COMPOSTOS FENÓLICOS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE MEL E PÓLEN APÍCOLA DE MATO GROSSO

Documentos relacionados
PRÓPOLIS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE BIOLÓGICA Apresentação: Pôster

ARTIGO 291 FENÓLICOS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE MÉIS DE ABELHA DE DIFERENTES FLORADAS

INFLUÊNCIA DO PERÓXIDO DE HIDROGÉNIO NA ACTIVIDADE INIBITÓRIA DO MEL CONTRA LEVEDURAS PATOGÉNICAS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E DETERMINAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS DE MÉIS PRODUZIDOS NO PANTANAL

ACTIVIDADE ANTIOXIDANTE DE PRODUTOS DA COLMEIA

Produção do mel 29/10/2010

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

PROPRIEDADES BIOLÓGICAS DO PÓLEN APÍCOLA DE COQUEIRO, COLETADO NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA E COMPOSTOS BIOATIVOS EM POLPA DE MARACUJÁ CONGELADA E APLICAÇÃO DE QUIMIOMETRIA PARA ANÁLISE DOS DADOS

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DE PÓLEN APÍCOLA DA MICRORREGIÃO DE RIBEIRA DO POMBAL, BAHIA, BRASIL

EXTRAÇÃO DE FENOIS EM ERVA MATE (2011) 1

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO DO COGUMELO SHIMEJI (PLEUROTUS OSTREATUS)

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS DE DIFERENTES POLARIDADES DE UMA AMOSTRA DE PRÓPOLIS MARROM CATEGORIA: CONCLUÍDO

ESTUDO PRELIMINAR DA ACTIVIDADE ANTIFÚNGICA E EFEITO QUELANTE DE IÕES DO PRÓPOLIS

ELABORAÇÃO DE GELEIA TRADICIONAL E LIGHT DE GUABIROBA BRUNA NAPOLI¹; DAYANNE REGINA MENDES ANDRADE²; CRISTIANE VIEIRA HELM³

ESTUDO DOS POLIFENÓIS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DA CASCA, FOLHAS E FRUTO DE Hymenaea stigonocarpa (JATOBÁ).

AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DO MEL E PREPARO DO PÓLEN COMO AGENTE DE CRISTALIZAÇÃO

ELABORAÇÃO DE FARINHA DE UVA UTILIZANDO BAGAÇO DA INDÚSTRIA VITIVINÍCOLA: EFEITO SOB OS COMPOSTOS FENÓLICOS

TÍTULO: EFEITO ANTIMICROBIANO DOS FLAVONÓIDES DO PÓLEN APÍCOLA

ESTUDO PROSPECTIVO DE PRODUTOS DERIVADOS DO MEL ASSOCIADO AO ÁLCOOL E TECNOLOGIAS CORRELATAS SOB O ENFOQUE EM DOCUMENTOS DE PATENTES

CARACTERIZAÇÃO SENSORIAL DE MEL (Apis mellifera) PELO MÉTODO PERFIL DESCRITIVO OTIMIZADO (PDO)

Introdução. Orientadora do TCC e Professora do Curso de Nutrição FACISA/UNIVIÇOSA. 4

DETERMINAÇÃO DO TEOR ANTIOXIDANTE E CARACTERÍSTICAS MICROBIOLÓGICAS EM CHÁS DE HIBISCUS SABDARIFFA L.

Por que razão devemos comer fruta? Determinação da capacidade antioxidante da pêra abacate.

QUANTIFICAÇÃO DE FLAVONÓIDES E FENÓIS DO EXTRATO DO FEIJÃO BRAVO

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS DA POLPA DE PEQUI

AVALIAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO MEL DE APIS MELLIFERA PRODUZIDO NA REGIÃO DE SINOP/MT

VII Congresso Baiano de Apicultura e Meliponicultura III Seminário Brasileiro de Própolis e Pólen

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E DO TEOR DE COMPOSTOS FENÓLICOS DE EXTRATOS DE PRÓPOLIS

Fontes do Mel. Fontes naturais do mel. Néctar (Honeydew)(Cana de açúcar

Características físico-químicas de meis produzidos por espécies de meliponíneos

8. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1

CORRELAÇÃO DO COMPORTAMENTO HIGIÊNICO COM A PRODUÇÃO DE MEL DE COLMEIAS DE APIS MELLIFERA

IDENTIFICAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE MEL DE ABELHAS Apis mellifera DO SERTÃO PARAIBANO.

Mel. Prof Dra Édira Castello Branco de Andrade Gonçalves.

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE MEL PRODUZIDO EM SANTO ANTÔNIO DO TAUÁ

VITAMINA C, CAROTENÓIDES E FENÓLICOS TOTAIS DURANTE A MANIPULAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE FRUTAS EM RESTAURANTE COMERCIAL

RESUMO. PALAVRAS-CHAVE: Antioxidantes. ABTS. Fenólicos Totais.

AVALIAÇÃO DOS COMPOSTOS ANTIOXIDANTES DE UMA GELEIA DE UVA DESENVOLVIDA COM OS RESÍDUOS DA CASCA DA UVA

Avaliação da atividade antioxidante de Praxelis sanctopaulensis (B.L. Rob.) R.M King & H. Rob. (Asteraceae)

ANÁLISE DA DESIDRATAÇÃO DE RESÍDUOS DE PROCESSAMENTO DE MARACUJÁ (Passiflora Edulis) UTILIZANDO AR QUENTE

Caracterização físico-química de méis de Apis mellifera L. da região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E COMPOSTOS FENÓLICOS DA PRÓPOLIS PRODUZIDA EM MS.

ESTABILIDADE DOS COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES NA FARINHA DO BAGAÇO DE UVA TINTA VITIS VINÍFERA E VITIS LABRUSCA

COMPOSTOS BIOATIVOS EM GENÓTIPOS DE BACABA- DE-LEQUE (Oenocarpus distichus Mart) NATIVAS DA AMAZÔNIA

Revista Brasileira de Pesquisa em Alimentos, Campo Mourão (PR), v.2, n.1, p 60-65, jan./jun., 2011.

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE MÉIS COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE CUIABÁ-MT

XII Seminário Brasileiro de Tecnologia Enzimática ENZITEC 2016

AVALIAÇÃO DO MEL COMERCIALIZADO NO SUL DO BRASIL E NO URUGUAI 1. INTRODUÇÃO

INTENÇÃO DE COMPRA DE BISCOITOS TIPO COOKIE SABOR CHOCOLATE COM DIFERENTES TEORES DE FARINHA DE UVA

MICROBIOLOGIA DO MEL DE ÁPIS E MELIPONAS LOCALIZADOS NA REGIÃO DE SALVADOR - BA E DE ENTRE RIOS BA

VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE MÉIS PRODUZIDOS E COMERCIALIZADOS NO SERTÃO PARAIBANO.

Teor de fenóis, flavonóides e taninos condensados do extrato bruto metanólico obtido da casca e folhas de Trichilia silvatica.

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA E QUÍMICA DAS FOLHAS (RAMAS) DE NABO PARA USO NA ALIMENTAÇÃO HUMANA

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE MÉIS COMERCIALIZADOS NO MUNICÍPIO DE UBERABA

Alimentos, Rod. Admar Gonzaga 1346, CEP: , Itacorubi, Florianópolis, SC.

MANEJO RACIONAL DE ABELHAS AFRICANIZADAS

AVALIAÇÃO DE TRÊS PARAMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DE QUALIDADE EM AMOSTRAS DE PRÓPOLIS E GEOPROPÓLIS DE ABELHAS NATIVAS SEM FERRÃO DA AMAZÔNIA

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS ETANÓLICOS DE ESPÉCIES VEGETAIS DO TOCANTINS

CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE INGA ALBA E INGA CYLINDRICA: UMA AVALIAÇÃO DE POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO

INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE DESIDRATAÇÃO NOS COMPOSTOS BIOATIVOS EM POLPA DE NONI (MORINDA CITRIFOLIA)

ELABORAÇÃO DE LICOR DE FRUTAS NATIVAS E TROPICAIS

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE SUCO DE CAJU. Iwalisson Nicolau de Araújo 1 Graduando em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual da Paraíba.

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FENÓLICOS TOTAIS (FOLIN-CIOCALTEU) - ESPECTROFOTOMETRIA

COMPOSIÇÃO QUIMICA DE FARINHAS DE DIFERENTES ESPÉCIES DE INSETOS COMO INGREDIENTE PARA RAÇÃO ANIMAL

CARACTERIZAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE DUAS ESPÉCIES DE PITAIA

ESTABILIDADE DOS COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES NA FARINHA DO BAGAÇO DE UVA BRANCA VITIS LABRUSCA

DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO TAMARINDUS INDICA FRENTE AO RADICAL DPPH

DESENVOLVIMENTO E ANALISE SENSORIAL DE BISCOITO CHAMPANHE ENRIQUECIDO COM FARINHA DE SOJA

ESTUDO QUÍMICO E QUANTIFICAÇÃO DOS FLAVONÓIDES DAS RAÍZES E FOLHAS DE Jatropha gossypifolia.

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE AMOSTRAS DE MÉIS ORGÂNICOS DESTINADOS À EXPORTAÇÃO

Portaria ADAB nº 207 DE 21/11/2014

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E FLAVONOIDES DO CHÁ DO EXOCARPO DO CAMBUÍ (Myrciaria Strigipes)

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO MEL DE ABELHA Apis mellifera DO SERTÃO PARAIBANO

Perfil químico e microbiológico, cor, análise polínica e propriedades biológicas do pólen apícola desidratado

Análises Químicas e Potencial Antioxidante do Mel de Angico Produzido pelas Abelhas Sem-Ferrão Jandaíra

Avaliação de características físico químicas de méis da Beira Alta

RELAÇÃO ENTRE O CONTEÚDO DE FLAVONÓIDES E A CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS HIDROALCOÓLICOS DE PRÓPOLIS DA CIDADE DE PELOTAS 1.

Qualidade dos alimentos: novas desafios. Braganc;:a, Setembro ISBN

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS DE UMA AMOSTRA DE PRÓPOLIS VERDE PROVENIENTE DO MUNICIPIO DE ATIBAIA, SP

Acadêmica do curso de Nutrição da UNIJUÍ. Bolsista PIBIC/UNIJUÍ. 3. Acadêmica do curso de Engenharia Química da UNIJUÍ. Bolsista PIBIC/CNPq.

INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL ENERGÉTICA NA MANUTENÇÃO DE ENXAMES DE

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO REOLÓGICO DE MÉIS (Apis mellifera)

CARACTERIZAÇÃO DO POTENCIAL ANTIMICROBIANO DOS EXTRATOS DE PÓLEN APÍCOLA DA REGIÃO SUL DO BRASIL

ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS E FÍSICO QUÍMICAS DE DIFERENTES MARCAS COMERCIAIS DE MEL

ANÁLISE DA DESIDRATAÇÃO DE RESÍDUOS DE PROCESSAMENTO DE MARACUJÁ (Passiflora Edulis) UTILIZANDO INFRAVERMELHO

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE DIFERENTES MÉTODOS DE SECAGEM DE ERVAS AROMÁTICAS NO POTENCIAL ANTIOXIDANTE

PALAVRAS-CHAVE: Ilex paraguariensis St.-Hil; fenólicos; flavonoides; capacidade antioxidante.

TESTE DE COMPARAÇÃO PAREADA PARA ANÁLISE SENSORIAL DO SUCO DE UVA

BARRINHA DE CEREAL COM USO DE MEL EM SUBSTITUIÇÃO DO XAROPE DE AGLUTINAÇÃO

PRODUÇÃO DE RAINHAS DE Apis mellifera E GELÉIA REAL

Estudo Químico de plantas do Rio Grandedo Norte: Avaliação do teor de fenóis e atividade antioxidante

Avaliação da atividade antioxidante de duas espécies de leguminosae

ANÁLISE DE COMPOSTOS FENÓLICOS E ANTOCIANINAS EM EXTRATO AQUOSA DA CASCA E POLPA DE JABUTICABA

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO UFERSA DISCIPLINA: INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

QUANTIFICAÇÃO DO TEOR DE FENÓIS TOTAIS E FLAVONÓIDES NA CULTURA FORRAGEIRA CUNHÃ

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE FÍSICO- QUÍMICOS DE SUCOS TROPICAIS

Transcrição:

COMPOSTOS FENÓLICOS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE MEL E PÓLEN APÍCOLA DE MATO GROSSO Thayna Dayse Silveira 1, Carmen Wobeto 2 1- Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais - Universidade Federal de Mato Grosso, Av. Alexandre Ferronato, 1200 Cep: 78556-324 Sinop MT Brasil, Fone: (66) 3531-1663 e-mail: thayna_dayse@hotmail.com. 2- Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais Universidade Federal de Mato Grosso, Av. Alexandre Ferronato, 1200 Cep: 78556-324 Sinop MT Brasil, Fone: (66) 3531-1663 e-mail: carmenwobeto2014@gmail.com. RESUMO O mel e o pólen apícola apresentam alteração na composição em função da origem botânica, a qual é variável conforme a região de produção apícola. Os antioxidantes atuam no controle dos processos oxidativos, em função disto apresentam efeitos anticarcinogênicos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição fenólica e a atividade antioxidante de mel e pólen apícola produzidos na região norte de Mato Grosso. A quantificação dos fenólicos e flavonoides totais foi realizada por espectrofotometria. A atividade antioxidante foi avaliada através da capacidade sequestrante do radical livre DPPH (1,1-difenil-2-picrilidrazil). Verificou-se que o mel e o pólen apícola apresentaram atividade antioxidante significativa, expressa em EC50, respectivamente de 43,24 e 41,31 mg/ml. Além disso, estes produtos apícolas apresentaram teores de fenólicos e flavonoides semelhantes a outros estudos com estes produtos de outras regiões brasileiras e de outros países. ABSTRACT - honey and bee pollen present change in the chemical composition depending on the botanical origin, which is variable according to the beekeeping region. Antioxidants act to control the oxidative processes in this function have anticarcinogenic effects. The objective of this study was to evaluate the phenolic composition and antioxidant activity of honey and bee pollen produced in northern Mato Grosso. Quantitation of total flavonoids and phenolic was performed by spectrophotometry. The antioxidant activity was evaluated by sequestering ability of free radical DPPH (1,1-diphenyl-2-picrilidrazil). It was found that honey and bee pollen showed significant antioxidant activity, expressed as EC50, respectively 43.24 and 41.31 mg/ml. Moreover, these bee products showed phenolic and flavonoid contents similar to other studies with these products from other Brazilian regions and other countries. PALAVRAS-CHAVE: flavonoides totais; fenólicos totais; sequestro do DPPH. KEYWORDS: total flavonoids; total phenolics; scavenging of DPPH. 1.INTRODUÇÃO O pólen apícola tem sido utilizado há muitos anos tanto na medicina tradicional quanto na nutrição suplementar e em dietas alternativas, devido principalmente as suas propriedades nutricionais

e benéficas à saúde humana (ALMEIDA-MURADIAN et al., 2005; ISLA et al., 2001; KROYER e HEGEDUS, 2001). Além disso, o pólen também contém altos teores de substâncias polifenólicas, principalmente flavonoides com atividade antioxidante (CAMPOS et al., 2003; KROYER e HEGEDUS, 2001). Os antioxidantes atuam no controle dos efeitos nocivos dos processos oxidativos impedindo ou diminuindo a formação dos radicais livres e os compostos fenólicos agem como antioxidantes. Atualmente o interesse no estudo dos compostos fenólicos tem aumentado muito, devido principalmente à habilidade antioxidante destas substâncias em sequestrar radicais livres (DORMAN et al., 2003). A produção de pólen apícola no Brasil representa uma atividade recente que teve início no final da década de 80. Entretanto, o Brasil tem potencial para ser um grande produtor de pólen, principalmente pela riqueza e diversidade da flora aliada ao clima tropical e resistência das abelhas africanizadas Apis mellifera. A caracterização físico-química e biológica do pólen faz-se importante em um controle de qualidade e até mesmo em uma padronização do pólen brasileiro para possíveis utilizações nas indústrias alimentícias e farmacêuticas (ALENCAR, 2002). O mel, por definição, é um produto natural de abelhas obtido a partir do néctar das flores, de secreções de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de partes vivas das plantas (CAMPOS et al., 2000). É uma solução supersaturada de açúcares (principalmente glicose e frutose), mas também possui outros constituintes que mesmo em pequenas concentrações, fazem do mel um produto muito rico em vitaminas, minerais, compostos fenólicos e enzimas e um produto utilizado em todo o mundo, não só pela sua propriedade adoçante, mas também como promotor de saúde. Os consumidores em geral consideram o mel uma fonte natural de saúde devido às suas qualidades terapêuticas tais como: atividade antimicrobiana, protetor de doenças gastrointestinais, propriedades antioxidantes, propriedades prebióticas, além de ser uma boa fonte de energia (SILVA, R.A., et al 2006). Quando se fala em mel, tem-se uma imediata ideia das seguintes propriedades: adoçante natural, fonte de energia, alimento saudável, efeito cicatrizante, notável aroma e antibacteriano. Aplicações tópicas ou na pele, incluindo o tratamento de feridas e queimaduras, foram mencionadas em um levantamento da utilização do mel de abelha (MEDA, A. et al, 2004), sendo também usado para tratar feridas cirúrgicas, úlceras de pele, abscessos (MOLAN, 1999), queimaduras e para preservação histológica de enxertos de pele (SUBRAHMANYAM, 1993). O objetivo do presente trabalho foi avaliar a atividade antioxidante e determinar os teores de compostos fenólicos e flavonoides totais em extratos metanólicos de pólen apícola e mel de Apis mellifera. 2.MATERIAL E MÉTODOS 2.1.Coleta e preparo das amostras O pólen apícola foi coletado em triplicata de um apiário na cidade de Santa Carmen, Mato Grosso. Após foram armazenadas em freezer ( 18 C), até o momento das análises. Enquanto que, o mel foi coletado em triplicata de um apiário da cidade de Sorriso, Mato Grosso. As amostras foram armazenadas em potes de vidros devidamente esterilizados e guardados em temperatura ambiente até o momento das análises.

Foram preparados os extratos metanólico de mel e pólen apícola a 10%, em metanol 50%, sob refluxo de 2 h a 80 o C (AOAC, 1960). 2.2Análises Físico-Químicas Dos Extratos Análise de compostos fenólicos totais: O conteúdo total de fenólicos nas amostras de mel foi determinado espectrofotometricamente de acordo com o método de Folin-Ciocalteu (WOISKY; SALATINO, 1998). Os resultados foram expressos em mg de Equivalente de Ácido Gálico (EAG)/ 100g. Análise de flavonoides totais: A determinação de flavanóides foi conduzida usando a solução cloreto de alumínio 2,5% em água, adicionando à 0,5mL da solução metanólica de mel, após 30 minutos a absorbância foi lida à 425nm contra um branco. A curva de quercitina foi usada como padrão. O conteúdo de flavanóides foi expresso em mg equivalente de quercitina (EQ)/100g (WOISKY; SALATINO, 1998). Avaliação da atividade sequestrante do radical DPPH: Para a determinação da atividade antioxidante, foi utilizado o método de sequestramento de DPPH (2,2-difenilpicril-hidrazila), conforme descrito por Rufino et al. (2007). Os resultados foram expressos em EC 50, ou seja, a concentração da amostra necessária para sequestrar 50% dos radicais de DPPH. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Conforme observado na Tabela 1 os teores de fenólicos e flavonoides do pólen apícola foram superiores aos do mel, pois o pólen é o alimento proteico das colmeias e, portanto apresenta altos teores de proteínas, vitaminas, minerais e compostos fenólicos superiores ao mel (ANDRADE et al., 1999; DONADIEU 1979). Alencar (2002) avaliando a composição química do mel de diferentes regiões do Brasil verificou que as agliconas encontrados no mel podem ser parcialmente oriundas dos flavonoides do pólen. Tabela 1 - Atividade antioxidante, teor de compostos fenólicos e flavonoides totais nas amostras de mel e pólen apícola analisadas. Amostras Compostos fenólicos (mg Flavanóides Totais (mg de GAE. 100 g 1) quercitina.100 g ¹) EC50 (mg/ml) Mel 53,94 ± 2,84 3,93 ± 0,08 43,24 ± 1,17 Pólen 748,6 ± 22,81 320 ± 10 41,31 ± 3,1 Os teores de fenólicos no mel foram semelhantes aos relatados na literatura científica onde obteve uma variação de 56,32 a 246,21 mg.100g (SONTAG et al., 1989; AL-MAMARY et al., 2002; KUCUK et al., 2007), e os teores em pólen foram maiores que os relatados por Carpes et al. (2009) que apresentou uma variação de 192,8 a 489,0 mggae.100g. Os teores de flavanóides em mel também foram semelhantes aos méis de várias regiões da África (0,2 a 8,4 mgeq.100g) sendo investigados méis monoflorais e multiflorais (MEDA et al.,

2005), enquanto que os teores destes compostos no pólen investigado foram superiores aos relatos na literatura, com uma variação de 25,4 a 272,2 mg.100g (ARRUDA et al., 2013; FÉAS et al., 2012; VECCHIA et al., 2009; NEVES et al., 2009). Os teores superiores de flavanóides no pólen está relacionado a influência da composições florísticas dos locais, assim como variações edafoclimática nos diferentes locais de produção (MODRO et al., 2007; LEJA et al., 2007). Os altos teores destes compostos nos produtos apícolas, em especial o pólen, podem ter correlação com a localização geográfica dos apiários, pois os mesmos encontravam-se Cerrado, que é característico pelas elevadas temperaturas que podem ocasionar acúmulos de compostos fenólicos, além de possuir uma grande diversidade de flora conferindo a estes produtos atividade antioxidante, antimicrobiana, antiviral e anticarcinogênica (KUCUK et al., 2007; RIVERO et al., 2001). A atividade antioxidante, expressa em EC 50 (concentração da substância antioxidante necessária para reduzir em 50% a concentração inicial do DPPH), no mel investigado foram semelhantes aos relatados por Lianda et al. (2009), que obteve uma variação de 48,20 a 770,5 mg.100 ml -1 em méis do Rio de Janeiro. Valores de EC 50 em pólen estão na faixa de variação descritas em outros estudos realizados em diferentes regiões brasileiras, ou seja, de 8,68 a 209,1 mg.ml -1 (FREIRE et al., 2012; ARUDA 2013). É importante considerar que, quanto maior o valor de EC 50, menor a eficiência da amostra em desativar o radical, portanto, as amostras deste estudo se comparados aos valores máximos encontrados por diferentes autores indicam alta atividade antioxidante. 2. CONCLUSÃO O mel e o pólen apícola investigados apresentaram uma significativa atividade antioxidante, em função disto pode ser avaliada a atividade biológica destes produtos naturais no controle de microrganismos patogênicos para o homem ou fitopatógenos em plantas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALENCAR, S. M. Estudo fitoquímico da origem botânica da própolis e avaliação da composição química de mel de Apis mellifera africanizada de diferentes regiões do Brasil. 2002. 120 p. (Tese Doutorado em Ciência de Alimentos) - Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. AL-MAMARY, M.; AL-MEERI, A.; AL-HABORI, M.; Antioxidant activities and total phenolics of different types of honey. Nutrition Research, v. 22, p. 1041-1047, 2002. ALMEIDA-MURADIAN, L. B.; PAMPLONA, L. C.; COIMBRA, S.; BARTH, O. M. Chemical composition and botanical evaluation of dried bee pollen pellets. Journal of Food Composition and Analysis, San Diego, v. 18, n. 1, p. 105-111, 2005. ANDRADE, PB.B.; AMARAL. M.Y.; ISABEL, P.; CARVALHO, J.C.M.F.; SEABRA, R.M.; CUNHA, A.P. Physicochemical atributes and pollen spectrum os Portuguese Heather honeys. Food Chemistry, v.66, n.4, p.503-510. 1999.

ARRUDA, V.A.S. (2013) Pólen apicola desidratado: composição fisico-quimica, qualidade microbiologica, compostos fenolicos e flavanóides, atividade antioxidante e origem botanica. São Paulo, 2013. 192p. (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciencias Farmaceuticas Universidade de São Paulo. BIZZARIA, D. K.; FILGUEIRAS, C. T. Análise microbiológica de mel de abelha, consumido no município de Campo Grande-MS. Revista Higiene Alimentar, v. 17, p. 104-105, 2003. CAMPOS, G.; MODESTA, R. C. D. Diferenças sensoriais entre mel floral e mel de melato. Revista do Institudo Adolfo Lutz, v. 59, n. 1-2, p. 7-14, 2000. CAMPOS, M. G.; WEBBY, R. F.; MARKHAM, K. R; MITCHELL, K. A; CUNHA, A. P. Ageinduced diminution of free radical scavenging capacity in bee pollens and the contribution of constituent flavonoids. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington, v. 51, n. 3, p. 742-745, 2003. CARPES, S.T.; CABRAL, I.S.; LUZ, C.F.P.; CAPELETTI, J.P.; ALENCAR, S.M.; MASSON, M.L. Palynological and physicochemical characterization os Apis mellifera L. bee pollen in the Southern region of Brazil. Journal of Food, Agriculture & Environment,v.7, p.667-673, 2009. DONADIEU, Y. El pollen: terapêutica natural. 4 ed. Paris: Malaine, 1979. p.32, 1979. DORMAN, H. J. D.; KOSAR, M.; KAHLOS, K.; HOLM, Y.; HILTUNEN, R. Antioxidant properties and composition of aqueous extracts from Mentha species, Hybrids, Varieties, and Cultivars. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington, v. 51, n. 16, p. 4563-4569, 2003. FÉAS, X.; VÁZQUEZ-TATO, M.P.; ESTEVINHO, L.; SEIJAS, J.A.; IGLESIAS, A. Organic bee pollen: botanical origin, nutritional value, bioactive compunds, antioxidante activity and microbiological quality. Molecules, v.17, n.7, p. 8359-8377, 2012. FREIRE, K.R.L.; LINS, A.C.S.; DÓREA, M.C.; SANTOS, F.A.R.; CAMARA, C.A.; SILVA, T.M.S. Palynological origin, phenolic content, and antioxidant properties of honeybee-collected pollen from Bahia, Brazil. Molecules, v.17, n.2, p.1652-1664, 2012. ISLA, M. I.; MORENO, M. I. N.; SAMPIETRO, A. R.; VATTUONE, M. A. Antioxidant activity of Argentine propolis extracts. Journal of Ethnopharmacology, Clare, v. 76, n. 2, p. 165-170, 2001. KROYER, G.; HEGEDUS, N. Evaluation of bioactive properties of pollen extracts as functional dietary food supplement. Innovative Food Science & Emerging Technologies, Kidlington Oxford, v. 2, n. 3, p. 171-174, 2001. KUCUK, M. Biological activities and chemical composition of three honeys of different types from Anatolia. Food Chemistry, v. 100, p. 526-534, 2007. LEJA M, MARECZEK A, WYZGOLIK G, KLEPACZ-BANIAK J, CZEKONSKA K. Antioxidative properties of bee pollen in selected plant species. Food Chemistry 2007; 100(1): 237-40. Lianda, R. L. P.; Castro, R. N.; Echevarria, A.; Resumos da 32a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, Fortaleza, Brasil, 2009. MEDA, A. Therapeutic uses of honey and honeybee larvae in central Burkina Faso. Journal of Ethnopharmacology, v. 95, n. 1, p. 103-107, 2004.

MEDA, A.; LAMIEN, C.E.; ROMITO, M.; MILLOGO, J.; NACOULMA, O.G.; Determination of the total phenolic, flavonoid and proline contents in Bukina Fasan honey, as theis radical scavengingactivity. Food Chemistry, v. 91, n.3, p.571-577, 2005. MODRO AFH, MESSAGE D, LUZ CFP, MEIRA-NETO JAA. Composição e qualidade de pólen apícola coletado em Minas Gerais. Pesq Agrop. Bras. 2007; 42(8): 1057-65. MOLAN, P. C. The role of honey in the management of wounds. J. Wound Care, v. 8, n. 8, p. 415-418, 1999. NEVES, L.C.; ALENCAR, S.M.; CARPES, S.T. Determinação da atividade antioxidante e do teor de compostos fenólicos e flavonoides totais em amostras de pólen apícola de Apis mellifera. Brazilian Journal os Food Technology, n. esp., p. 107-110, 2009. RIVERO, R. M. et al. Resistance to cold and heat stress: accumulation of phenolic compounds in tomato and watermelon plants. Plant Science, v. 160, p. 315-321, 2001. SILVA, R.A. et al. Composição e propriedades terapêuticas do Mel de Abelha. Alimentos e Nutrição. Araraquara, v. 17, n. 1, p. 113-20, jan./mar., 2006. SINGLETON, V. L.; ROSSI, J. A. Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdicphosphotungstic acid reagents. American Journal of Enology and Viticulture, v. 16, p. 144-158, 1965. SONTAG, G. Determination of phenolic compounds by HPLC with electrochemical detection. Agriculture, Food Chemistry and the Consumer, v. 2, p. 703-707, 1989. VECCHIA, P.D. Avaliação da atividade antioxidante dos extratos de pólen apícola (determinação de compostos fenólicos e flavanóides totais) 2010. Disponível em <www.eventos.cp.utfrp.edu.br> WOISKY, R. G.; SALATINO, A. Analysis of propolis: some parameters and procedures for chemical quality control. Journal of Apicultural Research, v. 37, p. 99 105, 1998.