Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas. Análise Desenvolvimento

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1 Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas Análise Desenvolvimento Joana Laura M. Nogueira 09 de abril de 2007

2 Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas Análise Desenvolvimento Joana Laura M. Nogueira 09 de abril de 2007 Os anúncios do Painel das Nações Unidas para mudança climática, em fevereiro e abril de 2007, chamam a atenção do mundo para as mudanças do clima na Terra e para as influências das ações humanas. A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Metereológica Mundial (WMO, sigla em inglês) criaram, em 1988, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), que está aberto à participação dos membros das duas organizações e tem divulgado periodicamente relatórios sobre o clima e suas alterações. Desde a década de 1970, para a ONU, o meio ambiente consta como uma das preocupações da agenda internacional. Em 1972, realizou-se, em Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, na qual criou-se o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Já em 1992, no Rio de Janeiro, foi realizada a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) 1, chamada também de Cúpula da Terra. Este último título se deve ao fato de terem sido reunidos cerca de uma centena de chefes de estados, afim de discutirem o futuro do planeta. 1 Rio 92, Eco 92 ou Cúpula da Terra são nomes para a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD). Dentre os vários acordos assinados durante a Eco 92, a Agenda 21 e o Acordo Quadro para Mudança Climática, que deu origem ao Protocolo de Quioto, são, sem dúvida, os resultados mais conhecidos da conferência. Ainda sob a temática ambiental foram realizadas outras conferências, a exemplo, a Rio +10, realizada em 2002, em Johanesburgo, que tinha como maior objetivo avaliar o que havia sido feito na década, desde a conferência de Todavia, nos últimos anos, o que vem tomando significativa importância no cenário internacional, quando se trata de meio ambiente é, sem dúvida, o efeito estufa e as constantes emissões de gases poluentes, que são o tema do Protocolo de Quioto 2, e por conseqüência as mudanças no clima da Terra. 2 Negociado no Japão em 1997 foi assinado em março de 1998 e entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em novembro de 2004, quando foi alcançada a exigência mínima de 55 países que, em conjunto, correspondessem a, pelo menos, 55% das emissões globais de dióxido de carbono, com base nas emissões registradas em O Protocolo propõe um calendário pelo qual os países devem reduzir a quantidade de gases poluentes em, pelo menos, 5,2% até

3 2 O IPCC está dividido em 3 grupos de trabalho. O primeiro é responsável por analisar os aspectos científicos do clima, seus sistemas e suas mudanças; verificar, por exemplo, se as concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera continuam aumentando; a influência das ações antropogênicas no clima global; as expectativas futuras nas mudanças dos aspectos climáticos bem como as mudanças ocorridas no século passado. O segundo grupo analisa as vulnerabilidades, os impactos e as adaptações para amenizar os possíveis problemas causados pelas alterações climáticas. Identifica também, de que modo os ecossistemas serão afetados, uma vez que eles são sensíveis a mudanças. Procura buscar soluções para que os impactos provenientes das mudanças possam ser minimizados, especialmente, no que se refere aos aspectos regionais, ou seja, são divulgados para cada região os problemas que poderão surgir. O último grupo é responsável pela mitigação da mudança do clima, considerando as dimensões econômica e social dos impactos causados pelas mudanças já ocorridas e que poderão ocorrer. Existe também na estrutura do Painel Intergovernamental uma força tarefa, designada para tratar exclusivamente do IPCC-Programa de Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa (IPCC-NGGIP, sigla em inglês), criado em 1991, que trata do controle de emissões de gases poluentes, causadores do efeito estufa: dentre eles, o dióxido de carbono (CO 2 ), encontrado na queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão; o metano (CH 4 ), proveniente da decomposição de resíduos naturais e da agricultura; o óxido nitroso (N 2 O), também conhecido como gás hilariante, que é extremamente poluente quando liberado como resíduo industrial; e ainda os hidrofluorcarbonos (HFCs) e os perfluorcarbonos (PFCs) que são gases provenientes das refrigerações e são liberados como resíduos dos processos industriais. O Programa atua em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Agência Internacional de Energia (AIE), no sentido de desenvolver uma metodologia para calcular as emissões desses gases e encorajar o uso dessas pelos países participantes do Painel e da Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês). Os grupos divulgam, periodicamente, relatórios, nos quais constam os resultados obtidos dos estudos desenvolvidos por cada um deles. Em 1990, foi divulgado o primeiro relatório, que entre outros assuntos, trazia o alerta sobre elevação da temperatura média da Terra e do nível dos mares. Em 1995, quando o segundo relatório do Painel foi divulgado, foram acrescentados os impactos sócioeconômicos que as mudanças climáticas poderiam causar. Em 1997, mesmo ano da reunião que deu origem ao Protocolo de Quioto, um novo relatório do IPCC foi divulgado. Nele já constavam informações sobre os prováveis problemas com escassez de água, irregularidades nas chuvas, o que causaria problemas na produção agrícola. Novas advertências sobre a elevação da temperatura média do Planeta também constavam do relatório. Existiam ainda advertências sobre o aumento na incidência de doenças tropicais, como malária e cólera, assim como de doenças urbanas, diretamente ligadas à poluição. No ano de 2001, um terceiro relatório foi divulgado. Este é composto por uma série de perguntas, entre elas uma que se refere ao modo pelas quais as análises científicas, técnicas e socioeconômicas podem contribuir para determinar os perigos da contribuição antrópica no

4 3 sistema climático, conforme se refere o artigo 2 da UNFCCC 3. Uma das respostas afirma que ciências naturais, sociais e tecnológicas podem prover evidências e informações essenciais para decisões do que sejam os perigos da interferência antrópica na mudança climática. Ao mesmo tempo em que alguns julgamentos são determinados por processos sociopolíticos, considerando-se o desenvolvimento, a eqüidade e a sustentabilidade assim como as incertezas e os riscos. Os outros questionamentos, que são feitos no relatório, giram em torno da influência humana na mudança climática, passando pela era pós-industrial, as emissões de gases poluentes, as projeções da sua concentração na atmosfera e sua influência para as mudanças climáticas. Existem considerações sobre as vulnerabilidades dos ecossistemas frente às mudanças climáticas e ainda questões sobre aspectos socioeconômicos decorrentes destas mudanças. Projeções sobre o aquecimento das temperaturas, elevação do nível do mar, degelo, desertificação e suas conseqüências diretas para a economia e a sociedade são abordados exaustivamente no relatório. Em fevereiro de 2007, o Grupo de Trabalho I, divulgou a primeira parte do quarto relatório do IPCC [Ver Refugiados Ambientais: uma categoria das mudanças climáticas]. Em 06 de abril de 2007, em 3 Artigo 2: O objetivo final desta Convenção e de quaisquer instrumentos jurídicos com ela relacionados que adote a Conferência das Partes é o de alcançar, em conformidade com as disposições pertinentes desta Convenção, a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático. Esse nível deverá ser alcançado num prazo suficiente que permita aos ecossistemas adaptarem-se naturalmente à mudança do clima, que assegure que a produção de alimentos não seja ameaçada e que permita ao desenvolvimento econômico prosseguir de maneira sustentável. Bruxelas, o IPCC divulgou a segunda parte do relatório referente ao Grupo de Trabalho II. Nele estão as projeções para o futuro dos diversos ecossistemas, das regiões costeiras, dos problemas para o desenvolvimento de países e retrata também um quadro específico para cada área do Planeta. Dentre os dados divulgados, aqueles em que a situação é mais crítica e exigem atitudes mais objetivas e rápidas estão: o risco de extinção de cerca de 20 a 30% das espécies animais e vegetais devido ao aumento de 1,5 a 2,5 o C na temperatura global, a transformação da floresta amazônica em área de savana e a total desertificação de áreas no continente africano. Para o relatório, as áreas mais atingidas serão as situadas em países menos desenvolvidos e em desenvolvimento. Os custos da adaptação às mudanças climáticas para os países menos desenvolvidos serão ainda mais altos, do que para os demais, uma vez que, segundo o IPCC, aqueles serão os mais atingidos. As comunidades mais pobres são muito vulneráveis às alterações climáticas, especialmente, porque vivem em áreas de risco e sem infra-estrutura, além de terem limites na capacidade de adaptação. O aumento na freqüência e na intensidade das chuvas, bem como o suprimento de água e de saneamento são apenas alguns dos possíveis problemas a serem enfrentados devido às alterações climáticas. As projeções futuras contemplam desde a escassez de água, que é um bem considerado não renovável, como a possível falta de alimentos. A agricultura será fortemente atingida pelas mudanças no regime das chuvas, na elevação da temperatura média e na diminuição das áreas agriculturáveis, devido ao crescimento das áreas em risco de desertificação encontradas em diferentes

5 4 regiões do Planeta. A possível destruição, ou mesmo, a modificação dos grandes ecossistemas do mundo, como a floresta amazônica, a grande barreira de corais na Austrália, a Antártica, as savanas africanas entre outros, apesar de serem uma perda considerável no número de espécies da flora e da fauna, não seriam as únicas perdas a serem computadas. Existiriam impactos negativos não só para as comunidades tradicionais que vivem e dependem exclusivamente dos recursos disponíveis nessas áreas, mas também perdas para o desenvolvimento de pesquisas, já que alguns dos materiais utilizados são endógenos destas regiões. Além dos problemas socioambientais, existiriam reflexos econômicos, como interrupções no fluxo turístico, o que gerariam perdas significativas não apenas para as economias locais. Haveria perdas econômicas na balança comercial dos países, já que alterações nos ecossistemas acarretam problemas para pesca, modificações no regime de chuvas com conseqüências para a produção agrícola. Causariam também diminuições na produção energética, especialmente, nos países como o Brasil, que tem uma matriz energética hidráulica. Várias são as vulnerabilidades apontadas pelo relatório divulgado em abril de Considerando que para sua divulgação é necessária a aprovação do relatório pelos membros dos grupos, que são compostos por representantes de diversos países e que, não obstante, têm interesses e pontos de vista distintos. Portanto, os resultados divulgados, além de serem objetos das pesquisas realizadas pelos membros do Painel, representam também um consenso entre os participantes da instituição, que acreditam na veracidade das causas e das conseqüências das alterações climáticas, já que o IPCC só publica os pontos que têm aprovação consensual de todos os seus participantes. Referência Sites: Ministério da Ciência e Tecnologia Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas IPCC United Nations Framework Convention on Climate Change WMO Ver também: 05/04/2007 Refugiados Ambientais: uma categoria das mudanças climáticas - 4 -

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