O MÉDICO E O SEU TRABALHO



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Transcrição:

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 1 O MÉDICO E O SEU TRABALHO Resultados da REGIÃO CENTRO-OESTE e seus estados

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 2 DIRETORIA EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE - PRESIDENTE ANTÔNIO GONÇALVES PINHEIRO - 1º VICE-PRESIDENTE RUBENS DOS SANTOS SILVA - 2º VICE-PRESIDENTE CLÓVIS FRANCISCO CONSTANTINO - 3º VICE-PRESIDENTE LÍVIA BARROS GARÇÃO - SECRETÁRIA-GERAL MARCO ANTÔNIO BECKER - 1º SECRETÁRIO GERSON ZAFALON MARTINS - 2º SECRETÁRIO GENÁRIO ALVES BARBOSA - TESOUREIRO ALCEU JOSE PEIXOTO PIMENTEL - 2º TESOUREIRO ROBERTO LUIZ D'AVILA - CORREGEDOR PEDRO PABLO MAGALHÃES CHACEL - VICE-CORREGEDOR CONSELHEIROS FEDERAIS (GESTÃO 2004-2009) ABDON JOSE MURAD NETO (MA) ALCEU JOSE PEIXOTO PIMENTEL (AL) ALOÍSIO TIBIRIÇÁ MIRANDA (RJ) ANTÔNIO CLEMENTINO DA CRUZ JÚNIOR (AC) ANTÔNIO GONÇALVES PINHEIRO (PA) BERNARDO FERNANDO VIANA PEREIRA(BA) CLÓVIS FRANCISCO CONSTANTINO (SP) DARDEG DE SOUSA ALEIXO (AP) EDEVARD JOSÉ DE ARAÚJO (AMB) EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE (AM) FREDERICO HENRIQUE DE MELO (TO) GENÁRIO ALVES BARBOSA (PB) GERALDO LUIZ MOREIRA GUEDES (MG) GERSON ZAFALON MARTINS (PR) HENRIQUE BATISTA E SILVA (SE) JOSÉ FERNANDO MAIA VINAGRE (MT) JOSÉ HIRAN DA SILVA GALLO (RO) LÍVIA BARROS GARÇÃO (GO) LUIZ NÓDGI NOGUEIRA FILHO (PI) LUIZ SALVADOR DE MIRANDA SÁ JÚNIOR (MS) MARCO ANTÔNIO BECKER (RS) PEDRO PABLO MAGALHÃES CHACEL (DF) RAFAEL DIAS MARQUES NOGUEIRA (CE) RICARDO JOSÉ BAPTISTA (ES) ROBERTO LUIZ D'AVILA (SC) ROBERTO TENÓRIO DE CARVALHO (PE) RUBENS DOS SANTOS SILVA (RN) WIRLANDE SANTOS DA LUZ (RR)

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 3 O MÉDICO E O SEU TRABALHO Resultados da REGIÃO CENTRO-OESTE e seus estados Brasília, DF 2005

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 4 Conselho Federal de Medicina SGAS 915, Lote 72 70390-150 Brasília, DF Fone: (61)3445-5900 Fax: (61)3346-0231 http://www.portalmedico.org.br e-mail: cfm@cfm.org.br O Médico e o seu Trabalho Resultados da Região Centro-Oeste e seus estados Coordenação Mauro Brandão Carneiro Valdiney Veloso Gouveia Pedro Pablo Magalhães Chacel (Coordenador Regional) Genário Barbosa (Coordenador do CPEDOC) Equipe Técnica Eliane de Azevedo Barbosa Eliane Maria de Medeiros e Silva (CRB1º 1678) Patrícia Álvares (MTB DF 03240 JP) Sandro Quintino Guedes Walder Júnior Copidescagem e Revisão de Língua Portuguesa Wânia de Aragão-Costa Projeto gráfico e diagramação Via Brasília Consultoria e Marketing Ltda. Tiragem 5.000 exemplares Copyright 2005 Conselho Federal de Medicina Catalogação na fonte: Eliane Silva (CRB 1ª região/1678) O médico e seu trabalho: resultados da região Sudeste e seus estados. / Coordenação de Mauro Brandão Carneiro, Valdiney Veloso Gouveia e Pedro Pablo Magalhães Chacel. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2005. 208 p. ;16,0X 23,0 cm; tabelas, gráficos. ISBN 85-87077-09-0 I. Carneiro, Mauro Brandão, coord. II. Gouveia, Valdiney Veloso, coord. III. Chacel, Pedro Pablo Magalhães, coord. regional. IV. Barbosa, Genário, coord. V. Conselho Federal de Medicina. 1.Médicos-Condições de trabalho. CDD 610.90981

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 5 NOTAS SOBRE OS AUTORES 5

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o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 7 FRANS RULLI COSTA Médico pela Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília UnB. Sanitarista pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo USP. Administrador Hospitalar pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Pós-Graduado em Administração Pública da Fundação de Getúlio Vargas. Membro efetivo do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal. MAURO BRANDÃO CARNEIRO Médico. Especialista em Infectologia. Mestre em Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ. Médico da Fundação Oswaldo Cruz e da Prefeitura do Rio de Janeiro. Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, 1989/92. Conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Rio Janeiro (Cremerj) desde 1988. Presidente do Cremerj por três gestões: 1995/96, 1997/98 e 1998/99. Conselheiro do Conselho Federal de Medicina pelo RJ, 1999/2004. PEDRO PABLO MAGALHÃES CHACEL Médico, Especialista em Ginecologia pela FEBRASGO. Médico aposentado da Fundação Hospitalar do Distrito Federal (1971/1991). Chefe da Unidade de Ginecologia e Obstetrícia do 1º Hospital Distrital de Brasília (1972/1973). Professor Colaborador da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília UnB (1067/1971). Instrutor de ensino nos Programas de Residência Médica da Fundação Hospitalar do Distrito Federal (1972/1991). Examinador de concursos públicos e para Residência Médica na Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia. Presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília, gestão 1989/1991. Membro do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, gestões 1974/1978, 1994/1998, 1998/2003 e 2003/2008. Conselheiro Federal representando o Distrito Federal, gestões 1999/2004 e 2004/2009. RONI MARQUES Médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. Especialista em Pneumologia e Tisiologia. Especialista em Alergia e Imunologia Clínica. Mestre em Medicina (Pneumologia). Ex- Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. Ex-Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Mato Grosso do Sul. Ex-Presidente da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Rio de Janeiro. 7

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 8 VALDINEY VELOSO GOUVEIA Especialista em Psicometria pela Universidade de Brasília UnB, onde concluiu Mestrado em Psicologia Social e da Personalidade. Doutor em Psicologia Social pela Universidade Complutense de Madri. Professor de Técnicas de Exame Psicológico (Graduação) e Métodos de Pesquisa e Técnicas Estatísticas (Mestrado e Doutorado) na Universidade Federal da Paraíba. Pesquisador 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq. 8

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 9 APRESENTAÇÃO 9

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o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 11 Ser médico não é fácil: com uma vida de dedicação e sacrifícios, evidentes já mesmo na escolha do curso a freqüentar na Universidade, ele continua sendo, certamente, dos profissionais mais bem qualificados em todo mundo. Uma qualificação que vai além do curso de Graduação, tomando em média 10 anos de suas vidas (Pimentel, Andrade e Barbosa, 2004). Portanto, em razão de sua qualificação e dos interesses compartilhados, esperar-se-ia que ser médico significasse a mesma coisa e produzisse os mesmos benefícios em todo o Brasil. Por condições infra e supra-estruturais, as discrepâncias são latentes entre algumas regiões e, inclusive, dentro delas, como foi sugerido no livro O Médico e o seu Trabalho (Conselho Federal de Medicina, 2004). Reconhecendo as diferenças e singularidades da Medicina quando exercida em contextos variados dentro do País, já no livro publicado com os resultados do Brasil antecipamos a necessidade de um olhar mais focado nas Regiões e seus Estados. Este propósito está sendo levado a cabo nesta oportunidade, oferecendo aos médicos brasileiros um retrato ampliado que lhes possibilitará observar tanto o que há de bom como o que precisará de ser melhorado em cada Região. Conhecerão, por exemplo, a origem e amplitude da formação em Medicina, as carências em determinadas especialidades, a (in)satisfação com o sistema de convênios etc. Estes podem ser aspectos importantes na vida do médico como indivíduo, mas também representam um recurso para os administradores e responsáveis por Políticas públicas em Saúde. Além disso, uma publicação desta natureza será útil para a sociedade civil, a fim de que reconheça a realidade da saúde do seu estado. Poderá ser consultada, ainda, pelos colegas docentes que têm norteado as necessidades de formação neste país. Diversos aspectos referentes à profissão médica no Centro-Oeste são retratados nesta obra. Esta Região, que inclui a Capital do País, apresenta peculiaridades interessantes: a maioria dos médicos que lá trabalha é oriunda de outros estados do País, principalmente no Distrito Federal, mas a formação médica tem como referência as Faculdades dos Estados da Região. A presença da capital do País entre os estados do Centro-Oeste deve ser considerada, haja vista a pujança de alguns indicadores da capital-estado que influenciam nas médias da Região. Assim, as taxas de mortalidade infantil e analfabetismo são menores no Distrito Federal, mas isso não impede que a avaliação das condições gerais de saúde da população, feita pelos médicos, seja inadequada para a maioria, inclusive na Capital do Brasil. Uma reflexão importante a ser feita é sobre a evolução do mercado de trabalho médico no Centro-Oeste nestes últimos oito anos. Na pesquisa 11

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 12 prévia, os médicos da Região exibiam o segundo lugar no ranking nacional, tanto entre aqueles que recebiam até dois mil dólares mensais quanto entre os que auferiam mais de quatro mil (Machado, 1996), atrás apenas da Região Sul. Hoje, a pesquisa mostra uma outra realidade, marcada pela redução dos rendimentos num ritmo mais acelerado do que a média nacional, colocando os médicos do Centro-Oeste na quarta posição. Esta conjuntura parece não afetar seu bem-estar subjetivo, fruto da qualidade de vida que ostentam, pois o nível de satisfação com suas vidas é superior à média do País. Da mesma forma, os médicos que exercem seu ofício nesta Região são menos pessimistas quanto ao futuro profissional do que seus colegas do Sul e do Sudeste. Não pretendemos com esta breve apresentação dar ao leitor uma idéia simplista ou tendenciosa da formação, do trabalho e da qualidade de vida do médico. Nós o convidamos a ler a obra completa para que, acrescentando sua leitura às conclusões apresentadas ao final, possa criar uma imagem da situação dos colegas de modo a contribuir com propostas que venham promover maior justiça social e reconhecimento a quem tem dedicado sua vida à humanidade. Recomendamos, igualmente, que leia o primeiro livro da série O Médico e o seu Trabalho, para conhecer melhor a nossa realidade laboral e estilos de vida. Finalmente, não poderíamos concluir esta apresentação sem agradecer e felicitar a todos os médicos, especialmente aqueles que, no Centro- Oeste, honram seu juramento hipocrático e mantêm o caminho certo no exercício digno da nossa profissão. Edson de Oliveira Andrade Presidente do Conselho Federal de Medicina Pedro Pablo Magalhães Chacel Coordenador Regional do Livro da Região Centro-Oeste 12

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 13 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..........................................25 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS..........................33 UNIVERSO E AMOSTRAS.............................35 INSTRUMENTO....................................36 PROCEDIMENTO...................................37 ANÁLISE DOS DADOS...............................37 1 CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS DOS MÉDICOS..............39 GÊNERO.........................................42 IDADE..........................................45 LOCAL DE MORADIA................................46 ORIGEM.........................................48 2 FORMAÇÃO PROFISSIONAL...............................51 PAÍS ONDE SE GRADUOU.............................53 ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS........................53 PRINCIPAIS ESCOLAS................................54 TEMPO DE FORMAÇÃO..............................57 PÓS-GRADUAÇÃO..................................59 RESIDÊNCIA MÉDICA................................59 ESPECIALIZAÇÃO...................................63 TÍTULO DE ESPECIALISTA.............................68 MESTRADO.......................................72 DOUTORADO.....................................76 PÓS-DOUTORADO..................................79 3 PARTICIPAÇÃO CIENTÍFICA...............................81 PARTICIPAÇÃO EM CONGRESSOS.......................86 LEITURA E ASSINATURA DE REVISTAS CIENTÍFICAS...........90 4 MERCADO DE TRABALHO................................97 13

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 14 ATIVIDADE EM CONSULTÓRIO........................109 ATIVIDADE NO SETOR PÚBLICO.......................115 ATIVIDADE NO SETOR PRIVADO.......................122 ATIVIDADE NO SETOR FILANTRÓPICO...................127 ATIVIDADE DOCENTE...............................132 TRABALHO EM REGIME DE PLANTÃO...................138 SATISFAÇÃO E DESGASTE COM O TRABALHO MÉDICO......141 MUDANÇAS NA VIDA PROFISSIONAL...................143 RENDIMENTOS...................................147 5 ORIENTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIOPOLÍTICA...............153 PARTICIPAÇÃO EM SOCIEDADES E SINDICATOS............156 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA..........159 O IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DO SUS E DO PSF NA SAÚDE DA POPULAÇÃO..................................161 IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DO SUS...................161 IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DO PSF...................162 AÇÕES PARA MELHORAR O PSF.......................164 O SISTEMA DE CONVÊNIOS E A PRÁTICA MÉDICA..........166 A INSERÇÃO SOCIOPOLÍTICA DAS ENTIDADES MÉDICAS.....168 ATUAÇÃO DAS ENTIDADES MÉDICAS...................172 PERCEPÇÃO DOS MÉDICOS SOBRE O FUTURO DA SUA PROFISSÃO.......................174 6 ATITUDES ANTE A VIDA E OS VALORES HUMANOS............179 Atitudes ante a vida e valores, no Distrito Federal...........186 Atitudes ante a vida e valores, em Goiás.................186 Atitudes ante a vida e valores, no Mato Grosso...........187 Atitudes ante a vida e valores, no Mato Grosso do Sul.......187 CONCLUSÃO..........................................189 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................205 14

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 15 ÍNDICE DE TABELAS / QUADROS INTRODUÇÃO Quadro 1. Alguns parâmetros geográficos, sociais e econômicos das unidades que compõem a Região Centro-Oeste.................................27 Quadro 2. Estabelecimentos que oferecem serviços diferenciados de atendimento de Urgência e Emergência, por esfera administrativa 2002.......28 Quadro 3. Número de leitos para internação, totais e disponíveis ao SUS, 2002...28 Quadro 4. Número de leitos de UTI, totais e disponíveis ao SUS, 2002..........29 Quadro 5. Faculdades de Medicina localizadas na Região Centro-Oeste.........30 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS Tabela 1. Universos e Amostras dos Estados do Centro-Oeste e da Região.......35 1 CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS DOS MÉDICOS Tabela 1.1. População e Amostras de médicos na Região Centro-Oeste e seus Estados..................................................41 Tabela 1.2. Dados demográficos dos médicos no Centro-Oeste...............41 Quadro 1.1. Participantes, segundo o sexo, em percentuais, na Região e Brasil...42 Tabela 1.3. Médicos por sexo em função da faixa etária na Região Centro-Oeste e Brasil.............................................43 Quadro 1.2. Médicos segundo idade e sexo, em percentuais, nos Estados do Centro-Oeste.................................................44 Quadro 1.3. Participantes segundo faixas etárias, em percentuais, nos Estados da Região...............................................45 Tabela 1.4. Participantes por local de moradia, no Centro-Oeste e no Brasil......47 Quadro 1.4. Médicos por local de residência em função da faixa etária, em percentuais, nos Estados da Região Centro-Oeste e no Brasil, exceto o Distrito Federal..................................................47 2 FORMAÇÃO PROFISSIONAL Tabela 2.1. Formação profissional dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, segundo o país de graduação e a natureza das IES formadoras, em percentuais, em 2004.................................53 Tabela 2.2. Principais IES formadoras de médicos que atuam no Centro-Oeste....54 Quadro 2.1. Principais IES formadoras de médicos que atuam no Distrito Federal, em percentuais, no ano de 2004.....................................55 Quadro 2.2. Principais IES formadoras de médicos que atuam em Goiás, em percentuais, no ano de 2004.......................................55 15

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 16 Quadro 2.3. Principais IES formadoras de médicos que atuam em Mato Grosso, em percentuais, no ano de 2004.....................................56 Quadro 2.4. Principais IES formadoras de médicos que atuam em Mato Grosso do Sul, em percentuais, no ano de 2004.....................56 Tabela 2.3. Principais IES que revalidaram diplomas estrangeiros de médicos que atuam no Centro-Oeste........................................57 Tabela 2.4. Tempo de formatura, entre profissionais médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupos de anos escolhidos, em percentuais, no ano de 2004.....................................58 Tabela 2.5. Situação da Residência Médica na Região Centro-Oeste, segundo Programas reconhecidos pela CNRM/MEC*.............................59 Tabela 2.6. Médicos com Residência Médica no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas e natureza das instituições cursadas, em percentuais, no ano de 2004.................................................61 Tabela 2.7. País e Região do Brasil onde os médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, concluíram o Programa de Residência Médica, em percentuais, no ano de 2004.......................................61 Tabela 2.8. Tempo gasto para conclusão da Residência, por grupos de meses, pelos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.......................................62 Quadro 2.5. Especialidades principais de Residência Médica nos Estados e na Região Centro-Oeste, em percentuais, no ano de 2004.....................63 Tabela 2.9. Situação da Especialização lato sensu (exceto Residência Médica), realizada em cursos com 360 horas ou mais de duração, na Região Centro-Oeste.64 Tabela 2.10. Profissionais médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, que fizeram Especialização em Medicina, e natureza das IES formadoras onde ocorreram os cursos, em percentuais, no ano de 2004........65 Tabela 2.11. Especialização em Medicina pelos profissionais médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, segundo país de conclusão e macrorregiões do Brasil onde foi realizado o curso, em percentuais, no ano de 2004...........65 Tabela 2.12. Tempo de duração dos cursos de Especialização, por grupos de meses, pelos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.....................................66 Quadro 2.6. Especialidades principais dos cursos de Especialização nos Estados e na Região Centro-Oeste, em percentuais, no ano de 2004.................67 Tabela 2.13. Título de Especialista considerando a primeira Especialidade declarada......................................................68 Tabela 2.14. Profissionais médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, que obtiveram Títulos de Especialista e os registraram nos CRMs, em percentuais, no ano de 2004.....................................69 16

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 17 Tabela 2.15. Entidades que concederam títulos de especialistas aos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.......70 Tabela 2.16. Tempo de exercício da Especialidade, por grupos de anos, pelos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004................................................70 Quadro 2.7. Especialidade principal em que obtiveram o Título de Especialista, nos Estados e na Região Centro-Oeste, em percentuais, no ano de 2004........71 Tabela 2.17. Situação do Mestrado em Medicina no Centro-Oeste.............72 Tabela 2.18. Médicos com Mestrado em Medicina no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas e segundo a natureza da IES onde foi realizado o curso, em percentuais, no ano de 2004.....................................73 Tabela 2.19. País e Região do Brasil onde os médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, concluíram o Mestrado em Medicina, em percentuais, no ano de 2004.................................................74 Tabela 2.20. Tempo gasto para conclusão do Mestrado, por grupos de meses, pelos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.......................................74 Quadro 2.8. Áreas temáticas principais em que foram realizados os cursos de Mestrado nos Estados e na Região Centro-Oeste, em percentuais, no ano de 2004 75 Tabela 2.21. Situação do Doutorado em Medicina no Centro-Oeste............76 Tabela 2.22. Médicos com Doutorado em Medicina no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas e segundo a natureza da IES onde foi realizado o curso, em percentuais, no ano de 2004.....................................77 Tabela 2.23. País e Região do Brasil onde os médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, concluíram o Doutorado em Medicina, em percentuais, no ano de 2004.................................................78 Tabela 2.24. Tempo gasto para conclusão do Doutorado, por grupos de meses, pelos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.......................................78 3 PARTICIPAÇÃO CIENTÍFICA Tabela 3.1. Participação científica dos médicos no Centro-Oeste..............83 Quadro 3.1. Participação científica dos médicos da Região Centro-Oeste e do Brasil, por unidade federada, em percentuais, no ano de 2004...............84 Quadro 3.2. Necessidade e razão dos médicos do Brasil e da Região Centro-Oeste para aprimorar seus conhecimentos profissionais, por unidade federada, em percentuais, no ano de 2004.......................................86 Tabela 3.2. Participação dos médicos do Centro-Oeste em congressos científicos nos últimos 2 anos.......................................87 Quadro 3.3. Participação dos médicos do Centro-Oeste e do Brasil em congressos científicos locais, nos últimos dois anos, em percentuais, por unidades federadas, em 2004......................................................88 17

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 18 Quadro 3.4. Participação dos médicos do Centro-Oeste e do Brasil em congressos científicos regionais, nos últimos dois anos, em percentuais, por unidades federadas, em 2004..............................................88 Quadro 3.5. Participação dos médicos do Centro-Oeste e do Brasil em congressos científicos nacionais, nos últimos dois anos, em percentuais, por unidades federadas, em 2004....................................89 Quadro 3.6. Participação dos médicos do Centro-Oeste e do Brasil em congressos internacionais realizados no País, nos últimos dois anos, em percentuais, por unidades federadas, em 2004.......................................89 Quadro 3.7. Participação dos médicos do Centro-Oeste e do Brasil em congressos internacionais realizados no Exterior, nos últimos dois anos, em percentuais, por unidades federadas, em 2004.......................................90 Tabela 3.3. Leitura e assinatura de revistas científicas na Região Centro-Oeste....91 Quadro 3.8. Assinatura e leitura de revistas científicas locais pelos médicos do Centro-Oeste e do Brasil, em percentuais, por unidades federadas, no ano de 2004......................................................92 Quadro 3.9. Assinatura e leitura de revistas científicas nacionais pelos médicos do Centro-Oeste e do Brasil, em percentuais, por unidades federadas, no ano de 2004......................................................92 Quadro 3.10. Assinatura e leitura de revistas científicas internacionais pelos médicos do Centro-Oeste e do Brasil, em percentuais, por unidades federadas, no ano de 2004.................................................93 Quadro 3.11. Assinatura e leitura de revistas científicas eletrônicas (internet) pelos médicos do Centro-Oeste e do Brasil, em percentuais, por unidades federadas, no ano de 2004.................................................94 4 MERCADO DE TRABALHO Tabela 4.1. Mercado de trabalho dos médicos no Centro-Oeste...............99 Quadro 4.1. Situação profissional dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004..................102 Quadro 4.2. Número de atividades dos profissionais médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.......103 Quadro 4.3. Local de trabalho dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, considerando variáveis escolhidas, em percentuais, no ano de 2004................................................104 Quadro 4.4. Local de trabalho dos médicos do Centro-Oeste, por unidades federadas, considerando variáveis escolhidas, em percentuais, nos anos de 1996 e 2004..................................................105 Quadro 4.5. Principais especialidades em que atuam os profissionais médicos do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.....106 Quadro 4.6. Atividades dos profissionais médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, segundo locais de trabalho, em percentuais, no ano de 2004.......................................................107 18

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 19 Quadro 4.7. Profissionais médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, proprietários de empresa médica e os que têm a Medicina como única fonte de renda, em percentuais, no ano de 2004...................108 Quadro 4.8. Porcentagem de contribuição de outras fontes de renda, entre profissionais médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004....................................109 Tabela 4.2. Atividade em consultório na Região Centro-Oeste...............110 Quadro 4.9. Atividade em consultório dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, segundo as modalidades escolhidas, em percentuais, no ano de 2004................................................112 Quadro 4.10. Atividades dos profissionais médicos em consultório do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, segundo tipos de vínculos, em percentuais, no ano de 2004......................................112 Quadro 4.11. Carga horária semanal dedicada ao consultório no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, segundo grupo de horas escolhido, em percentuais, no ano de 2004....................................113 Quadro 4.12. Participação na renda mensal dos ganhos obtidos em consultório, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupos percentuais escolhidos, no ano de 2004.......................................114 Quadro 4.13. Tempo de serviço no consultório dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupo de anos escolhido, em percentuais, no ano de 2004......................................114 Quadro 4.14. Natureza jurídica e razão para pessoas jurídicas referentes aos consultórios dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004....................................115 Tabela 4.3. Atividade no setor público na Região Centro-Oeste..............116 Quadro 4.15. Tipos de unidades assistenciais no setor público, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.......118 Quadro 4.16. Natureza das unidades do setor público do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.......118 Quadro 4.17. Carga horária semanal dedicada ao setor público no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, segundo grupo de horas escolhido, em percentuais, no ano de 2004....................................119 Quadro 4.18. Participação na renda mensal dos ganhos obtidos no setor público, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupos percentuais escolhidos, no ano de 2004..............................120 Quadro 4.19. Tempo de serviço no setor público dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupo de anos escolhido, em percentuais, no ano de 2004....................................120 Quadro 4.20. Condições de trabalho no setor público, referidas por profissionais médicos no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004....................................121 19

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 20 Tabela 4.4. Atividade no setor privado na Região Centro-Oeste..............122 Quadro 4.21. Tipos de unidades assistenciais no setor privado, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.....124 Quadro 4.22. Natureza das unidades assistenciais no setor privado no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004...124 Quadro 4.23. Carga horária semanal dedicada ao setor privado no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, segundo grupo de horas escolhido, em percentuais, no ano de 2004....................................125 Quadro 4.24. Participação na renda mensal dos ganhos obtidos no setor privado, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupos percentuais escolhidos, no ano de 2004..............................126 Quadro 4.25. Tempo de serviço no setor privado dos médicos do Brasil e do Centro- Oeste, por unidades federadas, por grupo de anos escolhido, em percentuais, no ano de 2004................................................126 Quadro 4.26. Condições de trabalho no setor privado, referidas por profissionais médicos no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004................................................127 Tabela 4.4. Atividade no setor privado na Região Centro-Oeste..............128 Quadro 4.27. Tipos de unidades assistenciais do setor filantrópico, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.....129 Quadro 4.28. Natureza das unidades assistenciais do setor filantrópico no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004...130 Quadro 4.29. Carga horária semanal dedicada ao setor filantrópico no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, segundo grupo de horas escolhido, em percentuais, no ano de 2004....................................130 Quadro 4.30. Participação na renda mensal dos ganhos obtidos no setor filantrópico, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupos percentuais escolhidos, no ano de 2004..............................131 Quadro 4.31. Tempo de serviço no setor filantrópico dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupo de anos escolhido, em percentuais, no ano de 2004......................................131 Quadro 4.32. Condições de trabalho no setor filantrópico, referidas por profissionais médicos no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004....................................132 Tabela 4.4. Atividade no setor privado na Região Centro-Oeste..............133 Quadro 4.33. Situação e tipo de atividade dos docentes em Medicina no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004...134 Quadro 4.34. Natureza da instituição onde os docentes exercem o magistério em Medicina, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004......................................135 20

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 21 Quadro 4.35. Regime de trabalho dos mestres em Medicina, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004.......136 Quadro 4.36. Participação na renda mensal dos ganhos obtidos com a docência, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupos percentuais escolhidos, no ano de 2004.......................................136 Quadro 4.37. Tempo de docência em Medicina, no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupo de anos escolhido, em percentuais, no ano de 2004..................................................137 Quadro 4.38. Condições de trabalho no magistério, referidas pelos médicos docentes no Brasil e no Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004................................................137 Tabela 4.7. Trabalho em regime de plantão na Região Centro-Oeste..........138 Quadro 4.39. Trabalho em regime de plantão e tipos de plantão exercidos pelos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004................................................139 Quadro 4.40. Tempo de trabalho em regime de plantão dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupo de anos escolhido, em percentuais, no ano de 2004....................................140 Quadro 4.41. Horas semanais de trabalho em regime de plantão dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, em percentuais, por unidades federadas, segundo grupos escolhidos, em 2004.............................................141 Tabela 4.8. Satisfação com Especialidade principal e desgaste da atividade profissional...................................................141 Quadro 4.42. Satisfação com o trabalho, considerando a Especialidade principal, entre os médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004......................................142 Quadro 4.43. Níveis de desgaste, percebidos na atividade profissional entre médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004................................................143 Tabela 4.9. Percepção sobre mudanças ocorridas na vida profissional nos últimos cinco anos....................................................144 Quadro 4.44. Mudanças nos últimos 5 anos, da remuneração e jornada de trabalho, segundo os médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004............................145 Quadro 4.45. Mudanças ocorridas nos últimos 5 anos nas condições de trabalho, segundo os médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004......................................145 Quadro 4.46. Mudanças nos últimos 5 anos, da autonomia técnica e do poder médico, segundo os médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004....................................146 21

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 22 Quadro 4.47. Mudanças nos últimos 5 anos da competência técnica e do prestígio profissional, dos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, em percentuais, no ano de 2004....................................146 Tabela 4.10. Rendimentos com o trabalho médico no Centro-Oeste...........147 Quadro 4.48. Renda mensal individual, em dólares, referida pelos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupos escolhidos, em percentuais, no ano de 2004......................................148 Quadro 4.49. Renda mensal desejada, em dólares, referida pelos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupos escolhidos, em percentuais, no ano de 2004......................................149 Quadro 4.50. Piso salarial por 20 horas semanais, em dólares, referido pelos médicos do Brasil e do Centro-Oeste, por unidades federadas, por grupos escolhidos, em percentuais, no ano de 2004...........................150 5 ORIENTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIOPOLÍTICA Tabela 5.1. Descrição da orientação e da participação sociopolítica no Centro-Oeste.155 Tabela 5.2. Favorabilidade ao sistema de convênios, por Estado, em percentuais....156 Tabela 5.3. Participação em Associações e Sindicatos médicos no Centro-Oeste.....157 Tabela 5.4. Índices de sindicalizados por Estado, segundo o ano de realização da pesquisa...................................................158 Tabela 5.5. Percepção dos médicos sobre as condições de Saúde e a adequação dos serviços de assistência à população de sua cidade e/ou Região...........159 Tabela 5.6. Avaliação das condições de saúde e assistência por Estado, em percentuais...................................................160 Tabela 5.7. Opinião dos médicos sobre as mudanças decorrentes da implantação do SUS......................................................161 Tabela 5.8. Opinião dos médicos sobre as mudanças decorrentes da implantação do PSF.......................................................163 Tabela 5.9. Opinião dos médicos sobre a prioridade de implementação de fatores que assegurariam a eficácia do PSF..................................164 Tabela 5.10. Prioridades de implementação dos fatores que assegurariam a eficácia do PSF, observadas nos Estados do Centro-Oeste, na Região e no País, em percentuais.................................................165 Tabela 5.11. Opinião dos médicos sobre as conseqüências do sistema de convênios em fatores ligados à prática médica, na Região Centro-Oeste........166 Tabela 5.12. Leitura e importância atribuída a jornais impressos das entidades médicas......................................................168 Tabela 5.13. Avaliação dos médicos sobre a atuação das entidades médicas no Centro-Oeste................................................172 22

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 23 Tabela 5.14. Percepção sobre o quanto algumas palavras definem o futuro da sua profissão, entre os médicos do Centro-Oeste......................174 Tabela 5.15. Como vêem o futuro da profissão, por Estado e por ano de realização da pesquisa...........................................176 Tabela 5.16. Como vêem o futuro da profissão, por Estado, por Região e no País, em 2004.....................................................176 6 ATITUDES ANTE A VIDA E OS VALORES HUMANOS Tabela 6.1. Valores humanos que guiam a vida dos médicos no Centro-Oeste...181 Tabela 6.2. Satisfação com a vida dos médicos que atuam no Centro-Oeste..................................................185 23

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o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 25 INTRODUÇÃO RONI MARQUES MAURO BRANDÃO CARNEIRO VALDINEY VELOSO GOUVEIA 25

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o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 27 A Região Centro-Oeste, com a área de 1.612.077,2 km², corresponde a 18,86% do território brasileiro e é formada pelo Distrito Federal (DF) e pelos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. À época da realização da presente pesquisa, de acordo com os registros do Conselho Federal de Medicina, a Região contava com 15.134 médicos. Com uma população de 11.938.413 habitantes (PNAD, IBGE, 2001), tinha-se a relação de 1,27 médicos/1.000 habitantes, ou seja, existia 1 médico para cada 789 habitantes. O Quadro 1 apresenta o resumo de alguns parâmetros da Região: Quadro 1. Alguns parâmetros geográficos, sociais e econômicos das unidades que compõem a Região Centro-Oeste Parâmetro Unidade Goiás Mato Mato Distrito Grosso Grosso do Federal Sul Área (km²) 340.117,6 906.806,9 358.158,7 5.822,1 Municípios 246 139 77 1 População 4.996.439 2.502.260 2.074.877 2.150.000 População na Capital 1.150.000 500.000 690.000 2.150.000 Densidade demográfica (hab/km²) 14,7 2,8 5,8 368,3 Taxa de Urbanização (%) 87,9 79,4 84,1 95,7 Mortalidade Infantil 24,7 27 24 22,2 (por mil nascidos vivos) Índice de Analfabetismo (%) 12,5 11,8 10,9 5,1 Participação no PIB (%) 2 1,1 1,4 2,6 Fontes: Brasil em cd-rom e na internet. Brasília: Ministério das Relações Exteriores Disponível em: http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/index.htm. Acessado em 20/10/2004. De acordo com a Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (IBGE, 2002), a Região Centro-Oeste oferecia estabelecimentos com serviços diferenciados de Urgência e Emergência com taxa de 3 por 100.000 habitantes, o que representa 9,4% em relação ao total do País. Eram, ao todo, 362 estabelecimentos, sendo 68,2% privados. Estes estabelecimentos foram selecionados pelo fato de funcionarem diariamente durante 24 horas e pelo tipo de atendimento oferecido (Cirurgia e/ou Traumato-Ortopedia). A distribuição pelos Estados era a seguinte: 27

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 28 Quadro 2. Estabelecimentos que oferecem serviços diferenciados de atendimento de Urgência e Emergência, por esfera administrativa, 2002 Esfera Administrativa Total Públicos Privados Distrito Federal 27 10 17 Goiás 151 49 102 Mato Grosso 98 26 72 Mato Grosso do Sul 86 30 56 Região Centro-Oeste 362 115 247 Brasil 3.836 1.316 2.520 Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População, Indicadores Sociais, Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária, 2002. Na verdade, estes dados correspondem ao registro frio das apurações estatísticas e, certamente, não traduzem a realidade em termos de disponibilidade para atendimento de Urgência e Emergência. A realidade, principalmente no Interior dos Estados, é de estabelecimentos hospitalares que, portanto, estão funcionando em tempo integral mas que não dispõem de plantonistas no local, devendo o médico ser localizado e chamado para o atendimento. Mesmo nas capitais, existem estabelecimentos de Saúde que, embora dispondo de médicos plantonistas, não têm plantão de técnicos de serviços auxiliares básicos, como radiologia e patologia clínica. É claro que, nessas circunstâncias, não se pode falar em atendimento de Emergência e, portanto, os critérios utilizados para levantamento dos dados foram insuficientes e emprestaram colorido fantasioso a uma realidade bem mais pobre. Assim, é mais realista o pequeno número de estabelecimentos com atendimento de Urgência-Emergência registrado no Distrito Federal. Este número, provavelmente, refere-se a efetivos serviços de atendimento 24 horas, com plantonistas médicos e não-médicos que possam garantir o imediato atendimento dos pacientes que demandarem as unidades. O número de leitos para internação totalizava 36.872 em toda a Região Centro-Oeste, com a distribuição apresentada no Quadro 3: Quadro 3. Número de leitos para internação, totais e disponíveis ao SUS, 2002 Estado Total Disponíveis ao Total por SUS (%) 1000 habitantes Distrito Federal 4.793 70,1 1,56 28

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 29 Goiás 17.368 76,0 2,63 Mato Grosso 7.786 74,8 2,24 Mato Grosso do Sul 6.925 73,3 2,37 Região Centro-Oeste 36.872 74,4 2,27 Brasil 451.157 75,8 2,05 Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População, Indicadores Sociais, Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária, 2002. É curioso observar que, no Distrito Federal, a proporção de leitos por 1.000 habitantes é inferior a dos Estados da Região. É também de se ressaltar que essa proporção no Centro-Oeste é superior à média nacional e à média de todas as demais regiões do País, sendo igualada apenas pela da Região Sul. O Quadro 4 demonstra o total de camas de UTI, evidenciando que, em média, a Região Centro-Oeste mantém a mesma proporção nacional em relação ao total de leitos. Em dois Estados Goiás e Mato Grosso do Sul essa proporção é nitidamente inferior. Quadro 4. Número de leitos de UTI, totais e disponíveis ao SUS, nos Estados do CO, Região e Brasil, 2002 Estado Total Proporção em Disponíveis ao relação a leitos (%) SUS (%) Distrito Federal 468 9,8 52,6 Goiás 780 4,5 72,3 Mato Grosso 544 7,0 52,9 Mato Grosso do Sul 298 4,3 61,4 Região Centro-Oeste 2890 5,7 61,3 Brasil 27.931 5,9 57,1 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária, 2002. Outro ponto relevante diz respeito à formação de médicos na Região. A região Centro-Oeste tem dez faculdades de medicina, relacionadas no quadro 2. Com as vagas oferecidas em 2005, serão 666 novos médicos que se formarão anualmente na região. A rede de instituições federais disponibilizam quatro hospitais universitários para a população. 29

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 30 Quadro 5. Faculdades de Medicina localizadas na Região Centro-Oeste Instituição Ano de Vínculo N de Início vagas em 2005 Universidade Federal de Goiás 1960 Federal 110 Universidade de Brasília 1966 Federal 36 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 1968 Federal 40 Universidade Federal de Mato Grosso 1986 Federal 40 Universidade de Cuiabá 1997 Particular 100 Universidade para o Desenvolvimento do Estado 1996 Particular 60 e da Região do Pantanal Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 2000 Federal 20 Campus Dourados Universidade Católica de Brasília 2001 Particular 32 Escola Superior em Ciências da Saúde (DF) 2001 Distrital 80 União Educacional do Planalto Central 2002 Particular 40 Fonte: Portais das Universidades na internet, 2005. Mas, quem são hoje os médicos que atuam no Centro-Oeste? O que pensam? Em quais condições trabalham? Como comentamos antes, parte relevante desta pesquisa que visa, essencialmente, a obter um perfil do médico desta Região incluiu diversas variáveis, desde as suas características demográficas até suas atitudes ante a vida e os valores humanos. De fato, relativamente ao estudo anterior (Machado, 1996), os domínios desta pesquisa foram ampliados, de tal forma a responder a estas e a outras questões. Como ressaltado na apresentação do presidente do CFM, Dr. Edson de Oliveira Andrade, e do Coordenador Regional, Dr. Pablo Magalhães Chacel, esta publicação centra-se especificamente nesta Região do País. Interessa conhecer o que torna específico o profissional médico e o exercício da Medicina no Centro-Oeste. Entretanto, sempre que viável, far-se-ão comparações com as demais Regiões e, inclusive, com os dados nacionais, ajudando a ilustrar o panorama da Região. Tomando como base a pesquisa prévia (Perfil do Médico no Brasil, Machado, 1996), foi desenvolvido um instrumento (questionário) suficientemente amplo e objetivo com o propósito de levantar alguns elementos principais que permitissem o retrato fiel do que se estava viven- 30

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 31 ciando. Neste sentido, decidiu-se priorizar seis blocos de informações, que se constituem no corpo central da presente obra e que são resumidos a seguir. As características demográficas dos médicos são o foco do primeiro bloco do questionário. As seis questões apresentadas têm por finalidade descrever os participantes da pesquisa em termos de alguns atributos mais pessoais. Portanto, foram realizadas as seguintes perguntas: idade, sexo, nacionalidade, naturalidade, Estado em que reside, e se vive no Interior ou na Capital. Não se pretendeu, por suposto, identificar o médico, senão caracterizar o conjunto de participantes, de modo a conhecer quem são as pessoas que exercem o ofício correspondente. A formação profissional é o tema do segundo e um dos principais blocos de perguntas desta pesquisa. Com o propósito de conhecer onde, em que condições e especialidades os médicos estavam-se formando inclusive com indagações acerca da Pós-Graduação foram elaboradas cinco perguntas principais, algumas subdivididas. Como antes ficou evidente dada a massificação do ensino médico (no sentido negativo, implicando aglutinação de pessoas para se qualificarem sem preocupação quanto ao prejuízo à qualidade da formação) interessava aprofundar estas questões. Assim, perguntaram-se: ano e instituição de ensino em que se graduou ou, se fosse o caso, revalidou a Graduação; a realização de cursos de Pós-Graduação (Especialização, Residência Médica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado); obtenção de título de Especialista e enquadramento da Especialidade Médica, segundo a classificação vigente. A participação científica um dos indicadores do nível de atualização da classe médica compôs o terceiro bloco do estudo. Quatro perguntas principais foram subdivididas, procurando conhecer em que medida os médicos estavam produzindo e consumindo conhecimento científico. Procurou-se enfocar, principalmente, a participação em congressos, o acesso às publicações e a filiação às sociedades científicas. Como não poderia ser diferente, o quarto bloco foi o maior, correspondendo a uma área vital para os médicos e que, em razão das mudanças repetidamente ocorridas no âmbito econômico e político, tem despertado seu interesse: o mercado de trabalho. Foram formuladas 20 perguntas a respeito, procurando atualizar aquelas apresentadas na pesquisa passada. Basicamente, buscou-se conhecer múltiplos aspectos da atuação profissional do médico: situação laboral, especialidades em que atua, satisfação com estas, localização do trabalho, o trabalho em consultório e nos setores 31

o medico e seu trab Centro Oeste.qxd 29/9/2005 11:40 Page 32 privado, público, filantrópico e docente, os rendimentos recebidos e desejados e a percepção sobre o que tem mudado na sua vida profissional. O quinto bloco tratou de conhecer a orientação e a participação sociopolítica dos médicos. Este foi formado por 18 perguntas, procurando conhecer suas opiniões acerca dos Serviços de Saúde, do SUS, do PSF e das entidades de classe e dos jornais que estas publicam, assim como sua avaliação pessoal do sistema de convênios e suas implicações na prática médica e o conhecimento sobre o Código de Ética Médica vigente. Ainda foram indagados acerca de como percebem o futuro da sua profissão. Todas estas perguntas contemplam a dimensão mais social e mesmo política do exercício da Medicina, ajudando a situar o médico como um ser social em interação com os colegas, as entidades médicas e os Programas e as Políticas de Saúde do País. Por último, as atitudes ante a vida e os valores humanos foram incluídas como instrumentos específicos para serem respondidos. Este foi o sexto bloco do questionário da presente pesquisa, sendo uma dimensão subjetiva completamente nova em relação à pesquisa passada. Portanto, nenhuma comparação àquele estudo é possível. Pretendeu-se conhecer que valores (pessoais e/ou sociais) guiam o comportamento dos médicos no seu diaa-dia, bem como em que medida, no geral, se encontram satisfeitos com suas vidas. Ao realizar a presente pesquisa tomando como ponto de partida a anterior, o Conselho Federal de Medicina pretende acompanhar a direção das mudanças e políticas produzidas na área da Saúde, especificamente no que tange ao trabalho médico. Contudo, com a introdução de novas tecnologias na coleta e no armazenamento dos dados, este Conselho abre perspectivas para contar com um Banco de Dados que se poderia denominar como flexível: permite incorporar novas variáveis, substituir ou mesmo eliminar outras, incluir novos sujeitos (médicos) ou mesmo obter respostas dos médicos já cadastrados em anos subseqüentes. Um instrumento versátil para auxiliar a formulação de políticas em direção a conquistas efetivas, como a dignidade no exercício da profissão e melhores condições de assistência à população. 32