IX CONGRESSO ESTADUAL DE MAGISTRADOS Pacto Federativo e Democracia Gramado - Setembro de 2011 TESE 3 A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL E O JUIZ CONTEMPORANEO Protagonismo Necessário I Justificativa A Revolução Industrial, que tantos avanços trouxe, empurrando o homem em direção à modernidade, na sua outra face até há não muito tempo ignorada, produziu intensa degradação ambiental. As grandes catástrofes que vem se produzindo em quantidade (Tsunamis, enchentes, furacões) não deixam margem à dúvida: a mudança climática já se operou e avança produzindo seus efeitos. A degradação que já ocorreu, em muitas áreas não poderá mais ser revertida, segundo demonstram os estudos científicos, em algumas ainda poderá ser minimizada e, em raros sítios que se mantém intactos, urge proteger e evitar a produção de danos. O meio ambiente, como direito fundamental garantido no art. 225 da Constituição Federal, deve ser visto como um dos elementos do Estado Democrático de Direito, impondo ao Poder Judiciário o poder-dever de dar-lhe efetividade.
O Magistrado e, por conseguinte o Poder Judiciário, tem grande responsabilidade por exercer papel social fundamental, podendo influir decisivamente pautando condutas ambientalmente adequadas. Portanto, é absolutamente imperativo que TODOS, indivíduos, instituições públicas e privadas, sociedade em geral, unam esforços e trabalhem para proteger o patrimônio ambiental que ainda não tenha sido ofendido e para reduzir os efeitos da degradação já produzida. II Primeiro Desafio: Destinação dos Resíduos Sólidos Dentre os impactos ambientais, um dos mais significativos diz respeito à produção de resíduos. De tudo o que compramos, 40% corresponde à embalagens e outros dispositivos que são inservíveis e vão diretamente para o lixo. Um brasileiro produz em média 1 kg/dia de resíduos. Segundo dados do IBGE: o Brasil produz 230 mil toneladas/dia. Em dezembro/2008, Porto Alegre gastou mais de R$ 4 milhões para dar destino às 39.945,19 toneladas de lixo produzidas na capital. E para onde vai tanto Resíduo? Quais as consequências de uma disposição inadequada? A solução hoje utilizada é o aterro sanitário. Não é, sem dúvida, uma alternativa isenta de problemas. O Prof. Júlio César Leitão afirmou: Os aterros sanitários são soluções paliativas. Visam apenas camuflar o grande problema do lixo, empurrando-o para as gerações futuras que terão de enfrentar verdadeiras bombas
de retardo, que poderão detonar a qualquer momento! Enfim, embora não seja a solução ideal, é o que se tem, até que o conhecimento científico avance e ofereça alternativas melhores. Portanto, é fundamental que se procure dar, ao aterro sanitário, a maior vida útil possível, evitando seu rápido esgotamento e manejando-o adequadamente para que produza os menores impactos possíveis. Depois de quase vinte anos em tramitação legislativa, em 2010 foi sancionada a Lei 12.305 que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, impõe obrigações a todos os cidadãos e obriga a implantação de planos de gestão de resíduos nacional, estadual e municipal, sublinhando a responsabilidade solidária. A redução dos níveis de produção de resíduos, o reaproveitamento de bens e a reciclagem são condutas imprescindíveis para evitar o rápido esgotamento dos aterros sanitários. A reciclagem é priorizada na Lei 12.305 e deverá receber do Poder Público incentivos para seu incremento vez que, além da proteção ambiental, pode exercer importante papel na inclusão social pela geração de renda. Essas condutas estão diretamente ligadas à educação ambiental. O Magistrado, nesse particular, como pessoa que influi no comportamento social, pode desenvolver papel fundamental.
III Proposições a) gestão interna (nas Comarcas, Foros Regionais, Tribunal e seus Departamentos), com educação para separação dos resíduos, economia de recursos naturais (água, energia); b) ações voltadas à Comunidade, como palestras em Escolas, projetos comunitários, Seminários abertos ao Público; 1. contatos institucionais, buscando influenciar os poderes públicos para a regularização de lixões e aterros a céu aberto; 2. convênios interinstitucionais para a destinação ambientalmente correta (e socialmente adequada) dos resíduos sólidos. IV - Ferramentas O Poder Judiciário aprovou, através do Ato Presidencial 029/2008, o Sistema de Gestão Ambiental SGA-JUS, cujo braço executor é o ECOJUS Programa de Educação e Proteção Ambiental e Responsabilidade Social. O ECOJUS elaborou um programa de treinamento que está à disposição dos Magistrados, presencial ou via EAD (Ensino a Distancia), com material instrucional (manuais, folders, etc). Também dá suporte técnico respondendo à consultas por e-mail (ecojus@tj.rs.gov.br) e por telefone (51 32107654), ainda tem suas instalações à disposição, na Av. Borges de Medeiros 1565 sala 806. V - TESE TODO O MAGISTRADO tem o dever de administrar sua unidade jurisdicional (Cartório, Comarca, Foro, etc)
dentro de um programa de gestão ambiental, realizando ações institucionais internas e externas no mesmo sentido. VI - MOÇÕES MOÇÃO 1 O PODER JUDICIÁRIO estabelecerá diretrizes normativas institucionais direcionadas a concretizar os princípios constantes na Lei 12.305/10. MOÇÃO 2 O PODER JUDICIÁRIO fomentará a realização de práticas convergentes às preditas normativas institucionais, mediante a supervisão de um conselho gestor, que certificará as mais adequadas para a implantação em todo o Estado, as quais constarão de um banco de práticas hospedado no sítio oficial do TJRS, cuja consulta estará acessível aos públicos interno e externo. MOÇÃO 3 O PODER JUDICIÁRIO fornecerá os meios materiais necessários para a implantação de programas e projetos voltados à gestão ambiental.
O BICHO MANUEL BANDEIRA Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL DO PODER JUDICIÁRIO SGAJUS Magistrados Integrantes: Cintia Teresinha Burhalde Mua, Jerson Moacir Gubert, Patricia Antunes Laydner, Vera Lúcia Fritsch Feijó. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO E PROTEÇÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL ECOJUS Servidores (colaboradores voluntários): Amilcar Ferreira Anelda Pereira de Oliveira Eunice dos Santos e Almeida João Batista Santafé Aguiar Manoel Gonçalves Vivian Pacheco dos Santos Servidores Lotados:
Angela Maria Braga Knorr Sonia Maria Pires Jardim de Oliveira Estagiário: Ricardo Nuñez Andrade