GASOMETRIA ARTERIAL GASOMETRIA. Indicações 11/09/2015. Gasometria Arterial



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Transcrição:

GASOMETRIA ARTERIAL Processo pelo qual é feita a medição das pressões parciais dos gases sangüíneos, a partir do qual é possível o cálculo do PH sangüíneo, o que reflete o equilíbrio Ácido-Básico 2 GASOMETRIA 2. ESCOLHA DA AMOSTRA Essa amostra pode ser de sangue arterial ou venoso, porém é importante saber qual a natureza da amostra para uma interpretação correta dos resultados. Para avaliação da performance pulmonar, deve ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informará a respeito da hematose e permitirá o cálculo do conteúdo de oxigênio que está sendo oferecido aos tecidos. No entanto, se o objetivo for avaliar apenas a parte metabólica, isso pode ser feito através de uma gasometria venosa. Amostra sangue arterial coletado na a. radial, braquial, femoral ou dorsal do pé Verifica-se: o estado ácido-básico (ph) e ventilação: PaCO2 e PaO2 Indicações Avaliação de: Ventilação (PaCO2) Oxigenação (PaO2) Condição ácido-básica (ph,paco2,hco3) Resposta do paciente à terapia Diagnóstico Evolução clínica Acidose Respiratória ( > da PCO2 ) Condições patológicas que lesem o CR ou que a capacidade dos pulmões de eliminarem CO2; Qualquer fator que reduza a ventilação pulmonar, a de CO2 ( H+ e ph); Hipoventilação Hipercapnia (PCO2 > 45mmHg) Acidose respiratória. 1

Causas da Acidose Respiratória Lesão no Centro Respiratório (AVE, TCE, tumor); Depressão no Centro Respiratório ( sedativos); Obstrução de Vias Aéreas (Asma, DPOC, secreção); Infecções agudas (Pneumonias); Edema Pulmonar; SDRA, Atelectasias, Pneumotórax, Fibrose Pulmonar; Trauma torácico, deformidades torácicas severas; P.O cirurgia abdominal alta, toracotomias; Distensão abdominal severa; Doenças Neuromusculares; Fadiga e falência da musculatura respiratória. 7 Alcalose Respiratória ( PCO2) Provocada pela ventilação excessiva dos pulmões Raramente ocorre em conseqüência de condições patológicas físicas. A baixa [ ] de O2 no ar estimula a respiração, provocando eliminação excessiva de CO2. Quando a ventilação alveolar está a PCO2 alveolar da PCO2 arterial < que 35mmHg; Hiperventilação Hipocapnia (PCO2 < 35mmHg) Alcalose respiratória. 10 Causas de Alcalose Respiratória Hiperventilação por ansiedade, dor, hipertermia, hipóxia, grandes altitudes; Hiperventilação por VM; Lesões do SNC, tumores, encefalites, hipertensão intracraniana; principal característica clínica é a hiperventilação. Ácido Potencial de Hidroxila Neutro Base Potencial de Hidroxila, ou Hidrogenionico, reflete o número de presentes em um composto químico 12 2

Potencial de Hidroxila Potencial de Hidroxila Ácido Neutro Base Ácido Neutro Base Ácido = Composto químico que em sua solução, fornece íons de hidrogênio H + Base = Composto químico que em sua solução, fornece íons de hidroxila OH -, ou recebe prótons de hidrogênio 13 14 Potencial de Hidroxila Sistema Tampão: capaz de reagir tanto com um ácido quanto com uma base. Ácido Neutro Base PH= < 7,35 PH= > 7,45 PH= 7,35-7,45 15 Tampões Químicos = Amortecem ou reduzem o efeito causado pelo adicionamento de um ácido ou uma base aos fluídos corporais 7,35-7,45 35-45 mmhg 90 mmhg* 22-26 mmhg Tampão Respiratório Tampão Metabólico Equilíbrio Ácido - Básico 17-2 +2 + 96% 18 3

Formação do Bicarbonato H 2 O + CO 2 H 2 CO 3 HCO 3 + H + Outras considerações importantes: Relação PaO 2 / FiO 2 CO 2 Total Ácido Carbônico 19 20 Relação PaO 2 / FiO 2 CO 2 Total: PaO 2 FiO 2 = > 300 Normal 200 a 300 Lesão Pulmonar Aguda < 200 Critério de SDRA ou Lesão Pulmonar Aguda GRAVE 21 PaCO 2 Pressão parcial de gás carbônico, que está ligado à hemoglobina CO 2 Total Pressão de gás carbônico que está livre no plasma + a pressão que está ligado à hemoglobina 22 Henderson-Hasselbalch 6,10 + log ([HCO 3 ]) [ PaCO 2 X 0,003060] HCO 3 PaCO 2 HCO 3 PaCO 2 23 24 4

Desordens Primárias no Equilíbrio Ácido - Básico VARIÁVEL DESORDEM PRIMÁRIA VALOR NORMAL DESORDEM SECUNDÁRIA PH 7,35 7,45 Alcalemia < 7,35 PCo 2 Alcalose Respiratória 35 45 mmhg Acidose Respiratória HCO 3 Acidose Metabólica 22 26 mmhg Alcalose Metabólica 25 26 27 28 29 30 5

7,23 70 mmhg Fio2= 50% 7,27 42 mmhg Fio2= 50% 50 mmhg 50 mmhg 26 mmhg 10 mmhg - 3 90% por acidose respiratória com 31-3 90% por acidose metabólica com 32 7,50 20 mmhg 7,52 43 mmhg 110 mmhg 100 mmhg 24 mmhg 38 mmhg -2 97% Alcalemia por alcalose respiratória sem 33 + 3 98% Alcalemia por Alcalose metabólica sem 34 7,36 65 mmhg Fio2= 50% 7,44 20 mmhg 50 mmhg 90 mmhg 45 mmhg 16 mmhg + 3 90% por acidose respiratória, compensada, com 35-2 98% Alcalemia por alcalose respiratória, compensada, sem 36 6

7,03 36 mmhg 362 mmhg 08 mmhg - 6 Fio2= 100% por acidose metabólica sem????????? 37 Conceito de PaCO 2 esperado. Fórmula de Winters O valor de referência normal da PaCO 2, só pode ser considerado, se os valores de HCO 3 estiverem normais 38 Conceito de PaCO 2 esperado. Fórmula de Winters [HCO 3 ] X 1,54 + 8,36 [HCO 3 ] X 1,5 + 8, (+2 / -2) Conceito puramente clínico!!! 39 7,03 36 mmhg 362 mmhg 08 mmhg - 6 Fio2= 100% por acidose metabólica sem????????? 40 [HCO 3 ] X 1,5 + 8 (+2 / -2) [8] X 1,5 + 8 (+2 / -2) 20 (+2 / -2) PaCO 2 esperado = 18 a 22 41 7,03 36 mmhg (18 a 22mmhg) 362 mmhg 08 mmhg - 6 Fio2= 100% por acidose MISTA sem 42 7

7,13 35 mmhg 110 mmhg 10 mmhg - 4 por acidose metabólica sem????????? 43 [HCO 3 ] X 1,5 + 8 (+2 / -2) [10] X 1,5 + 8 (+2 / -2) 23 (+2 / -2) PaCO 2 esperado = 21 a 25 44 7,13 110 mmhg 10 mmhg - 4 35 mmhg (21 a 25mmhg) MISTA sem 45 8