A Família como cuidadora da pessoa com deficiência. Maria Lúcia Pellegrinelli Fisioterapeuta Educadora Inclusiva

Documentos relacionados
9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II PROFESSOR DANILO BORGES

Comunicação Definição: A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este f

PROJETOS CRIATIVOS TURNO 2016

OBJETIVOS E CONTEÚDOS

INSTRUMENTOS TÉCNICO-OPERATIVOS UTILIZADOS NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR, IDOSO INTERVENÇÃO E SERVIÇO SOCIAL

A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO PARA MANTER A ESTABILIDADE EMOCIONAL. Silvana Lopes Ribeiro Futura Diretora Executiva Mary Kay

Introdução O QUE É FILOSOFIA?

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - CETEC. Qualificação: TECNICO EM MECÂNICA

Sete hábitos das pessoas muito eficazes

OS CICLOS DOS 7 ANOS

Sinais visíveis de transtornos psicológicos: como identificar e lidar com estes pacientes?

Qual o sentido da vida? Afinal de contas, porque motivo estou aqui?

O ENSINO NA CONSTRUÇÃO DE COMPETÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

ENSINO RELIGIOSO - 9º ANO

CEDHAP CENTRO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO APLICADO GESTÃO EDUCACIONAL E O DESAFIO DA COMUNICAÇÃO

CONSELHO ESCOLAR: Natureza, organização e funcionamento. Cefisa M. Sabino Aguiar

Método Clínico Centrado na Pessoa: a evolução do método clínico. Bruno Guimarães Tannus

Boletim Eletrônico Casa Abrigo Betel

O CAMINHO QUE NOS LEVA À FELICIDADE É O AMOR!

Mensagem do dia 02 de Março Suas escolhas. Mensagem do dia 02 de Março de 2013 Suas escolhas

PLANEJAMENTO Jeitos de explicar a origem do universo. O que diz a ciência sobre a criação. Campanha da Fraternidade 2016

FAMÍLIA COMO PROTEÇÃO AO USO DE DROGAS

Carta. de Direitos e Deveres. do Cliente

O IDOSO COMO CUIDADOR: UMA NOVA PERSPECTIVA DE CUIDADO DOMICILIAR

PLANO DE ENSINO. TURMA: Formação mista, envolvendo acadêmicos da Católica de SC que cumprem os requisitos dispostos no Regulamento

É verso único. Sem segundo. Não tem frente nem verso; nem face nem dorso. Nem manifesta nem imanifesta, está por trás de todo o manifesto.

PLANEJAMENTO 2º ANO ENSINO FUNDAMENTAL I

MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO VOLUNTÁRIO

Anaí Machado Resende- Psicóloga Elizene dos Reis Oliveira - Psicóloga Marnia Santos Muniz- Psicóloga

EDUCADOR, MEDIADOR DE CONHECIMENTOS E VALORES

PLANEJAMENTO Disciplina: Ensino Religioso Série: 7º ano Prof.:Cristiano Souza 1ª UNIDADE EIXOS COGNITIVOS CONTEÚDOS HABILIDADES

Entrevista com o Prof. Luiz Carlos Crozera, autor da Hipnose Condicionativa.

Grupo de estudos Anthony Robbins

Desapego. Os prazeres da alma. Escola de Evangelização de Pacientes. Grupo Espírita Guillon Ribeiro

LOGOTIPO OU LOGOMARCA?

PLANO DE ENSINO DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR

Especulações sobre o amor

Os idosos são desafiados a viver sob condições para as quais não estavam acostumados

Confira o roteiro de pregações dos Retiros de Carnaval 2016: 1. INTRODUÇÃO

CONSELHO DE CLASSE: O ANO TODO E AGORA EM ESPECIAL NO FINAL DO ANO LETIVO

O CUIDADO EM SAÚDE. Maria Terezinha Gariglio

PLANEJAMENTO (LIVRO INFANTIL)

É possível ganhar uma batalha que parece perdida, não se dê Por vencido, o segredo é não ter medo de errar, porque é errando que se aprende.

Construindo um futuro de sucesso - reinventando você!

A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA ESCOLAR PARA ALUNOS COM DEFICIENCIA VISUAL: o papel da Cartografia Tátil

Painel 1 : LUZ PAZ CONHECIMENTO

Exemplo 1 O Mago (1); O Papa (5); O Mundo (21); O Diabo (15) Amor Dinheiro

Editora Dedo de Prosa Foco

REFLEXÃO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE NA SAÚDE. BERNARDES, Ana Paula Fugazza¹ GASDA, Vera Lúcia Podewils 1 PEZENTI, Daiana¹ PINHEIRO, Shirla Regina²

Nota-se que o crescimento da categoria masculina no Brasil e no mundo de fato existe, porém ainda há um universo de oportunidades a ser explorado o

CONTAR UMA HISTÓRIA É DAR UM PRESENTE DE AMOR.

A importância dos jogos e brincadeiras na formação plena dos alunos na educação infantil

O que é Auto-Avaliação de Desempenho

Centro Social de Santa Maria de Sardoura Plano Anual de Atividades - Prolongamento Escolar

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO DE FILOSOFIA

Transcrição da Entrevista

O SENTIDO DA LIDERANÇA

1.1. Creche Objectivos gerais

O CONSTRUTIVISMO NA SALA DE AULA PROFA. DRA. PATRICIA COLAVITTI BRAGA DISTASSI - DB CONSULTORIA EDUCACIONAL

1 4 E 1 5 N O V E M B R O A L T O D A L A P A - S P IMERSÃO AMOR & FOTO. deixa a luz entrar...

É POSSÍVEL VIVER MAIS E MELHOR? Prof. Carlos Iglézias

Você pode mudar sua vida.

9 Pílulas de Criatividade!

O que vocês admiram nessas pessoas?

Coleção Chamados à Vida Chamados À Vida, Chamados À Vida Em Jesus Cristo,

Exemplos Práticos de Eficiência em Instituições de Saúde: A Experiência do Hospital das Clínicas da UFMG

O SENTIDO DA VIDA SOB A ÓTICA DE UM GRUPO DE IDOSOS

ATUAÇÃO PROFISSIONAL CRIANÇAS ADOLESCENTES ADULTOS IDOSOS

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL. Prof. Saravalli OBJETIVOS 08/03/2016

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 ISBN

Depressão: o que você precisa saber

A energia dos anjos em cada casa zodiacal

Para uma Educação e Formação Social, Humana e Profissional dos alunos da Escola Secundária Almeida Garrett

Projeto: O CANTO E O BATUQUE QUE VEM DE DENTRO DE MIM. OBJETIVO GERAL REFERENTE A INSTRUMENTAÇAO PEDAGÓGICA

Fé antropológica. Não é possível uma vida sem sentido

A Criança e o Livro dos Espíritos. Aula Sóllon de Evangelização Infantil da UEM

E Ç O L Ã O. Entrando. Sintonia. com. Fabi, a sagui. Carmem Beatriz Neufeld Isabela Maria Freitas Ferreira Juliana Maltoni

Relatório de Competências de Nataly Lopez (Perfil Natural) Autoconfiança. Autocontrole. Busca de Informação. Capacidade de Negociação.

A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL SEGUNDO A PERCEPÇÃO DE ADULTOS CEGOS RESUMO

Quadro 1: Itens que constituem cada escala

TABELA NAVAL: USO DO LÚDICO NO ENSINO DA TABELA PERIÓDICA

CURSO: LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 2º PERÍODO

coleção Conversas #24 Respostas perguntas para algumas que podem estar passando pela sua cabeça.

01 F E L I C I D A D E 01

Dicas Importantes para a sua

PLANEJAMENTO (LIVRO INFANTIL)

Bem Vindos!!! Módulo 4

PROJETO DE LEI N.º 44/09

É Maria quem nos convida a refletir e guardar no coração a

OFICINA DE MEMÓRIA: UMA ESTRATÉGIA DE QUALIDADE DE VIDA

IDENTIDADES. Metamorfose. Nome:Stefany Santos

CONHECIMENTO, REALIDADE E VERDADE

Sensibilizando para Organização e Limpeza

20 perguntas para descobrir como APRENDER MELHOR

Um novo olhar sobre formação de equipes

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CRECHE MUNICIPAL JOSÉ LUIZ BORGES GARCIA PROJETO DO 2 SEMESTRE EDUCAÇÃO INFANTIL: CONSTRUINDO O CONHECIMENTO

Participe, seja um colaborador na construção de um Cultura de Paz! A Semana da Paz é uma forma de pensar ações que sejam contínuas e duradouras!

SECRETARIA DOS DIREITOS HUMANOS. Presidência da República

PSICOLOGIA POSITIVA E PSICOTERAPIA

Transcrição:

A Família como cuidadora da pessoa com deficiência Maria Lúcia Pellegrinelli Fisioterapeuta Educadora Inclusiva

A Família como cuidadora da pessoa com deficiência 1. Objetivos 2. Definição 3. Princípios 4. Considerações 5. Conclusão 6. Referências bibliográficas 7. Contato

A Família como cuidadora da pessoa com deficiência Maior longevidade melhoria das condições sanitárias acesso a bens e serviços

1. Objetivos Questionar Aprofundar conhecimentos Aperfeiçoar as habilidades do cuidador no desempenho de suas funções como mediador e facilitador de ricas experiências para o ser humano

1. Objetivos Exercitar a capacidade de percepção, análise e interpretação de problemas vivenciados pelas pessoas idosas ou com deficiência Levantar as questões de proximidade e discriminação favorecer a prática do respeito e o acolhimento do outro

1. Objetivos Em síntese, a identidade marcante deste trabalho reside no caráter de sensibilização do indivíduo. A partir daí, a capacidade se desenvolve para a habilidade essencial: o contato com o ser humano.

2. Definição Como uma atitude e característica primeira do ser humano, o cuidado revela a natureza humana e a maneira mais concreta de ser humano. Sem o cuidado, o homem deixa de ser humano, desestrutura-se, definha, perde o sentido e morre. Se ao longo da vida não fizer com cuidado tudo o que empreender, acaba por prejudicar a si mesmo e por destruir o que estiver a sua volta (BOFF, 1999)

2. Definição Cuidado Atenção, cautela, desvelo, zelo Características de sinônimo de imaginar, meditar, empregar atenção ou prevenirse Atitude de preocupação, ocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o ser cuidado

2. Definição Cuidar Oferecer ao outro, em forma de trabalho, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas Perceber a outra pessoa como ela é, como se mostra, seus gestos e falas, sua dor e sua limitação

2. Definição Cuidador Oferece o cuidado de forma individualizada Partilha idéias, conhecimentos e criatividade Leva em consideração as particularidades e necessidades da pessoa a ser cuidada

2. Definição Tudo que existe e vive precisa ser cuidado para continuar existindo. Uma planta, uma criança, um idoso, o planeta Terra. Tudo o que vive precisa ser alimentado. Assim, o cuidado, a essência da vida humana, precisa ser continuamente alimentado. O cuidado vive do amor, da ternura, da carícia e da convivência (BOFF, 1999)

2. Definição Autocuidado cuidar de si próprio atitudes, comportamentos em benefício próprio finalidade de promover a saúde, preservar, assegurar e manter a vida Autocuidado representa a essência da existência humana ao passo que o cuidar do outro representa a essência da cidadania, do desprendimento, da doação e do amor.

2. Definição Bom cuidador Observa, identifica o que a pessoa pode fazer por si Avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades Cuidar não é fazer pelo outro Estimular a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. Requer paciência, tempo e vigilância

3. Princípios Como viver? É a questão principal, pois contém todas as demais. Como viver de uma maneira mais feliz, mais sensata, mais livre? No mundo tal como é, já que não temos opção. Na época que é a nossa, já que todas as opções dependem dela. Para transformar o mundo? Para se transformar? Ambos. Um pelo outro. Ação é o caminho. Mas que só vale pelo pensamento que a ilumina. A vida é breve demais, preciosa demais, difícil demais, para que nos resignemos a vivê-la de qualquer jeito. É interessante demais para não nos darmos tempo de refletir a seu respeito e debatê-la. André Comte-Sponville

3. Princípios Toda vez que buscamos nosso crescimento interior e que buscamos encontrar nossas riquezas e recursos internos, estamos exercitando nossa capacidade de fazer parte deste mundo e estar compreendido nele. Incluir-nos na vida do outro

3. Princípios EU SOU VOCÊ, VOCÊ SOU EU Compartilhar o sofrimento do outro não é aprová-lo nem compartilhar suas razões, boas ou más, para sofrer; é recusar-se a considerar um sofrimento, qualquer que seja, como um fato indiferente, e um ser vivo, qualquer que seja, como coisa André Comte-Sponville

3. Princípios Na medida em que aceitamos em nosso cotidiano nossas limitações, que temos compaixão pela nossa condição humana, a gente recebe o outro, deixa que ele faça parte e passamos a fazer parte da vida dele. Dessa maneira, a gente se vê no outro. Não se coloca no lugar dele.

3. Princípios O que faz com que se compreenda alguém que chora, por exemplo, não é analisar as lágrimas no microscópio, mas saber o significado da dor, da emoção. Por isso é preciso compreender a compaixão - sofrer junto. É isso que significa a verdadeira comunicação humana.

3. Princípios Não somos livres para escolher o que nos acontece, mas livres para responder ao que nos acontece de um ou de outro modo. A única coisa com que todos nós concordamos é que não concordamos com todos.

4. Considerações Ele é um ótimo aluno, apesar de deficiente Ela é cega, mas mora sozinha Ela é retardada mental, mas é uma atleta excepcional Ele teve paralisia cerebral Esta família carrega a cruz de ter um filho deficiente; Pessoa presa a uma cadeira de rodas Pessoas ditas deficientes Pessoa com deficiência é doente? Maneira de tratar, respeito à idade cronológica Na convivência buscar sinais do que o outro sabe, e não partir de que ele nada sabe.

4. Considerações Saber cuidar Qualidade de vida Comunidade Respeito Limite

4. Considerações Atitudes e práticas pessoais (relaxar, bom ambiente, mudar a rotina, vida social, atividade criativa) Exercícios físicos Dieta saudável Hábitos de higiene Planejar seu dia, definir prioridades, saber dizer não

5. Conclusão O que fazer? Como fazer? Para que fazer?

5. Conclusão O que todos nós, pais e educadores, buscamos para as pessoas com as quais convivemos é que tenham prazer e alegria em estar no mundo, é que possam contribuir para a construção de tempos mais humanos.

5. Conclusão Para isso é necessário que tenhamos como objetivo a AUTONOMIA, que essa pessoa seja capaz de tomar decisões, de se virar diante de situações de risco, que saiba se preservar respeitando-se e aos que estão ao seu redor. A construção desta autonomia depende direta e intrinsecamente de nossa postura diante do outro. Como já disseram, um exemplo vale mais que mil palavras.

5. Conclusão O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem Guimarães Rosa

6. Referências bibliográficas BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano compaixão pela terra. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. COMTE-SPONVILLE, André; FERRY, Luc. A Sabedoria dos Modernos. São Paulo: Martins Fontes, 1999. COMTE-SPONVILLE, André. Pequeno tratado das grandes virtudes. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

7. Contato Maria Lúcia Pellegrinelli Fisioterapeuta Educadora Inclusiva (31) 999767539 mlpellegrinelli@gmail.com www.exerciciodorespeito.com.br