DEMANDA SÓCIO-EMOCIONAL INTERFERINDO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Transcrição:

DEMANDA SÓCIO-EMOCIONAL INTERFERINDO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA Autora: Maria Luiza Queiroga Ferreira Coautores: Wellington da Silva Souza e Maria Aparecida F. Menezes Suassuna Orientador (a): Prof. Ms. Maria Aparecida F. Menezes Suassuna Faculdade Santa Maria marialuizaq123@gmail.com RESUMO Este artigo trata-se de um relato de experiência o qual tem como objetivo apresentar a experiência dos alunos do quinto período do curso de Psicologia da Faculdade Santa Maria em uma escola pública, localizada no interior do estado da Paraíba. O estágio permitiu a compreensão do funcionamento da escola, a dinâmica de trabalho, bemcomoobservar a relação professora-alunos, como também identificar algum aluno que apresentasse dificuldade de aprendizagem, sendo este o principal ponto do estágio. Após analisar a experiência descrita, pôde-se concluir que o aluno identificado com possível dificuldade de aprendizagem, passou por problemas familiares, sofreu fortes agressões do seu pai, que quase o levou a morte. Diante do exposto, identificamos a importância de um profissional da área da psicologia inserido nos espaços escolares, pois, muitos casos de dificuldades na aprendizagem estão relacionadas as causas emocionais e sociais que refletem no processo ensino-aprendizagem, gerando um entrave no desenvolvimento escolar. Palavras-chave Ensino-aprendizagem; questões sócio emocionais; dificuldades de aprendizagem. INTRODUÇÃO A educação é um direito de todos, precisamos da educação para não só nos realizar profissionalmente, mas pra termos o poder do conhecimento, da sabedoria, que abrem portas e nos dá oportunidades para nos desenvolver de forma mais justa e igualitária. A relação entre professor e aluno é essencial, as dificuldades do aluno não têm toda responsabilidade perante o fracasso escolar, esse vai acontecer também devido a falta de motivação

do professor que no caso pode não está preparado para tentar suprir essas dificuldades dos alunos, procurando meios capazes para isso. Se houver uma relação positiva entre ambos há uma expectativa maior do aluno aprender bem mais. Faz-se necessário que o aluno tenha consciência dos seus processos mentais e do seu grau de compreensão para que o próprio consiga montar táticas eficientes para a melhora do estudo e assim da aprendizagem. Ao ter um bom desempenho escolar o aluno conseguirá interagir nas aulas e conseguirá expor que não entendeu algo, pois ficará observando a sua compreensão. Para que haja uma educação satisfatória é necessário que se tenha diálogo entre o educando e o educador, o aluno tem que aprender a confiar no educador e o educador precisa entender que o aluno é uma pessoa que já tem seus conhecimentos de vida e que está na escola para somá-los com os conhecimentos do seu professor. O presente trabalho tem como objetivo observar o dia a dia dos alunos de uma escola municipal para assim conhecer um pouco como se dá o convívio, como é conduzida a educação, as relações entre aluno, professor, funcionários da escola, como também, identificar no processo de ensino-aprendizagem algum aluno que apresenta características próprias de dificuldade de aprendizagem, Ao término do estágio, com um intuito de levar um feedback à escola, foi aplicada uma ação com a tentativa de suprir alguma necessidade observada ao longo do estágio. METODOLOGIA Este estágio foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Aurita da Silva, na cidade de Sousa-PB, no alto sertão, no 5 ano no ensino fundamental. O estágio teve uma carga horaria de 32 horas de observação em sala, mais uma atividade de intervenção no final do estágio. Durante oito dias pode-se observar uma turma de alunos do 5º ano do ensino fundamental, justamente como metodologia utilizada neste trabalho, onde, todos os dados foram devidamente anotados para análise, sendo assim, apresentados e discutidos a seguir. Outra técnica utilizada neste trabalho foi uma entrevista com a mãe da criança, como

também com a sua professora, onde, que julgamos de suma importância para o entendimento do processo de ensino-aprendizagem da criança. Por fim, também foi realizada uma entrevista com a professora na busca de confrontar sua metodologia de ensino com a realidade do aluno. Neste estágio buscou-se a qualidade e não a quantidade, ou seja, de acordo com a observação foi-se detendo a uma única criança frente às particularidades que foram ressaltadas no seu comportamento em sala de aula se remetendo ao seu processo de ensino-aprendizagem. De acordo com as informações coletadas nas próprias observações em sala de aula, na entrevista com a mãe da criança e também com a sua professora, foi possível identificarmos informações que nos levaram a compreensão do comportamento apresentado pela criança. De fato, as informações foram confrontadas de acordo com a literatura em questão que, nos levaram às discussões frente às informações coletadas para um entendimento, na perspectiva de contribuição da realidade apresentada. Por fim, foi realizada uma ação na escola frente à realidade observada como uma forma de contribuir juntamente à instituição como também para um melhor entendimento da realidade que nos foi apresentada. RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste estágio pode-se verificar que alguns dos alunos e principalmente o escolhidopara a observação, denominado por N no presente artigo,precisam ser avaliados quanto à desatenção durante a aula. Foi observado durante o estágio que N ao ser seleto pela professora para fazer a leitura em voz alta, apresentou sinais de nervosismo, provavelmente, em função de não estar concentrado no momento em que a professora passou os comandos. É preciso que o professor fique atento a certas situações, pois casos como atividades de casa não feitas, excesso de reposições de provas, faltas, muitos em recuperação e alguns que já repetiram o ano tendo a idade bastante adiantada para a série, não podem ser vistas como simples situações. Essas vivências escolares podem ter diferentes significados como, por exemplo, o TDAH que cabe aos educadores observarem as atitudes e os comportamentos dos seus alunos para poderem tomar as

providências necessárias. Em função dessa estreita relação entre TDAH e sala de aula, professores e professoras são peças-chave no processo de identificação e determinação do diagnóstico de seus alunos. Esses profissionais têm se tornado alvo de discursos e práticas, tais como cursos, palestras e materiais de divulgação sobre o TDAH (COSTA). CONCLUSÕES De acordo com as observações feitas e as interpretações realizadas através das entrevistas com a professora e com a mãe, pôde-se perceber o motivo de N ser tão retraído tanto em sala quanto fora dela. N passou por problemas familiares, sofreu fortes agressões do seu pai, que quase o levou a morte, onde, ficou claro a importância do profissional de psicologia nas escolas, pois, as dificuldades na aprendizagem do aluno foram advindas de situações adversas que, refletiram no seu ensino-aprendizado. Como o próprio indivíduo incorpora esses critérios em suas auto-avaliações, pressupõe-se que a resolução satisfatória ou o fracasso em uma dada etapa afeta o senso de competência em etapas posteriores. Os contextos onde o indivíduo se desenvolve podem contribuir para a competência, em maior ou menor grau, e também para a vulnerabilidade aos riscos, tanto aqueles inerentes a cada fase como os decorrentes de circunstâncias de vida adversas ao desenvolvimento. (D'AVILA-BACARJI; MARTURANO; ELIAS, 2005, p. 107,108). Depois de ter passado por tamanha fatalidade, sua mãe informou durante a entrevista, que ele mudou totalmente o seu jeito de ser, era alegre e descontraído e passou a ser uma pessoa quieta e muitas vezes sozinha, quando se irrita passa a ficar agressivo, não tem muito entrosamento com seus colegas e fala muito pouco. Frente a casos dos mais diversos que são encontrados nas escolas, é de fundamental importância professores capacitados para lidar diante dessas situações, além da própria instituição de ensino tendo em seu quadro uma equipe multidisciplinar dando suporte ao aluno, levando em consideração a suas particularidades e o contexto social que o mesmo está inserido. Para Vygotsky: a criança inicia seu aprendizado muito antes de chegar à escola, mas o aprendizado escolar vai introduzir elementos novos no seu desenvolvimento. A aprendizagem é um processo contínuo e a educação é caracterizada por saltos qualitativos de um nível de aprendizagem a outro, daí a importância das relações sociais. (PISONI; COELHO, PG.148) É preciso ressaltar a particularidade neste caso apresentado pela mãe de N, onde o abuso

físico pode deixar marcas durante toda a vida do indivíduo. Estudos apresentam que crianças ao sofreram abusos físicos acarretam alterações nos seus comportamentos e sintomas psiquiátricos. Com este estágio foi possível conhecer de perto, com um olhar mais crítico como funcionam as relações professor-aluno, o ensino-aprendizagem, os entraves e algumas possíveis soluções para as relações estabelecidas no espaço educacional. Diante do identificado, é possível sugeri intervenções multidisciplinares para o acaso de N, considerando que as interferências externas estão interferindo negativamente nas suas relações sociais e no seu desenvolvimento cognitivo. É necessário que esse aluno seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar, como também um profissional de psicologia, para que juntos consigam transpor as barreiras estabelecidas pelas dificuldades apresentadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. AQUINO, Julio. A relação professor-aluno: do pedagógico ao institucional. São Paulo: Summus, 1996. ASSIS,Simone; OLIVEIRA, Raquel.; XIMENES Liana; Violência e transtorno de estresse póstraumático na infância. Ciência & Saúde Coletiva. V 14 N 2, pp. 417-433. Abril/2009. Disponível em: < <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-81232009000200011&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1678-4561.>. Acesso em 02 de Setembro de 2015. BORUCHOVITCH, Evely. Estratégias de aprendizagem e desempenho escolar: considerações para a prática educacional. Psicologia Reflexão Critica, Porto Alegre, v. 12, n. 2, p. 361-376, 1999. Disponível em:<http://www.researchgate.net/profile/evely_boruchovitch/publication/26362124_estratgias_de _aprendizagem_e_desempenho_escolar_consideraes_para_a_prtica_educacional/links/00463521e8 5f65d98b000000.pdf>. Acesso em 15 de Agosto de 2015. ELIAS,Luciana; MARTURANO, Edna;D'AVILA- BACARJI. Keiko. Suporte Parental: Um Estudo Sobre Crianças Com Queixas Escolares.Psicologia em Estudo,Maringá, v. 10, n. 1, p. 107-115, jan./abr. 2005.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-

73722005000100013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 08 de Agosto 2015. PISONI, Silene.; COELHO, Luana. Vygotsky: Sua Teoria E A Influência Na Educação. Revista Modelos FACOS/CNE C Osório. V. 2 N. 2. Agosto/2012. Disponível em http://facos.edu.br/publicacoes/revistas/e-ped/agosto_2012/pdf/vygotsky_- _sua_teoria_e_a_influencia_na_educacao.pdf. Acesso em 01 de Setembro de 2015. COSTA, Themis Cardoso. Crianças indóceis em sala de aula. Canoas: ULBRA, 2006. 134 F. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de pós-graduação em Educação, Universidade Luterana do Brasil, Canoas, 2006.