Meio ambiente do trabalho: está vinculado à saúde e ao bem-estar do trabalhador.

Transcrição

1 Osmar Jose Gebauer

2 1- Conceito de Direito Ambiental: é um ramo do Direito que contém um conjunto de regras que regulamentam a proteção e o uso do meio ambiente visando à concretização de uma sadia qualidade de vida. 2- Conceito de meio ambiente: conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Art. 3o. Lei n /81). OSMAR JOSE GEBAUER 2

3 Meio ambiente físico ou natural: é integrado pela flora, fauna, os recursos hídricos, a atmosfera, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera. Meio ambiente cultural: é constituído pelo patrimônio cultural, artístico, arqueológico, paisagístico, etnográfico, manifestações culturais, folclóricas e populares brasileiros. Meio ambiente artificial: é o espaço urbano, as cidades com os seus espaços abertos (ruas, parques, praças) e os espaços fechados (escolas, museus, teatros). OSMAR JOSE GEBAUER 3

4 Meio ambiente do trabalho: está vinculado à saúde e ao bem-estar do trabalhador. Antropocentrismo: concepção à qual apenas importa o bem estar dos seres humanos que se apropriam dos bens ambientais para satisfação de seus interesses exclusivos, sem se preocupar com os demais seres vivos que são meramente instrumentais. Antropocentrismo alargado: já considera a interação do ser humano com os demais seres vivos sem haver relação de superioridade. Biocentrismo: o homem não é superior aos demais seres vivos, pois é parte da natureza e mantém com eles uma relação de interdependência. OSMAR JOSE GEBAUER 4

5 Intervenção antrópica: qualquer intervenção do ser humano no meio ambiente. Preservação: significa manter o meio ambiente intocado, sem intervenções humanas. Conservação: procura-se compatibilizar a proteção ao meio ambiente e o desenvolvimento de atividades econômicas Degradação da qualidade ambiental é aquela causada pela ação antrópica. OSMAR JOSE GEBAUER 5

6 Poluição: é a degradação da qualidade ambiental que resulte de atividades que direta ou indiretamente: a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população; b) Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) Afetem desfavoravelmente a biota; d) Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões estabelecidos. OSMAR JOSE GEBAUER 6

7 Impacto ambiental: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que afetem direta ou indiretamente. OSMAR JOSE GEBAUER 7

8 3- Direito Ambiental e o desenvolvimento econômico sustentável: Conjunto de regras e princípios que criam obrigações e direitos de natureza ambiental para os estados, as organizações internacionais intergovernamentais e os indivíduos. Procura compartilhar desenvolvimento econômicosocial e preservação da qualidade do meio ambiente. Assim para alcançarmos o desenvolvimento sustentável, a proteção do meio ambiente deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente em relação a ele. OSMAR JOSE GEBAUER 8

9 4- Principais documentos internacionais: Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente: Estolcomo/1972- Criação do programa das nações unidas para o meio ambiente PNUMA -, sediado em Nairobi- Quênia, com a finalidade de implementar os objetivos da referida conferência e coordenar as ações de outras organizações intergovernamentais em matéria de proteção ambiental. - É o marco do direito ambiental no mundo e elevou o direito ao meio ambiente com qualidade ao status de direito fundamental. OSMAR JOSE GEBAUER 9

10 Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, composta por 26 princípios. Não se preocupou com o desenvolvimento sustentável. Limitouse ao meio ambiente humano. Princípio I: O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar e é portador solene da obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações presentes e futuras. OSMAR JOSE GEBAUER 10

11 Nosso Futuro Comum ou Relatório Brundtland/1987: Definiu os conceitos clássicos de desenvolvimento sustentável como: (...) aquele que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade de as futuras gerações terem suas próprias necessidades atendidas. DOCUMENTOS DA ONU COM PRINCÍPIOS PARA SUSTENTABILIDADE OSMAR JOSE GEBAUER 11

12 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento: Rio de Janeiro/1992 ECO-92 ou Cúpula da Terra gerou quatro documentos importantes: 1. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 27 princípios fundamentais para compreensão do direito ambiental. 2. Agenda 21 é um plano de ação com uma série de instrumentos e iniciativas para a proteção do meio ambiente no âmbito internacional, nacional, regional e local, integrando sociedade civil e governos. 3. Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas possui como finalidade a estabilização das concentrações dos gases de efeito estufa, em níveis que evitem a perigosa interferência antrópica no sistema climático. (Protocolo de Quioto) 4. Convenção sobre Diversidade Biológica ou da Biodiversidade visa a conservação da diversidade biológica e o uso sustentável dos recursos biológicos. OSMAR JOSE GEBAUER 12

13 Protocolo de Kyoto/1997: estabelece para os Estados, o dever de restringir a emissão de gases na atmosfera a determinados percentuais fixados no protocolo. A Convenção-Quadro encorajou os países industrializados a estabilizar as emissões de gases de efeito estufa. O Protocolo obriga-os a fazê-lo, especialmente a partir da implementação de políticas como: Mecanismos de Flexibilidade do Protocolo de Kyoto 1. IMPLEMENTAÇÃO CONJUNTA (JOINT IMPLEMENTION) 2. COMÉRCIO DE EMISSÕES (EMISSION TRADING) 3. MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO MDL - (CLEAN DEVELOPMENT MECHANISM) OSMAR JOSE GEBAUER 13

14 Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável ou Rio +10: ocorreu em 2002, em Johanesburgo, na África do Sul e concentrou esforços para elaborar : 1. Declaração Política discussão do resultado das conferências anteriores. 2. Plano de Implementação estabelecimento dos compromissos de alteração nos padrões insustentáveis de produção e de consumo e a proteção dos recursos naturais do planeta. OSMAR JOSE GEBAUER 14

15 A legislação no âmbito nacional Pode-se dividir em duas áreas: a pública e a privada. Na área pública são abordados os direitos comuns aos cidadãos e o mais importante é o bem estar comum. Já na área privada estudam-se os direitos particulares do cidadão e a propriedade é o instituto mais relevante. OSMAR JOSE GEBAUER 15

16 Características Pertence a uma pluralidade de sujeitos não identificáveis, mas pode ser exercido a qualquer tempo. Constitui um Direito Difuso, pois o interesse da sociedade está acima de tudo. OSMAR JOSE GEBAUER 16

17 Princípios que orientam a aplicação da legislação ambiental: a) Princípio da precaução Proibição de intervenções no meio ambiente, exceto se puder ser comprovado que as alterações não causarão reações negativas. Se houver dúvidas, opta-se por não intervir: pela precaução. Esse princípio permite impedir a disponibilização de produtos ou atividades sem a realização de todos os estudos necessários, como ocorreu com os transgênicos, em que não se fez o EPIA (Estudo Prévio de Impacto Ambiental). OSMAR JOSE GEBAUER 17

18 a) Princípio da prevenção Aplica-se nos casos em que os impactos ambientais já são conhecidos: não há dúvidas sobre a obrigatoriedade da realização do licenciamento ambiental e do estudo de impacto ambiental (EIA), ambos instrumentos de proteção ao meio ambiente. OSMAR JOSE GEBAUER 18

19 Princípio da Responsabilidade: O poluidor, pessoa física ou jurídica, responde por suas ações ou omissões que causaram danos ao meio ambiente e fica sujeito a sanções cíveis, penais e administrativas. A responsabilidade por danos ambientais é objetiva, ou seja, independe da comprovação de culpa, segundo o 3º do Art. 225 CF/88. OSMAR JOSE GEBAUER 19

20 Princípio do Poluidor Pagador e do Usuário Pagador O Princípio do Poluidor Pagador obriga quem poluiu a pagar pela poluição causada ou por aquela que pode ser causada. O Princípio do Usuário Pagador estabelece que quem se beneficiar ou usar recursos ambientais deve suportar seus custos, mas, sem a imposição de taxas abusivas. Paga-se pelo direito de uso de um recurso ambiental. OSMAR JOSE GEBAUER 20

21 Dignidade da pessoa humana Contempla o direito de acesso às condições mínimas de uma vida digna (moradia, alimento e vestimenta) e ao livre exercício de pensamento, expressão, inclusive à educação, bem como à preservação do meio ambiente. OSMAR JOSE GEBAUER 21

22 Consideração do meio ambiente nas decisões sobre políticas de desenvolvimento As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em conforme as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente ( Art. 5o. da Lei n /81), compatibilizando o desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. OSMAR JOSE GEBAUER 22

23 Princípio da participação comunitária Prevê a atuação conjunta do poder público e da sociedade na proteção do meio ambiente e compreende a informação e a educação ambiental como meios necessários a sua efetivação. OSMAR JOSE GEBAUER 23

24 Princípio da função socioambiental da propriedade Impõe que o direito de propriedade deve ser exercido levando-se em conta a noção de sustentabilidade ambiental. A função social da propriedade não se limita à propriedade urbana. Engloba também a propriedade dos bens móveis e imóveis. (Art. 170, III e VI da CF, cc art , 1o. do Código Civil). OSMAR JOSE GEBAUER 24

25 Princípio da Cooperação Na área ambiental destaca-se esse princípio pelo fato de que as agressões ao ambiente não ficam restritas ao limite territorial do país em que ocorrem, mas pelo contrário, podem espalhar-se para os países vizinhos. Significa dizer ainda que todos, tanto o Estado quanto a Sociedade, devem colaborar para a implementação da legislação ambiental, pois isso interessa e compete a todos. OSMAR JOSE GEBAUER 25

26 Princípio da Publicidade e da Participação Popular Tudo deve ser feito com a maior transparência possível, de modo a permitir ampla participação dos cidadãos na discussão dos projetos e problemas. Não se permite segredos em questões ambientais. OSMAR JOSE GEBAUER 26

27 Princípio In dúbio pro natura Estabelece que prevaleça o interesse da sociedade (maior) em detrimento do interesse individual (menor) de um empreendedor ou projeto. OSMAR JOSE GEBAUER 27

28 A lei 6.938/81 regulamentada pelo decreto , de 6 de junho de 1990, institui também o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e pelas fundações instituídas pelo poder público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, conforme a seguinte estrutura: Órgão Superior: Conselho de Governo Órgão consultivo e deliberativo (CONAMA) Órgão central: Ministério do Meio Ambiente (MMA) Órgão executor: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) Órgãos seccionais: órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização Órgãos locais: órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e pela fiscalização dessas atividades OSMAR JOSE GEBAUER 28

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30 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) Plano de Controle Ambiental (PCA) Relatório de Controle Ambiental (RCA) Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) Relatório Ambiental Preliminar (RAP) Plano de Gerenciam ento de Resíduos Sólidos (PGRS) OSMAR JOSE GEBAUER 30

31 todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para às presentes e futuras gerações. Art. 225 OSMAR JOSE GEBAUER 31

32 1. EPIA - exigência constitucional que busca avaliar os efeitos e a viabilidade da implementação de determinado projeto que possa causar alguma implicação ambiental. 2. EIA é um diagnóstico detalhado das condições ambientais da área de influência do projeto antes de sua implantação. Deve considerar o solo, o subsolo, o ar, as águas, o clima, as formas de vida, os ecossistemas naturais e o meio socioeconômico. A análise das consequências de sua implantação e de sua não implantação. Os impactos positivos e negativos, as medidas amenizadoras desses impactos e suas formas de acompanhamento e monitoramento. 3. RIMA - relatório de impacto sobre o meio ambiente - deverá conter as conclusões do estudo, demonstrando em linguagem acessível à toda a comunidade todas as vantagens e desvantagens, ambientais, sociais e econômicas. Deve-se valer de quadros, tabelas, audiovisuais e simulações que facilitem a sua compreensão. Como norma, ficarão à disposição das pessoas interessadas na Biblioteca Pública da região. OSMAR JOSE GEBAUER 32

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