Recepção: 09/03/ Aceitação: 24/04/2015

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Transcrição:

O nível da memória cognitiva em idosos sedentários e ativos El nivel de memoria cognitiva en personas mayores sedentarias y activas The memory level cognitive in elderly active and sedentary *Especialista em Atividades e Gestão do Fitness e Wellness pela Faculdade Adventista de Hortolândia **Docente nos cursos de Educação Física e Pós-Graduaćão da Faculdade Adventista de Hortolândia Priscila Coelho Tavares* Helena Brandão Viana** helena.viana@ucb.org.br (Brasil) Resumo É importante a prática de atividade física para o idoso durante o envelhecimento podendo interferir na capacidade funcional e cognitiva deste e influenciando na saúde como um todo. O idoso, muitas vezes tem dificuldades em se locomover para espaços onde há atividade física planejada por um profissional por problemas financeiros, com a família e saúde. O idoso procura praticar atividade física não somente por problemas de saúde, mas também para melhorar sua autoestima, a sua imagem perante as pessoas, por isso a procura por atividades físicas vem crescendo nos últimos anos. Porém o sedentarismo ainda vem acompanhando o processo de envelhecimento aumentando os fatores de risco para doenças crônico-degenerativas. A atividade física em vários casos ajuda a diminuir o processo de doenças no idoso. O objetivo deste trabalho foi analisar a capacidade cognitiva do idoso inativo e ativo. Foi aplicado o teste Mini-Mental para avaliação da memória de curto prazo. Os idosos ativos fisicamente tiveram melhores resultados apontando que há uma possível influência da atividade física na memória de curto prazo. Unitermos: Memória cognitiva. Envelhecimento. Atividade física. Abstract It is important to maintain physical activity for the elderly during aging, because it may interfere with functional and cognitive ability of this and influencing health as a whole. The elderly often have difficulty getting to places where there are physical activity planned by a professional financial problems, family and health. The old demand physical activity not only for health reasons, but also to improve their self-esteem, its personal image for other people, so the demand for physical activities has increased in recent years. But the sedentary lifestyle is still watching the aging process by increasing the risk factors for chronic diseases. Physical activity in several cases helps to decrease the process of diseases in the elderly. The objective of this study was to analyze the cognitive ability of active and inactive elderly. The Mini-Mental test for evaluation of short-term memory was applied. The physically active elderly had better results indicating that there is a possible influence of physical activity in short-term memory. Keywords: Cognitive memory. Aging. Physical activity. Recepção: 09/03/2015 - Aceitação: 24/04/2015 EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 204 - Mayo de 2015. http://www.efdeportes.com/ 1 / 1 Introdução De acordo com Silva et al. (2012) existem várias formas diferentes para definir o envelhecimento, uma delas é: a perda da eficiência dos processos envolvidos na manutenção da homeostase do organismo, implicando decréscimo da viabilidade ou o aumento da vulnerabilidade ao estresse. É importante a prática de atividade física para o idoso durante o envelhecimento podendo interferir na capacidade funcional e cognitiva deste e influenciando na saúde como um todo. Dumith (2010) vem dizendo que aqueles que não conseguem obter e praticar as recomendações das atividades físicas de nível moderadas até vigorosas estão incluídos no grupo dos sedentários, mas há discussões sobre o que significa ser sedentário e não ativo. Para o autor uma pessoa pode não praticar atividade física, mas isso não significa que seja sedentário.

O crescimento da população idosa tem aumentado sem precedentes. Em 2000, era esperado que 28% da população adulta com mais de 65 anos, vivesse no mínimo até 90 anos. Este número vai aumentar até 2050, e provavelmente 47% da população com 65 anos, vai alcançar os 90 anos e esta faixa etária chegará a 80 milhões de pessoas (Carvalho, Rea, Parimon & Cusack, 2014). Envelhecimento bem sucedido tem sido definido como a manutenção da saúde física e mental ao longo da vida. As funções cognitivas declinam com a idade. Pessoas mais velhas podem experienciar um declínio em várias funções cognitivas como memória, atenção, funções executivas e velocidade de processamento das informações. O declínio nas habilidades cognitivas podem dificultar a performance individual no cotidiano. Portanto, manter ou melhorar as funções cognitivas em adultos idosos é importante (Nouchi et al., 2012; Santos et al., 2014). A memória pode declinar aproximadamente 40% no processo de envelhecimento e é caracterizado por uma percepção da perda de memória. Isso gera nos idosos um temor de desenvolver demências ou outras doenças neurológicas, como Alzheimer. Estudos indicam que envolver-se diariamente em atividades mentais e de lazer (leitura, assistir notícias, dançar ou jogar xadrez ou outros jogos de tabuleiro, está associado à redução do risco de desenvolver declínios cognitivos e demências (Nouchi et al., 2012; Blondell; Hammersley-Mather & Veerman, 2014). Outras pesquisas sugerem que há um efeito positivo do exercício sobre as funções cognitivas. Estudos tem demonstrado que exercícios físicos podem melhorar as funções cognitivas melhorando a saúde mental de idosos. Atividades físicas que combinam exercícios aeróbios como caminhada, natação ou corrida, e exercícios de força são os mais adequados para a melhora dos aspectos cognitivos (Nouchi et al., 2012). Exercícios segundo alguns estudiosos podem melhorar todas as funções executivas. Particularmente, a combinação de diversas formas de exercício como o treinamento de resistência, força, equilíbrio e flexibilidade podem melhorar os diversos aspectos da cognição em idosos. Tanto exercícios aeróbicos como anaeróbicos parecem beneficiar a saúde do cérebro e conseqüentemente melhora as funções cognitivas (Rahe, Petrelli, Kaesberg & Fink, 2015). Outro fator importante de se manter ativo na velhice, é que manter-se saudável no aspecto cognitivo é preditor de qualidade de vida, já que a incidência de quedas em pessoas com demência é muito aumentado, o que pode aumentar a mortalidade entre os idosos demenciados (Schwenk et al., 2014). Objetivo

O objetivo do trabalho foi verificar o nível de memória do idoso avaliando-o através de um teste de memória, comparando a capacidade cognitiva de idosos ativos e inativos fisicamente, discutir os resultados e analisar a importância da atividade física no envelhecimento. Metodologia Aplicação de protocolo de memória (Mini-mental - Brucki; Nitrini; Caramelli et al., 2003), que perguntava: Que dia é hoje? Em que mês estamos? Em que ano estamos? Em que dia da semana estamos? Qual a hora aproximadamente? Escrever as três palavras anotadas na lousa pelo professor (eles olhavam por 3 minutos e depois o professor apagava), Frase (o professor falava uma frase 3 vezes e logo em seguida pedia para que elas escrevessem). Participaram da pesquisa 40 pessoas entre 60 a 75 anos, sendo 20 idosos que praticam atividade física regularmente e 20 sedentários. Resultados A média de idade das idosas ativas e desvio padrão foi de 69.15, dp 5.17, e das inativas foi de 70.5 e dp 5.08. No item que perguntava "que dia é hoje?", as ativas tiveram 80% de acerto, e as inativas 60% de acerto. Na pergunta "que mês estamos?", "Em que dia da semana estamos?" e "Qual a hora aproximadamente?", houve 100% de acerto nos dois grupos. Na pergunta "Em que ano estamos?", houve 95% de acerto entre as ativas e 40% de acerto entre as inativas. As que erraram, todas responderam que estávamos em 1914. Em relação às 3 palavras escritas na lousa, houve 85% de acerto entre os ativos e 55% entre os inativos. Na última questão, onde foi falada uma frase para eles escreverem, houve 50% de acerto entre as ativas e 30% de acerto entre as inativas. Discussão De acordo com os resultados da pesquisa, o grupo de idosos ativos teve mais facilidade em responder o questionário do que o grupo dos inativos, por mais que os ativos tenham errado algumas perguntas da pesquisa os resultados foram mais favoráveis, obtendo um desempenho melhor da memória cognitiva. Para Valduga et al (2013) o idoso que pratica atividade física tem uma melhoria na flexibilidade, capacidade aeróbia, força muscular, entre outros e um fator importante citado pelo autor é que a prática de atividade física tem ajudado o idoso a ter uma melhora na memória cognitiva, levando o idoso a ser independente e melhorando a qualidade de vida. Considerações finais

Este estudo demonstrou que as idosas inativas tiveram mais dificuldades e cometeram mais erros ao serem submetidas ao teste de memória. Pelo fato da amostra ser pequena, novos estudos com amostras maiores poderiam confirmar esse resultado, apontando a influência da atividade física na cognição e manutenção da memória de curto prazo. Referências bibliográficas Blondell, S. J., Hammersley-Mather, R. & Veerman, J. L. (2014). Does physical activity prevent cognitive decline and dementia?: A systematic review and meta-analysis of longitudinal studies. BMC Public Health, 14(1), 510, 2014. Brucki, S.; Nitrini, R.; Caramelli, P.; Bertolucci, P.; Okamoto, I. (2003). Sugestões para o uso do mini-exame do estado mental no Brasil. Arq. Neuropsiquiatr, 56 (3B): 778. Carvalho, A., Rea, I. M., Parimon, T. & Cusack, B. J. (2014). Physical activity and cognitive function in individuals over 60 years of age: A systematic review. Clinical Interventions in Aging, 9, 661 682, 2014. http://doi.org/10.2147/cia.s55520 Dumith, C. S. (2010). Atividade física e sedentarismo: diferenciação e proposta de nomenclatura. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. 15(4), p. 253. Nouchi, R. et al. (2012). Beneficial effects of short-term combination exercise training on diverse cognitive functions in healthy older people: study protocol for a randomized controlled trial. Trials, 13(1), 200. Rahe, J., Petrelli, A., Kaesberg, S. & Fink, G. R. (2015). Effects of cognitive training with additional physical activity compared to pure cognitive training in healthy older adults. Clin Interv Aging, 10: 297 310. Santos, N. C. et al. (2014). Clinical, physical and lifestyle variables and relationship with cognition and mood in aging: A cross-sectional analysis of distinct educational groups. Frontiers in Aging Neuroscience, 6(February), 1 15. Shah, T. et al. (2014). A combination of physical activity and computerized brain training improves verbal memory and increases cerebral glucose metabolism in the elderly. Translational Psychiatry, 4(12), e487, 2014. http://doi.org/10.1038/tp.2014.122 Silva, M. F. et al. (2012). Relação entre os níveis de atividade física e qualidade de vida de idosos sedentários e fisicamente ativos. Rev. bras. geriatr. gerontol.,15(4)12. Valduga, R. Valduga L, V. A. Almeida, J.A. Carvalho, G. A. (2013). Relação entre o padrão postural e o nível de atividade física em idosas. R. bras. Ci. e Mov. 21(3) p.6.