologia responsável pelo projeto e de levantar temáticas de interesse dos idosos a serem abordadas nos encontros. Com base nisto, os acadêmicos, sob supervisão do professor, realizavam uma breve revisão de alguns estudos na área da psicogerontologia dentro dos temas foco e depois elaboravam os planos de aula que em 5

6 sua metodologia deveriam envolver e valorizar a participação ativa dos idosos na discussão dos assuntos buscando incentivar a expressão de idéias e experiências de cada um. A UATI da UFTM teve como público alvo pessoas da terceira idade que se inscreveram espontaneamente no projeto. Ao todo o projeto contou com a participação de 26 idosos, sendo a maioria do sexo feminino e apenas dois idosos do sexo masculino. A faixa etária dos idosos era de no mínimo 53 anos e o máximo 76 anos. O estado civil variava entre casados, viúvas e solteiros. Quanto a escolaridade, os níveis também eram variados tendo 01 idoso com ensino superior, 17 com ensino médio (completo ou incompleto) e 08 com ensino fundamental incompleto. O projeto, realizado nas dependências da UFTM, ocorreu em dois tempos, com duas turmas diferentes e metodologias semelhantes, conforme pode ser visualizado no quadro a seguir. Quadro1: Distribuição dos temas e estratégias utilizadas nos encontros da UATI. TURMA 1 TURMA 2 DATAS JUNHO DE 2010 NOVEMBRO DE 2010 TEMA DOS ENCONTROS ESTRATÉGIAS E RECURSOS DIDÁTICOS Apresentação da Psicologia e escuta dos temas sugeridos Sono e insônia Personalidade e autoestima Ansiedade e angústia Aulas expositivas dialogadas, dinâmicas de grupo, dramatizações, construção de diário de sono; data show, DVD e recursos da literatura. Apresentação da Psicologia e escuta dos temas sugeridos Depressão Ansiedade Tempo e envelhecimento Aulas expositivas dialogadas, dinâmicas de grupo, dramatizações, construção do relógio do tempo de vida; data show, DVD e recursos da literatura. Com a primeira turma de idosos da UATI foram realizados 04 encontros, com duração de 02 horas cada, que aconteceram no mês de junho de 2010. No primeiro 6

7 encontro foi realizada inicialmente uma dinâmica de apresentação com a finalidade de proporcionar maior interação entre os participantes e os acadêmicos, seguido de debate sobre o entendimento dos idosos sobre a Psicologia como área de conhecimento e de atuação profissional e do levantamento dos temas que eles gostariam de discutir nos encontros posteriores. Os temas escolhidos e posteriormente discutidos foram ansiedade e angústia, insônia e o sono, autoestima e personalidade. No segundo encontro, a temática da insônia e qualidade de sono na velhice foi alvo de debate. Por meio de aula expositiva dialogada, discutiu-se que apesar da insônia ser uma das queixas mais freqüentes entre os idosos é preciso considerar que existem alterações normais do sono em função da idade e que, por meio de condutas simples, a própria pessoa pode melhorar a qualidade do seu sono evitando o uso de medicamento que induzem o sono. Ao final deste encontro, os idosos receberam um diário de sono e foram orientados a construir durante uma semana o registro diário da qualidade do sono deles, a finalidade era proporcionar que o próprio idoso fizesse uma avaliação mais cautelosa da qualidade de seu sono e posteriormente pudesse refletir sobre o que ele poderia fazer para melhorar a qualidade do seu sono. No terceiro encontro, os temas abordados foram personalidade e autoestima. Para refletir sobre a possibilidade de mudanças na personalidade relacionada à idade, as acadêmicas iniciaram o encontro com a apresentação de recortes de cenas de uma antiga novela assistida pela maioria dos integrantes da UATI chamada de Mulheres de Areia, as cenas mostravam o embate de duas irmãs gêmeas que tinham personalidades muito distintas. Discutiu-se que não existe tipo de personalidade específico da velhice e que apesar da personalidade ser um traço consistente, ela pode variar em longo prazo da vida em função da interação com o meio, das experiências vividas pelo indivíduo ou simplesmente, à medida que a pessoa vai amadurecendo. No que diz respeito à autoestima do idoso, discutiu-se que a imagem pejorativa que a sociedade atual tem do idoso acaba interferindo na autoimagem e consequentemente na autoestima do idoso, aspecto ressaltado na fala de uma idosa que disse: nós não estamos preparados para lidar com a terceira idade, a nossa cultura não valoriza o idoso. Contudo, os idosos reconhecem também que a maior maturidade e experiência de vida favorecem a autoestima do idoso. No quarto e último encontro com este grupo da UATI, os temas foram ansiedade e angústia, foi realizada uma dramatização, feita por uma das acadêmicas, com a finalidade de refletir sobre a dimensão saudável da presença da ansiedade diante de 7

8 situações que demandam atitude e até que ponto ela passa a ser patológica. Discutiu-se que a ansiedade e angústia são estados emocionais que as pessoas podem compreender a partir da própria experiência e que não é a idade que traz a ansiedade, mas as modificações na vida (fala de uma idosa). Sobre a angústia, trabalhou-se com poema Desencanto de Manuel Bandeira que possibilitou a reflexão sobre os destinos criativos a angústia. Com o segundo grupo de participantes da UATI, foram realizados 05 encontros que aconteceram nos meses de outubro e novembro, e tiveram duração de 02 horas cada. As estratégias utilizadas no primeiro encontro, com o primeiro grupo, foram adotadas também para o segundo grupo. Entretanto os temas escolhidos foram depressão, ansiedade e a relação entre tempo e envelhecimento. No segundo e terceiro encontros deste grupo foram abordadas as temáticas da depressão e ansiedade, respectivamente, por meio de aula expositiva dialogada. Buscouse favorecer a expressão de idéias e sustentar o diálogo sobre a relação que eles estabelecem entre sofrimento psíquico e envelhecimento. Buscou-se refletir de modo a criticar a tendência de se acoplar a depressão ao idoso, e assim os próprios idosos afirmam que a velhice é marcada por situações de perda que implica num processo de elaboração e reconhecimento da tristeza que é normal e não deve ser precipitadamente ser chamada depressão patológica. Para favorecer a reflexão dos idosos sobre as situações de perdas e a possibilidade de sustentar novos e antigos projeto de vida foi apresentado recortes do filme up altas aventuras que cujo enredo conta as aventuras de idoso que perde sua esposa. Após discussão do filme, os idosos descreverem seus planos e sonhos. A finalidade da tarefa era promover reflexão sobre a vida de cada um e depois compartilhar com o grupo. No terceiro encontro o tema da ansiedade foi trabalhado por meio de dramatização tal como descrito no encontro do primeiro grupo da UATI visando os mesmos objetivos já destacados acima. No quarto encontro, por meio da dinâmica que envolveu a construção de cada idoso de um relógio que retratasse o passado, o presente e o futuro, discutiu-se a perspectiva temporal do envelhecer cujo processo se inscreve no tempo de vida. Depois de registro no relógio, os idosos compartilhavam com o grupo os momentos vividos e aqueles que ainda estão por vir. Diante de profundidade da experiência e da necessidade de mais tempo para acompanhar os relatos foi preciso marcar um quinto encontro para que todos pudessem compartilhar o seu relógio com o grupo. 8

9 Em fechamento às atividades da Psicologia na UATI, os idosos dos dois grupos avaliaram positivamente o trabalho realizado e consideraram que os encontros foram muito valiosos e possibilitaram enriquecimento e fortalecimento dos laços entre os idosos. Benefícios da experiência da UATI para os idosos e para a formação acadêmica A realização deste projeto proporcionou benefícios tanto para os acadêmicos da Psicologia quanto para os idosos integrantes do projeto. Quanto aos benefícios na formação acadêmica das acadêmicas que participaram do projeto, é possível apontar que estas tiveram a oportunidade de um contato com área da Psicologia do envelhecimento que não seria proporcionado pelas disciplinas ofertadas na graduação, visto que, de acordo com levantamento realizado por Souza, Espote, Silva e Couto (2010), são poucos os cursos de Psicologia que ofertam disciplinas específicas ao estudo do envelhecimento e do idoso no estado de Minas Gerais, ainda mais considerando que esta é uma temática emergente em Psicologia (Neri, 2004; Souza et al, 2010). Além disso, essa experiência proporcionou a elas um conhecimento mais completo da questão do envelhecimento por conciliar teoria e prática, e assim durante as aulas elas tiveram contato com os idosos e suas vivências, o que as levou muitas vezes a confrontar o que tinham visto em teoria, construindo um saber crítico acerca do envelhecimento. Sem essa prática, o conhecimento adquirido não estaria completo, pois como aponta por Goldfarb (2009), para compreender o envelhecimento é preciso voltar à teoria, mas para ser capaz de compreender a singularidade do processo de envelhecer, é preciso ouvir o outro. No contato do grupo com os idosos, muitas idéias veiculadas pelo senso comum foram desconstruídas. O que costuma se esperar do idoso é um sujeito sem muitas capacidades, interessados em temáticas de doença e morte, e que não se propõe a realizar mais nada. O que foi visto na UATI foi muito diferente disso, desde o primeiro momento, na escolha dos temas. Antes do primeiro encontro, realmente houve uma preocupação do grupo em como proceder se os temas escolhidos pelos idosos fossem todos voltados a condições patológicas. No entanto isso não ocorreu. Dos temas sugeridos, alguns deles realmente contemplam um aspecto patológico, como depressão e ansiedade, mas há também temas que remetem a uma preocupação com bem estar e qualidade de vida e também interesse pela aquisição de novos conhecimentos, como nos temas de autoestima e personalidade. Confrontada com a realidade observada, a 9

10 informação veiculada pelo senso comum não se mostrou representativa, e o grupo pôde confirmar que envelhecer trata-se de uma vivência complexa e uma etapa do desenvolvimento que, como todas as outras, é marcada por perdas, mas também ganhos. Frente às novas características da população, observáveis no Brasil e no mundo, há a necessidade de formar profissionais aptos a lidar com as demandas dessa nova população. Além disso, a questão da longevidade traz, muitas vezes, a questão da baixa qualidade de vida e da maior incidência de doenças crônicas, o que justifica a necessidade de trabalhar promoção de saúde para garantir uma maior qualidade de vida nos anos de sobrevida e também para evitar doenças crônicas que possam estar relacionadas a maus hábitos. A experiência na UATI permitiu a todo o grupo maior visibilidade a essas questões, fazendo com que tomassem para si a responsabilidade de pesquisar e difundir, tendo assim um papel ativo na disseminação dessas idéias que são indispensáveis na hora de se compreender o envelhecimento e as mudanças necessárias para se adequar às demandas da nova realidade populacional. O projeto também permitiu pensar a criação de um grupo de pesquisa sobre o envelhecimento, que tem se consolidado a partir da necessidade de entender melhor questões com que o grupo teve contato na UATI. Isso vai de encontro aos objetivos propostos por Pierre Vellas (citado por Neri, 2004) na constituição das primeiras Universidades de Terceira Idade, ao apontar que essas experiências viessem a tornar-se centros gerontológicos. Para os idosos este projeto foi positivo, pois possibilitou aos mesmos a escolha dos temas que eles julgavam interessantes e que possibilitariam um maior conhecimento a eles em diversas áreas como a saúde mental, o bem estar, o processo de envelhecimento e suas características, entre outros. O projeto também possibilitou um maior convívio entre os idosos e o grupo da Psicologia, uma vasta troca de experiências entre todos os participantes, reflexões sobre a vida e um crescimento conjunto do grupo como um todo. Foi percebido também que o contexto educacional e de aprendizagem, possibilitou aos idosos superar alguns desafios e obstáculos impostos pela idade, através de novos conhecimentos e pela busca dos mesmos pelo próprio bem estar como visto por Santos e Sá (2000). Considerações finais Considerando o que foi discutido até agora, fica claro a importância e a necessidade do desenvolvimento de projetos como esse para a formação acadêmica. Questões relativas ao envelhecimento são discutidas por todos os profissionais, já que 10

11 essa alteração nas características da população demanda, em decorrência de suas novas necessidades, mudanças em todos os setores. Para que essa mudança seja efetivada, existe a necessidade de trabalhar a questão do envelhecimento ainda nos anos de graduação, colocando o aluno em contato com essa realidade e assim ajudando a formar profissionais mais aptos a lidar com o que será exigido dele. Como disciplinas que contemplem especificamente o envelhecimento não são ofertadas na UFTM, é a partir de atividades de extensão que esse contato é possível. Além disso, o projeto UATI, a um só momento, traz ao aluno de graduação o contato com a teoria e a prática, o que o permite não só aprender sobre o envelhecimento, mas compreender os diferentes discursos sobre o envelhecer construídos pelos idosos, o que demonstra que esse processo, longe de ser uma experiência homogênea, é vivido de forma única por cada indivíduo. Para lidar com essas novas demandas trazidas pelo envelhecimento, a promoção de saúde é a estratégia que tem sido usada como forma de trazer mais qualidade de vida aos indivíduos e reduzir gastos para o Estado. As universidades da terceira idade se fortalecem nesse contexto, considerando a educação como um modo de promover saúde em todas as idades, e especialmente entre a população idosa, já que essa iniciativa, além de transmitir conhecimentos, proporciona ao idoso a inserção social, aumenta sua autonomia e autoestima e amplia seus vínculos. O projeto UATI promove qualidade de vida aos idosos e proporciona uma formação acadêmica diferenciada aos alunos que participam, e é por isso que se acredita que mais iniciativas desse tipo devem ser incentivadas. Além do fato de propiciar aos idosos oportunidades e experiências que demonstram que a velhice não é um período marcado só por perdas, mas que também envolve ganhos e de novas possibilidades de aprendizagem. A metodologia utilizada no projeto possibilitou aos idosos uma participação ativa neste processo, uma vez que eles eram os responsáveis não só pela escolhas dos temas a serem discutidos mas também pelos relatos de experiência que certamente enriqueceram e agregaram conhecimento a todos. As discussões que ocorreram durante os encontros, permitiram que houvesse uma grande troca de experiências entre todo o grupo, tanto com idosos quanto com os acadêmicos. Outro ponto importante está relacionado às atividades utilizadas pelo grupo da Psicologia na abordagem dos temas. Estas atividades forneceram diferentes modos de compreender os temas, além de proporcionar a eles um modo de aprendizado diferenciado, especialmente privilegiado pelo dispositivo grupal. 11

12 REFERÊNCIAS Assis, M.; Hartz Z. M. A. & Valla, V. V. (2004) Programa de promoção da saúde do idoso: uma revisão da literatura científica no período de 1990 a 2002. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 9, n. 3, 557-581. Brasil. Estatuto do idoso (2004). Lei n.º 10.741, de 1º de outubro de 2003. Cachioni, M. & Neri, A. L. (2004). Educação e velhice bem sucedida no contexto das universidades da terceira idade. Em: Neri, A. L. & Yassuda, M. S. (Orgs.). Velhice bem sucedida: aspectos afetivos e cognitivos. (pp. 29-49). Campinas, SP: Papirus. Goldfarb, D. C. (2009). Envelhecimento e temporalidade: contribuições para uma clínica do envelhecimento. Em: Côrte, B., Goldfarb, D. C., & Lopes, R. G. C. (Orgs). Psicogerontologia: fundamentos e práticas. (pp. 89-94). Curitiba: Juruá. Neri, A. L. (2004). O que a psicologia tem a oferecer ao estudo e à intervenção no campo do envelhecimento no Brasil, hoje. Em: Neri, A. L. & Yassuda, M. S. (Orgs.). Velhice bem sucedida: aspectos afetivos e cognitivos. (pp. 13-27). Campinas, SP: Papirus. Oliveira, R. C. (2008). O tempo precioso da terceira idade: políticas públicas, cidadania e educação. Revista de Ciência da Educação- UNISAL - Americana/SP - Ano X - nº 19, 17-52. Santos, A. T.; Sá, M. A. A. S. (2000). De volta as aulas: ensino e aprendizagem na terceira idade. Em: Neri, A. L. e Freire, S. A. (orgs.) Em: E por falar em boa velhice. Campinas, SP: Papirus. Souza, D. C., Espote, R., Silva, M. S., & Couto, V.V.D. (2010). A formação em psicologia no âmbito da saúde do idoso. Em: Anais da 3ª Semana Acadêmica da UFTM e 6ª Jornada de Extensão Universitária, (pp. 34). Uberaba, MG: Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Valente, J. A. (2001). A aprendizagem continuada ao longo da vida. Em: Kachar, V. (org.). Longevidade: um novo desafio para a educação. São Paulo: Cortez Editora, 27-44. Veras, R. & Caldas, C. P. (2001). Promovendo a saúde e a cidadania do idoso: o movimento das universidades da terceira idade. Ciência e Saúde Coletiva, vol. 9, n. 2, 423-432. 12

13 Veras, R. (2009). Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev. Saúde Pública, vol.43, n.3, 548-554. Vigueira, V. (2005). La resiliencia y los adultos mayores: importancia de su aplicación en grupos de educación para el envejecimiento. Revista Kairós, São Paulo, 8(2), dez. 293-298. 13