RESPOSTA AO PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO AO EDITAL Concorrência n.º 01/2016 OBJETO: Concessão do serviço público de estacionamento rotativo, compreendido neste a prestação dos serviços de implantação, operação, manutenção e gerenciamento das vagas do Sistema de Estacionamento Rotativo Pago de veículos nas vias e logradouros públicos do Município de Porto Alegre. IMPUGNANTE: REK Parking Empreendimentos e Participações Ltda. A Comissão Especial de Licitação para Delegação, por meio de CONCESSÃO, do serviço público de estacionamento rotativo, compreendido neste a prestação dos serviços de implantação, operação, manutenção e gerenciamento das vagas do Sistema de Estacionamento Rotativo Pago de veículos nas vias e logradouros públicos do Município de Porto Alegre, torna pública a resposta ao pedido de impugnação ao edital recebida na data de 23 de maio de 2016. I DA IMPUGNAÇÃO PREÂMBULAR NECESSIDADE DE PLANILHA DE QUANTITATIVOS E PREÇOS UNITÁRIOS A impugnante, de forma preambular, argumentou que o instrumento convocatório não observou o disposto no art. 40, 2º da Lei de Licitações, ou seja, que a Administração deixou de apresentar orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários, prejudicando a elaboração das propostas pelos licitantes. Menciona ainda, que sem a planilha de custo completa não existe parâmetro para elaboração da proposta comercial, pois o edital não prevê informações essenciais como preço de equipamentos futuros, previsão de reversão de bens e demais equipamentos. Por fim, alega que sem a planilha adequada não haverá critério de julgamento já que não existem parâmetros claros para elaboração da planilha. Em exame ao projeto básico, podemos claramente verificar que foi elaborada planilha de custos estimada e projeção financeira para o período de 10 anos. Saliento que a planilha constante no edital prevê todos os elementos necessários e suficientes para elaboração da proposta dos licitantes, estabelecendo despensas com pessoal, aquisição de equipamentos, impostos, amortização, depreciação, taxa de gerenciamento, despesa operacionais, outras despesas, outros investimentos, etc. Lembro ainda, que a Administração efetuou orçamento relativo a equipamentos com funcionalidade idêntica às exigidas no projeto básico, de forma a projetar o investimento com aquisição de equipamentos multivagas, considerando o número atual de equipamentos, vagas e projeção de crescimento ao longo de 10 (dez) anos. Portanto, totalmente desarrazoadas as alegações da impugnante, pois no instrumento convocatório consta planilha detalhada e com elementos suficientes para elaboração das propostas das licitantes. 1
Por fim, destaco que o edital estabelece de forma clara e precisa o critério de julgamento (maior percentual de repasse), sendo que os estudos elaborados pela Administração, bem como a planilha de projeção de custos possuem o caráter norteador para elaboração da proposta final, tomando por base o critério de julgamento maior percentual de repasse. Vejamos: 8.1 O critério de julgamento das propostas apresentadas na licitação será o maior percentual de repasse, a ser calculado sobre o valor bruto arrecadado. 8.2 O percentual mínimo aceitável na licitação é de 20% (vinte por cento). Assim, totalmente descabidas as alegações da impugnante. II DA PREJUDICIALIDADE DO ITEM 14 NO PROJETO BÁSICO DE ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA Alega a impugnante ser desarrazoada a exigência de atualização sem a previsão de contraprestações dos usuários ou do Poder Público, e que tal propositura, reflete praticamente a assinatura de um cheque em branco. Menciona que é premente a necessidade da Administração elucidar as obrigações futuras descritas sem qualquer contraprestação, sobe pena de não apenas haver prejuízos para a empresa Concessionária como para o ente público. Destaca, por fim, que tais situações apenas criam situações futuras desregradas e fadadas a suspeitas de atos ímprobos de seus agentes públicos que não possuem uma regra editalícias a ser seguida. Diversamente do alegado pela impugnante a Administração elaborou projeto básico completo e detalhado, tomando por base os estudos elaborados pela área técnica, o conhecimento e os dados disponíveis nos 16 (dezesseis) anos de área azul no município de Porto Alegre, bem como outros editais publicados em outros órgãos públicos. Cumpre destacar, que foi elaborado também estudo de viabilidade econômica- financeira, conforme planilha constante no Anexo II do edital. Saliento que o órgão gestor do serviço atualmente (EPTC) já administra a operação de longa data, possuindo vasta experiência na administração e gestão de estacionamento rotativo. Neste Sentido, os dados constantes na planilha de estudo de viabilidade é um dos mais completos, dentre os editais já publicados na esfera pública. Enfatizamos, que o projeto básico constante no edital está completo prevendo todos os elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterização do serviço de estacionamento rotativo, conforme disciplina do inciso IX do art. 6º da Lei de Licitações. 2
É inconcebível pensar em um edital de Concessão que estabeleça o período de 10 (dez) anos de prestação de serviço, sem prever a possibilidade de estudo e avaliação do sistema, de forma a possibilitar a incorporação de inovações tecnológicas. Lembramos, que a concessão de serviço público é uma relação jurídica com três polos, poder concedente, concessionário e usuários. Neste sentido, não estabelecer a possibilidade de inovações tecnológicas ao longo do período de 10 anos é deixar os usuários abandonados à própria sorte ao alvedrio das condições iniciais proposta pelo Concessionário. Sem razão, portanto, a Impugnante. III DA PREJUDICIALIDADE DA FALTA DE PREVISÃO NO EDITAL DA REVERSIBILIDADE DOS BENS MÓVEIS (PARQUÍMETROS E OUTROS EQUIPAMENTOS) Alega a impugnante que parquímetros, equipamentos eletrônicos, motocicletas e outros equipamentos necessários à execução do serviço deveriam ser reversíveis. Menciona ainda que tudo que estava à disposição para prestação do serviço público deve ser revertido ao erário e passe a integrar o seu patrimônio. Diversamente do alegado pela impugnante a Administração estabeleceu, de forma clara e objetiva no instrumento convocatório, quais bens são reversíveis, conforme disciplina o item 20 do edital. 20.1 Findo o prazo do contrato ou com a extinção da concessão, reverterão ao PODER CONCEDENTE somente às sinalizações verticais e horizontais implantadas durante a Concessão. Saliento, que por trata-se de serviço executado em via pública, somente serão reversíveis os dispositivos de sinalização horizontal e vertical implantados no período de 10 (dez) anos. Cumpre destacar que o art. 18, inciso X da Lei 8.987/95, estabelece que o edital deverá prever quais bens serão reversíveis. Neste sentido, o edital cumpriu com o disposto na legislação, pois estabeleceu quais bens reverterão ao Poder Público. Destaco ainda, que não há interesse público na reversão dos equipamentos multivaga ou bens acessórios inerentes à execução do serviço (veículos e demais equipamentos), como requer a impugnante, pois ao longo do período de concessão os equipamentos se tornarão obsoletos e não servirão para nenhum propósito ou finalidade da Administração Pública, sendo previsão de sua reversão contrária ao interesse público. Cumpre destacar que a Administração no projeto básico, em planilha de custo, projetou a amortização e as depreciações dos equipamentos utilizados pelo Concessionário, não podendo neste caso se falar em prejuízo. A reversão foi prevista somente para aqueles dispositivos em que há interesse na sua manutenção (sinalização viária). Neste sentido, ao término no prazo de Concessão os bens não elencados como reversíveis serão desafetados e o Concessionário poderá dar a destinação melhor entender. Assim, caem por terra os argumentos da Empresa Impugnante. 3
IV DA PREJUDICIALIDADE NO ITEM 21 DO EDITAL POR DESCUMPRIMENTO AO ART. 40 INCISO XI DA LEI 8.666/93 Alega a impugnante que somente haverá revisão do valor da tarifa durante a vigência da concessão por iniciativa única e exclusiva do Poder Público. Que existem situações como reajuste nos dissídios coletivos das categorias dos trabalhadores que prestam serviço, aumento de impostos e insumos, entre outros que interferem diretamente no valor da tarifa e, consequentemente, necessitam de revisão para que haja o reequilíbrio econômico financeiro da prestação dos serviços. Neste sentido, defende que é inaceitável que somente haverá reajuste por iniciativa do ente público, ou seja, excluir a possibilidade da Concessionária demonstrar o aumento de custos e requerer o reequilíbrio contratual. Conforme errata publicada no Diário Oficial do Município DOPA de 24 de maio de 2016, houve a adequação do item 21 do edital fazendo constar que a atualização das tarifas será promovida por meio de decreto municipal, adotando-se o índice de correção do IPCA-IBGE, com periodicidade anual. No entanto, nota-se no discorrer da peça impugnatória, que a interessada no certame confunde reajuste com reequilíbrio econômico financeiro do contrato. Enquanto art. 40, inciso XI da Lei de Licitações estabelece a necessidade do edital estabelecer critérios de reajuste, como forma de reestabelece o valor inicialmente ofertado, depreciado em função do processo inflacionário normal, o art. 65, inciso II, alínea d estabelece as hipóteses para ocorrer o reequilíbrio. São elas, fatos imprevisíveis ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis, força maior, caso fortuito ou fato do príncipe. Ocorrendo uma das hipóteses acima elencadas, o Concessionário poderá requerer o reequilíbrio econômico financeiro do contrato a qualquer tempo, enquanto o reajuste ocorrerá a cada 12 meses. " art. 40 XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta ou do orçamento a que essa proposta se referir até a data do adimplemento de cada parcela;" " art. 65, II d) para restabelecer a relação, que as partes pactuaram inicialmente, entre os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força maior, caso 4
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual." Feitas estas considerações, não assiste razão aos apontamentos feitos pela Empresa Impugnante. Por fim, aproveito o ensejo para observar que foram publicadas as respostas dos questionamentos e errata, contemplando todas as dúvidas da demandante em relação ao projeto básico. Salientamos também, que a impugnação não tem efeito suspensivo e nem impede o licitante a participar do certame, nos termos do 3º, do art. 41 da Lei nº 8.666/93. Mediante o exposto, a Comissão Especial de Licitação entende que a impugnação ora apresentada é improcedente. Porto Alegre, 27 de maio de 2016. César Augusto Pereira Presidente da Comissão Especial de Licitação 5