REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO GABINETE DO ORDENADOR NACIONAL PARA A COOPERAÇÃO MOÇAMBIQUE / UE Delegação da União Europeia em Moçambique
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Objectivos do estudo PAANE: Resultado esperado e objectivos do Programa Metodologia de trabalho Resultados do estudo Conclusões Recomendações Áreas temáticas Potenciais parcerias Quadro de monitoria Estudo de Base da Campanha para a Cidadania, Padil Salimo, Apresentação Pública dos resultados dos Estudos sobre Campanha para a Cidadania MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO GABINETE DO ORDENADOR NACIONAL PARA A COOPERAÇÃO MOÇAMBIQUE / UE Delegação da União Europeia em Moçambique
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Objectivo Geral O objectivo é de providenciar sugestões estratégicas para o PAANE sobre o rumo que a campanha para a cidadania deverá tomar assim como fornecer dados de base que possam servir para a monitoria do impacto do programa. Objectivos específicos Medir as noções, conhecimentos, atitudes e práticas sobre cidadania, dos jovens e grupo-alvo da Campanha Educação para a Cidadania e, num grau menor, dos pais, professores e encarregados de educação; Formular sugestões sobre o rumo estratégico do programa (Áreas temáticas, áreas geográficas prioritárias, faixa etária recomendada para o grupo-alvo da campanha, e potenciais parceiros); Fornecer uma base de dados para medir o impacto da campanha. Estudo de Base da Campanha para a Cidadania, Padil Salimo, Apresentação Pública dos resultados dos Estudos sobre Campanha para a Cidadania MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO GABINETE DO ORDENADOR NACIONAL PARA A COOPERAÇÃO MOÇAMBIQUE / UE Delegação da União Europeia em Moçambique
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Resultado 1: Melhoria da noção e do conceito de cidadania entre os cidadãos, que assim ficam mais bem preparados para exercerem os seus direitos e deveres. Objectivo Geral do PAANE: contribuir para a melhoria da governação e da cidadania em Moçambique com vista a melhoria do desenvolvimento socioeconómico sustentável e redução da pobreza. Objectivo específico do PAANE reforçar a responsabilização mútua entre actores não estatais, autoridades públicas e o cidadão em Moçambique. Resultado 1. Corresponde a uma de duas áreas do PAANE que fica orientada para a implementação de uma CEC a jovens adolescentes para: Fornecer conhecimento sobre a noção e o conceito de cidadania Fortalecer os princípios de boa governação entre grupos de jovens e no seio das suas comunidades. Promover a participação para que suas vozes sejam ouvidas e possam influenciar e participarem na tomada de decisões. Estudo de Base da Campanha para a Cidadania, Padil Salimo, Apresentação Pública dos resultados dos Estudos sobre Campanha para a Cidadania MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO GABINETE DO ORDENADOR NACIONAL PARA A COOPERAÇÃO MOÇAMBIQUE / UE Delegação da União Europeia em Moçambique
Estudo qualitativo e quantitativo Questionários & Entrevistas semi-estruturadas 1ª Etapa - revisão de literatura e documentos relevantes 2ª Etapa - trabalho de campo 3ª Etapa sistematização e análise de dados Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulada Valido Matola 142 11,3 11,3 11,3 Manhiça 119 9,5 9,5 20,8 Moamba 140 11,2 11,2 32,0 Quelimane 140 11,2 11,2 43,1 Alto Molócuè 137 10,9 10,9 54,0 Pebane 140 11,2 11,2 65,2 Pemba 141 11,2 11,2 76,4 Mecúfi 159 12,7 12,7 89,1 Montepuez 137 10,9 10,9 100,0 Total 1255 100,0 100,0 Selecção de Locais: Regional (1 Província) Interioridade e litoral Com e sem Município Presença de OSC e sua fraca presença Capital provincial
A definição e clareza sobre o conceito de cidadania não é do domínio da maioria, sejam adultos ou crianças. E a caracterização do conceito que é o que foi mais fácil fazer, muda em conformidade com as idades. Entre adultos, a interpretação do conceito de cidadania foi fundamentado pelas ideias de amor a pátria, valorização e respeito aos símbolos nacionais, e no respeito aos mais velhos. Entre adolescentes, não obstante a dificuldade para a definição do conceito, estes evidenciam o gozo dos direitos da criança, a pertença a uma comunidade e o exercício da liberdade de expressão, bem como o cumprimento de deveres para com a comunidade, como sendo as mais importantes características de cidadania. A opinião de professores e de pais e encarregados de educação em relação ao conhecimento que os adolescentes têm do conceito de cidadania, é decididamente divergente. Professores dizem que os adolescentes têm conhecimento de cidadania pelo simples facto de que aprendem sobre direitos da criança. Os pais e encarregados de educação, tem um défice muito alto de conhecimento sobre cidadania, no entanto levantam a questão do respeito aos mais velhos.
O que significa cidadania? Nascer em Moçambique 59.9% Direito de dizer o que pensa 35.7% Organização política que quiser 24.2% Cumprir deveres em relação ao Estado 25.5% Poder questionar as autoridades 15.4% Poder ajudar as pessoas da comunidade 24.6% Poder andar nas ruas da cidade 10.1% Poder ter acesso fácil a comida 7.3% % 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Cidadania deve ser compreendida no contexto do Programa, como uma prática com alicerces numa identidade baseada no reconhecimento de pertença a uma comunidade na qual os indivíduos gozam dos mesmos direitos e deveres, e possuem prerrogativas de participar e de exercer a sua voz em torno dos deveres e obrigações que têm na defesa de seus direitos, e na prossecução dos seus interesses e da sua comunidade, dentro de um quadro de direitos e deveres constitucional e culturalmente estabelecidos. Três elementos chave no conceito: Identidade baseada no reconhecimento de pertença a uma comunidade Gozo de prerrogativas de participação e de exercício de voz Reconhecimento de existência de responsabilidades intrínsecas ao dever e obrigação de realizar interesses próprios e da sua comunidade
Exercício de cidadania e participação em Moçambique a prática da cidadania e participação é ainda fraca, apesar de formalmente reconhecida. O exercício de cidadania é desafiado por factores de ordem histórica, política e cultural concretas que a influenciam. Incluindo problemas relacionados com a pobreza e fraco acesso ao conhecimento e informação. Ausência de oportunidades de acesso as estruturas formais de poder, e falta de conhecimento por parte dos oficiais públicos sobre a importância, relevância e legalidade no exercício dos direitos que os cidadãos gozam. A percepção dos cidadãos de que o exercício pleno da cidadania pressupõe em parte uma situação de confrontação com o poder, leva também a limitações do seu exercício.
% de jovens adolescentes que participam na tomada de decisões a nível local % de paricipação de jovens adolescentes no processo de tomada de decisões a nível das escolas 2% Maputo 86% 10% 1% Cabo Delgado 19% 52% 13% 15% Zambézia 80% 14% 5% 0% Zambézia 50% 32% 14% 5% Cabo Delgado 68% 27% 1% 4% Maputo 32% 42% 16% 10% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Nunca Poucas vezes Muitas vezes Sempre Nunca Poucas vezes Muitas vezes Sempre
% de adolescentes por provincia que participam em actividades para solução de problemas na comunidade % de raparigas e rapazes que participam em actividades para a solução de problemas na comunidades Maputo 83% 11% 3% 2% Mulher es 75% 20% 3% 2% Zambézia 72% 19% 8% 1% Homens 68% 23% 7% 3% Cabo Delgado 60% 34% 3% 3% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Nunca Poucas vezes Muitas vezes Sempre Nunca Poucas vezes Muitas vezes Sempre
Válido Como os cidadãos deveriam agir quando seus problemas não são resolvidos Ser activos em questionar os governantes Percentagem Percentagem Frequência Percentagem válida acumulada 284 22,6 27,1 27,1 Reunir-se com outros 450 35,9 42,9 70,0 Aguardar até que os 153 12,2 14,6 84,6 governantes resolvam Mostras mais respeito às 104 8,3 9,9 94,6 autoridades Não fazer nada 57 4,5 5,4 100,0 Total 1048 83,5 100,0 S/Info não sabe 198 15,8 sem informação 9,7 Total 207 16,5 Total 1255 100,0
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE O índice de analfabetismo, a pobreza, o limitado acesso a informação pública, e o fraco conhecimento que os cidadãos têm em relação aos direitos e deveres perante o Estado e perante a sociedade de uma forma geral, bem como a natureza de instituições políticas formais e informais ainda em processo de consolidação num contexto democrático, criam limitações na construção da consciência de uma cidadania forte. As caracterizações em torno do conceito de cidadania entre grupos de adultos e adolescentes não se verificaram elementos de convergência. O que indica alguma ausência de plataforma comum de entendimento em relação ao conceito. As características apresentadas por adultos e aquelas dos jovens adolescentes, sugerem uma forte influência do contexto socioeconómico, político e cultural bem como das expectativas e perspectivas de cada um destes grupos. Experiência em relação a práticas e atitudes de jovens adolescentes no exercício de cidadania são praticamente inexistentes. As organizações que trabalham com crianças têm maioritariamente seus programas voltados para a promoção de direitos da criança. Estão a emergir projectos de monitoria e prestação de contas nos planos que integram actividades sensíveis às questões que afectam directamente a criança, mas são ainda iniciativas numa fase muito embrionária. Existem imperativos de ordem cultural que condicionam o comportamento, atitudes e práticas dos jovens adolescentes e dos pais e encarregados de educação. Elas representam modelos de orientação e de convivência social na comunidade, e constituem uma importante base de geração de conflitos numa situação de convivência entre valores da cultura tradicional com os da cidadania. Estudo de Base da Campanha para a Cidadania, Padil Salimo, Apresentação Pública dos resultados dos Estudos sobre Campanha para a Cidadania MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO GABINETE DO ORDENADOR NACIONAL PARA A COOPERAÇÃO MOÇAMBIQUE / UE Delegação da União Europeia em Moçambique
Foco da abordagem da Campanha Foco no fortalecimento do conhecimento e construção de uma cidadania esclarecida que contribua para a mudança de atitudes e comportamentos em relação a práticas de cidadania. Abordagem centrada na criança como o agente privilegiado do processo de intervenção das iniciativas da CEC. Âmbito e alvo da Campanha A implementação da CEC deve focalizar preferencialmente nas províncias onde o estudo de base foi realizado. Alargar o grupo alvo da CEC de 12-15 anos para a faixa dos 09-17 anos de idade. Estudo de Base da Campanha para a Cidadania, Padil Salimo, Apresentação Pública dos resultados dos Estudos sobre Campanha para a Cidadania
O Programa deve promover o estabelecimento de redes e fóruns regulares de debate, troca de experiências e de informação entre membros de diferentes grupos infantis a diferentes níveis e locais. Estratégia de sucesso Deve promover o acesso a informação que é a chave para que os cidadãos estejam informados sobre as questões de interesse público para melhor participarem no exercício pleno de sua cidadania. A despeito da implementação focalizada em Províncias onde estudo foi realizado, algumas iniciativas de campanha poderão ser de âmbito mais amplo (uso de meios de comunicação social, e redes sociais) Realizar iniciativas de CEC a nível comunitário (pais e encarregados de educação, autoridades comunitárias etc.), como forma de mitigar os factores culturais impeditivos da consolidação de práticas de cidadania. Estudo de Base da Campanha para a Cidadania, Padil Salimo, Apresentação Pública dos resultados dos Estudos sobre Campanha para a Cidadania
ÁREAS TEMÁTICAS PROPOSTAS PARA A CEC Apropriação dos fundamentos e princípios constitucionais sobre direitos humanos, direitos e deveres Melhorar o conhecimento sobre direitos humanos, e sobre as leis em torno dos direitos e deveres dos cidadão Contribuir para a maturidade, autoestima e responsabilidade entre os jovens adolescentes principalmente àqueles afectados pela campanha Promoção do conhecimento em relação aos princípios, fundamentos, e práticas sobre cidadania, democracia e participação. Desenvolvimento de habilidades e senso de responsabilidade para o activismo no debate sobre questões de interesse público e comunitários. Melhorar o conhecimento sobre cidadania, os princípios inerentes e seus fundamentos. Induzir o envolvimento de jovens na participação activa em assembleias em larga escala tais como fóruns juvenis, parlamentos infantis, acampamentos e outras formas. Induzir o estabelecimento e desenvolvimento de grupos e redes locais de cidadania Desenvolver conhecimento, capacidade e habilidades para influenciar decisões e afectar mudanças. Desenvolver um ambiente de aprendizagem e de crítica reflexiva, discussão e debate (drama, role play, teatro, exposições, criações artísticas, etc...) Promover ligações com a comunidade através de visitas, atribuindo responsabilidade aos adolescentes para trabalhos comunitários Desenvolver capacidades de negociação com autoridades locais e comunitárias, para criar capacidade de advogar mudanças.
Prestação de contas e responsabilização Acesso a informação Governação Cidadania e participação Transparência e anticorrupção Diálogo social e político Direitos da criança Monitoria e advocacia PROGRAMAS & OSC QUE TRABALHAM NAS ÁREAS ACIMA
Indicador Indicador Revisto Situação geral Situação por província Situação qualitativa % dos cidadãos e dos ANE afectados pela campanha que têm um mínimo de conhecimentos em termos de educação cívica e conceitos de cidadania. % de cidadãos com o mínimo de conhecimento do conceito sobre cidadania. 36,6% de jovens adolescentes têm conhecimento sobre cidadania. Província de Maputo 35,7%. Província da Zambézia 26,6%. Província de Cabo Delgado 47,2%. O conhecimento do conceito de cidadania é limitado, tanto entre adultos como entre jovens adolescentes, entretanto, adolescentes apresentam uma caracterização do conceito mais clara e consistente. % de jovens masculinos e femininos alvos do programa que participem activamente em órgãos democráticos. -/- 4% de raparigas, e 7% de rapazes, participam em órgão democráticos de tomada de decisão a nível local. A % de raparigas e rapazes que participam na tomada de decisões a nível escolar é 25% e rapazes 24%. Província de Maputo, 4%. Província da Zambézia, 5%. Província de Cabo Delgado, 5%. Jovens adolescentes não têm oportunidades de participação nos órgãos democráticos existentes. Os espaços com maior destaque de participação de jovens adolescentes na tomada de decisões, são os espaços escolares. Número de cidadãos que participam em estruturas associativas e/ou em mecanismos de tomada de decisões a nível local. -/- 54,9% de jovens adolescentes participa em alguma estrutura associativa. Província de Maputo, 67,3%. Província da Zambézia, 46,2%. Província de Cabo Delgado, 51,7%. A maioria dos jovens participa em algum tipo de associação ou grupo. A falta de conhecimento da existência e importância da associação explica a causa dos que não integram. Número de pais, encarregados de educação e professores que relatam um comportamento mais proactivo dos jovens (masculinos e femininos) em relação a defesa dos seus direitos e cumprimentos dos seus deveres. -/- 7,3% de jovens adolescentes participa em actividades comunitárias no cumprimento de deveres. Entre raparigas e rapazes, a percentagem é de 5% e 9% respectivamente. Província de Maputo, 5%. Província da Zambézia, 9%. Província de Cabo Delgado, 6%) O grau de consciência para o exercício de cidadania activa é ainda muito fraco. Pais e encarregados de educação não têm conhecimento sobre cidadania, e não possuem referências sobre a sua importância.