FONOAUDIOLOGIA E EQUOTERAPIA: O QUE OS PAIS SABEM SOBRE ESSA INTERFACE?

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Transcrição:

FONOAUDIOLOGIA E EQUOTERAPIA: O QUE OS PAIS SABEM SOBRE ESSA INTERFACE? Maria Heloisa Rita de Souza Guedes¹, Ethiele Alves de Oliveira², Ana Paula Vila Labigalini³ ¹Acadêmica do curso de Fonoaudiologia, UNICESUMAR, Maringá PR. Bolsista do PROBIC-UniCesumar ²Acadêmica do curso de Fonoaudiologia, UNICESUMAR ³Orientadora, Mestre, Professora do Curso de Fonoaudiologia, UNICESUMAR RESUMO O presente estudo teve por finalidade dissertar a respeito da interface equoterapia e fonoaudiologia, e como essas áreas podem estar diretamente envolvidas na reabilitação dos processos cognitivos, na aquisição e desenvolvimento da linguagem e na socialização de indivíduos com deficiências. Assim, buscou-se abordar aspectos relevantes através da investigação dos pais sobre o que eles conhecem a respeito da ligação entre essas duas áreas, na tentativa de identificar e favorecer a ampliação de estudos e conhecimentos a respeito dessa interface. Sendo assim, ao final do estudo, os resultados obtidos evidenciaram o pouco conhecimento que os pais e/ou familiares dos praticantes possuem sobre a interface fonoaudiologia e equoterapia, e principalmente o pouco conhecimento sobre a atuação do fonoaudiólogo, apontando para a necessidade de maiores divulgações. Palavras-chave: Fonoaudiologia, Equoterapia, Família. 1 INTRODUÇÃO Segundo Botelho, Santos e Santos (2002) apud Andrade (2010), os primeiros relatos sobre a utilização de cavalos como agentes reabilitadores se deu após a Primeira Guerra Mundial na Escandinávia, foi possível identificar que andar a cavalo era benéfico a muitos soldados que possuíam sequelas motoras decorrentes da guerra. Após essas constatações outros países começaram a se interessar pela utilização de cavalos em práticas terapêuticas, e assim começaram a surgir em países como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e França os primeiros centros de equoterapia. De acordo com ANDE (1999), a equoterapia possui como função a abordagem terapêutica e educacional, que usa o cavalo como promotor e reabilitador do desenvolvimento biopsicossocial de indivíduos com necessidades especiais. Sua prática se dá através de uma equipe interdisciplinar onde todos os profissionais envolvidos como psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, educadores especiais, objetivam promover a troca de informações e experiências para possibilitar a melhora na qualidade de vida de seus praticantes. Por sua vez a fonoaudiologia é uma área da saúde especializada em avaliação, prevenção, e reabilitação de disfunções relacionadas à linguagem, voz, audição e aprendizagem. Sendo assim, o profissional da fonoaudiologia possui como função principal a promoção da comunicação com qualidade a todos que queiram se comunicar, independente de suas limitações. Dessa forma os fonoaudiólogos buscam de modo individual ou integrando equipes maneiras possíveis para realizarem seus trabalhos de reabilitação e promoção da saúde. Mediante estudos e investigações, busca-se com esse estudo evidenciar se existe relação direta entre equoterapia e fonoaudiologia, e se a

prática de terapia utilizando cavalos é eficaz, pois esse método terapêutico expõe seus praticantes a ambientes ricos em estímulos, buscando promover o desenvolvimento das potencialidades dos mesmos, na tentativa de favorecer a reabilitação de suas necessidades. O andar do cavalo propicia relevantes estímulos musculares e neurosensoriais gerando o desenvolvimento global de todo o corpo do praticante que está montado sobre o cavalo, pois trabalha toda a musculatura corporal, fortalecendo-a e promovendo a aquisição e o desenvolvimento da linguagem. É indicado para pessoas com comprometimentos motores, mentais, emocionais e sócio afetivo, tendo como o público alvo crianças, jovens e adultos. Gimenes e Andrade (2004) e outros autores, afirmam que a terapia com cavalos fornece muitos benefícios aos seus praticantes, pois desenvolve maior coordenação motora, autoestima, autoconfiança e independência. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi identificar em relação ao desenvolvimento da linguagem proporcionada pela equoterapia, a importância da família estar ciente do trabalho que é realizado com seus filhos e seus conhecimentos a respeito da atuação fonoaudiológica na equoterapia. 2 MATERIAIS E MÉTODOS O projeto foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa de número CAAE 50851415.3.0000.5539.0 no dia 30 de novembro de 2015. O presente estudo foi realizado através de pesquisa de natureza qualiquantitativa, de caráter exploratório e descritivo, tendo como intuito investigar por meio de um questionário os conhecimentos que os pais e/ou familiares de 71 praticantes, possuem a respeito da interface: equoterapia e fonoaudiologia, e como essa ligação pode estar relacionada com a reabilitação dos processos cognitivos, na aquisição e desenvolvimento da linguagem e na socialização dos sujeitos que estão envolvidos com essa prática terapêutica. A aplicação do questionário foi realizada em média de três a cinco vezes por semana, totalizando em 30 horas semanais, nos períodos matutino e vespertino, sem critério de exclusão. A abordagem com os pais e/ou familiares foi realizada por meio dos profissionais atuantes na equoterapia (Fonoaudióloga, Fisioterapeuta, Psicóloga e Educadora Especial) e posteriormente uma ou as duas pesquisadoras, se apresentavam, realizavam o esclarecimento da pesquisa, liam o termo de consentimento livre e esclarecido, colhiam a assinatura do mesmo em duas vias e coletavam as respostas. Todos os questionários foram aplicados no Centro de Equoterapia Marisa Tupan situado no Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro na Cidade de Maringá - Paraná. Os dados obtidos foram digitados em planilha do programa Microsoft Excel 2010 e analisados estatisticamente com o auxílio do Software Statistica 8.0. Foi realizada a avaliação de médias e desvios padrão para as variáveis quantitativas. Já para as variáveis qualitativas foi utilizadas tabelas de frequências com percentual e teste qui quadrado para verificar possíveis associações entre as variáveis quando comparados com o gênero, faixa etária e tempo na Equoterapia (em meses). O nível de significância adotado nos testes foi de 5%, ou seja, foram consideradas significativas as associações cujo p<0,05.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O questionário elaborado foi um instrumento de coleta de informações realizado com os pais e/ou familiares dos praticantes da equoterapia com o intuito de identificar quais os conhecimentos dos entrevistados sobre a interface equoterapia e fonoaudiologia e a atuação do fonoaudiólogo dentro do centro de equoterapia. Tabela 1. Distribuição de frequências das variáveis avaliadas segundo o tempo de Equoterapia em meses nos indivíduos praticantes de Equoterapia. Classificação do tempo na Equoterapia (meses) Variáveis Menos de 6 De 6 a 12 De 12 a 24 De 24 a 36 Mais de 36 meses meses meses meses meses n % n % n % n % n % Conhecimento que tem fonoaudiólogo na Equoterapia Não 12 92,1 8 100 4 36,3 10 100 25 86,3 Sim 1 7,9 0 0,0 7 63,7 0 0,0 4 13,7 Conhece o trabalho da Fonoaudiologia na Equoterapia Sim 4 30 2 25 5 45,4 1 10 18 62,1 Não 9 70 6 75 6 54,6 9 90 11 37,9 Recebeu orientação de fonoaudiólogos Sim 5 38,4 6 75 7 63,7 8 80 18 62,1 Não 8 61,6 2 25 4 36,3 2 20 11 37,9 Conforme apresentado na Tabela 1, o tempo de prática da atividade na equoterapia se mostrou estatisticamente relaciona com conhecimento dos os pais/ familiares dos praticantes se tem fonoaudiólogo na equoterapia e se conhecem o trabalho do fonoaudiólogo na equoterapia. Na tabela é possível observar que somam 13 (18,3%) os que frequentam o centro de equoterapia a menos de seis meses sendo que destes, 12 (92,1%) não possuem conhecimento que há fonoaudiólogo no centro de equoterapia e 1 (7,9%) sabe que há fonoaudiólogo, 4 (30%) conhecem o trabalho do fonoaudiólogo e 9 (70%) não conhecem, 5 (38,4%) receberam orientações de algum fonoaudiólogo e 8 (61,6%) não receberam nenhum tipo de informação. Os que praticam equoterapia entre 6 e 12 meses totalizaram 8 (11,3%) dos 71 (100%) entrevistados, todos os 8 (100%) afirmaram que não sabem que há um fonoaudiólogo na equipe, 2 (25%) afirmaram conhecer o trabalho do fonoaudiólogo no centro de equoterapia e 6 (75%) disseram não conhecer. Quando questionados se já receberam orientações de algum fonoaudiólogo 6 (75%) afirmaram que sim e 2 (25%) que não. Dos que praticam equoterapia entre 12 e 24 meses totalizam 11 (15,5%) dos 71 (100%) entrevistados, destes 4 (36,3%) disseram não saber que há fonoaudiólogo na equipe e 7 (63,7%) afirmaram saber, 5 (45,4%) afirmaram conhecer o trabalho do fonoaudiólogo e 6 (54,6%) não sabem, 7 (63,7%) disseram ter recibo orientações de algum fonoaudiólogo e 4 (36,3%) não. Já os que praticam entre 24 a 36 meses totalizaram 10 (14,1%), destes todos os 10 (100%) afirmaram não saber que tem um fonoaudiólogo na equipe, 1 (10%) afirmou conhecer o trabalho do fonoaudiólogo e 9 (90%) afirmaram não conhecer, 8 (80%) disseram ter recebido orientações de algum fonoaudiólogo e 2 (20%) não receberam orientações.

E por fim os que já praticam equoterapia por mais de 36 meses totalizaram 29 (40,8%), destes 25 (86,3%) afirmaram não saber que tem um fonoaudiólogo na equipe e 4 (13,7%) afirmaram saber, 18 (62,1%) disseram conhecer o trabalho do fonoaudiólogo e 11 (37,9%) não e 18 (62,1%) afirmaram terem recebido orientações de algum fonoaudiólogo dentro ou fora do centro de equoterapia e 11 (37,9%) não receberam orientações. Portanto, ficou evidente que independente do tempo em que frequentam o centro de equoterapia 59 (83,1%) dos pais/familiares que responderam ao questionário não sabiam que há fonoaudiólogo na equipe, 41 (57,9%) não conhecem o trabalho do fonoaudiólogo no centro de equoterapia e 27 (38%) não receberam orientações de nenhum fonoaudiólogo, dentro ou fora do centro de equoterapia. Segundo Marra (2006), o fonoaudiólogo juntamente com a equipe envolvida com a equoterapia, desenvolverá seu trabalho visando o desenvolvimento global dos praticantes, estimulando todas suas potencialidades de forma ampla e eficiente. Por intermédio de suas competências linguísticas, deverá favorecer e mediar o desenvolvimento da linguagem a partir das vivencias propiciadas durante as sessões de equoterapia atuando de modo dinâmico em todos os aspectos que favorecem o desenvolvimento da linguagem. Deve adaptar-se as necessidades de cada sujeito visando que os mesmos são únicos e heterogêneos e possuem necessidades especificas, portanto dentro de suas áreas de atuação deve propiciar momentos prazerosos e efetivos, explorando tudo que há em sua volta e as influências naturais que o ambiente favorece. A autora descreve, que o fonoaudiólogo como parte integrante da equipe transdisciplinar deve atuar diretamente na realização das avaliações e diagnósticos dos praticantes, ajudando na identificação de suas necessidades e na escolha juntamente com a equipe envolvida, de qual profissional será o mais indicado para realizar a terapia em cada caso. Deve participar e atuar na elaboração do planejamento que antecede as sessões de equoterapia, para que a pratica realizada e os objetivos propostos sejam os mais condizentes com a realidade individual de cada um dos praticantes. A intervenção clínica e terapêutica do fonoaudiólogo abrange desde as relações de aproximação, contato com o animal, cuidados íntimos, como alimentação, escovação e banho, montaria, exercícios direcionados, guia, atividades lúdicas, até o agradecimento, carinho e despedida. Portanto, Marra (2006), enfatiza que, também é papel do fonoaudiólogo dar orientações sobre suas áreas de atuação aos demais envolvidos com a equoterapia. Já Panizza e Arruda (2006) ressaltam que o fonoaudiólogo fará trocas recíprocas de saberes com a equipe atuante, ensinando-lhes técnicas relacionadas à sua atuação para que os mesmos possam executar com os seus praticantes e também receberá orientações dos demais envolvidos para complementar a sua atuação, visando o desenvolvimento global dos praticantes. Tabela 2. Distribuição de frequências das variáveis avaliadas segundo o tempo de Equoterapia em meses nos indivíduos praticantes de Equoterapia. Classificação do tempo na Equoterapia (meses) Variáveis Menos De 6 a De 12 a De 24 a Mais de de 6 12 24 36 36 meses meses meses meses meses n % n % n % n % n % (Fala) Sim 12 16,9 7 9,9 11 15,5 7 9,9 25 35,2 Não 1 1,4 1 1,4 0 0,0 3 4,2 4 5,6 (Linguagem) Sim 13 18,3 7 9,9 10 14,1 7 9,9 23 32,4

Não 0 0,0 1 1,4 1 1,4 3 4,2 6 8,5 (Motricidade Orofacial) Sim 10 14,1 4 5,6 9 12,7 3 4,2 23 32,4 Não 3 4,2 4 5,6 2 2,8 7 9,9 6 8,5 (Motor) Sim 9 12,7 4 5,6 10 14,1 4 5,6 19 26,8 Não 4 5,6 4 5,6 1 1,4 6 8,5 10 14,1 (Gestos) Sim 10 14,1 4 5,6 11 15,5 4 5,6 19 26,8 Não 3 4,2 4 5,6 0 0,0 6 8,5 10 14,1 (Audição) Sim 11 15,5 4 5,6 11 15,5 5 7,0 24 33,8 Não 2 2,8 4 5,6 0 0,0 5 7,0 5 7,0 (Comunicação Alternativa) Sim 10 14,1 5 7,0 10 14,1 5 7,0 21 29,6 Não 3 4,2 3 4,2 1 1,4 5 7,0 8 11,3 (Voz) Sim 8 11,3 6 8,5 10 14,1 5 7,0 21 29,6 Não 5 7,0 2 2,8 1 1,4 5 7,0 8 11,3 A tabela 2 apresenta o conhecimento dos entrevistados sobre as áreas de atuação do fonoaudiólogo, desse modo ficou evidenciado que independente do tempo de frequência no centro de equoterapia à maioria dos entrevistados possui conhecimento sobre ás áreas de atuação do fonoaudiólogo, sendo assim, 62 (87,4%) afirmaram que o fonoaudiólogo atua na fala, 60 (84,3%) disseram que o fonoaudiólogo atua sobre a linguagem, 49 (69%) afirmaram que o fonoaudiólogo atua em motricidade orofacial, 46 (64,8%) disseram atuar sobre a parte motora e 48 (67,6%) que atua com gestos. 55 (77,4%) disseram que o fonoaudiólogo atua na audição, 51 (71,8%) que o fonoaudiólogo atua com comunicação alternativa e 50 (76,4%) disseram que o fonoaudiólogo atua na voz. O Conselho Federal de Fonoaudiologia (2014) descreve a área como uma ciência que objetiva os distúrbios da comunicação humana. O fonoaudiólogo tem como papel a promoção à saúde, habilitação e/ou reabilitação dos sujeitos que requeiram a comunicação. Suas áreas de atuações são diversas entre elas: Audiologia, Disfagia, Gerontologia, Fonoaudiologia Educacional, Fonoaudiologia Neurofuncional, Fonoaudiologia do Trabalho, Neuropsicologia, Linguagem, Motricidade Orofacial, Voz e Saúde Coletiva. Os campos de atuações para os fonoaudiólogos expandem-se cada vez mais, assim sendo eles: hospitais, creches, escolas, clínicas, ONGs, associações, centro de equoterapia, asilos, associações, postos de saúdes entre outros. Uzun (2005), afirma que a função do fonoaudiólogo é favorecer a realização de um trabalho que vise o desenvolvimento da linguagem, bem como a readequação das funções neurovegetativas que são imprescindíveis para o ser humano, sendo elas a respiração, sucção, mastigação, deglutição e fala e, também reabilitar os órgãos fonoarticulatórios interligados com a fala, propondo a realização de exercícios que estimulem os lábios, palatos e língua, durante a sessão de equoterapia.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final desse estudo ficou evidenciada a direta relação da fonoaudiologia com a equoterapia e sua atuação nesse ambiente, entretanto a grande maioria dos pais e/ou familiares não tem entendimento sobre interface da fonoaudiologia e a equoterapia e os benefícios que ambas podem proporcionar no setting terapêutico para o desenvolvimento dos seus filhos. A maioria dos pais e/ou familiares que responderam ao questionário não tem conhecimento sobre o fonoaudiólogo e suas funções como profissional atuante na equoterapia. Quanto ao desenvolvimento e o progresso dos praticantes ficou explicito que a grande maioria apresentou respostas de melhora na vida social, no aspecto motor na comunicação, na cognição e na linguagem, demonstrando satisfação e alegria. A relação entre as duas áreas somam no desenvolvimento dos praticantes para a aquisição e o desenvolvimento da linguagem e o total desenvolvimento biopsicosocial. Desse modo ficou evidente a real necessidade de promover meios que possam ampliar os conhecimentos e divulgar os benefícios que a interface fonoaudiologia e equoterapia propiciam na vida dos praticantes e de seus familiares. Portanto, propõe-se maiores incentivos a pesquisas que envolvam a fonoaudiologia e a equoterapia, maiores esclarecimentos dos profissionais atuantes, reuniões constantes realizadas pela equipe, confecção de folders, cartazes, panfletos, banners, tendo como intuito promover conhecimentos sobre a atuação do fonoaudiólogo e dos diversos profissionais que atuam no centro de equoterapia. REFERÊNCIAS ANDE. Associação Nacional de Equoterapia. Disponível em: www.equoterapia.org.br, 1999. Acesso em: maio de 2015. ANDRADE, D. B. Abordagem Fonoaudiológica na Equoterapia no Atendimento de Crianças com Distúrbios de Linguagem Oral: estudo de casos clínicos. 67f. Mestrado (Mestre em Fonoaudiologia) Pontifica Universidade Católica de São Paulo PUC SP. 2010. BERBERIAN. A. P. Fonoaudiologia e Educação: Um encontro histórico. Plexus Editora. São Paulo. 1995. Conselho Federal de Fonoaudiologia. 2014. Disponível em: http://www.fonoaudiologia.org.br/cffa/. Acessado em: 13 de Agosto 2016. GIMENES, R., ANDRADE. D. E. Implantação de um projeto de equoterapia: uma visão do trabalho psicológico. Disponível em http://www.equoterapia.com.br/artigos/arquivos/implantação%20de%20um%20projeto%20 %20equoterapia%20uma%20visão%20do%20trabalho%20psicológico.doc.2004. Acessado em: janeiro de 2009. Apud ANDRADE, D. B. Abordagem fonoaudiológica na equoterapia no atendimento de crianças com distúrbios de linguagem oral: estudo de casos clínicos, 2010. MARRA, S. C. CADERNOS DA FONOAUDIÓLOGO LINGUAGUEM. Equoterapia: Atuação fonoaudiológica na terapia de linguagem com crianças deficientes. Cap. 5. P. 41-46. Editora Lovise, São Paulo, 2006.

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