OS FORMATOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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2 EAD se diversifica e assume modelos de aprendizagem que atendem a necessidades específicas do mundo corporativo Quem conhece pouco sobre Educação a Distância tem a sensação de que estudar de maneira não presencial envolve apenas assistir aulas pela TV ou pelo computador, sejam gravadas ou ao vivo. Acreditam que o que caracteriza a EAD é apenas uma transposição do que ocorreria dentro de uma sala de aula para um recurso midiático. A realidade, porém, é que a aprendizagem a distância se revela em formatos cada vez mais plurais, que vão muito além da tradicional relação professor/aluno via mídia. Nos últimos anos, em especial, modelos novos de EAD têm sido demandados para atender a necessidades específicas do mundo corporativo. São maneiras de educar cada vez mais híbridas, autônomas e repletas de possibilidades. 01

3 A pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira: Educação a Distância, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em fevereiro deste ano de 2014, reflete uma experiência ainda limitada dos brasileiros com o ensino não presencial. Apesar de 43% das pessoas consultadas pela CNI considerarem o ensino a distância eficaz pela flexibilidade de horário e menor custo, percebe-se que as tradicionais aulas em vídeo têm sido o único contato destes alunos com a EAD: 37% DOS ENTREVISTADOS MOSTRAM PREFERÊNCIA POR AULAS AO VIVO 34% PRIVILEGIAM AS GRAVADAS Segundo a Coordenadora de Conteúdo da Dtcom Educação e Comunicação Corporativa, Sabrina Viana, tais dados revelam um fator cultural. explica Sabrina, também especialista em Planejamento e Produção de Cursos a Distância e Gestão da Comunicação Empresarial. Ivete Palange é conselheira da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) e especialista em produção de sistemas de EAD para Internet pela Ryerson University, do Canadá. Ela concorda com Sabrina Viana, reconhece que as videoaulas já são uma evolução em relação ao uso exclusivo do texto, porém, acentua que é necessário que se avance ainda mais no ensino a distância. É preciso considerar as possibilidades que a tecnologia oferece para facilitar a aprendizagem e, com isso, ir além da linearidade no desenvolvimento dos conteúdos, promovendo uma maior interatividade por parte do aluno, defende Palange. 02

4 EAD para um novo perfil profissional Na última edição do Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (CONARH), realizado em setembro de 2014 e promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), o público congressista teve uma experiência inovadora em educação a distância. Durante o mês no qual foi realizado o evento, os participantes tiveram acesso gratuito via Web à maior biblioteca on demand móvel de conhecimento concentrado sobre o universo corporativo: a getabstract. Trata-se de um portal que reúne material de 450 editoras, além de contar com o conteúdo de parceiros, como o The Economista e TED Talks, para que profissionais busquem e acessem a informação que desejam em um banco de dados vasto, a qualquer hora e em qualquer lugar. 03

5 Este tipo de disponibilização de conteúdo específico de forma variada, móvel e interativa faz parte de um formato de educação a distância que tem sido bem recebido no meio corporativo. Isto afirma a presidente da ABRH, Leyla Nascimento. avalia Leyla Nascimento. Nos Estados Unidos, a implantação de conteúdos educativos e interativos em dispositivos móveis tem chamado cada vez mais a atenção das empresas. Na 40ª edição do CONARH, a ABRH divulgou que 17% das organizações dos Estados Unidos já investem neste modelo de EAD. Em 2013, mais de 200 milhões de norte-americanos utilizaram aplicativos de negócios em seus postos de trabalho. É a chamada microaprendizagem facilitando o acesso ao conhecimento a qualquer hora e em qualquer lugar, dentro do percurso escolhido pelo usuário. A Coordenadora de Conteúdo da Dtcom acentua que estes formatos e-learning encontram atratividade expressiva entre profissionais com um perfil maduro e proativo. Estes, segundo ela, estão preparados para uma busca mais autônoma pelo conhecimento. No e-learning, a pessoa escolhe o que aprender e em qual sequência fazendo sua própria trilha de aprendizado por meio de plataformas, desenhos, áudios, textos, entre outros recursos, explica Sabrina Viana, que acrescenta: é um meio que possibilita uma flexibilidade e diversidade muito grandes, a pessoa não fica passiva em relação ao conteúdo, mas age sobre ele. O que tem gerado uma adesão significativa. 04

6 Modelos revolucionários Ainda outros formatos de Educação a Distância, apesar de ainda não alcançarem completa adesão no Brasil, que prometem revolucionar a aprendizagem não presencial no mundo. A conselheira da ABED cita alguns destas tendências. Entre elas, estão os chamados cursos massivos, que respondem pela sigla MOOCs. Eles estão sendo objeto de experiências e contam com ferramentas como chats, fóruns, videoconferências, entre outros recursos para ajuda mútua entre alunos e para o enriquecimento da aprendizagem, explica Ivete Palange. A conselheira ainda enfatiza que, nos cursos massivos, a ideia é dar ao aluno a possibilidade do contato com especialistas responsáveis pelos cursos e alunos do mundo todo. 05

7 Os Metaversos são um outro modelo revolucionário de EAD. Eles criam mundos paralelos para a aprendizagem, como no caso do famoso Second Life. Esses permitem a imersividade no conteúdo. A realidade virtual, por meio do uso de óculos, pode fazer, por exemplo, com que o aluno caminhe pelo interior do corpo humano atacando doenças ou viaje para o passado ou pelo mundo da tecnologia, defende Ivete. Esta virtualidade, aliada à gamificação, é capaz de oferecer novas possibilidades mesmo por meio da simulação de situações reais. acrescenta a conselheira da ABED, que finaliza: diante disto tudo, é preciso repensar situações de ensino e este é o grande desafio de hoje na EAD, fazer com que o aluno deixe de ser um mero receptor e transformá-lo em autor da sua aprendizagem. REDAÇÃO: PORTAL COMPETÊNCIA 06