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8 FLAMBAGEM 8.1 ESTABILIDADE DE ESTRUTURAS

Transcrição:

5 Exercícios de Compressão 5.1 Resolvidos Ex. 5.1.1 Comparação entre seções comprimidas A figura desse problema mostra diversas formas de seção transversal com a área da seção transversal aproximadamente igual a A g 38, 5cm 2, sendo as cantoneiras conectadas por ambas as abas. Admitindo o comprimento de flambagem KL b 3, 50m nos dois planos de flambagem, compare a eficiência das seções em hastes submetidas à compressão, sendo o aço MR-250. O fator de eficiência, F S, mede o quanto a peça comprimida está longe de atingir a plastificação total da seção transversal e por consequência da resistência total da peça. Ele vale F E χq 1, 0. Figura 5.1: Diversas Seções com dimensões em milímetros (a espessura da chapa em (e) é de 9, 6mm). Solução: Montar uma tabela com os valores relativos a menor inércia de cada perfil I me para calcular o valor do menor raio de giração r me e verificar o índice de esbeltez KL b r me 200, calcular os valores dos coeficientes Q e χ e determinar o fator de eficiência, F E. Caso esse fator for igual a 1,0, significa que a peça atinge a resistência total, caso seja inferior a 1,0, a peça falha por flambagem antes de atingir a resistência total. É possível observar que: 23

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas Parâmetro a b c d e f g I me [cm 4 ] 1800,13 1497,98 117,87 123,93 2,77 668,34 249,7 A g [cm] 38,34 38,48 38,49 38,56 38,4 38,62 38,81 r me [cm] 6,85 6,24 1,75 1,79 0,27 4,16 2,54 Observações: KL b r me 51,08 56,1 200 195,23 1303,15 84,13 137,98 λ e 31,75 22,24 - - - 21,89 8,23 λ e,lim 88 42,1 - - - 12,7 12,7 Q 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,75 1,0 N e [kn] 2901,42 2414,42 189,98 199,75 4,46 1077,22 402,46 λ 0 0,57 0,63 2,25 2,20 14,66 0,82 1,55 χ 0,87 0,85 0,17 0,18 0,0041 0,75 0,36 F E 0,87 0,85 0,17 0,18 0,0041 0,57 0,36 Os perfis de maior eficiência são os das seções (a) e (b), especialmente por possuírem os maiores raios de giração. Mais detalhadamente, isto ocorre porque F E desses elementos é maior que dos outros. A seção (c) tem índice de esbeltez igual ao limite de 200 estabelecido pela norma NBR-8800. Nas seções (c), (d) e (e) não se aplica o conceito de flambagem local pois são seções maciças. A seção (e) apresenta esbeltez tão elevada que seu emprego como peça comprimida torna-se inviável. A seção (f) é composta de chapas esbeltas, valor esse maior que o limite, indicando que há flambagem local. A tensão resistente, então, foi reduzida também pelo coeficiente Q. O perfil (g) é uma cantoneira como o perfil (f), mas não há flambagem local Q 1, 0. No entanto, mesmo parecendo ser mais rígida, pelo fato da maior espessura, é menos eficiente que a cantoneira (f), isso fica claro no raio de giração menor e na esbeltez λ 0 maior. Desafio: tente reproduzir todos os dados da tabela com o auxílio das corretas equações para cada parâmetro, encontradas no capítulo de compressão. Ex. 5.1.2 Resistência compressão perfil W Determinar a resistência de cálculo à compressão do perfil W150x37,1kg/m de aço MR-250 (ASTM A36) com comprimento de 3m, sabendo-se que suas extremidades são rotuladas com rotação impedida no eixo longitudinal e que há contenção lateral contínua impedindo a flambagem na direção do eixo x-x. Ainda, comparar o resultado obtido com o resultado de uma peça sem contenção lateral, ou seja, podendo flambar na direção dos eixos x-x e y-y. Assumir A g 47, 8cm 2, r x 6, 85cm, r y 3, 84cm, t w 8, 1mm, t f 11, 6mm, h 162mm, h 0 139mm, b f 154mm I x 2244cm 4, I y 707cm 4, J 20, 58cm 4 e C w 39930cm 6. Capítulo 5. Exercícios de Compressão 24

Estruturas Metálicas Prof. Marco André Argenta Figura 5.2: Perfil W. Solução: Primeiro será calculada a resistência de cálculo à compressão para quando há contenção lateral contínua na direção do eixo x-x. Devido à essa contenção, a peça pode apenas flambar na direção do eixo y-y, sendo assim começa-se calculando o índice de esbeltez da seção em torno do eixo x-x (lembrando que para o caso de ambas as extremidades serem rotuladas tem-se K 1, 0). KL b,y 1, 0 300 43, 80 OK! r x 6, 85 O próximo passo é calcular os valores dos fatores de redução de flambagem local Q a, Q s e Q. cálculos são apresentados a seguir na ordem indicada: Os Elementos AA (apenas a alma, Grupo 2): λ e b t h 0 tw 139 8, 1 17, 2 λ e,lim 1, 49 1, 49 λ e < λ e,lim Q a 1, 0 42, 14 Elementos AL (as mesas, Grupo 4, verifica-se para uma apenas pois são iguais): b f λ e b t 2 154 6, 64 t f 2 11, 6 λ e,lim 0, 56 0, 56 15, 84 λ e < λ e,lim Q s 1, 0 Q Q a Q s 1, 0 1, 0 1, 0 Na sequência, determina-se o fator de redução associado à flambagem global χ e seus respectivos parâmetros, lembrando novamente que a flambagem na direção do eixo x-x está impedida, mas em torno do eixo x-x está livre (Ficou com dúvidas? Consulte a figura 3.7 do capítulo 3): N ex π2 EI x (K y L y ) 2 π2 20000 2244 (1, 0 300) 2 4921, 64kN N ez não precisa ser calculado pelo fato de existir contenção lateral contínua em x-x, pois também restringe a ocorrência de instabilidade por torção! Capítulo 5. Exercícios de Compressão 25

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas λ 0 QA g f y 1, 0 47, 8 25 N e x 0, 49 4921, 64 λ 0 1, 5 χ 0, 658 λ2 0 0, 658 0,49 2 0, 90 Com esses valores pode-se então determinar a resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd χqa gf y 0, 90 47, 8 25 977, 73kN γ a1 1, 1 Na sequência, deve-se fazer o mesmo cálculo para o caso onde não há nenhuma contenção lateral. Primeiramente calcula-se o índice de esbeltez da seção em torno do eixo y-y (ambas as extremidades continuam sendo rotuladas, portanto tem-se K 1, 0): KL b,x 1, 0 300 78, 125 OK! r y 3, 84 É evidente que os valores de Q continuam os mesmos, mas deve-se agora checar N ey e N ez para ver qual é o valor crítico: N ez 1 r 2 0 N ey [ π 2 ] EC w (K z L z ) 2 + GJ π2 EI y (K x L x ) 2 π2 20000 707 (1, 0 300) 2 1551, 03kN [ 1 π 2 ] 20000 39930 (6, 85 2 + 3, 84 2 ) (1, 0 300) 2 + 7700 20, 58 3990, 15kN Como N ey < N ez < N ex, N ey é o crítico, devendo-se então recalcular o valor do fator de redução associado à flambagem global χ e seus respectivos parâmetros: λ 0 QA g f y N e y 1, 0 47, 8 25 0, 88 1550, 62 λ 0 1, 5 χ 0, 658 λ2 0 0, 658 0,88 2 0, 72 Assim, finalmente, calcula-se o valor da resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd χqa gf y 0, 72 47, 8 25 782, 18kN γ a1 1, 1 É possível ver que houve um redução de 20% quando compara-se o segundo caso com o primeiro devido à diferença nos valores de raios de giração em torno dos eixos x-x e y-y. Ex. 5.1.3 Poste com perfil W Calcular o esforço normal resistente no mesmo perfil do problema 5.1.2 (caso sem contenção lateral), considerando-o engastado numa extremidade e livre na outra. Comparar o resultado com o da mesma peça engastada em uma extremidade e rotulada na outra (empenamento livre). Solução: Primeiro, o cálculo para o caso engastado-livre. Começa-se calculando o índice de esbeltez da seção (lembrando que para o caso engastado-livre tem-se K recomendado 2, 1). Capítulo 5. Exercícios de Compressão 26

Estruturas Metálicas Prof. Marco André Argenta KL b,y 2, 1 300 r x 6, 85 KL b,x 2, 1 300 r y 3, 84 91, 97 OK! 164, 06 OK! Os valores de Q continuam os mesmos do exercício anterior(q 1, 0), então iremos diretamente para o cálculo de χ e seus parâmetros: N ex π2 EI x (K y L y ) 2 π2 20000 2244 (2, 1 300) 2 1116, 31kN N ey π2 EI y (K x L x ) 2 π2 20000 707 (2, 1 300) 2 351, 71kN N ez 1 [ π 2 ] [ EC w r0 2 (K z L z ) 2 + GJ 1 π 2 ] 20000 39930 (6, 85 2 + 3, 84 2 ) (2, 0 300) 2 + 7700 20, 58 2924, 78kN Portanto, o caso crítico é para N ey, como já esperado, uma vez que ele possui o menor valor de raio de giração. λ 0 QA g f y 1, 0 47, 8 25 1, 84 N e 351, 61 λ 0 > 1, 5 χ 0, 877 λ 2 0 0, 877 0, 26 1, 842 Assim, calcula-se então o valor da resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd χqa gf y 0, 26 47, 8 25 282, 45kN γ a1 1, 1 Na sequência, o mesmo cálculo é feito para o caso engastado-rotulado (K recomendado 0, 8). KL b,y 0, 8 300 r x 6, 85 KL b,x 0, 8 300 r y 3, 84 35, 04 OK! 62, 5 OK! Os valores de Q, novamente, continuam os mesmos do exercício anterior(q 1, 0), então iremos diretamente para o cálculo de χ e seus parâmetros: N ex N ey π2 EI x (K y L y ) 2 π2 20000 2244 (0, 8 300) 2 7692, 06kN π2 EI y (K x L x ) 2 π2 20000 707 (0, 8 300) 2 2423, 48kN A questão agora é determinar o valor de K z para o caso onde uma das extremidades possui rotação e empenamento restringidos (engaste) e a outra rotação impedida e empenamento livre (apoio simples), caso não previsto pela norma. Sendo conservador, a favor da segurança, pode-se adotar o valor de K z 2, 0, pois quando menor for a força elástica de flambagem maior será o índice de esbeltez reduzido resultante e, portanto, menor o valor de χ. N ez 1 r 2 0 [ π 2 ] EC w (K z L z ) 2 + GJ [ 1 π 2 ] 20000 39930 (6, 85 2 + 3, 84 2 ) (2, 0 300) 2 + 7700 20, 58 2924, 78kN Capítulo 5. Exercícios de Compressão 27

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas Portanto, o caso crítico é para N ey, como já esperado, uma vez que ele possui o menor valor de raio de giração. λ 0 QA g f y 1, 0 47, 8 25 0, 70 N e 2423, 48 λ 0 1, 5 χ 0, 658 λ2 0 0, 658 0,70 2 0, 81 Assim, calcula-se então o valor da resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd χqa gf y 0, 81 1, 0 47, 8 25 879, 95kN γ a1 1, 1 Resumindo-se os quatro casos apresentados nos exercícios 5.1.2 e 5.1.3 é possível observar a grande influência das condições de apoio e da existência de contenções laterais na resistência à compressão: rotulado-rotulado (com contenção na direção x-x) N c,rd 977, 73kN rotulado-rotulado (sem contenção) N c,rd 782, 18kN engastado-livre (sem contenção) N c,rd 282, 45kN engastado-rotulado (sem contenção) N c,rd 879, 95kN Ex. 5.1.4 Perfil composto com perfis H Calcular o esforço resistente de projeto à compressão em dois perfis H200x41,7kg/m sem ligação entre si e comparar o resultado com o obtido para os perfis ligados por solda longitudinal. Considerar uma peça de 4m, rotulada nos dois planos de flambagem nas duas extremidades, aço MR-250 (ASTM A36), A g 53, 5cm 2, r x 8, 77cm, r y 4, 10, t w 7, 2mm, t f 11, 8mm, h 181mm, h 0 157mm, b f 166mm I x 4114cm 4, I y 901cm 4, J 23, 19cm 4 e C w 83948cm 6. Figura 5.3: Perfil Composto. Solução: Para os perfis separados começa-se calculando o índice de esbeltez da seção (lembrando que para o caso rotulado-rotulado tem-se K recomendado 1, 0). Capítulo 5. Exercícios de Compressão 28

Estruturas Metálicas Prof. Marco André Argenta KL b,y 1, 0 400 r x 8, 77 KL b,x 1, 0 400 r y 4, 10 45, 61 OK! 97, 56 OK! O próximo passo é calcular os valores dos fatores de redução de flambagem local Q a, Q s e Q. cálculos são apresentados a seguir na ordem indicada: Os Elementos AA (somente a alma, Grupo 2): λ e b t h 0 157 21, 81 t w 7, 2 λ e,lim 1, 49 1, 49 λ e < λ e,lim Q a 1, 0 42, 14 Elementos AL (as mesas, Grupo 4): b f λ e b t 2 166 7, 03 t f 2 11, 8 λ e,lim 0, 56 0, 56 15, 84 λ e < λ e,lim Q s 1, 0 Q Q a Q s 1, 0 1, 0 1, 0 Na sequência, determina-se o fator de redução associado à flambagem global χ e seus respectivos parâmetros: N ez 1 r 2 0 N ex N ey [ π 2 ] EC w (K z L z ) 2 + GJ π2 EI x (K y L y ) 2 π2 20000 4114 (1, 0 400) 2 5076, 76kN π2 EI y (K x L x ) 2 π2 20000 901 (1, 0 400) 2 1111, 85kN [ 1 π 2 ] 20000 83948 (8, 77 2 + 4, 10 2 ) (1, 0 400) 2 + 7700 23, 19 3010, 54kN Portanto, o caso crítico é para N ey, como já esperado, uma vez que ele possui o menor valor de raio de giração. λ 0 QA g f y 1, 0 53, 5 25 1, 1 N e 1111, 85 λ 0 1, 5 χ 0, 658 λ2 0 0, 658 1,1 2 0, 60 Assim, calcula-se então o valor da resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd χqa gf y 0, 60 53, 5 25 729, 55kN γ a1 1, 1 Mas, como ambos estão trabalhando juntos, mesmo que não estejam soldados, dobra-se o valor encontrado, sendo portanto: Capítulo 5. Exercícios de Compressão 29

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas N c,rd final 2 729, 55kN 1459, 1kN Agora, os cálculos para o caso dos perfis ligados por solda. O primeiro passo é determinar o eixo com menor raio de giração (o qual terá, obrigatoriamente, o menor momento de inércia) para esse novo perfil composto de dois pefis H soldados. Para o eixo x-x, tem-se que o momento de inércia do conjunto é o dobro do momento de inércia de um perfil em relação ao mesmo eixo. Analogamente, a área do conjunto também é o dobro da área de apenas um perfil. Sendo assim, o valor do raio de giração em torno do eixo x-x r x c do conjunto é o mesmo do perfil isolado, ou seja: A g c 2A g 2 53, 5 107, 0cm 2 I x c 2I x 2 4114 8228cm 4 I x c 2I x 8228 r x c A g c 2A g 107 8, 77cm Já para o eixo y-y, o momento de inércia do perfil composto se obtém a partir do teorema dos eixos paralelos, como segue: [ ( ) ] [ 2 ( ) ] bf 16, 6cm 2 I y c 2 I y + A g 2 901 + 53, 5 9173, 23cm 4 2 2 I y c 9173, 23 r y c 9, 26cm A g c 107 Destacando que a distância entre o novo centro de gravidade do perfil composto e o centro de gravidade de um perfil isolado é de b f /2. Determina-se então o índice de esbeltez da seção (lembrando que para o caso rotulado-rotulado tem-se K recomendado 1, 0). KL b,y r x c KL b,x r y c 1, 0 400 8, 77 1, 0 400 9, 26 45, 61 OK! 43, 20 OK! Deve-se então reavaliar os valores dos fatores de redução de flambagem local Q a, Q s e Q. Com esta nova configuração, as flanges externas continuarão sendo elementos AL, como já havia sido calculado (Q s 1, 0) e as almas também continuarão sendo elementos AA análogo ao que já havia sido calculado (Q a 1, 0), mas as flanges internas que estão soldadas formam agora um novo elemento único AA que deve ser calculado (o qual será assumindo como sendo parte de uma seção caixão soldada - grupo 2). Os cálculos são mostrados a seguir: Elementos AA (flange interna das mesas, seção caixão soldada, Grupo 2): λ e b t b f t w 166 7, 2 13, 46 t f 11, 8 λ e,lim 1, 49 1, 49 42, 14 λ e < λ e,lim Q a 1, 0 Q c Q a Q s 1, 0 1, 0 1, 0 Na sequência, determina-se o fator de redução associado à flambagem global χ e seus respectivos parâmetros: Capítulo 5. Exercícios de Compressão 30

Estruturas Metálicas Prof. Marco André Argenta N ex c π2 EI x c (K y L y ) 2 π2 20000 8228 (1, 0 400) 2 10153, 52kN N ey c π2 EI y c (K x L x ) 2 π2 20000 9173, 23 (1, 0 400) 2 11320, 08kN Em perfis compostos, pelo fato da inércia torcional ser muito elevada, N ez c não precisa ser calculado pois sempre será um valor maior que as demais forças axiais elásticas de flambagem. Portanto, o caso crítico é para N ex, como já esperado, uma vez que ele possui o menor valor de raio de giração. λ 0 c QA g f y 1, 0 53, 5 25 0, 34 N ex c 11317, 02 λ 0 c 1, 5 χ c 0, 658 λ2 0 0, 658 0,34 2 0, 95 Assim, calcula-se então o valor da resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd c χ cq c A g c f y 0, 95 1, 0 107 25 2310, 23kN γ a1 1, 1 Como pode ser visto, quando os perfis estão soldados o esforço resistente de projeto à compressão (N c,rd 2310, 23kN) é praticamente 58% maior que para o caso dos dois perfis isolados (N c,rd 1459, 1kN). Ex. 5.1.5 Resistência perfil W diferentes aços Calcular a resistência de projeto à compressão com flambagem para o perfil W310x21,0kg/m com um comprimento de flambagem de 3m nos dois planos de flambagem. Verificar se o perfil de aço AR-350 é mais econômico que o de aço MR-250 (ASTM A36). Assumir ambas extremidades rotuladas A g 27, 2cm 2, r x 11, 77cm, r y 1, 90cm, t w 5, 1mm, t f 5, 7mm, h 303mm, h 0 292mm, b f 101mm I x 3776cm 4, I y 98cm 4, J 2, 93cm 4 e Cw 21644cm 6. Solução: Primeiro será calcula a resistência de projeto à compressão para o aço MR-250 (ASTM A36). Começa-se calculando o índice de esbeltez da seção (lembrando que para o caso rotulado-rotulado tem-se K recomendado 1, 0). KL b,y 1, 0 300 r x 11, 77 KL b,x 1, 0 300 r y 1, 9 25, 49 OK! 157, 89 OK! O próximo passo é calcular os valores dos fatores de redução de flambagem local Q a, Q s e Q. cálculos são apresentados a seguir na ordem indicada: Os Elementos AA (somente a alma, Grupo 2): λ e b t h 0 tw 292 57, 26 5, 1 λ e,lim 1, 49 1, 49 λ e > λ e,lim Q a 1, 0 42, 14 Ou seja, precisa-se calcular o valor de Q a. Primeiro deve-se calcular o valor da largura efetiva do elemento AA b ef : Capítulo 5. Exercícios de Compressão 31

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas E b ef 1, 92t σ (1 c at E b σ ) E b ef 1, 92t w (1 0, 34t w E ) f y h 0 f y 20000 b ef 1, 92 0, 51 25 (1 0, 34 0, 51 29, 2 20000 25 ) 23, 044cm b h 0 29, 2cm Com a largura efetiva, calcula-se a área efetiva A ef do elemento AA: A ef A g (b i b i,ef )t A g (h 0 b ef )t w 27, 2 (29, 2 23, 044) 0, 51 24, 06cm 2 E por fim, o valor de Q a : Elementos AL (mesas, Grupo 4): Q a A ef 24, 06 0, 88 A g 27, 2 b f λ e b t 2 101 8, 86 t f 2 5, 7 λ e,lim 0, 56 0, 56 15, 84 λ e < λ e,lim Q s 1, 0 Q Q a Q s 0, 8846 1, 0 0, 88 Na sequência, determina-se o fator de redução associado à flambagem global χ e seus respectivos parâmetros: N ez 1 r 2 0 N ex N ey [ π 2 ] EC w (K z L z ) 2 + GJ π2 EI x (K y L y ) 2 π2 20000 3776 (1, 0 300) 2 8283, 84kN π2 EI y (K x L x ) 2 π2 20000 98 (1, 0 300) 2 214, 99kN [ 1 π 2 ] 20000 21644 (11, 77 2 + 1, 9 2 ) (1, 0 300) 2 + 7700 2, 93 388, 24kN Portanto, o caso crítico é para N ey, como já esperado, uma vez que ele possui o menor valor de raio de giração. λ 0 QA g f y 0, 88 27, 2 25 1, 67 N e 214, 99 λ 0 > 1, 5 χ 0, 877 λ 2 0 0, 877 0, 31 1, 672 Assim, calcula-se então o valor da resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd χqa gf y 0, 31 0, 88 27, 2 25 168, 64kN γ a1 1, 1 Capítulo 5. Exercícios de Compressão 32

Estruturas Metálicas Prof. Marco André Argenta Agora serão apresentados os cálculos para o aço AR-350, o qual possui f y 350MP a. Os índices de esbeltez não são dependentes das propriedades do aço, por isso continuam com os mesmo valores. Entretanto, os fatores de redução de flambagem local Q a, Q s e Q são dependentes dessas propriedades. Sendo assim, os cálculos são apresentados a seguir na ordem indicada: Elementos AA (somente a alma, Grupo 2): λ e b t h 0 tw 292 57, 26 5, 1 λ e,lim 1, 49 1, 49 f y 35 λ e > λ e,lim Q a 1, 0 35, 62 Ou seja, precisa-se calcular o valor de Q a. Primeiro deve-se calcular o valor da largura efetiva do elemento AA b ef : E b ef 1, 92t σ (1 c at E b σ ) E b ef 1, 92t w (1 0, 34t w E ) f y h 0 f y 20000 b ef 1, 92 0, 51 35 (1 0, 34 0, 51 29, 2 20000 35 ) 20, 08cm b h 0 29, 2cm Com a largura efetiva, calcula-se a área efetiva A ef do elemento AA: A ef A g (b i b i,ef )t A g (h 0 b ef )t w 27, 2 (29, 2 20, 08) 0, 51 22, 55cm 2 E por fim, o valor de Q a : Elementos AL (mesas, Grupo 4): Q a A ef 22, 55 0, 83 A g 27, 2 b f λ e b t 2 101 8, 86 t f 2 5, 7 λ e,lim 0, 56 0, 56 13, 39 f y 35 λ e < λ e,lim Q s 1, 0 Q Q a Q s 0, 83 1, 0 0, 83 Os valores de N ex e N ey não são dependentes da tensão de escoamento f y do aço, portanto mantém-se com os mesmos valores. Determina-se então o fator de redução associado à flambagem global χ e λ 0 : λ 0 QA g f y 0, 83 27, 2 35 1, 92 N e 214, 99 λ 0 > 1, 5 χ 0, 877 λ 2 0 0, 877 0, 24 1, 922 Capítulo 5. Exercícios de Compressão 33

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas Assim, calcula-se então o valor da resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd χqa gf y 0, 24 0, 83 27, 2 35 172, 40kN γ a1 1, 1 Pode-se então concluir que, devido à esbeltez elevada do perfil, aumentar a tensão de escoamento ao trocar o tipo de aço não influi em praticamente nada na resistência de cálculo à compressão do perfil, uma vez que para MR250 (ASTM A36) N c,rd 171, 38kN e para AR-350 N c,rd 171, 33kN. Como o aço MR250 (ASTM A36) possui tensão de escoamento menor, sendo portanto mais barato, torna-se o mais econômico por ambos apresentarem a mesma resistência de cálculo à compressão. Ex. 5.1.6 Comparação seção composta por cantoneiras de treliça espacial Calcular o esforço de compressão resistente de projeto de duas cantoneiras L 203x102x25,4mm (8 x4 x1 ) trabalhando isoladamente, conectadas pela maior aba nas extremidades e comparar com o resultado obtido para os perfis ligados por solda contínua formando um tubo retangular. Admitir o comprimento das barras de L b 3m nos dois planos de flambagem, aço MR250 (ASTM A36), ambas as extremidades rotuladas em ambas as direções, A g 70, 97cm 2, r x 6, 39cm, r y 2, 61,r min 2, 16, t 0 25, 4mm, c 3, 81mm, h 203mm, b 102mm, I x 2897cm 4, I y 482, 8cm 4, x g 2, 67cm, y g 7, 75cm, tg(α) 0, 247, J 153, 17cm 4 e C w 3464, 11cm 6. Figura 5.4: Cantoneira simples (a) e cantoneira composta (b). Solução: No caso dos perfis trabalhando isolados começa-se calculando o índice de esbeltez da seção (lembrando que para o caso rotulado-rotulado tem-se K recomendado 1, 0). No caso de cantoneiras, as verificações sempre levam em conta as duas direções coordenadas referenciais x e y e a direção principal com menor inércia. Capítulo 5. Exercícios de Compressão 34

Estruturas Metálicas Prof. Marco André Argenta KL b,y 300 46, 95 OK! r x 6, 39m KL b,x 300 114, 94 OK! r y 2, 61m 300 138, 89 OK! r min 2, 16m I min r min I min r A mina 2 g 2, 16 70, 97 153, 3cm 4 g KL b,min O próximo passo é calcular os valores dos fatores de redução de flambagem local Q a, Q s e Q. Não existem elementos AA, entretanto existem dois elementos AL (abas desiguais). Os cálculos são apresentados a seguir na ordem indicada: Maior aba (Grupo 3): Menor aba (Grupo 3): λ e b t h 203 7, 99 t 0 25, 4 λ e,lim 0, 45 0, 45 12, 73 λ e < λ e,lim Q s,ma 1, 0 λ e b t h 102 4, 02 t 0 25, 4 λ e,lim 0, 45 0, 45 12, 73 λ e < λ e,lim Q s,me 1, 0 Q Q a Q s Q s,ma Q s,me 1, 0 1, 0 1, 0 Na sequência, determina-se o fator de redução associado à flambagem global χ. Inicia-se com o cálculo do comprimento de flambagem equivalente. No caso, as cantoneiras são conectadas pela maior aba e o comprimento de flambagem equivalente é função da relação entre o comprimento destravado e o raio de giração, sendo L x1 o comprimento destravado na direção do eixo perpendicular à aba conectada, ou seja, L x1 L x e r x2 o raio de giração em torno do eixo paralelo a aba conectada, no caso a maior aba, portanto r x2 r y : Ou seja: L x1 r x2 L x 300 114, 94 > 80 r y 2, 61 Portanto, a força axial elástica de flambagem é: N ex2 E o índice de esbeltez reduzido: K x1 Lx1 K x L x 32r y + 1, 25L x 458, 52 π2 EI x2 (K x1 L x1 ) 2 π2 EI y (K x L x ) 2 π2 20000 482, 8 458, 52 2 453, 41kN λ 0 QA g f y 1, 0 70, 97 25 1, 98 N e 453, 41 λ 0 > 1, 5 χ 0, 877 λ 2 0 0, 877 0, 22 1, 982 Capítulo 5. Exercícios de Compressão 35

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas Assim, calcula-se então o valor da resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd χqa gf y 0, 22 1, 0 70, 97 25 354, 85kN γ a1 1, 1 Para os dois perfis trabalhando ao mesmo tempo tem-se: N c,rd 2L 2 354, 85kN 709, 7kN Agora será calculada a resistência para os dois perfis de cantoneira ligados por solda formando um tubo retangular. Estando os dois perfis soldados, eles passam a trabalhar como uma peça única. O centro de gravidade se situa a meia-altura e a meia-largura do perfil e, sendo a peça simétrica, seus eixos de simetria coincidirão com os eixos principais de inércia. Como o comprimento e as condições de apoio são os mesmos para ambos os planos (definido no enunciado do problema), a direção com o menor momento de inércia terá também o menor raio de giração, a maior esbeltez, a menor força axial de flambagem elástica e será o caso crítico. O cálculo dos momentos de inércia e raios de giração são apresentados a seguir (a partir das propriedades da cantoneira original): I x,tubo 2 [I x + A g (y tubo y) 2 ] 2 [2897 + 70, 97 (10, 15 7, 75) 2 ] 6611, 57cm 4 I x,tubo 6611, 57 i x,tubo 6, 82cm 2 A g 2 70, 97 I y,tubo 2 [I y + A g (x tubo x) 2 ] 2 [482, 8 + 70, 97 (5, 10 2, 67) 2 ] 1803, 74cm 4 I y,tubo 1803, 74 i y,tubo 3, 56cm 2 A g 2 70, 97 O cálculo da constante de torção pura pode ser aproximado por: J tubo 2 t2 b 2 h 2 t(b + h) 2 2, 542 10, 2 2 20, 3 2 2, 54(10, 2 + 20, 3) 7140, 95cm 4 O índice de esbeltez da seção será (lembrando que para o caso rotulado-rotulado tem-se K recomendado 1, 0): KL b,x 300 43, 99 OK! i x,tubo 6, 82 KL b,y 300 84, 27 OK! i y,tubo 3, 56 O próximo passo é calcular os valores dos fatores de redução de flambagem local Q a, Q s e Q. Não há elementos AL porque a seção agora é considerada como uma seção caixão, entretanto há dois elementos AA. Os cálculos são apresentados a seguir na ordem indicada: Maior lado (Grupo 2): λ e b (203 2 25, 4) 5, 99 t 25, 4 λ e,lim 1, 40 1, 49 42, 14 λ e < λ e,lim Q a,ma 1, 0 Capítulo 5. Exercícios de Compressão 36

Estruturas Metálicas Prof. Marco André Argenta Menor lado (Grupo 2): λ e b (102 2 25, 4) 2, 02 t 25, 4 λ e,lim 1, 49 1, 49 42, 14 λ e < λ e,lim Q a,me 1, 0 Q Q a Q s Q a,ma Q a,me 1, 0 1, 0 1, 0 Na sequência, determina-se o fator de redução associado à flambagem global χ e seus respectivos parâmetros: N ex,tubo π2 EI x,tubo (K y L y ) 2 π2 20000 6611, 57 (1, 0 300) 2 14504, 56kN N ey,tubo π2 EI y,tubo (K x L x ) 2 π2 20000 1803, 74 (1, 0 300) 2 3957, 07kN Em seções fechadas, a constante de empenamento C w tem um valor muito pequeno, podendo ser adotada como C w 0. N ez 1 r 2 0 [ π 2 ] EC w (K z L z ) 2 + GJ [ 1 π 2 ] 20000 0, 0 (6, 82 2 + 3, 56 2 ) (1, 0 300) 2 + 7700 7140, 95 93013, 80kN Portanto, o caso crítico é para N ey,tubo, como já esperado, uma vez que ele possui o menor valor de raio de giração. λ 0 QA g,tubo f y 1, 0 (2 70, 97) 25 0, 95 N ey,tubo 3957, 07 λ 0 1, 5 χ 0, 658 λ2 0 0, 658 0,95 2 0, 69 Assim, calcula-se então o valor da resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd χqa g,tubof y 0, 69 1, 0 2 70, 97 25 2225, 88kN γ a1 1, 1 Verifica-se portanto que o perfil composto soldado tem uma carga axial resistente de mais de 3 vezes dos dois perfis isolados. Ex. 5.1.7 Coluna diferentes apoios Uma coluna é engastada nos dois planos de flambagem e, no topo, tem condições de apoio diferentes em cada plano. É rotulado no plano x-z, na direção de x, e livre no plano y-z, na direção de y. Admitindo-se um perfil soldado CS, determinar se a posição 1 ou 2 é a mais eficiente. Capítulo 5. Exercícios de Compressão 37

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas Figura 5.5: Variação na posição do perfil, na figura tanto para o plano x-z quanto para o plano y-z é ilustrada a posição 1. Solução: Ao checar as tabelas de perfis CS é possível perceber que o raio de giração em torno do eixo paralelo à mesa do perfil (eixo a deste exemplo) é sempre maior que o do eixo perpendicular à mesa (eixo m deste exemplo), ou seja: i a > i m O valor do coeficiente recomendado de flambagem para o caso engastado-rotulado (plano x-z, ou seja, na direção de x) é: K x 0, 8 O valor do coeficiente recomendado de flambagem para o caso engastado-livre (plano y-z, ou seja, na direção de y) é: K y 2, 1 O caso crítico é o caso engastado-livre (plano y-z, ou seja, na direção de y, com propriedades em torno de x) pois esse possui o maior coeficiente recomendado de flambagem. Por este motivo, terá também o maior comprimento de flambagem, o maior índice de esbeltez, a menor força axial de flambagem elástica, o maior λ 0, o menor fator de redução associado à flambagem global e a menor resistência de cálculo à compressão, ou seja: K KL b KL b r N e π2 EI (KL b ) 2 λ QA g f 0, 658 λ2 0 y 0 χ 0, 877 N e λ 2 0 N c,rd χqa gf y γ a1 Sendo assim, o maior raio de giração, i a, deve trabalhar com o maior coeficiente recomendado de flambagem K y (plano y-z, ou seja, na direção de y, em torno de x) para compensar os resultados descritos anteriormente. Sendo assim, a posição 2 é a mais eficiente, quando a está na direção do eixo y. Ex. 5.1.8 Dimensionamento coluna diferentes apoios Selecionar um perfil soldado CS de aço MR250 (ASTM A36) para a coluna do problema anterior, assumindo que ela tenha 4 metros de altura e que deva suportar as cargas N g 300kN proveniente do peso próprio de elementos construtivos em geral e equipamentos e N q 300kN proveniente da ação do vento. Capítulo 5. Exercícios de Compressão 38

Estruturas Metálicas Prof. Marco André Argenta Solução: Primeiro deve-se montar a combinação do ELU crítica para os esforços solicitantes como segue: N c,sd γ g N g + γ q N q 1, 5 300 + 1, 4 300 870kN Adotando-se os coeficientes recomendados de flambagem do exercício anterior, calcula-se os índices de esbeltez: K y L b,y 2, 1 400 840 200 r x r x r x K x L b,x 0, 8 400 320 200 r y r y r y Na tabela de perfis, é possível observar que a relação r x r y 1, 7; então tem-se: eixo x 840 r x eixo y 320 320 r r x y 1, 7 544 r x Como o valor do índice de esbeltez em torno do eixo x é aproximadamente 54% maior que do eixo y (0, 544); conclui-se que a flambagem ocorrerá em torno do eixo x (como explicado no exercício anterior). Assumindo-se primeiramente χ 1, 0 e Q 1, 0 (coluna sem instabilidades, utilizando toda a resistência do perfil), pode-se afirmar que: N c,rd χqa gf y γ a1 N c,rd N c,sd 870kN 870 χqa gf y γ a1 A g 870 γ 1 χqf y 870 1, 1 38, 28cm2 1, 0 1, 0 25 Portanto, ao olhar a tabela o primeiro perfil com área maior que 38, 28cm 2 é o perfil CS250x52. As propriedades desse perfil são: A g 66, 0cm 2, r x 10, 80cm, r y 6, 12cm, t w 8, 0mm, t f 9, 5mm, h 250mm, h 0 231mm, b f 250mm I x 7694cm 4, I y 2475cm 4, J 18cm 4 e C w 38656cm 6. Com essas informações, deve então ser checado se o perfil possui a resistência de cálculo à compressão necessária para resistir às solicitações impostas e as condições impostas por norma. Começa-se calculando o índice de esbeltez da seção: KL b,x 2, 1 400 r x 10, 8 KL b,y 0, 8 400 r y 6, 12 840 77, 78 200 10, 8 320 52, 29 200 6, 12 Na sequência, determina-se o fator de redução associado à flambagem local Q e seus respectivos parâmetros: Elementos AA (alma, Grupo 2): λ e b t h 0 tw 231 28, 875 8 λ e,lim 1, 49 1, 49 λ e < λ e,lim Q a 1, 0 42, 144 Capítulo 5. Exercícios de Compressão 39

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas Elementos AL (mesas, Grupo 5): λ e b t b f 2 t f k c 4 h 250 2 9, 5 4 250 13, 16 0, 716 0, 35 k c 0, 76 OK! t w λ e,lim 0, 64 λ e < λ e,lim Q s 1, 0 8 Ek c 20000 0, 716 0, 64 15, 78 Q Q a Q s 1, 0 1, 0 1, 0 Na sequência, determina-se o fator de redução associado à flambagem global χ e seus respectivos parâmetros: N ex N ey π2 EI x (K y L y ) 2 π2 20000 7694 (2, 1 400) 2 2152, 96kN π2 EI y (K x L x ) 2 π2 20000 2475 (0, 8 400) 2 4772, 19kN N ez 1 [ π 2 ] [ EC w r0 2 (K z L z ) 2 + GJ 1 π 2 ] 20000 38656 (10, 8 2 + 6, 12 2 ) (1, 0 400) 2 + 7700 18 1209, 01kN Portanto, o caso crítico é para N ez. λ 0 QA g f y 1, 0 66 25 1, 17 N ez 1209, 01 λ 0 1, 5 χ 0, 658 λ2 0 0, 658 1,17 2 0, 56 Assim, calcula-se então o valor da resistência de cálculo à compressão do perfil como sendo: N c,rd χqa gf y 0, 56 1, 0 66 25 840kN γ a1 1, 1 Como N c,rd 840kN < N c,sd 870kN, esse perfil não atende ao dimensionamento segundo a norma. Portanto, deve-se adotar o próximo perfil na tabela para as verificações. Para o perfil CS250x63, o próximo da tabela de perfis soldados CS, N c,rd 1335, 57kN < N c,sd 870kN, verificando assim a resistência necessária. Desafio: Refaça os cálculos para esse perfil CS250x63 e verifique se Q continua igual a 1,0, qual é o N e crítico e em quanto modifica-se o valor de χ. Os dados do perfil são: A g 80, 5cm 2, r x 10, 9cm, r y 6, 36cm, t w 8, 0mm, t f 12, 5mm, h 250mm, h 0 225mm, b f 250mm I x 9581cm 4, I y 3256cm 4, J 36, 82cm 4 e C w 508750cm 6. 5.2 Propostos, nível iniciante Ex. 5.2.1 Esforço Resistente Coluna Simples Determine a força axial resistente de cálculo para o comprimento do pilar de figura de L e de L. O perfil é o W250x32,7kg/m e o aço o A992. Capítulo 5. Exercícios de Compressão 40

Estruturas Metálicas Prof. Marco André Argenta Figura 5.6: Coluna à compressão simples. Ex. 5.2.2 Esforço resistente com contenção Um perfil CS250x90,4kg/m é usado como uma coluna de 5,0 m de comprimento. Ambas as extremidades são rotuladas e existe uma contenção na direção y (restringe em torno de y) à 2 m do topo. Determine o esforço axial resistente máximo de compressão. Figura 5.7: Esquema das direções da coluna e a contenção na direção y. Ex. 5.2.3 Contenção Dupla A coluna da figura tem 10 m de comprimento e possui duas contenções laterias na direção de menor inércia, localizadas à 3 m do topo e da base. Dimensione utilizando um perfil W de aço MR-250 considerando a carga permanente de equipamentos de 1500kN e a carga acidental do uso de 2980kN. Capítulo 5. Exercícios de Compressão 41

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas Figura 5.8: Esquema da contenção dupla na menor inércia. 5.3 Propostos, nível intermediário Ex. 5.3.1 Escora Uma escora de comprimento de flambagem 10 m deve suportar uma carga de 300 kn do tipo permanente em geral. Dimensionar a escora utilizando aço MR250 e os perfis da figura 5.9 o mais eficiente (menor peso de aço para maior carga resistente): a) Perfil I simples (figura 5.9(a)); b) Duplo I (figura 5.9(b)); c) Duplo U fechado (figura 5.9(c)); d) Perfil CS soldado (figura 5.9(d)). Figura 5.9: Perfis para o dimensionamento da escora. Ex. 5.3.2 Perfil Construído O perfil tubular construído de chapas soldadas da figura foi criado para ser aplicado em uma coluna de 15 m de comprimento. Determine o valor da resistência à compressão. O aço é o AR-415. Capítulo 5. Exercícios de Compressão 42

Estruturas Metálicas Prof. Marco André Argenta Figura 5.10: Esquema da seção do perfil construído e da coluna. Ex. 5.3.3 Perfis Justapostos U Uma diagonal de treliça, formada por dois perfis justapostos de aço MR250, tem um comprimento de flambagem de 2,50 m e uma carga axial de 150 kn, variável de uso. Dimensionar a diagonal utilizando dois perfis U justapostos, unidos pela alma. Ex. 5.3.4 Perfis I Compostos Dada a coluna composta de dois perfis W, pede-se a distancia d entre os perfis tal que N Rd,x seja igual a N Rd,y e a resistência de cálculo a compressão da coluna. O aço é o A-572 Gr. 50 e o perfil W 360x72, 0kg/m, com A g 101, 2cm 2, r x 14, 86cm, r y 4, 84cm, I x 20169cm 4, I y 2140cm 4, C w 599082cm 6 e J 61, 18cm 4. Figura 5.11: Esquema da coluna de perfis I compostos. 5.4 Propostos, nível graduado Ex. 5.4.1 Pórtico Simples O pórtico rígido da figura possui todas as barras orientadas para que a flexão ocorra no sentido da maior inércia. As condições de apoio perpendiculares ao plano são tais que K 1, 0 As vigas são de W e as colunas de W, aço A-36. A carga axial na coluna AB permanente de equipamentos é de 400kN e a carga variável do uso de 500kN. Determine o esforço axial resistente de compressão da coluna AB. Capítulo 5. Exercícios de Compressão 43

Prof. Marco André Argenta Estruturas Metálicas Figura 5.12: Esquema do pórtico. Ex. 5.4.2 Pórtico Elevado Dimensione as colunas AB e BC usando perfis W e aço A992. Na direção perpendicular à figura, K 1, 0. As solicitações na coluna no ponto C são: Permanente Peso Próprio Metálicos: 100kN, Permanente Equipamentos 300kN, acidental uso 450kN. No ponto B: Permanente Peso Próprio Metálicos: 70kN, Permanente Equipamentos: 180kN, acidental uso 220kN. Considere o peso próprio das colunas AB e BC. Nos pesos em B devem ser consideradas as cargas transmitidas por CB. Figura 5.13: Esquema e dimensões do pórtico. Capítulo 5. Exercícios de Compressão 44