AULA 23 Solicitação de Consulta e Cirurgia de Catarata
Cliente necessita com urgência consulta e cirurgia de catarata e o respectivo tratamento. Como advogado(a), proponha a ação adequada.
Competência Nome da Ação Judicial Polo ativo e Polo Passivo
Não se esqueça de requerer a tutela provisória de urgência - Artigo 300 do Código de Processo Civil
Narrar os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido com clareza e objetividade.
Artigo 320 do Código de Processo Civil A petição inicial deverá vir acompanhada dos documentos indispensáveis para a propositura da ação.
Preliminar de ilegitimidade passiva da Fazenda Pública (este tema será levantado na contestação)
No caso, há verdadeira responsabilidade solidária entre os entes federados no atendimento da saúde, como se depreende do Texto Constitucional de 1988 (art. 196)
Remédio e tratamento médico-hospitalar: plena aplicação ao caso sob exame da Constituição Estadual (art. 219), a qual expressamente atribui ao Estado de São Paulo e aos Municípios o dever de garantir o acesso universal e o atendimento integral nas questões relacionadas à saúde
Artigo 219 - A saúde é direito de todos e dever do Estado. Parágrafo único - Os Poderes Públicos Estadual e Municipal garantirão o direito à saúde mediante:
1 - políticas sociais, econômicas e ambientais que visem ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da coletividade e à redução do risco de doenças e outros agravos; 2 - acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de saúde, em todos os níveis;
3 - direito à obtenção de informações e esclarecimentos de interesse da saúde individual e coletiva, assim como as atividades desenvolvidas pelo sistema; 4 - atendimento integral do indivíduo, abrangendo a promoção, preservação e recuperação de sua saúde.
No plano infraconstitucional, o art. 4º da Lei 8.080/90: O SUS constitui-se pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.
Não é por outra razão que a Suprema Corte decidiu: (...) O Poder Público, qualquer que seja a esfera institucional de sua atuação no plano da organização federativa brasileira, não pode mostrar-se indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir, ainda que por censurável omissão, em grave comportamento inconstitucional... (STF, Agravo em Recurso Extraordinário nº 271.286-8-RS, J. 12.09.2000, rel. Min. Celso de Mello).
Incumbe ao Estado (gênero) proporcionar meios visando alcançar a saúde, especialmente quando envolvida criança e adolescente. O Sistema Único de Saúde torna a responsabilidade linear alcançando a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (STF, RE nº 195.192-3/RS, Relator Ministro Marco Aurélio, j. 22.02.2000).
A jurisprudência é torrencial no sentido ora adotado, de modo que ensejou, na esfera da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, a edição da súmula 16, com o seguinte texto: A ação para fornecimento de medicamentos e afins pode ser proposta em face de qualquer pessoa jurídica de direito público interno (DO-e de 6.10.2010).
A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
O Sistema Único de Saúde tem como foco a prevenção, a recuperação e a promoção da saúde.
Ilegitimidade passiva Trata-se de cirurgia eletiva e deve-se respeitar a ordem de inscrição.
Com a medida judicial, a parte autora seria atendida preferencialmente, preterindo outros pacientes que aguardam o tratamento pelo SUS, utilizando-se do Poder Judiciário, por meio de ordem judicial para obtenção de infundado tratamento privilegiado.