ANÁLISE DA AUTOIMAGEM CORPORAL EM PRATICANTES DE BALÉ CLÁSSICO: AVALIANDO DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS

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1 ANÁLISE DA AUTOIMAGEM CORPORAL EM PRATICANTES DE BALÉ CLÁSSICO: AVALIANDO DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS Amanda Xavier Mazziero* Marcelo Antônio Ferraz* * Amanda Xavier Mazziero é aluna de Educação Física Faculdades Integradas de Bauru FIB * Marcelo Antônio Ferraz é professor do Curso de Educação Física das Faculdades Integradas de Bauru FIB e professor e coordenador do curso de Licenciatura em Educação Física do IEDA Instituto Educacional de Assis. RESUMO Atualmente, é muito comum não estar satisfeito com o próprio corpo. A busca da autoimagem corporal ideal é incansável, principalmente nesse publico em questão, as bailarinas. Os parâmetros corporais desejáveis destas vão além da população em geral, e, na medida em que elas se tornam profissionais, a necessidade de manter o peso corporal adequado vai aumentando. As bailarinas profissionais representam um grupo cuja atividade envolve muito treinamento físico, no qual a demanda por um padrão estético adequado pode levar à insatisfação e distorções na relação com a imagem corporal. A autoimagem corporal é um importante componente do mecanismo de identidade pessoal. Bailarinas e jovens em geral estão expostas constantemente à pressão social do culto à magreza, reinterpretada contemporaneamente como padrão universal de beleza. Além disso, a exigência imposta às bailarinas de equilibrar preparo físico, leveza e expressões dramáticas as torna um grupo de risco importante para transtornos de imagem corporal mais graves quando comparadas com outros grupos da mesma idade. Com o intuito de analisar o nível de satisfação de mulheres, bailarinas clássicas com a sua autoimagem corporal em diferentes faixas etárias, o estudo contou com a participação de (N=45) mulheres, 15 com a faixa etária entre 10 e 15 anos, 15 mulheres com a idade de 16 a 20 anos e 15 com idade de 21 a 30 anos, todas com práticas regulares de no mínimo três treinos semanais, e praticantes da modalidade há no mínimo 5 anos. O estudo será realizado na Academia Ana Maria, no município de Dois Córregos/SP e na Academia Sigma da cidade de Bauru/SP, que possuem turmas de

2 praticantes de Balé Clássico. Para coleta de dados foi aplicado um questionário com 34 questões, Body Shape Questionnaire (BSQ) e as silhuetas corporais de Stunkard apud Tritschler (2003). A autoimagem corporal em Bailarinas Clássicas é em maior preocupação nas praticantes entre 21 a 30 anos de idade, devido a alterações no desenvolvimento motor, corporal e social das praticantes. O mesmo não ocorre com as praticantes de menor idade, uma vez que o desenvolvimento corporal esta no seu ápice da maturação da performance e seus corpos apresentam silhuetas bem próximas dos padrões estéticos saudáveis entendidos pela atual sociedade. ABSTRACT Nowadays, it is very common not to be satisfied with oneself s body. The search for the ideal body self-image is tireless, especially among this audience, the ballet dancers. The desirable body parameters of these go beyond the general population, and as they become professionals, the need to maintain adequate body weight increases. Professional ballet dancers represent a group whose activity involves a lot of physical training, in which the demand for an adequate aesthetic pattern can lead to dissatisfaction and distortions in the relation with the body image. Body self-image is an important component of the personal identity mechanism. Ballet performers and young people are constantly exposed to the social pressure of the cult of thinness, reinterpreted at the same time as the universal standard of beauty. In addition, the requirement imposed on ballet dancers to balance physical fitness, lightness and dramatic expressions makes them a major risk group for more severe body image disorders when compared to other age groups. To analyze the level of satisfaction of female classic ballet dancers with their body image in different age groups, the study had the participation of (N = 45) women, 15 with the age group between 10 and 15 years, 15 women aged 16 to 20 years and 15 with age from 21 to 30 years, all with regular practices of at least three training sessions a week, and practitioners of the modality for a minimum of 5 years. The study took place at the Ana Maria Academy, in the municipality of Dois Córregos/SP and at the Sigma Academy in the city of Bauru/ SP, which have classes of practitioners of Classical Ballet. For data collection, a questionnaire with 34 questions, Body Shape Questionnaire (BSQ) and the body silhouettes of Stunkard apud Tritschler (2003) were applied. Body self-image in Classical Dancers is of greatest concern to practitioners aged 21 to 30 years due to changes in motor, body and social development of practitioners. The same does not happen with the youngest practitioners, since their corporal development is at its apex of performance maturation and their bodies present silhouettes very close to the healthy aesthetic standards understood by the present society.

3 INTRODUÇÃO Atualmente, é muito comum não estar satisfeito com o próprio corpo, a busca da autoimagem corporal ideal é incansável, principalmente nesse publico em questão, as bailarinas. Os parâmetros corporais desejáveis destas vão além da população em geral, e, na medida em que elas se tornam profissionais, a necessidade de manter o peso corporal adequado vai aumentando. As bailarinas profissionais representam um grupo cuja atividade envolve muito treinamento físico, no qual a demanda por um padrão estético adequado pode levar à insatisfação e distorções na relação com a imagem corporal. A autoimagem corporal é um importante componente do mecanismo de identidade pessoal. Fortes et. al. (2001, p. 22) a define como a figura mental que temos das medidas, dos contornos e da forma de nosso corpo; e dos sentimentos concernentes a essas características e às partes do nosso corpo. A autoimagem corporal se refere à satisfação de uma pessoa com seu tamanho corporal ou partes específicas de seu corpo (DI PIETRO, 2002; DAMASCENO, et al., 2005; NOVAES, 2006). Para Tosatti et al. (2007), na população geral, as mulheres jovens são mais vulneráveis às pressões da sociedade pela beleza, e compõem igualmente um grupo de risco de instalação de pelo menos um dos fatores da tríade, os transtornos alimentares, que compreendem a anorexia e/ou bulimia. O agravante entre jovens bailarinas é a associação de duplo risco destes componentes, haja vista que são praticantes de uma atividade que supervaloriza a beleza física e de um gênero no qual há maior vulnerabilidade às imposições da sociedade no que tange a estereótipos corporais. Bailarinas e jovens em geral estão expostas constantemente à pressão social do culto à magreza, reinterpretada contemporaneamente como padrão universal de beleza. Além disso, a exigência imposta às bailarinas de equilibrar preparo físico, leveza e expressões dramáticas as tornam um grupo de risco importante para

4 transtornos de imagem corporal mais graves quando comparadas com outros grupos da mesma idade (TOSATTI et al. 2008). 1. OBJETIVOS DO TRABALHO O objetivo do presente trabalho é analisar o nível de satisfação de mulheres, bailarinas clássicas, com a sua autoimagem corporal em diferentes faixas etárias. 2. RELEVÂNCIA DO ESTUDO Fornecimento de informações relevantes sobre a questão da autoimagem corporal aos professores, estudantes e aos próprios praticantes do Balé Clássico. 3. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo contou com a participação de (N=45) mulheres, 15 com a faixa etária entre 10 e 15 anos, 15 mulheres com a idade de 16 a 20 anos e 15 com idade de 21 a 30 anos, todas com práticas regulares de no mínimo três treinos semanais, e praticantes da modalidade há no mínimo 5 anos. O estudo será realizado na Academia Ana Maria, no município de Dois Córregos/SP e na Academia Sigma da cidade de Bauru/SP, que possuem turmas de praticantes de Balé Clássico. Para coleta de dados foi aplicado um questionário com 34 questões, Body Shape Questionnaire (BSQ) e as silhuetas corporais de Stunkard apud Tritschler (2003). RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados das respostas do questionário (BSQ) indicaram que as Bailarinas com uma faixa etária maior (21 a 30 anos) apresentam maior preocupação com a satisfação da autoimagem corporal comparados com os

5 resultados das outras faixas etárias (16 a 20 e 10 a 15 anos, nível de significância p<.05). E entre os grupos de 16 a 20 e 10 a 15 anos de idade não houve diferenças significativas p>.05, resultado o qual que se contrapõe às ideias de Tosatti et al (2007), que indicam que a preocupação maior deveria ser das mais jovens. Resultados semelhantes também foram obtidos a partir do teste das silhuetas indicando uma diferença da autoimagem atual para a desejada sendo o grupo de maior idade (21 à 30 anos) com uma dispersão maior do que os outros dois grupos (10 à 15 anos e 16 a 20 anos). Os resultados estão de acordo com a maior parte da literatura pesquisada que aponta uma maior preocupação e cobrança maior da autoimagem corporal em bailarinas de 21 a 30 anos de idade por sofrerem mudança em seu desenvolvimento corporal geral de forma mais drástica do que as praticantes com menor faixa etária (10 a 15 e 16 a 20 anos). CONCLUSÕES A autoimagem corporal em Bailarinas Clássicas é causa de maior preocupação nas praticantes entre 21 a 30 anos de idade, devido a alterações no desenvolvimento motor, corporal e social das praticantes. O mesmo não ocorre com as praticantes de menor idade, uma vez que o seu desenvolvimento corporal está no ápice da maturação da performance e seus corpos apresentam silhuetas bem próximas dos padrões estéticos saudáveis entendidos pela atual sociedade.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAMASCENO V. O.;LIMA J. R. P.; VIANNA J. M.; VIANNA V. R. Á.; NOVAES J. S.Tipo físico ideal e satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada. Rev. Bras. Med. Esporte. Vol.11, n 3, p.181-6, FORTES L. S.; MIRANDA V. P. N.; AMARAL A. C. S.; FERREIRA M. E. C.;Insatisfação corporal de adolescentes atletas e não atletas.j Bras. Psiquiatr. Vol. 60, n 4, p , GARDNER, H. A inteligência reformulada. In Barcelona NOVAES, J. S.; Imagem corporal e corpo ideal. R. Bras. Ci. E Mov., 14, 1, 87-96, TOSATTI, A.M., PERES, L., PREISSLER, H. Imagem corporal e as influências para transtornos alimentares nas adolescentes jovens. Revista Brasileira de obesidade, nutrição e emagrecimento. v1, n4, p.34-47, TRITSCHLER, C. Medida e avaliação em educação física e esportes de barrow e mcgee. 5ª ed. Barueri SP: Manole, Recebido: 04/11/16 Aprovado: 10/11/16