Resumo. Palavras-chave: gestão, qualidade, inovação, EaD, ação, reflexão.



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UNISINOS EaD: Gestão para a Qualidade e Inovação na Educação Profa. Dra. Eliane Schlemmer 1 Programa de Pós-Graduação em Educação UNISINOS Prof. Dr. Daniel de Queiroz Lopes 2 Programa de Pós-Graduação em Educação UNISINOS Prof. Ms. Carlos Eduardo Sabrito 3 Gerente da UNISINOS EaD Resumo Esse artigo apresenta e discute aspectos vinculados a gestão para a qualidade e inovação na educação, que estão sendo priorizados no âmbito da modalidade a distância, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, especialmente no período 2010-2011. Evidencia um processo de ação-reflexão-ação, que tem acompanhado a trajetória da UNISINOS na área, a partir da compreensão do movimento e da dinamicidade próprias ao momento histórico-social-educacional no qual vivemos, o que tem contribuído significativamente para que articulações tanto internas (principalmente com Programas de Pós-Graduação), quanto externas (por meio de redes tais como a RICESU e a AUSJAL, dentre outras), sejam estreitadas, a fim de fornecer elementos para subsidiar reflexões e alavancar ações relacionadas a qualidade e inovação na Educação a Distância - EaD. Palavras-chave: gestão, qualidade, inovação, EaD, ação, reflexão. 1. Introdução A UNISINOS é uma instituição de ensino superior jesuíta, cujas ações estão fundamentadas na pedagogia inaciana para a construção de um ensino inclusivo e transformador. A UNISINOS credita que a educação e o conhecimento são os principais agentes de libertação e mudança social. Desde 1969, ano em que foi criada, a UNISINOS vem desenvolvendo e sendo reconhecida pela excelência acadêmica e bem-estar social, conceitos aliados a um caráter de permanente inovação, essas características fazem com que a universidade seja reconhecida como uma das instiuições de ensino superior mais qualificadas e inovadoras do país, característica que pode ser identificada nas 1 Eliane Schlemmer é bolsista produtividade CNPq, Doutora em Informática na Educação (2002) e Mestre em Psicologia do Desenvolvimento (1998) ambos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Bacharel em Informática (1992) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISINOS, coordenadora do grupo de pesquisa Educação Digital (GP e-du UNISINOS/CNPq - http://www.unisinos.br/pesquisa/educacao-digital/). É Conceptora de softwares para Educação Online, tais como como o Ambiente Virtual de Aprendizagem da UNISINOS (AVA-UNISINOS), da Agente Comunicativa (MARIÁ), do Mundo Digital Virtual em 3D (MDV3D) AWSINOS, construído no Metaverso Active Worlds, da Ilha UNISINOS e da Ilha RICESU, criadas no Metaverso Second Life e do ECODI- UNISINOS. É representante instituicional da UNISINOS na Rede de Instituições Católicas de Ensino Superior RICESU, desde a sua criação. E-mail: elianes@unisinos.br 2 Psicólogo (UFRGS), mestrado em Psicologia Social e Institucional (UFRGS), doutorado em Informática na Educação (UFRGS). Professor/pesquisador no PPGEDU/UNISINOS, é membro do Grupo de Pesquisa em Educação Digital (GPe-dU/UNISINOS/CNPq), é pesquisador colaborador no Laboratório de Estudos Cognitivos (Inst. de Psicologia/UFRGS), atua na área da Educação, nos seguintes temas: cultura digital e educação, tecnologias digitais e aprendizagem, projetos de vida e emancipação digital. E-mail: <danielql@unisinos.br>. 3 Carlos Eduardo dos Santos Sabrito é bacharel em Administração de Empresas pela UFRGS (1995), Mestre em Estratégia Empresarial pela PUCRS (2002), atua na área de gestão de pessoas desde 1997 (consultoria interna e externa) com foco na elaboração de estratégias e políticas; programas de trainees; educação corporativa; e remuneração. Atuou na Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da PUCRS como professor, orientador de trabalhos de Prática Profissional (áreas de gestão de pessoas e gestão estratégica) e assessor para projetos de extensão e educação continuada (projetos de cursos in-company). Atualmente é Gerente de Educação a Distância da UNISINOS

ofertas que desenvolve, as quais promovem novas carreiras e possibilidades de inserção no mundo produtivo. A excelência e a inovação surgem nas parcerias internas que se estruturam e do investimento em pesquisa, pura e aplicada, as quais buscam compreender e satisfazer as necessidades do mercado produtivo e integrar o conhecimento produzido na universidade às demandas da sociedade. Assim, os projetos, desenvolvidos em várias áreas do saber, ocorrem de forma vinculada com núcleos de pesquisa e com os 18 Programas de Pós-graduação da universidade. A UNISINOS EaD atua na promoção de cursos 4 de graduação, especialização, MBA e extensão, com mediação digital virtual, desenvolvendo processos de ensino e de aprendizagem qualificados baseados na troca de informações e no compartilhamento de conhecimentos, experiências e idéias entre os sujeitos-participantes. A UNISINOS EAD também atua junto ao mercado corporativo, na oferta de serviços que atendam às necessidades de empresas, instituições e órgãos públicos. Dessa forma, a UNISINOS, por meio da sua capacidade de inovar com excelência, vem incentivando e investindo também na pesquisa e no desenvolvimento da modalidade EaD, afim de subsidiar a promoção de diferentes ofertas nessa modalidade. Isso se refere tanto ao desenvolvimento de Tecnologias Digitais (TD) a serem utilizadas nos processos de ensino e de aprendizagem, quanto ao desenvolvimento teórico-metodológico, os quais se traduzem em metodologias, práticas e processos de mediação pedagógica, que aliados as diferentes TD possam contribuir efetivamente para o processo educativo, e estejam em consonância com os critérios de excelência e com a inovação por ela perseguidos. Assim, a UNISINOS, comprometida com a pesquisa e com o desenvolvimento de novas propostas educacionais, capazes de atender as necessidades de indivíduos e organizações, atua num imbricamento de espaços de convivência, de ensino e de aprendizagem, constituídos pela coexistência de espaços presenciais físicos e espaços digitais virtuais (que se efetivam por meio do hibridismo tecnológico digital), de forma a contribuir efetivamente para os processos educativos/formativos no contexto da sociedade atual, conectada, em rede, na qual vivemos e convivemos, evidenciando o seu comprometimento com a formação de homens e mulheres para esse tempo histórico e social, em constante e acelerada transformação sem, no entanto, abrir mão de seus valores originais. 2. A EaD: contexto, aspectos legais, conceitos e reflexões novas compreensões A EaD tem sido uma modalidade educacional cada vez mais utilizada por diferentes tipos de organizações presentes na sociedade, sejam elas Instituições Educacionais, Empresas, ONG s e 4 A universidade oferece cursos, reconhecidos pelo Ministério da Educação MEC

Governo, como forma de ampliar o acesso a educação/formação/qualificação a um número maior de sujeitos, que se encontram dispersos no tempo e no espaço, proporcionando à eles o acesso à informação e a possibilidade de interação e produção do conhecimento de forma flexível, a qualquer tempo independentemente dos limites impostos pelo espaço geográfico. Essa modalidade vem crescendo significativamente nos últimos anos tanto no contexto internacional, quanto nacional. No Brasil, a Secretaria de Educação a Distância - SEED, criada pelo MEC, define no Decreto 5.622, de 19.12.2005 (que revoga o Decreto 2.494/98), que regulamenta o Art. 80 da Lei 9394/96 (LDB) Educação a Distância como: A Educação a Distância é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL, 2005). De acordo com Schlemmer (2005) a EaD se utiliza das tecnologias da Internet para propiciar um amplo conjunto de soluções que objetivam servir de suporte para que a aprendizagem ocorra; possibilita soluções de aprendizado que vão além dos paradigmas tradicionais de treinamento, de estímulo-resposta, representado pela concepção empirista e expressos pelo fornecimento de treinamento e instrução via computador, tais como o Computer Based Training - CBT e o Web Basic Training - WBT e Web Basic Instructions - WBI. A EaD prevê a interação constante entre os sujeitos, as tecnologias e a informação e não há uma razão especifica para que se imite o que poderia ser realizado numa sala de aula convencional, ou pelos meios anteriormente utilizados para o Ensino a Distância. Utilizando a Web, é possível à atualização, armazenamento/recuperação, distribuição e compartilhamento instantâneo da informação; superação dos limites de tempo e espaço; trabalhar no sentido da construção do conhecimento - atividade do sujeito; da maior autonomia dos sujeitos no processo de aprendizagem; do alto grau de interatividade e de interação - utilização de comunicação síncrona e assíncrona; da aprendizagem colaborativa e cooperativa; do relacionamento heterárquico; do processo de avaliação continuada e formativa, por meio do uso de portfólio ; da possibilidade da tomada de decisão, aumento da tomada de consciência, ampliação da consciência social e ainda o desenvolvimento de uma Inteligência Coletiva. A EaD consiste então, em um processo que enfatiza a construção e a socialização do conhecimento, de forma que qualquer pessoa, independente do tempo e do espaço, possa tornar-se agente de sua aprendizagem, devido ao uso de materiais diferenciados e meios de comunicação que permitam a interatividade, a interação (síncrona ou assíncrona) e o trabalho colaborativo/cooperativo.

Desde que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) Lei n. 9.394/96 reconheceu a EaD, observase um crescimento significativo na oferta de formação e capacitação nessa modalidade, a cada ano. O CensoEAD.BR 2009, realizado pela ABED (Associação Brasileira de Educação à Distância), registrou um total de 1.075.272 alunos matriculados em cursos a distância em instituições credenciadas. Os dados apontam para um crescimento dessa modalidade de ensino em torno de 65% ao ano. Só na graduação, de acordo com o MEC, um em cada cinco novos alunos ingressam em um curso na modalidade EaD o que equivale afirmar que 20% dos universitários já estudam nessa modalidade. A graduação na modalidade a distância tem mantido um crescimento em torno de 50% ao ano. É importante considerar que além das ações do governo, por meio de programas como a Universidade Aberta do Brasil - UAB 5, o que evidencia uma presença forte do setor público na oferta dessa modalidade educacional, diversas instituições de ensino superior, comunitárias, confessionais e privadas adotaram nos últimos anos a modalidade EaD, tanto para realizar ofertas em nível de graduação quanto em nível de pós-graduação. No entanto, para além de contextualizar, apresentar aspectos legais, conceituar a EaD e apresentar evidências do crescimento dessa modalidade educacional, é preciso refletir sobre o significado do termo a distância, principalmente considerando as novas possibilidades que surgem com a Web 2.0, Web 3D e TMSF. Segundo Trein & Backes (2009), histórica e culturalmente, a natureza do espaço destinado ao viver, ao conviver, ao desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem, é físico. É na sala de aula da escola ou da universidade, na presença física do educador e do aluno, que esses processos acontecem. No entanto, atualmente sabemos que esse viver e conviver podem ocorrer tanto em contextos presenciais físicos, quanto em contextos digitais virtuais, num imbricamento de mundos físicos analógicos, com mundos digitais virtuais. Em ambos, é fundamental que professores e alunos configurem juntos esse espaço de convivência educacional, por meio de trocas num ambiente perpassado pelo respeito mútuo, solidariedade interna, colaboração e cooperação. De acordo com Franco (2006), o que se prevê é a disseminação de instituições públicas e privadas de educação superior com condições técnicas, pedagógicas e administrativas para atuarem tanto com cursos a distância como presenciais e as duas modalidades coexistindo de tal modo que logo não será necessário (talvez nem possível) distingui-las. (p.36) 5 Mais informações podem ser obtidas no endereço http://uab.capes.gov.br/

Considerando que segundo Maturana (1997), o fundamento do ensinar e do aprender está no amor, entendemos que este pode existir independentemente da modalidade e, portanto, da natureza do espaço no qual os sujeitos vivem, convivem, ensinam e aprendem. Nesse contexto, pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa Educação Digital GPe-dU UNISINOS/CNPq trazem elementos para novas compreensões do conceito de distância e de presença, quando vinculados a espaços e não-espaços de educação online, contribuindo para a superação do paradigma atual da EaD. Trein & Backes (2009) referem que a utilização do termo Educação a Distância pressupõe que os seres envolvidos no processo estejam distantes. Mas de que distância estamos falando? Entre corpos físicos? Com o surgimento e a efetiva experimentação de distintas TD, principalmente vinculadas a Web 3D, tais como os metaversos, conceitos como distância, presença, telepresença, identidade, entre outros, têm sido objeto de constantes reflexões e vem se transformando com a pesquisa. Nos metaversos, com a criação de Mundos Digitais Virtuais em 3D - MDV3D, surgem possibilidades efetivas para o desenvolvimento de espaços dinâmicos e relacionais, nos quais os sujeitos podem ter diferentes tipos e níveis de presença digital virtual (dependendo da tecnologia utilizada). Nesses MDV3D o sentimento de distância é minimizado pela telepresença (presença a distância) combinada com a presença digital virtual (por meio do avatar), e pela possibilidade de ação e de interação dos sujeitos-avatares, através de diferentes linguagens (oral, textual, gráfica e gestual). Isto permite um viver e conviver de forma digital virtual, por meio de interações síncronas e assíncronas, em congruência com esse meio digital virtual em 3D. A sensação de estar junto com o outro, de forma digital virtual, é intensificada por esse avatar, que pode ser criado e totalmente personalizado pelo próprio sujeito, para melhor representar seu eu digital virtual. Temos observado em nossas pesquisas que o fato de ter uma Identidade Digital Virtual IDV avatar amplia o sentimento de imersão do sujeito num mundo onde pode agir e interagir no e com ele e seus e- habitantes e provoca um sentimento maior de presencialidade, de vivacidade. O sujeito-avatar tem a sensação de estar lá no ambiente digital virtual de forma mais intensa. Assim, onde está a distância e o sentimento de ausência quando estamos juntos, de forma digital virtual, agindo e interagindo num MDV3D, configurando um espaço de convivência próprio e particular nesse espaço de convivência digital virtual? Essa presença, de natureza digital virtual, que possibilita o estar junto digital virtual, a proximidade relacional minimiza a falta de presença, entendida enquanto presença física, bem como o sentimento de distância, contribuindo para que o termo Educação a Distância pareça contraditório.

Entretanto, segundo Trein & Backes (2009), é importante lembrar que assim como a presença física apenas, não configura convivência, a presença digital virtual também não. Dessa forma, entendemos que ao compreender as diferentes TD como algo resultante de uma construção históricosocial e, portanto, algo pertencente à cultura da atualidade, podemos falar somente em Educação, sem a necessidade de qualificá-la como a distância. Pois compreendemos que educar neste tempo e espaço histórico-social implica em utilizar as tecnologias desta sociedade. Isso expressa uma visão ecológica que reconhece a interdependência fundamental dos fenômenos, de forma que nós, indivíduos e sociedade, somos parte de processos cíclicos da natureza. [...] a tecnologia não determina a sociedade. Nem a sociedade escreve o curso da transformação tecnológica [...] o resultado final depende de um complexo padrão interativo [...]. A tecnologia é a sociedade, e a sociedade não pode ser entendida ou representada sem suas ferramentas tecnológicas. (CASTELLS, 1999, p. 25). É importante ressaltar que o conceito de EaD está em constante movimento, transformação, principalmente em função da evolução do hardware, dos softwares e também dos serviços de telecomunicações, que propiciam o surgimento de novas tecnologias digitais virtuais. 3. O movimento da UNISINOS EaD A EaD é uma modalidade educacional dinâmica e fluida, ela se movimenta e, nesse movimento se repensa, se modifica, se renova, se transforma para inovar, contribuindo para a formação de sujeitos transformadores da sociedade. É assim que a UNISINOS compreende essa modalidade de educação e, portanto, como não poderia ser diferente, a UNISINOS EaD se constrói a cada movimento. Para melhor compreender esse movimento apresentaremos um breve histórico, o modelo inicial, os principais projetos desenvolvidos, as inquietações, as problematizações, bem como algumas das transformações ocorridas desde a sua criação. A EaD como uma das modalidades de educação escolhida pela universidade para o desenvolvimento de atividades acadêmicas, tem seu espaço legitimado em 2003, quando a UNISINOS recebe o credenciamento para a oferta lato sensu nessa modalidade, por meio do Curso de especialização Currículo e Educação Crítico-Humanizadora, com carga horária de 360 horas. Este credenciamento possibilitou à universidade, a oferta e a certificação acadêmica de cursos lato sensu, conforme Decreto 5622 de EaD do MEC. A partir da reestruturação da universidade e do resultado de um processo de mudanças estratégicas nos anos subseqüentes ao credenciamento, a UNISINOS criou, por meio da Resolução do CONSUN de Nº. 037/2007, em 29 de novembro do mesmo ano, a UNISINOS VIRTUAL (Escritório de Gestão de Projetos em EaD), vinculada à Reitoria, na condição de Órgão suplementar. Sua

finalidade consistia em promover, de forma articulada com as Unidades Acadêmicas, o desenvolvimento de unidades curriculares, cursos e projetos de ensino na modalidade a distância, bem como a prestação de serviços especializados de consultoria, assessoria, capacitação e geração de projetos relacionados a atividades mediadas por tecnologias de informação e de comunicação. No ano de 2009, a UNISINOS obteve o credenciamento institucional para EaD, incluindo seus três pólos 6, o pólo de Florianópolis (SC), o pólo de Curitiba (PR) e o pólo de Canoas (RS), além da própria sede, em São Leopoldo (RS), o que tornou possível a realização de ofertas EaD também no âmbito da Graduação. Nesse contexto, a UNISINOS VIRTUAL, como era então denominada, desenvolvia suas ações por meio de parcerias internas e externas. De acordo com Schlemmer e Garrido (2010) as parcerias internas principalmente em nível de pesquisa, para a criação de novos processos e produtos, e em nível de graduação, pós-graduação e extensão, potencializando-os virtualmente por meio de ofertas de cursos de formação e de complementação, respectivamente. A Unidade Acadêmica de Graduação junto à UNISINOS VIRTUAL desenvolveu os 20% dos currículos de todos os seus cursos de graduação na modalidade a distância utilizando a mediação digital virtual por meio da web. Esse movimento iniciou no primeiro semestre do ano de 2006, com o intuito de cumprir com a orientação do MEC na experimentação dos 20% de EaD nas Atividades Acadêmicas da Graduação, antes da realização dos Cursos totalmente a distância. Assim a UNISINOS inicia com 400 alunos (26 turmas) nos cursos de Administração, de Pedagogia e de Direito. Em 2011/1, finaliza o semestre com cerca de 8000 alunos (170 turmas). De acordo com Schlemmer e Garrido (2010), a média de evadidos 7 das disciplinas desenvolvidas na modalidade EaD, no escopo dos 20% figurava em torno dos 5%, representando um índice significativamente baixo em se tratando de atividades acadêmicas desenvolvidas nessa modalidade. Os dados de evasão na modalidade de EaD no Brasil, de uma forma geral, conforme o CensoEAD.BR 2009, realizado pela ABED, mencionam algo em torno de 15%, no entanto o CensoEaD.BR 2009 aponta que: os estudos para identificar os percentuais e os fatores de evasão em cursos a distância são ainda incipientes no Brasil, mas alguns deles apresentam índices próximos ou superiores aos internacionais, os quais registram a taxa de evasão em torno de 40% (p. 41). Entre as principais causas da evasão, segundo o CensoEaD.BR 2009 estão: a suposição de que o modelo de EaD era mais fácil; a falta de tempo, a não adaptação à modalidade de ensino, a inesperada falta de condições financeiras, a obrigatoriedade de provas presenciais, dentre outras. 6 Pólos: Pólo de Florianópolis (Colégio Catarinense), pólo de Curitiba (Escola Medianeira) e pólo de Canoas (Escola Maria Auxiliadora). 7 Evadidos: aqui entendidos como desistentes e não como reprovados.

É importante ressaltar que, a partir dessas experiências e do credenciamento obtido em 2009, a Unidade Acadêmica de Graduação passa a ofertar, a partir de 2010 (pós credenciamento) oito cursos de graduação na modalidade totalmente a distância 8. No que se refere às ofertas de Pós-graduação lato sensu, a partir da abertura da Portaria NORMATIVA No- 409, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2007, especificamente no Art. 45, 4o, a qual afirma: As atividades presenciais obrigatórias dos cursos de Pós-graduação lato sensu a distância poderão ser realizadas em locais distintos da sede ou dos pólos credenciados, uma vez não sendo necessários os pólos, dentro do formato graduação, surge uma maior flexibilidade para a realização dessas atividades lato sensu proporcionando, inclusive, a saída da UNISINOS para novos mercados, fora do território do Vale dos Sinos. Atualmente, são ofertados cerca de 4 cursos lato sensu sendo 2 MBA e 2 especializações, 2 MBA incompany, 13 cursos em extensão e 2 cursos de extensão incompany, pela Unidade de Educação Continuada, no âmbito da EaD. A UNISINOS possui como premissa para atuação na modalidade a distância ou fora da sede, a construção de parcerias com entidades que possam agregar valor as ofertas, que já sejam consolidadas na área, ou ainda, que possuam forte impacto cultural, social e econômico desde que, com credenciais éticas que possibilite a associação. No âmbito das parcerias externas nacionais citamos a Rede de Instituições Católicas de Ensino Superior - RICESU 10 e entidades como a FIA (Fundação Instituto de Administração) da USP e o Banco do Brasil, o INEPAD (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração), o Banco Banrisul, dentre outras. A UNISINOS VIRTUAL, juntamente com a TV UNISINOS, desenvolveu ainda uma parceria com a Rede CNI/SESI SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA/DN, para a realização do Projeto de Transposição Digital da Metodologia SESI EDUCA para a modalidade de EaD. Nesse projeto atuaram cerca de 400 profissionais externos contratados e coordenados pela UNISINOS Virtual. Foram produzidos no projeto, num período de seis meses, 30.000 objetos de aprendizagem, 25.000 páginas de HTML além de questões de autoavaliação. No âmbito das parcerias externas internacionais citamos a Rede de Jesuítas da América Latina (AUSJAL 11 ) e a Association of Jesuit Colleges & Universities (ACJU), ambas tem sido fortes parceiras da UNISINOS no que se refere às iniciativas desenvolvidas na modalidade a distância, principalmente em cursos de extensão. Outra parceria importante da UNISINOS, estabelecida pela 8 Cursos de graduação totalmente a distância (2010) http://www.unisinos.br/virtual. A partir da reestruturação de 2010 todo o gerenciamento do planejamento dessas atividades bem como a Gestão das mesmas passa a ser realizado unicamente pela Unidade acadêmica de Graduação. 9 Portaria NORMATIVA No- 40, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2007: Institui o e-mec, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação da educação superior no sistema federal de educação. 10 Rede de Instituições Católicas de Ensino Superior. Essa rede começou com a participação de seis Instituições no ano de 2000 e, atualmente, congrega em torno de quinze Instituições Católica de Ensino Superior em todo o Brasil 11 Rede que integra as Instituições Educacionais jesuítas da América Latina.

UNISINOS VIRTUAL e pela Gestão de Relações Internacionais 12 é o Consórcio internacional El Gate para o Programa europeu ALFA 13, incluindo as seguintes universidades: Università Telematica Guglielmo Marconi (Itália), Universidade Aberta (Portugal), Universidad del Salvador - USAL (Argentina), Fundaciòn Uvirtual (Bolívia) e Universidad Estatal a Distancia de Costa Rica. Em função das aprendizagens desenvolvidas durante esse período de 2003-2009, das reflexões sobre essas aprendizagens, do cenário Internacional e Nacional da EaD, de uma análise contextual mais ampliada, no âmbito do Planejamento Estratégico, realizado em 2010, a UNISINOS EaD se movimenta novamente e, nesse movimento passa a ser denominada UNISINOS EaD, agora vinculada diretamente a Unidade Acadêmica de Graduação, na articulação com a Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-Graduação e com a Unidade Acadêmica de Educação Continuada. Nesse contexto, em 2011, a Unidade de Pesquisa e Pós-Graduação, por meio da trajetória de pesquisa desenvolvidas no âmbito do Grupo de Pesquisa Educação Digital Gpe-dU UNISINOS/CNPq, vinculado a Linha de Pesquisa Educação, Desenvolvimento e Tecnologias do Programa de Pós-Graduação em Educação (que inclui experiências desenvolvidas em pesquisas interdisciplinares, envolvendo outros Programas de Pós-Graduação da UNISINOS, tais como o Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada e o Programa de Pós-Graduação em Administração), é chamada a atuar como consultora em EaD para a UNISINOS EaD. Dessa forma, tem início, em março de 2011, um processo de diagnóstico do modelo de EaD, anteriormente adotado na Instituição, resultando num mapeamento do modelo atual. Esse mapeamento está sendo analisado e, algumas ações estão sendo adotadas no sentido de pensarmos não num modelo único UNISINOS EaD, mas sim em diferentes desenhos que preservem os pressupostos teóricos-epistemológicos e filosóficos institucionais, bem como os aspectos legais e os padrões de qualidade estabelecidos pelo MEC, mas que sejam suficientemente abertos para possibilitar diferentes composições técnicodidático-pedagógicas, de forma a respeitar a natureza e as especificidades das diferentes áreas do conhecimento, bem como seus públicos. Vinculados a mudança de um modelo único UNISINOS EaD para diferentes desenhos de EaD que consideram a natureza e as especificidade de cada área de conhecimento, bem como seus públicos, estão sendo criados Programas de Formação/Capacitação Docente/Coordenador EaD e Programa de Capacitação Discente, em parceria com o setor de Formação Docente, vinculado a Unidade de Apoio Recursos Humanos. Essas ações juntamente com um Processo de Acompanhamento e Avaliação (que atualmente encontra-se em fase de planejamento), o qual irá envolver os diversos atores presentes na modalidade EaD, compõe uma 12 Relações Internacionais: Gestão da Prof. Paraskevi Rodrigues 13 ALFA: Nesse Projeto a Unisinos Virtual possui a Coordenação Técnica enquanto a Universidade Guglielmo Marconi possui a Coordenação administrativa. Página do projeto: http://www.elgate.eu/

estratégia de prevenção a evasão, ou seja, a UNISINOS EaD quer trabalhar com diferente desenhos de EaD, cuja a perspectiva de evasão seja igual a zero, justamente por isso é que está preocupada com a orientação e capacitação do candidato e/ou discente dessa modalidade. Ainda no âmbito da mudança de um modelo único UNISINOS EaD para diferentes desenhos de EaD que consideram a natureza e as especificidade de cada área de conhecimento, bem como seus públicos, está a questão técnico-didático-pedagógica, anteriormente mencionada, o que requer alta formação daqueles que exercem a docência em EaD, pois pode se desenvolve num contexto de hibridismo tecnológico digital, para o qual é necessário que os docentes estejam emancipados digitalmente. Dessa forma, o Programa de Formação/Capacitação Docente/Coordenador EaD, que está sendo planejado, priorizará o desenvolvimento de um conjunto de competências que nos parece fundamental para o docente em EaD, envolvendo não somente as competências do campo específico da área do conhecimento, ao qual o professor está vinculado e competências didático-pedagógicas, mas também competências relacionadas a área da Educação Digital, que incluem o desenvolvimento de fluência tecnológica-digital, por meio do uso de diferentes TD (ferramentas da Web 2.0, Web 3D, Tecnologias Móveis e Sem Fio TMSF, entre outras) e modalidades educacionais (o e-learning, o b-learning, o mobile learning (m-learning), o pervasive learning 14 (p-learning), o ubiquous learning 15 (u-learning), o immersive learning (i-learning) 16 ). Assim, entendemos que há a necessidade de criar sistemas formativos, processos de capacitação participativos, que possam contribuir efetivamente para o desenvolvimento da autonomia cidadã no meio digital. É nesse contexto, que utilizamos o termo emancipação digital cidadã. Dessa forma, o que necessitamos é compreender a realidade do docente e fornecer subsídios técnico-didático-pedagógicos para que possa se emancipar digitalmente e assim propor práticas, a partir do uso de diferentes TD, de forma a consistir numa inovação no contexto educacional. Por Educação Digital Emancipatória e Cidadã entendemos: um nível tal de apropriação, de fluência tecnológica digital, que propicie ao sujeito ser um cidadão desse tempo, conferindo-lhe um empoderamento que possibilita exercer a autonomia social 17 e a 14 Modalidade educacional na qual a informação é que encontra o sujeito. Ela o acompanha por meio de sistemas de localização, baseados em GPS, e cabe somente ao sujeito filtrá-la. 15 Modalidade que promete permitir que os processos de ensino e de aprendizagem ocorram em qualquer lugar ou tempo e com qualquer dispositivo, de forma continuada, contextualizada e integrada ao cotidiano do aprendiz. 16 Modalidade que compreende os processos de aprendizagem que ocorrem em ambientes imersivos em 3D, criados a partir do uso de diferentes tecnologias digitais capazes de propiciar aprendizagens imersivas, por meio do desenvolvimento de Experiências Ficcionais Virtuais. 17 A autonomia, além de ser própria de cada ser vivo, também é caracterizada como um processo que se constrói ao longo do viver do ser vivo em interação com os outros, nas evidências das diferenças, conflitos e perturbações. Então, o ser vivo, para compensar as perturbações em relação a outros seres vivos, transforma a ação que dará novos contornos à dinâmica da rede. Assim, percebemos numa autopoiese de terceira ordem, na resolução do problema, a ação do ser vivo transforma o conviver no grupo. Então vivenciamos uma autonomia social. Ou seja, o sistema social se modifica por meio da autopoiese de seus componentes. (Backes 2007, p.121).

autoria criativa 18, num espaço dialógico, cooperativo, perpassado pelo respeito mútuo e pela solidariedade interna. Isso implica em criar espaços onde o outro é reconhecido como legítimo na interação e, portanto, alguém com quem é possível estabelecer uma relação na qual, em diferentes momentos, ambos são co-ensinantes e co-aprendentes, num processo de mediação e intermediação pedagógica múltipla 19 e relacional. O que permite libertar os sujeitos das relações de opressão, num espaço onde por meio de um viver e conviver digital virtual todos se transformam mutuamente nas interações que conduzem ao diálogo autêntico (SCHLEMMER, 2010, p. 10). 4. Novas perspectivas? Considerando a tendência atual ao hibridismo tecnológico digital, por meio da criação de ambientes de aprendizagem que integrem tecnologias de AVAs, ferramentas da Web 2.0, tecnologias da Web 3D e ainda TMSF, é possível perceber a variedade de possibilidades (vejam bem, que estamos falando em possibilidades), existentes para os processos de ensino e de aprendizagem. A diversidade das práticas pode propiciar diferentes oportunidades de aprendizagem para distintos sujeitos, possibilitando ao docente acompanhar e avaliar continuamente as diferentes construções, que ocorrem em distintos espaços, problematizando-as e instigando os sujeitos no seu processo de aprender. É importante considerar ainda que as tecnologias digitais em si, não constituem uma revolução metodológica, mas apresentam possibilidades e potencialidades, que podem contribuir para novas configurações e reconfigurações dos processos de ensino e de aprendizagem. No entanto, isso só se efetiva se os docentes se apropriarem dessas tecnologias a fim de compreendê-las de acordo com a sua natureza específica, no campo das possibilidades pedagógicas. Assim, as metodologias, práticas e processos de mediação pedagógica de que necessitamos precisam estar constantemente apoiados pela reflexão-crítica sobre a relação ensino e aprendizagem. É preciso saber se a forma como estamos ensinando está resultando em aprendizagens, pois o objetivo é utilizar as diferentes TD e modalidades educacionais para melhorar a qualidade das aprendizagens desenvolvidas pelos sujeitos. No entanto, para que esse objetivo se realize, é fundamental que o professore tenha clareza epistemológica e aprofundamento conceitual para poder compreender as potencialidades existentes nas diferentes TD, capazes de propiciar a inovação educacional. 18 Autoria criadora se manifesta na produção da diferença, no deslocamento, na inversão, na modificação capaz de criar a novidade nos espaços digitais virtuais (Backes, 2007, p.163). 19 Na intermediação pedagógica múltipla, o aluno torna-se também um mediador pedagógico ao lado dos professores, seus auxiliares e colaboradores internos (colegas) e externos (autores consultados e palestrantes convidados) deixando de ser o único mediado. A intermediação pedagógica múltipla propicia a aprendizagem mediada por todos. Todos aprendem com todos (professores, monitores, tutores e alunos). Todos os participantes são co-responsáveis e co-autores da produção coletiva de conhecimentos. E todos eles auxiliam um ao outro na sua produção individual (autoria própria). (OKADA e OKADA, 2007 p. 725).

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