DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Documentos relacionados
HISTÓRICO DO AMBIENTALISMO

ATUALIDADES. Atualidades do Ano de Mudanças Climáticas. Prof. Marcelo Saraiva

Introdução Crise Ambiental

Responsabilidade Socioambiental. Prof. Especialista Leandro Borges de Lima Silva

Sistema de Gestão Ambiental

CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS SOBRE O MEIO AMBIENTE


"Hoje nos encontramos numa fase nova na humanidade. Todos estamos regressando à Casa Comum, à Terra: os povos, as sociedades, as culturas e as

Disciplina: Sustentabilidade ambiental. Prof. Leandro Borges de Lima Silva Especialista em Gestão Ambiental

AMBIENTE E TERRITÓRIO 2 ª aula

A população mundial está crescendo a uma taxa exponencial de 1,2% ao ano. Gera crescimento e Desenvolvimento Econômico

Conferências ambientais e Sustentabilidade

CAPÍTULO 16 AGENDA 21

PHA 3001 ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE. Prof. Dr. Theo Syrto Octavio de Souza

A Questão Ambiental PETER BERNSTEIN (1996) Direito Ambiental

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; Fez um balanço tanto dos problemas existentes quanto dos progressos realizados;

CONFERÊNCIAS SOBRE O MEIO AMBIENTE ESTOCOLMO

DIREITO AMBIENTAL. Direito Internacional Ambiental. Parte 6. Professora Eliana Khader

Início e Estruturação

Meio ambiente do trabalho: está vinculado à saúde e ao bem-estar do trabalhador.

Economia e Desenvolvimento Sustentável Créditos de Carbono e o Futuro da Oferta de Commodities

Brasil submete suas INDCs à Convenção do Clima

RIO92+20 HISTÓRIA E EXPECTATIVA. Liana John

Disciplina: Política e Meio Ambiente

POLÍTICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - HISTÓRICO MUNDIAL -SÉCULO XIX

PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

Mercado de Carbono. Protocolo de Kyoto. MSc. AUGUSTO HEINE

Domínios temáticos, Conceitos, Metas de Aprendizagem e Propostas de Estratégias/Atividades. Disciplina de Oferta de Escola

05/11/2015. Responsabilidade ambiental: dilemas e perspectivas

PROBLEMAS E PROTOCOLOS AMBIENTAIS. Judson Lima

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

Desafios da implantação de Programas de Sustentabilidade Corporativa

- CONVENÇÃO SOBRE A PROTEÇÃO E O USO DOS CURSOS D ÁGUA TRANSFRONTEIRIÇOS E DOS LAGOS INTERNACIONAIS (Helsinque, 1992);

Gestão dos Gases de Efeito Estufa

Princípios do Direito Ambiental. Prof. Me. Luane Lemos disponível em

Que futuro queremos?

GESTÃO AMBIENTAL GLOBAL E REGIONAL

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

TRIBUTAÇÃO AMBIENTAL: CAPACIDADE CONTRIBUTIVA X POLUIDOR PAGADOR

DECLARAÇÃO DE CASCAIS

Tratados internacionais sobre o meio ambiente

Arcabouço Institucional. Das primeiras evidências científicas ao Protocolo de Quioto

Responsabilidade Socioambiental como estratégia de Desenvolvimento Sustentável (I)

Ciclo FEBRABAN de 14 º

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Princípios e fundamentos

O Governo da República Federativa do Brasil. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. (doravante denominados as "Partes"),

Departamento de Conservação da Biodiversidade - DCBio Secretaria de Biodiversidade e Florestas - SBF

Bancário Atualidades Meio Ambiente Nilton Matos Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.

Conferências Internacionais

BRICS Monitor. Os BRICS rumo à Rio+20: China. Novembro de 2011

Apresentação da disciplina

Conferência de Estocolmo 1972.

O PAPEL DA SOFT LAW NO DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE

FIESP São Paulo, 2 de junho de 2014

SISEMA. Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Marília Melo - janeiro, 2012

Grupo de Pesquisa. Pesquisa em Sustentabilidade

Declaração da Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano, Estocolmo, 5-16 de junho de (tradução livre)

Um Percurso de Educação Ambiental para a Sustentabilidade: A sua importância para o Setor Turístico

Prof. Gustavo Nascimento. Unidade I DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

CONCEITOS E PRINCÍPIOS DAS POLÍTICAS AMBIENTAIS

Sustentabilidade Haroldo Mattos de Lemos

Gestão Ambiental MEIO AMBIENTE. Prof.ª Yngrid Nantes.

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Conferência das Partes (COP22) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) Marrakech, Reino do Marrocos.

Crédito de carbono: Oportunidade para fecularia de mandioca. V Workshop sobre tecnologias em agroindústrias de tuberosas tropicais

Proposta de Programa Latino-americano e Caribenho de Educação Ambiental no marco do Desenvolvimento Sustentável. Resumo Executivo

DA EFICÁCIA DO ARTIGO 225 DA CONTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Lucas Bastos MUNHOZ 1 Mayara Karoline BERTUOL 2

DIREITO AMBIENTAL. Direito Internacional Ambiental. Parte 3. Professora Eliana Khader

Conselho da União Europeia Bruxelas, 27 de setembro de 2016 (OR. en)

IMPACTOS AMBIENTAIS - CONCEITOS E DEFINIÇÕES-

A organização da ECO-92 foi solicitada pela resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas (dezembro, 1989);

Declaração do Ministério Público sobre o Direito à Água. (10 princípios da Declaração) 8 Fórum Mundial da Água. Brasília (Brasil) 21 de Março de 2018

PT Unida na diversidade PT A8-0409/11. Alteração. Angelo Ciocca em nome do Grupo ENF

PROVA DISCURSIVA. Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.

Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas. Análise Desenvolvimento

Aumento exponencial da população mundial. (Fonte: W.Teixeira, 2001)

DIREITO AMBIENTAL. Direito Internacional Ambiental. Parte 5. Professora Eliana Khader

Conteúdos/ Matéria. Categorias/ Questões. Habilidades e Competências. Textos, filmes e outros materiais. Tipo de aula. Semana

REFLEXÕES SOBRE UMA POLÍTICA AMBIENTAL NA UFRN

Desenvolvimento Sustentável

Meio Ambiente. Educação Ambiental. Professor Enrico Blota.

GEOGRAFIA APLICADA ÀS RELAÇÕES INTERNACIONAIS GEOGRAFIA E GESTÃO AMBIENTAL

GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone : Fax :

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS DO CLIMA E DA BIODIVERSIDADE E O BRASIL

COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LINGUA OFICIAL PRTUGUESA. Declaração da CPLP à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável RIO+20

Licenciatura em Ciências Biológicas Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente Universidade Federal de Ouro Preto

suas emissões de CO 2, aos níveis de 1990, até o ano 2000.

Promulga o Acordo-Quadro sobre Meio Ambiente do MERCOSUL.

Meio Ambiente & Sociedade. Modulo IV: Lei da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA - Lei nº 6.938/81): princípios, objetivos e instrumentos.

OS DESAFIOS AMBIENTAIS DO SÉCULO XXI

APROVEITAMENTO DA CASCA DO ARROZ EM UMA MICRO CENTRAL TERMOELÉTRICA:

Implementação Local daagenda 2030

A Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro 10 de agosto de 2017

Meio Ambiente & Sociedade

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO NO BRASIL: NECESSIDADE DE INSTITUIÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE E RESPECTIVOS MECANISMOS DE AFERIÇÃO

INSTITUTO DE PESQUISA APLICADA EM DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL IPADES COMENTÁRIOS SOBRE ECOLOGIA E SUSTENTABILIDADE

Transcrição:

DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE

1941 TRAIL SMELTER

Poluição transfronteiriça oriunda da emanação de gases originada de uma fundição instalada em território canadense. EUA levou o caso à arbitragem. Decisão favorável aos EUA: tendo-se formulado um PRINCÍPIO utilizado até hoje em declarações e tratados: nenhum Estado tem o direito de usar ou permitir o uso de seu território de maneira tal que emanações de gases ocasionem danos dentro do território de outro estado ou sobre as propriedades ou pessoas que aí se encontrem, quando se trata de consequências graves e o dano determinado mediante prova certa e conclusiva (Poluição Transfronteiriça)

1962 Rachel Carson Primavera Silenciosa

1972 Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano - Declaração comportou 26 princípios, além de se ter criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA ou UNEP) objetivando desenvolver programas internacionais e nacionais de proteção ambiental. - A assinatura dessa Conferência é tida como o marco inicial da construção normativa do Direito Internacional do Meio Ambiente, tendo desencadeado, por intermédio de suas normas programáticas e principiológicas, o desenvolvimento do pensamento sobre o direito ambiental.

Princípio 2 - Os recursos naturais da terra incluídos o ar, a água, a terra, a flora e a fauna e especialmente amostras representativas dos ecossistemas naturais devem ser preservados em benefício das gerações presentes e futuras, mediante uma cuidadosa planificação ou ordenamento. Princípio 5 - Os recursos não renováveis da terra devem empregar-se de forma que se evite o perigo de seu futuro esgotamento e se assegure que toda a humanidade compartilhe dos benefícios de sua utilização. Princípio 11 - As políticas ambientais de todos os Estados deveriam estar encaminhadas para aumentar o potencial de crescimento atual ou futuro dos países em desenvolvimento e não deveriam restringir esse potencial nem colocar obstáculos à conquista de melhores condições de vida para todos. Os Estados e as organizações internacionais deveriam tomar disposições pertinentes, com vistas a chegar a um acordo, para se poder enfrentar as consequências econômicas que poderiam resultar da aplicação de medidas ambientais, nos planos nacional e internacional.

1987 RELATÓRIO BRUNDTLAND No ano de 1987, a Assembleia Geral das Nações Unidas distribuiu um relatório chamado de Nosso futuro comum desenvolvido pela Comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Relatório Brundtland. Relatório continha propostas políticas e programas para a promoção do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, o qual pode ser resumido como sendo a garantia de que a humanidade atenda suas necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades.

ECO92

1992 RIO 92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. - 178 representantes de Estado e diversas Organizações Não-Governamentais, buscando a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento. - Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima; - Convenção-Quadro sobre a Diversidade Biológica - - Agenda 21, Declaração de Princípios sobre Florestas e a Declaração de Princípios sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Declaração de Princípios sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (Princípios 1, 3, 4, 5, 8 e 9) - RESPONSABILIDADE COMUM PORÉM DIFERENCIADA (Princípio 7) - POLUIÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA (Princípio 14) - PRECAUÇÃO (Princípio 15) - POLUIDOR-PAGADOR (Princípio 16)

1997 PROTOCOLO DE QUIOTO Utilização de créditos de carbono através de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). EUA resistentes à aceitação do protocolo. Bolsa de Chicago. METAS ADIADAS. Discussão sobre um novo protocolo com novas regras.

2002 - Conferência de Johannesburgo: Fórum Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, ou Rio+10. Sem grandes avanços. 2012 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável ( Rio + 20 ). Contou com a participação de representantes dos 193 Estados-Membros da ONU e de diversos representantes da sociedade civil, foi aprovado o documento chamado o futuro que queremos, reafirmando princípios desenvolvidos desde a Declaração de Estocolmo de 1972, buscando a implementação de políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável em nível global.

SOFT LAW Direito Internacional do Meio Ambiente é resultado de um debate surgido no século XX, concretamente a partir da Década de 1960. Passamos a contar com foros internacionais criados com o objetivo de estabelecer as preocupações da sociedade humana. Dificuldade de implementação dessas regras. Normalmente, são regras propositivas, inspiratórias. Conceito de Soft Law: São documentos solenes derivados de foros internacionais, com fundamento no princípio da boa-fé com conteúdo não-obrigatório, que não vinculam seus signatários, embora reflitam princípios e concepções éticas e ideais, produzindo repercussões no campo do Direito Internacional e no Direito Internos dos Estados. Grande parte das normas de Direito Ambiental são principiológicas, ou seja, não são objetivamente obrigatórias, tratando-se de soft law. (MENEZES, Wagner. Ordem Global e Transnormatividade. Ed. Unijuí. Ijuí. 2005.p. 67-68 e p.147.)