Tecnologias de Manejo Características e Fatores Condicionantes para Semeadura de Milho na Safrinha Marcos Palhares

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XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Transcrição:

Marcos Palhares

O milho (Zea mays L.) é um dos cereais mais cultivados no mundo, o que se justifica por sua vasta possibilidade de utilização para consumo humano, animal e até mesmo na indústria. O Brasil é o terceiro produtor mundial, já havendo para a safra brasileira de 2013/14 uma previsão de produção de 80 milhões de toneladas (CONAB, 2013). Historicamente, a produtividade brasileira é baixa, com média de 5.120 kg/ha (CONAB, 2014). No entanto, este número não reflete o atual nível tecnológico brasileiro. A produtividade da cultura está condicionada a diversos fatores, como a escolha da época de semeadura, que, apesar de não impactar o custo de produção, influencia fortemente o potencial genético dos cultivares (SANS & GUIMARÃES, 2009). A pressão de fatores bióticos e abióticos na produção varia de acordo com a região e também fatores como intensidade pluviométrica, temperaturas diurnas e noturnas do ar e do solo, radiação solar, entre outros. Os cultivares se comportam de maneira diferente nos ambientes, apresentando diferentes respostas às variações climáticas, o que deve ser levado em consideração na escolha dos melhores genótipos a serem semeados em cada região, além do nível de investimento utilizado. Esta matéria pretende discutir os principais fatores influenciadores da produtividade do milho safrinha, com base na variação da época de semeadura. Fisiologia da cultura do milho Planta C 4 (uso eficiente de CO 2 e maior curva de resposta à luz). Temperatura crítica: - Germinação: temperatura do solo < 10 e > 42 C. - Florescimento e maturação: temperatura do ar < 15,5 e > 26 C. Ciclo: de 110 a 180 dias. Luz: importante requisito, principalmente no florescimento. Diferenciação de híbridos Híbrido Simples (HS): cruzamento entre duas linhagens A x B, base genética reduzida, teto produtivo elevado e alta tecnologia. Híbrido Duplo (HD): cruzamento entre dois híbridos simples parentais (A x B) x (C x D), base genética maior, tecnologia e teto produtivo medianos. Híbrido Triplo (HT): cruzamento entre uma linhagem e um híbrido simples A x (B x C), maior base genética, maior adaptabilidade aos diferentes ambientes. 2

Comparações Média histórica Duplos Triplos Simples 7.700 7.600 7.618 7.500 7.400 7.491 7.445 7.300 7.307 7.200 7.100 Figura 1 - Comparativo de produtividade entre híbridos simples, duplos, triplos e média histórica de todos os híbridos (106 locais e 58 híbridos) de 2002 a 2008. Fonte: TD Monsanto. Convencional x Biotecnologia Conv. Biotec. 11.500 11.250 11.366 Produtividade (kg/ha) 11.000 10.750 10.903 10.500 Figura 2 - Comparativo de produtividade entre híbridos convencionais e híbridos com biotecnologia, de 2009 a 2013 (254 locais e 22 híbridos). Fonte: TD Monsanto. 3

Fenologia Estádios Fenológicos da Cultura do Milho Semanas após a emergência Dias após a polinização Figura 3 - Ciclo da cultura: estádios fenológicos da cultura do milho - adaptado Fancelli (1986). Manejo A dessecação antecipada é fundamental para a redução da população de plantas daninhas e/ou voluntárias (Figura 4) e de insetos residentes. Figura 4 - Período entre culturas, momento do manejo de dessecação e controle químico de pragas e doenças. Fonte: Buck G. 4

O objetivo desta prática é diminuir a matocompetição no início do desenvolvimento da cultura (Figura 7), bem como reduzir a ocorrência de plantas hospedeiras de pragas e doenças no período de entressafra (Figuras 5 e 6). Figura 6 - Doenças em milho: Cercospora spp. (A), Phaeosphaeria spp. (B), Puccinia polissora (C) e Exserohilum turcicum (D). Fotos: Santos, U.J.; Piazzoli, D.; Trentin, R. A Figura 5 - Pragas residentes, percevejos (A) e Spodoptera frugiperda (B). Fotos: Oliveira Jr., J. A. A B B C Figura 7 - Área semeada com manejo antecipado de dessecação e com população de plantas adequada. Foto: Dutra, C. D 5

O espaçamento de plantas é outro fator condicionante de produtividade em alguns casos (Figura 8). Sob condições favoráveis de manejo, não há influência do espaçamento; porém, em condições desfavoráveis, a redução no espaçamento poderá trazer efeitos positivos no incremento da produtividade. Por outro lado, quando a população de plantas é baixa, a variação de espaçamento terá pouca influência na produção. Produtividade 90 75 60 45 6 A adubação prioriza as necessidades da cultura, perfil e ph do solo (Figura 9), além de melhor desenvolvimento radicular, gerando maior número de raízes adventícias que atuam na fixação da planta no solo, o que evita o tombamento de plantas, entre outras funções. Com relação à adubação de cobertura, o manejo deve coincidir com as fases de maior demanda da cultura, e o parcelamento das doses traz bons resultados. Conforme a Figura 3, os períodos de maior necessidade coincidem com três estádios: V 3-4, V 8 e V 11-12, que correspondem ao potencial produtivo, número de fileiras e número de grãos por fileira (COELHO, 2010). Fatores bióticos e abióticos condicionantes e recomendações As características ambientais condicionam a ocorrência de pragas e doenças nos cultivos, acarretando variações na dinâmica de ocorrência de pragas e doenças nas regiões produtoras do Sul e do Norte do País. Nas Tabelas 1 e 2 estão listadas as condições climáticas, as pragas e as doenças favorecidas por essas condições e na Tabela 3 estão listadas as recomendações de manejo para cada uma delas. Grau de disponibilidade Incremento de produtividade por área Fatores de competição na entrelinha e fatores agronômicos Espaçamento (cm) Fatores de competição na linha Faixa de melhor espaçamento Figura 8 - Produtividade x espaçamento. Fonte: TD Monsanto. Ferro, cobre, manganês e zinco Alumínio Fósforo 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 ph Figura 9 - Disponibilidade dos nutrientes x variação do ph. Fonte: MALAVOLTA, E. (1976). Potássio, cálcio e magnésio Molibdênio e cloro Nitrogênio, enxofre e boro

Tabela 1 - Fatores bióticos e abióticos condicionados à época de semeadura na região produtora Norte. NORTE Cedo (8 jan - 7 fev) Normal (8 fev - 28 fev) Tarde (1 mar - 15 mar) Condições ambientais Altas temperaturas (maior evapotranspiração). Maior disponibilidade hídrica. Todos os ciclos, priorizando os de ciclo precoce. Híbridos simples. Ambiente com temperatura favorável. Maior disponibilidade hídrica. Ciclo precoce. Híbrido simples (prioritariamente) ou triplo. Temperaturas mais baixas. Uso de cultivares de ciclo superprecoce (prioritariamente) e/ou precoce. Híbrido simples (prioritariamente) ou triplo. Baixa probabilidade de ocorrência de geadas. Menor disponibilidade hídrica. Doenças Incidência de doenças tropicais (severas): Puccinia polissora (manejos 1 e 2). Phaeosphaeria spp. (manejo 1). Cercospora spp. (manejo 2). Bipolaris maydis (manejos 1 e 3). Incidência de doenças como: Cercospora spp. (manejo 2). Phaeosphaeria spp. (manejo 1). Incidência de doenças temperadas, como: Puccinia sorghi (manejos 1 e 2). Exserohilum turcicum (manejo 1). Pragas Spodoptera spp., baixa pressão de infestação (manejos 4, 5 e 10). Percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus e D. melacanthus) e percevejo-marrom (Euschistus heros), baixa pressão de infestação (manejos 6, 7 e 10). Spodoptera spp., alta pressão de infestação (manejos 4, 5 e 10). Helicoverpa spp. (manejo 10). Percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus e D. melacanthus) e percevejo-marrom (Euschistus heros), média pressão de infestação (manejos 6, 7 e 10). Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis) - aparecimento em períodos secos (manejos 9 e 10). Spodoptera spp., alta pressão de infestação (manejos 4, 5 e 10). Helicoverpa spp. (manejo 10). Percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus e D. melacanthus) e percevejo-marrom (Euschistus heros), alta pressão de infestação (manejos 6, 7 e 10). Percevejo-marrom (Euschistus heros) (manejos 6, 7 e 10). Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis) - aparecimento em períodos secos (manejos 9 e 10). Tabela 2 - Fatores bióticos e abióticos condicionados à época de semeadura na região produtora Sul. SUL Fonte: Departamento de Desenvolvimento de Produtos Monsanto. Cedo (16 jan - 15 fev) Normal (16 fev - 1 mar) Tarde (2 mar - 15 mar) Condições ambientais Temperaturas medianamente elevadas. Maior disponibilidade de água. Cultivares de ciclo superprecoce ou precoce. Híbrido simples. Ambiente com temperatura favorável. Maior disponibilidade hídrica. Cultivares de ciclo superprecoce. Alta probabilidade de ocorrência de geadas. Híbrido simples (prioritariamente) ou triplo. Ambiente desfavorável, declínio de temperatura. Maior período vegetativo. Altíssima probabilidade de ocorrência de geadas. Ocorrência de períodos secos. Híbridos superprecoces. Híbrido simples (prioritariamente) ou triplo. Doenças Incidência de doenças tropicais (severas): Puccinia polissora (manejos 1 e 2). Cercospora spp. (manejo 2). Diplodia maydis (manejo 3). Incidência de doenças como: Cercospora spp. (manejo 2). Phaeosphaeria maydis (manejo 1). Diplodia maydis (manejo 3). Incidência de doenças temperadas, como: Puccinia sorghi (manejos 1 e 2). Exserohilum turcicum (manejo 1). Colletotrichum graminicola (manejos 1 e 3). Pragas Spodoptera spp., baixa pressão de infestação (manejos 4, 5 e 10). Percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus e D. melacanthus) e percevejomarrom (Euschistus heros), baixa pressão de infestação (manejos 6, 7 e 10). Spodoptera spp., alta pressão de infestação (manejos 4, 5 e 10). Helicoverpa spp. (manejo 10). Percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus e D. melacanthus) e percevejo-marrom (Euschistus heros), média pressão de infestação (manejos 6, 7 e 10). Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis) - aparecimento em períodos secos (manejos 6, 9 e 10). Larva-alfinete (Diabrotica speciosa) (manejos 4, 8 e 10). Spodoptera spp., muito alta pressão de infestação (manejos 4, 5 e 10). Helicoverpa spp. (manejos 4 e 10). Percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus e D. melacanthus) e percevejo-marrom (Euschistus heros), alta pressão de infestação (manejos 6, 7 e 10). Larva-alfinete/vaquinha (Diabrotica speciosa) (manejos 4, 8 e 10). Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis) - aparecimento em períodos secos (manejos 6, 9 e 10). Ocorrência de corós (Diloboderus abderus e Phyllophaga triticophaga) (manejos 7 e 10). Fonte: Departamento de Desenvolvimento de Produtos Monsanto. 7

Tabela 3 - Manejo recomendado. Manejo RECOMENDAÇÕES DOENÇAS 1 Utilização de híbridos resistentes. 2 Controle químico (triazóis, estrobirulinas, dicarboximidas e benzimidazóis).* 3 Rotação de culturas. PRAGAS 4 Uso de tecnologia Bt. 5 Controle químico (piretroides, benzoilureias, organofosforados, carbamatos, spinosinas e diamidas).* 6 Controle químico (neonicotinoides, piretroides e organofosforados).* 7 Controle químico (tratamento de semente industrial neonicotinoide e thiodicarb).* 8 Controle químico (organofosforados, piretroides e pirazóis).* 9 Controle biológico (Cycloneda sanguinea, Eriopis connexae e Hippodamia convergens). 10 Manejo integrado de pragas (MIP). (*) Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável à sua área de plantio. 8 Apesar do cultivo de milho safrinha possuir menor teto produtivo (cerca de 9 t/ha) quando comparado ao de verão (15 t/ha), a antecipação do plantio safrinha, independentemente da região produtora, mas principalmente na região Norte, propicia melhores condições de desenvolvimento da cultura e, consequentemente, maior teto produtivo e retorno econômico. À medida que se atrasa a semeadura, o potencial produtivo do ambiente diminui e o custo de produção aumenta. Com isso, o custo de produção para cada época deve ser reavaliado (Tabela 4). Manejo Análise de custos Época Verão Safrinha Cedo 1 Safrinha Normal 1 Safrinha Tarde 1 Aquisição de sementes 19,28 19,28 19,28 19,28 Tratamento de semente 0,73 0,73 0,73 0,73 Adubação de base 23,26 6,41 4,81 3,21 Adubação de cobertura 15,10 10,41 5,20 2,60 Herbicida pré-plantio 1,71 0,00 1,71 1,71 Herbicida pós-plantio 2,15 2,15 2,15 3,23 Fungicida 2,30 6,90 4,60 2,30 Inseticida 0,48 0,48 0,96 1,68 Total 65,01 46,36 39,44 34,74 Tabela 4-1 Dados de custo baseados no verão 2012 (CONAB, 2012): valor da saca (R$ 18,50); adubação de base (290 kg/ha); cobertura (290 kg/ha); semente (1 sc/ha); TS (0,275 L/sc); herbicida (1 apl. e dose bula produto); fungicida (1 apl. e dose bula produto). Fonte: CONAB 2012.

Considerações finais Tecnologias de Manejo CONSIDERAÇÕES FINAIS Nos cultivos do cedo, a probabilidade de maior retorno econômico relacionado ao manejo (adubação, aplicações de fungicida e inseticida) é mais favorável (VON PINHO et al., 2007). Plantios tardios geram menor percentagem de grãos e maior incidência de pragas e doenças, levando a maior custo de produção, além de possíveis perdas por geada (Sul) e seca (Norte). O nível de investimento deve ser avaliado conforme o potencial produtivo de cada época de semeadura, bem como os níveis de adubação e aplicações fúngicas e de inseticidas. Referências: COELHO, M. A. Manejo da adubação nitrogenada na cultura do milho. Jornal Eletrônico da Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas - MG, Ano 04 - Edição 23 Abr./ Mai., 2010. CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Custo de Produção, série histórica, 2012. Sítio Institucional na Internet. Fonte: http://www.conab. gov.br/conteudos.php?a=1277&t=2&pagina_objcmsconteudos=1#a_ objcmsconteudos. CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento Safra Brasileira Grãos, v. 1 - Safra 2013/14, n. 3 - Terceiro Levantamento, Brasília, p. 1-72, Dez. 2013. CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Milho Total Série Histórica de Produtividade, 2014. Sítio Institucional na Internet. Fonte: http:// www.conab.gov.br/olalacms/uploads/arquivos/13_12_10_16_58_58_ milhototalseriehist.xls. FANCELLI, L. A. Milho: Produção e Produtividade. Piracicaba: USP/ ESALQ/LPV, 176 p., 2011. MALAVOLTA, E. Manual de Química Agrícola. São Paulo, Editora Agronômica Ceres. 528 p., 1976. SANS, L. M. A.; GUIMARÃES, D. P. Zoneamento Agrícola. Cultivo do Milho. Sistemas de Produção. Versão Eletrônica - 5ª edição, Set. 2009. VON PINHO, R. G.; VASCONCELOS, R. C.; BORGES, I. D. ; RESENDE, A. V. Produtividade e qualidade da silagem de milho e sorgo em função da época de semeadura. Bragantia, vol. 66, n. 2, pp. 235-245. 2007. 9

10 Saiba mais: www.monsanto.com.br /MonsantoBrasil