NOTA TÉCNICA. Nota Técnica n. 001/2017-DELIC Processo nº: / DO RELATÓRIO

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Transcrição:

Nota Técnica n. 001/2017-DELIC Processo nº: 23228.000.958/2017-98 NOTA TÉCNICA DO RELATÓRIO Trata-se o presente expediente de nota técnica, relacionado ao procedimento de licitação, referente ao Pregão Eletrônico nº 24/2017, que tem como objeto o Registro de Preços para contratação de serviços de vigilância armada fixa e motorizada, termos do Decreto 5.450/05, Decreto 7.892/13 e Lei 8.666/93. O referido Pregão Eletrônico foi aberto no dia 01 de agosto de 2017, com o recebimento das propostas iniciais das empresas: Yeshua Segurança Patrimonial, Pargel Vigilância e Segurança, Elite Serviços de Segurança e Novaseg Segurança Patrimonial. No decorrer da execução do certame, as empresas Yeshua Segurança Patrimonial e Novaseg Segurança Patrimonial foram desclassificadas. No dia 03/08/2017, após recebimento da proposta da empresa Pargel Vigilância e Segurança, foi solicitado a mesma o envio de sua documentação de habilitação, sendo necessário realizar diligência ao atestado de capacidade técnica, emitido pela Prefeitura Municipal de Macapá. No dia 04/08/2017, a empresa Pargel Vigilância e Segurança foi habilitada no certame, e com isso, aberto o prazo para intenção de recursos. Sendo que as empresas Novaseg Segurança Patrimonial e Elite Serviços de Segurança manifestaram-se, tempestivamente, quanto a intenção de propor recurso. Dessa forma, foi aberto prazo para apresentação de razões até o dia 09/08/2017, e contra razão até 14/08/2017, sendo apresentado razões de recurso pelas empresas Novaseg Segurança Patrimonial e Elite Serviços de Segurança, e contra razão pela empresa Pargel Vigilância e Segurança. 1

Na análise dos recursos apresentados, as Recorrentes, Novaseg Segurança Patrimonial e Elite Serviços de Segurança mencionam que a Recorrida (Pargel Vigilância e Segurança.) apresentou autorização de compra de armas, em quantidade insuficiente para o objeto da licitação, e tendo sua validade expirada. A Autorização de compra de armas é exigência contida no item 15.6.1, vejamos: 15.6.1. Autorização para a aquisição e a posse de armas e munições, conforme estabelece o Art. 20 da Lei nº 7.102, de 20.06.83, regulamentada pelo Decreto nº 89.056, de 24.11.83, e alterações; Queremos ressaltar, inicialmente, que ao exigirmos a qualificação técnica operacional, aos licitantes, busca este Instituto maior eficiência e melhores resultados na contratação, uma vez que ao exigir esta qualificação, restará garantido que os serviços sejam executados por empresa devidamente habilitada e qualificada. A Portaria 3233/2012-DG/DPF, de 10 de dezembro de 2012 e suas alterações, do Departamento de Polícia Federal, estabelece critérios a serem observados pelas empresas especializadas do ramo, dentre eles que o exercício da atividade dependerá de autorização prévia do Departamento de Polícia Federal, devendo a empresa, para obtenção da autorização prévia, atender a uma série de requisitos, tais como os estabelecidos no artigo 4º para as empresas de vigilância patrimonial. Complemento ainda que a licitante, para participar do certame, deverá possuir objetivo social compatível com o objeto da licitação, e ainda que de acordo com o previsto na Portaria 3233/2012-DPF, em seu artigo 4º, parágrafo 2º, o objeto social da empresa deverá estar relacionado, somente, às atividades de segurança privada que esteja autorizada a exercer. Em relação aos armamentos/equipamentos, para as empresas de Vigilância Patrimonial, por exemplo, a portaria estabelece em seu art. 114, parágrafo 1º, que elas poderão dotar seus vigilantes de revólver calibre 32 ou 38, cassetete de madeira ou de borracha e algemas. Sobre a aquisição de armas e munições, a Portaria 3233/2012-DPF estabelece em seu artigo 117 que as empresas de segurança especializada, exceto as de curso de formação, terão seus requerimentos analisados com base nos contratos de prestação de serviços que justifiquem as respectivas aquisições, sendo que no seu artigo 127 consta que um dos documentos a serem apresentados juntamente com o requerimento de aquisição de armas e munições é a cópia de contrato firmado com o contratante do serviço. 2

Art. 127. As empresas de segurança especializadas e as que possuem serviço orgânico de segurança que desejarem adquirir armas e munições deverão apresentar requerimento dirigido ao Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada, informando a quantidade e especificações das armas e munições, anexando os seguintes documentos: (...) III - cópia do contrato firmado com o contratante do serviço, contendo o número de vigilantes, local da prestação do serviço e total de armas previsto para a execução do contrato, em vigor há, no máximo, seis meses; e Dessa forma, fica demostrado que não faz sentido exigir que o licitante apresente autorização para aquisição das armas antes da assinatura do contrato. No caso em análise, percebemos que a exigência do item 15.6.1 (autorização para aquisição de armas) não deveria constar das exigências de habilitação, uma vez que as empresas participantes não tem e nem terão condições de cumprir essa exigência, no momento da habilitação, e de forma válida, visto que tal autorização somente é emitida com a apresentação do contrato firmado com a Contratante, ou seja, somente após a assinatura do contrato deverá ser cobrado tal autorização, de acordo com o art. 127 da Portaria 3233/2012-DPF. Ou seja, somente se deve exigir a autorização da empresa contratada, quando da execução do contrato, de forma que seja apresentada a relação de armas e cópias dos respectivos "Registro de Arma" e "Porte de Arma", que serão utilizadas no cumprimento do contrato. Pelo exposto, podemos afirmar que o edital trouxe cláusula restritiva, ou no mínimo CLÁUSULA INEPTA, de modo a frustrar o principio do julgamento objetivo, e o caráter competitivo do certame. Pois se houver a desclassificação da empresa Recorrida, considerando a apresentação de uma AUTORIZAÇÃO VENCIDA, estaremos criando novo critério de julgamento, pois o edital não exige autorização dentro da validade. Da mesma forma, se classificarmos somente a licitante que apresente uma AUTORIZAÇÃO VIGENTE estaríamos restringido o campo de competição. A preservação do julgamento objetivo, portanto, demanda a existência de cláusula clara e precisa quanto ao conteúdo dos documentos a serem apresentados, à luz do efetivamente necessário à avalição da qualificação técnica do licitante para bem executar o objeto licitado. 3

Cabe ressaltar, que não há previsão legal para exigência de apresentação de AUTORIZAÇÃO PARA AQUISIÇÃO DE ARMAS como condição necessária para habilitação das licitantes, uma vez que a Lei 8.666/93 enumera, de forma restrita, os documentos que poderão ser exigidos na etapa de habilitação das candidatas à contratação. Destacamos, também, o 5º do art. 30 da Lei das Licitações veda expressamente exigências não previstas em lei, que inibam a participação na licitação. Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: (...) 5 o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação. Temos jurisprudência uniforme do Tribunal de Contas da União no sentido de que quaisquer exigências especiais de habilitação devem estar previstas na lei de licitações e justificadas no processo, sob pena de serem consideradas restritivas à competitividade do certame. Nesse sentido são dos seguintes acórdãos: 1.336/2010-TCU-Plenário, 2.581/2010- TCUPlenário, 3.156/2010-TCU-Plenário, 1.258/2010-TCU-2ª Câmara, 1.339/2010-TCU- Plenário, dentre outros. Desse modo, a exigência desse documento (autorização para compra de armas) traz insegurança ao Pregoeiro, para um julgamento afastado de qualquer subjetivismo, pois a legislação não prevê sua apresentação na fase habilitatória do processo de licitação. E diante do item 15.6.1. do instrumento convocatório, não resta a menor dúvida que o edital está viciado por afronta ao Decreto 5.450/05, que disciplina, expressamente, que a normas devem privilegiar a competitividade, se não vejamos: Art. 5º (...) Parágrafo único. As normas disciplinadoras da licitação serão sempre interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que não comprometam o interesse da administração, o princípio da isonomia, a finalidade e a segurança da contratação. (GRIFAMOS) Dessa forma, não resta para nós a confirmação e convicção, no sentido que houve insuperável vício no edital, de modo a inviabilizar o JULGAMENTO OBJETIVO por parte do Pregoeiro. Uma vez que o edital apresenta irregularidade, ao afrontar os princípios da legalidade, julgamento objetivo e competitividade, se faz necessário a adequação do edital, aos exatos e precisos termos legais. 4

Isto feito, uma vez verificado o vício na materialização do ato, todos os atos subsequentes são eivados de irregularidades de igual forma, conquanto, nada obsta a administração pública de anular seus próprios atos, e refazê-los dentro da regularidade que rege as licitações. Desde que desses atos, não tenha sido materializado nenhum direito adquirido correspondente a um terceiro, a nosso ver, não ocorreu no caso em tela. A capacidade que a administração pública detém para ser livre para anular seus atos eivados de nulidades e revogar atos discricionários sob a égide da conveniência e oportunidade, chama-se de Autotutela. Conforme entendimento sumulado da Suprema Côrte do Brasil, disposto a seguir: SÚMULA 473 STF:. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Para corroborar esse entendimento, trazemos exarada pelo Ministro Dias Toffoli, onde afirma; "É cediço o entendimento desta Suprema Corte de que, diante de suspeitas de ilegalidade no ato de declaração de condição de anistiado, a Administração há de exercer seu poder-dever de anular seus próprios atos, sem que isso importe em desrespeito ao princípio da segurança jurídica ou da confiança. Súmulas 346 e 473 do STF." (RMS 27998 AgR, julgamento em 28.8.2012, DJe de 21.9.2012) É o relatório. 5

DAS RECOMENDAÇÕES Considerando o teor do relatório apresentado, este Departamento de Licitações, após análise exauriente sobre o presente processo, para condicionar e reestabelecer o bom desempenho da função administrativa e com amparo na legislação federal que rege as licitações, RECOMENDA: Recomendação nº1: Que o presente processo licitatório seja encaminhado para a Magnífica Reitora, para que seja anulado o edital do Pregão Eletrônico nº 24/2017, bem como todos os atos subsequentes. Após realizado o ato, retorne o processo para este Departamento, afim de ser lançada nova licitação. Macapá, 24 de agosto de 2017. CEZAR DA COSTA SANTOS Chefe do Departamento de Licitações e Contratos 6